“Olá amiga! Antes de tudo quero lhe dizer que você não me cansa nunca com suas escritas e nem me parec
e ser egoísta por falar de seus problemas. Enquanto humanos, somos parte da natureza e temos nossas boas e más fases. Muitas vezes digo que sou como u
ma roseira: em alguns dias sou o talo espinhento que quer espetar o mundo todo por achar que seus espinhos são defeitos irremediáveis. Fico ranheta, enjoada, crítica, pessimista, irritada e insuportável para todos e para mim mesma. Se pudesse espetaria até Deus para reclamar de ter que carregar tantos espinhos em meus talos.
Com o passar dos dias (um pouco de sol daqui) e das situações (um pouco de água dali), um botão de rosa começa a surgir. Minha vibração parece ser uma luz no final do túnel. Fico esperançosa, crente de que vou florescer e desabrochar. Minha alegria começa a reinar de dentro para fora. Vou crescendo enquanto flor que é beleza, perfume, agrado, encantamento e perfeição. Contemplo minhas próprias qualidades e exalto aos céus que me contempla em meu esplendor. Fico cheia de graça, embevecida, serena e tranqüila. Ah, tudo toma ares indescritivelmente divinos. Quanto mais me desabrocho, mais entusiasmo aparece, mais certa eu fico de que tudo está justo, correto, pleno de sabedoria e de alegria. Sorvo da minha própria felicidade de estar florida, me divirto da minha própria capacidade de enfeitar o mundo, de encantar as pessoas, de embelezar a vida, de contemplar a perfeição divina, de agradecer a existência pelo meu próprio existir.
Mas daí, quando tudo parece tão bom, algo interior, que nem sempre consigo qualificar ou explicar, começ
a a me fazer ficar sensível além do devido. Gradualmen
te eu começo a querer murchar. De forma instintiva eu luto com todas as forças para isso não acontecer. Puxa vida, me pergunto o que está acontecendo, me pergunto o que fazer, e agora meu Deus? Começo naturalmente a me desesperar, a resistir... a entristecer. É impossível lutar contra o curso da natureza. Vou me encolhendo, me sentindo vazia, desgostosa de tudo, franzina, péssima companhia, sufocada, lamentosa, querendo morrer de ver para evitar o tormento de me sentir consumida pela minha própria negatividade de não querer suportar o tédio de estar passando por tal fase deprimente. Fico pensando no quanto me custou estar florida, mas entendo que não posso ser uma florada eterna, pois preciso renovar-me em o
utras florações. Às vezes tento ser artificial, mas para que querer fazer de conta que minha murches não existe? É aí que preciso
me dar conta de que todas as roseiras, independente de quantas rosas carreguem, têm os seus momentos destas se murcharem também. Mas o pior vem depois: sinto-me muito frágil e carente. Sinto que qualquer rajada de vento vai me despetalar. Não consigo deixar de chorar por mim mesma e pelo processo da vida, ou seja, pelo desfalecer emocional de todas as roseiras do universo inteiro.
Começo a me tornar masoquista. Penso que sou a roseira mais frágil do mundo, que nunca vou conseguir me recuperar, que não vou ter mais forças para renascer, brotar, refazer minhas rosas, brilhar e alegrar o mundo outra vez. Daí eu não quero apenas morrer enquanto rosa, mas sim enquanto uma roseira inteira. Sinto que vou azedar-me mais ainda. Não consigo aceitar a verdade das fases nas quais estou inserida, mas revoltar, entristecer, agoniar-me não vai adiantar. Fico a ponto de explodir porque quero encontrar minhas forças ocultas, mas tudo o que encontro é minha gigantesca fraqueza. Começo novamente a querer me esconder e, quanto mais adentro em meu próprio ser procurando respostas que não tenho
ou tentando burlar o que não posso, mais meus espinhos vão se aflorando em meus galhos enquanto minhas pétalas vão indo ao chão. No final de tudo, sou obrigada apenas a me conformar e a esperar pelos melhores momentos de ser rosa além de espinhos. E é nesse momento que alguma força desponta magicamente de meu interior para fazer a fase vindoura de beleza chegar o mais rápido possível. Rosa, eu quero ser rosas outra vez!
Às vezes temos de enfrentar algumas secas, conseqüentemente temos de fazer muito mais força para sermos rosas. Nem sempre queremos gastar tanta energia. Muitas vezes dá vontade de desistir, mas algo lá dentro não nos dá sossego. E quer saber em qual fase eu me encontro agora? Na fragilidade do despetalar. O difícil em análi
se é que uma roseira não tem cérebro, mas eu sim. Tem momentos que dá vontade de rançar a cabeça fora de tanto cansaço mental por não conseguir parar de pensar na minha própria vida confusa. Acho que essas questões psicológicas emocionais têm a ver com a parte hormonal, mas creio que não obrigatoriamente. Algumas roseiras têm floradas constantes, outras ficam mais emperradas. Algumas custam a florir pela primeira vez, outras custam a florir sempre. De acordo com a espécie da roseira, com o ambiente no qual se encontra e, de acordo com sua criação, algumas floradas são maio
res e duram mais, outras o contrário. Algumas roseiras dão rosas vermelhas vibrantes, apaixonantes, que se destacam de longe; outras amarelas, ternas, sábias, ricas; outras brancas, serenas, pacíficas, tranqüilas; enfim, a variedade é grande. Acho que sou uma roseira que dá rosas em tom rosa-lilás e, conforme vou existindo, vou aprendendo a estender minha temporada de floração, vou conseguindo pouco a pouco a fazer cada uma de minhas rosas durarem mais. Logo vou florir e voltar a estar melhor. Assim será com você também. Pense nisso...! Um abraço, tudo de bom e até depois”.
A beleza original das rosas lilás encantou muitos corações.
Sua cor fascinante é símbolo de mistério, encantamento, esplendor, espiritualidade e amor à primeira vista. É uma das cores mais raras e visualmente doce. Pode ser uma ótima opção para expressar intenções românticas e adoração. Um bouquet de rosas lilás carrega um forte impacto visual e sentimental. Podem ser, portanto, uma escolha perfeita para aqueles que desejam presentear com uma flor original e extraordinária.