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domingo, 11 de abril de 2010

Vivendo o amor... e o sexo!

No horário do almoço “Soberana” ligou para contar que havia comprado a tão procurada casa dos sonhos no bairro Tatuapé em São Paulo. Agora restava reformar a propriedade para dar-lhe cara nova e era por causa disso que “Soberana” estava numa loja de pisos enquanto conversava com "Graúda" pelo celular. Por volta das três horas da tarde "Alra" esteve com "Mateus" em sua casa e, mediante tal rápido encontro, esteve a narrar-me os seus sentimentos repetindo uma conversa que houvera tido com seu amado. Enquanto descansava nos braços dele após o clímax de aliviar toda a saudade e o desejo que ha tanto tempo mantinha reservado, "Alra" comentou-lhe que por vezes se sentia lasciva. Ele sorriu compreensivo dizendo que ela era uma mulher humana o suficiente para ter desejos, sentir excitação e buscar a satisfação sexual. "Alra" sabia disso, mas a intensidade de seus desejos por vezes a deixava envergonhada como se velhos pudores lhe atormentassem a mente.
Ela tentou ser enfática ao explicar-lhe: “Acho que já vivi naquelas épocas em que a mulher não podia demonstrar seus sentimentos e vontades sendo apenas submissa a satisfazer os homens. Quando percebo que posso dar vazão ao prazer, sinto-me uma exagerada, me entrego tanto à necessidade disso que esqueço tudo. É como se o mundo desaparecesse e sobrasse apenas nós dois. Em muitos momentos do meu passado, quando dizia que não gostava de sexo e tinha meus preconceitos contra o prazer desregrado, a verdade é que eu não queria gostar disso, pois creio que sempre soube o quanto essa vontade de prazer é forte dentro de nós. Mesmo em épocas donde eu não conseguia atingir o esperado orgasmo e não sentia absolutamente nada por não estar num relacionamento de fato agradável, com um parceiro do qual eu pudesse ter intimidade, confiança, afinidade e liberdade plena, eu ainda assim podia supor o quanto isso devia ser mágico e encantador sob as bases de um amor sincero. Era o que eu buscava e encontrei. Na vazão sexual libidinosa que contrasta com o amor pudico que encontrei junto de ti, eu me vejo tão humana que por vezes me sinto pesada. Sei que não tenho uma conduta sexual desregrada, mas eu te desejo muito, pois eu consigo sentir imenso prazer ao seu lado. Sei que dizer isso para você que é homem parece algo tolo, mas enquanto tendo um lado puritano e recatado de jovem-mulher, eu por vezes me assusto comigo mesma mergulhada nesse misto desesperado de estar em seus braços e sentir-te unido a mim, experimentando as mesmas deliciosas sensações que me levam às loucuras. Surpreendo-me, pois nunca, ao menos até estar contigo pela primeira vez, pensei que pudesse desejar tanto um ato sexual puramente pelo prazer que ele oferece”.
"Mateus" recebendo tais palavras como um afago ao seu ego masculino respondeu: “Ainda bem que é assim!” – riu ele piscando um olho e depois voltando a ficar sério. – “Eu entendo o que você quer dizer. Entretanto, acho que você não pode ver o prazer sexual como categoricamente libidinoso. Enquanto expressão do amor ele é apenas uma manifestação de duplo respeito e tudo o que você falou que não sentia pelos parceiros com os quais não sentia orgasmo, ou seja, é a máxima expressão da intimidade, confiança, afinidade e liberdade. Não se culpe por sentir-se humana, pois se não fosse para assim ser, por certo você seria um anjinho no céu. Eu também luto com meus instintos pois, enquanto homem, te desejar a cada minuto da minha vida é a coisa mais simples que me ocorre e, não vou ser hipócrita de dizer que, nos momentos de supremo desejo sexual, eu te vejo muito mais como puramente mulher do que como qualquer outra coisa do tipo namorada, compartilhante de afinidades, conhecedora dos meus defeitos e qualidades, etc. Eu assumo em dizer-te que, munido de excitação sexual, eu me sinto sendo dominado pelo meu nível animalesco primordial, mas o importante é constatar que tenho posse suficiente do equilíbrio que me faz ser um homem carinhoso, amigo, respeitador, fiel e sobretudo amoroso contigo. Não tem como querer dizer que o prazer sexual não faz parte dos instintos da natureza animal. Entretanto, ele faz parte do amor e também é de natureza divina, pois não foi uma invenção humana. E ainda te digo mais: creio que o sexo não é apenas expressão de amor a um parceiro, mas também para consigo mesma. Se o prazer respeitosamente nos é possível, é menos impuro senti-lo e vivê-lo do que ficar na repressão que, cedo ou tarde, se eclodirá em males bem maiores. Pense, minha flor de sândalo, e reflita: o crescimento da pureza em nós não está na repressão, mas no equilíbrio da satisfação sem abuso. O prazer, seja ele qual for, pode ser animal, humano ou divino, depende da maneira como ele é visto e executado. Não fique surpresa por se amar o suficiente para se auto-conceder o prazer. Não há nada de repulsivo nisso, antes há de maravilhoso!”
"Alra" sentiu-se tranqüila depois de ter tal conversa com "Mateus". Querer sentir prazer sem dúvida era ótimo e ela gostava disso, principalmente unida ao homem que amava. Sua vida não estava voltada para isso, mas isso fazia parte de sua vida e era arrebatador. Sem mais, assim ficou seu dia.

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