Obrigada pela visita!

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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A psicologia do amor...


“Olá 'Pessoal do mundo todo'! Antes que me esqueça de contar, a construção do prédio no terreno ao lado da minha casa já está no segundo andar. Tomara que não tenha janelas na lateral. Vamos ao meu dia: logo cedo fui a biblioteca trocar meus livros de leitura. O dia seguiu com 'Alra' indo trabalhar e depois veio a surpresa da 'Yllaria' me chamar para ir dançar. Impossibilitada de recusar uma chance de passear, mesmo que o local em si não seja dos melhores, aceitei de ir ao Inácio's me divertir um pouco. Entretanto, antes não tivesse ido, pois conforme alertava minha intuição, não ia me agradar de lá pela segunda vez. Realmente aquele local não oferece nada para mim além de tédio. Primeiro não foi a 'Yllaria' quem apareceu aqui em casa para me pegar e sim um amigo dela sem o mínimo senso de responsabilidade, pois ele só bebeu o tempo inteiro sabendo que ia dirigir na volta. Sou rigorosa entre a linha do que é certo ou errado e não gosto de quem tenta ludibriar o erro ficando no meio-termo. Até então ainda consigo relevar, o pior é já estar com dor nas costas de ter ficado o dia todo sentada trabalhando e ainda ter que ficar até três horas da madrugada sentada passando vontade de dançar. Além de ser pequeno, lá é um local que só dá casal ou gente de academia que dança entre si. Quando por acaso surge um homem que convida para dançar, ou ele não sabe e fica desagradavelmente te arrastando pelo salão, ou então ele dança mais ou menos e depois fica na maior chatice querendo o número do telefone. Sinceramente, se é para passar vontade, eu prefiro ficar em casa, pois ao menos economizo tempo e dinheiro. Eu queria ter um namorado dançarino para ir junto e não ter que ficar na mão dos homens disponíveis no local. Realmente voltei desgastada do 'passeio' e postei a seguinte frase no Orkut e MSN: '...Ando devagar porque já tive pressa; E levo esse sorriso, porque já chorei demais; Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe; Eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei, eu nada sei... É preciso amor pra poder pulsar; É preciso paz pra poder sorrir; É preciso a chuva para florir. Todo mundo ama, um dia, todo mundo chora. Um dia a gente chega, no outro vai embora. Cada um de nós compõe a sua história e cada ser em si carrega o dom de ser capaz, de ser feliz...'
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Deixando o desagradável desfecho da noite de lado, tenho a relatar que acabei a leitura do livro A psicologia do amori. O autor define o amor romântico como uma ligação espiritual-emocional-sexual apaixonada entre um homem e uma mulher, que reflete uma grande estima pelo valor pessoal de cada um. Nas culturas primitivas não existia a ideia do amor romântico. O ponto principal e regulador era a sobrevivência da tribo. O indivíduo era subordinado às necessidades e leis da tribo em praticamente todos os aspectos da sua vida. A mentalidade tribal, antiga ou moderna, tende a encarar o amor romântico como algo socialmente subversivo, como se de algum modo prejudicasse o bem-estar da tribo, ou seja, da sociedade.
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Os gregos idolatravam os relacionamentos amorosos espirituais, e não os carnais, e para eles este amor profundo e espiritualmente significativo só era possível entre homossexuais, normalmente entre homens mais velhos e garotos. Com exceção deste conceito de elevada admiração, que podia existir somente entre homens, o amor era tido como um jogo prazeroso e divertido, uma diversão sem muita importância ou significado duradouro. O amor sexual apaixonado, quando aparecia, era em geral visto como uma trágica loucura, uma aflição que tomava conta de um homem e o tirava daquela calma e fria imparcialidade tão admirada pelos gregos. Uma mulher custava caro, era um fardo, frequentemente um obstáculo à liberdade do homem. No entanto, ter filhos era uma obrigação que o homem tinha para como Estado e a religião; ele precisava de uma dona de casa; e a noiva possuía seus dotes. O casamento era um mal necessário e uma aliança entre desiguais.
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Os romanos, como os gregos, não se casavam por amor. Nas classes sociais mais altas, os casamentos normalmente eram combinados pelas famílias por razoes financeiras ou políticas; um homem casava para ter uma dona de casa e para ter filhos. O crescimento da valorização da unidade doméstica foi acompanhado de uma elevação da posição da mulher. Num relacionamento amoroso, elas provavelmente assumiam uma posição de igualdade. Com relação a isto, alcançaram pelo menos uma das condições do amor romântico. Entretanto, não tardou e o cristianismo assegurou a homens e mulheres um ideal de amor coerentemente abnegado e não-sexual. De fato, o amor e o sexo deveriam estar em polos opostos: a fonte do amor era Deus; a origem do sexo era o Diabo. A abstinência sexual era proclamada como o ideal moral. O casamento descrito mais tarde como um remédio para a imoralidade, era uma hesitante concessão do cristianismo à depravação da natureza humana, que tornava este ideal então possível.
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No final da Idade Média surgiu uma segunda concepção da mulher, que passou a coexistir com a primeira. De um lado, o símbolo da mulher era Eva, a tentação sexual, a causa do declínio espiritual do homem. Do outro lado, ela existia na imagem de Maria, a Virgem Mãe, o símbolo de pureza que eleva e transforma a alma do homem. A procura pelos valores de cada um, o exercício do julgamento das próprias condutas e alegrias do prazer sexual, todos são atos de auto-afirmação ligados à escolha e à experiência do amor romântico. Todos eram condenados pelo cristianismo. Originária do sul da França, no século XI, a doutrina do amor cortesão foi desenvolvida por trovadores e poetas das cortes da nobreza, muitas vezes administradas pelas mulheres de nobres que partiram com as Cruzadas. A doutrina era baseada na ideia de uma imensa paixão entre um homem e a mulher de outro. O amor, então, no sentido passional e espiritual, se encontrava especificamente em envolvimentos extraconjugais.
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No campo dos relacionamentos homem/mulher, os pensadores do Iluminismo não elaboraram conceitos significativamente diversos ou superiores àqueles de seus predecessores. Ao aceitar a secular divisão da pessoa em conflitantes metades de corpo e espírito, eles assumiam que a paixão física e a valorização espiritual permaneciam dissociadas dos relacionamentos ente homens e mulheres. A industrialização e o capitalismo significaram muito mais que bem-estar material. Pela primeira vez na história da humanidade foi reconhecido explicitamente que os seres humanos deveriam ser livres para escolher seus próprios compromissos, um contexto no qual a busca da felicidade na terra pareceria natural, normal e possível. No século XIX, o antifeminismo e o anti-sexualismo produzidos pela religião não haviam de forma alguma desaparecido; sua influência, apesar de já ser pequena, sucumbiria no século XX. De fato, a batalha ainda não tinha acabado. Mas sua morte foi inevitável com o aparecimento da industrialização, do capitalismo e da filosofia do individualismo. Hoje, o anti-sexualismo e o antifeminismo são um anacronismo histórico.
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O início da Revolução Industrial coincidiu com outra revolução que deveria influenciar os relacionamentos homem/mulher. Era o movimento literário conhecido como Romantismo. De uma forma ou de outra, as peças, os poemas épicos, as sagas e crônicas que antecedem o aparecimento s da literatura romântica traziam a mesma mensagem: homens e mulheres são fantoches do destino, encontrados em um universo essencialmente antagônico aos seus interesses e, se por acaso têm sucesso, não é por méritos seus, mas por circunstâncias externas fortuitas. Esta era a visão da vida contra a qual o Romantismo se rebelava. A implicação filosófica é, claramente, que nossa vida está em nossas mãos, a nós cabe conceber nosso destino, e esta escolha é o acontecimento mais importante da nossa existência. Este é o ponto mais estreito de contato entre o Romantismo, na literatura, e o amor romântico, no sentido moderno. Entretanto, o amor romântico precisa da integração da razão com a paixão, um equilíbrio entre a subjetividade e a objetividade com o qual os seres humanos podem conviver, e isto o Romantismo do século XIX deixou completamente de prover. Os críticos gostam de frisar que o país onde o amor romântico encontrou maior aceitação é o mesmo onde há o maior índice de divórcios no mundo. Experiências liberais, como a troca de casais, o casamento grupal, famílias de múltiplos casais, casamentos de três pessoas, representam caminhos alternativos que mais e mais pessoas percorrem em busca da satisfação pessoal, mas nenhum deles tem obtido graus de sucesso significativo.
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Ser um indivíduo não só consciente, mas autoconsciente, é encontrar, ainda que brevemente na privacidade do pensamento, a nossa imutável solidão que implica responsabilidade por si mesmo. Ninguém pode pensar, sentir ou viver nossas vidas por nós e ninguém, a não ser nós mesmos, pode dar significado à nossa existência. Para a maioria das pessoas, esta é uma realidade assustadora. Pode ser a realidade a que resistimos e que negamos com mais intensidade e veemência. Como habitantes do universo, estamos ligados a tudo o que nele existe. Temos uma cadeia infinita de relacionamentos. A separação e a união são extremos que se vinculam um ao outro. A origem do nosso desejo de amar está na nossa profunda necessidade de valorizar, de encontrar no mundo algo com que se importar, se estimular e se inspirar. São nossos valores que nos amarram ao mundo e que nos motivam a continuar vivendo. Todos os atos são praticados com o propósito de ganhar ou de proteger aquilo que imaginamos que irá beneficiar nossa vida ou aumentar nossas experiências. O amor representa uma disposição de ver o ser amado como a personificação de valores pessoais profundamente importantes e, consequentemente, como uma potencial fonte de alegria.
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Uma significativa reciprocidade de intelecto, de valores e premissas básicos, de atitudes fundamentais diante da vida, é a precondição da proteção de mútua visibilidade essencial para a autêntica amizade e, acima de tudo, para o amor romântico. Para Aristóteles, um amigo é um outro eu. É precisamente isto, em sua forma mais intensa, que sentem os amantes. Amando encontramo-nos no outro. Um amante reage a nós exatamente como nós reagiríamos a nós mesmos se fôssemos outra pessoa. Assim, podemos identificar uma das principais raízes do desejo humano pela companhia, pela amizade e pelo amor: o desejo de compreender nosso interior como uma verdadeira identidade, de experimentar a perspectiva da objetividade através das reações e das respostas de outras pessoas. O desejo de visibilidade muitas vezes é vivido como o desejo de ser compreendido. Se eu estou feliz e orgulhosos com alguma realização, quero sentir que aqueles que estão ao meu redor, aqueles com quem me importo, compreendem meu feito e seu significado pessoal para mim, entendem e dão importância às razões subjacentes às minhas emoções. A experiência da visibilidade pode implicar simpatia, empatia, compaixão, respeito, apreço, admiração ou amor, ou em uma combinação deles. Entretanto, a visibilidade não implica necessariamente em amor. Mas o amor sem visibilidade é uma ilusão. O propósito do amor romântico, entre outras coisas, é louvar a auto-estima (e não proporcioná-la a quem não a possui). Ao conhecer uma nova pessoa, o indivíduo autônomo tende a começar pela pergunta: o que eu penso desta pessoa? O indivíduo imaturo ou dependente tende a começar pela pergunta: o que esta pessoa pensa de mim?
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O sexo é mais intenso quando é, simultaneamente, uma expressão do amor por nós mesmos, pela vida e pelo nosso parceiro. A fascinação, a atração e a paixão podem nascer a primeira visa. O amor não, pois requer conhecimento, o qual requer tempo. Somos mais propensos a nos apaixonar por uma pessoa com quem temos simultaneamente, afinidades básicas e diferenças complementares. Quando um homem e uma mulher veem as diferenças complementares, eles as veem como algo estimulante, desafiador e excitante, uma força dinâmica que realça a vida, a expansão e o crescimento. Muitas vezes maridos e mulheres brigam e reclamam de características do outro que eles próprios possuem, mas que gostariam de ignorar. Na realidade, uma das formas de obtermos uma profunda compreensão nos relacionamentos é nos perguntarmos: com que parte de mim meu amante me lava a ter contato? Como eu me vejo neste relacionamento? O que está mais vivo dentro de mim com a presença desta pessoa? Respondendo a estas perguntas, podemos conhecer um dos motivos mais importantes pelos quais nos apaixonamos por uma pessoa em particular.
Da leitura de hoje isso é tudo. Encerro por aqui minhas escritas do dia. Até breve...”

i BRANDEN, Nathaniel. A psicologia do amor: o que é o amor, por que ele nasce, cresce e às vezes morre. Trad.: Monica Braga. Rio de Janeiro: Record Rosa dos Tempos, 1998.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Sonho de abraço com Jesus...


Assim que o dia amanheceu relatei para “Alra” o seguinte sonho: Outra vez sonhei com Jesus. Ele estava diferente, com aparência de ter provavelmente a mesma idade que eu. Seus olhos mais claros que o azul do céu continuavam a me fascinar de maneira impressionante. Eu estava no banheiro de casa lavando minhas mãos quando ele aproximou-se e lavou as dele também. Terminando antes que eu, pegou a toalha e enxugando as mãos compartilhou-a comigo. Eu queria tocar as mãos dele, mas não tive coragem. Durante todo esse processo de lavar as mãos, perguntei-lhe a respeito de algo que houvera estragado, não lembro exatamente que aparelho era, talvez um computador. Não sei por que, mas me sentia um tanto culpada e temerosa de que ele pudesse estar chateado comigo. Sentia-me um tanto sem graça e outro tanto pesarosa. Ele falou sobre a peça do aparelho que havia estragado e perguntei quanto custava. Era um valor muito caro. Fiquei ainda mais pesarosa, pois era como se não pudesse ajudá-lo, independente de eu ter culpa ou não. Nisso ele perguntou se minha intenção era aquela ou se havia uma segunda intenção. Não entendi de que intenção ele falava e fiquei muda tentando entender sua pergunta. Então ele me abraçou. Seu abraço, diferente de tudo o que já experimentei, deixou-me dopada de uma paz e bem-estar inexplicável, algo jamais sentido. Ele voltou a repetir a pergunta. Continuei não entendendo-a e mergulhada nas sensações do abraço ficava muito mais difícil conseguir raciocinar. Como minha única intenção era estar de bem com Ele, respondi que aquela era a única intenção, mas ainda sem saber de que intenção Ele falava. Permanecemos abraçados durante mais algum tempo. Por mim ficaria o resto da eternidade rendida àqueles braços. Depois disso ele se foi e eu acordei. Foi muito difícil conseguir dormir novamente, pois conservava em mim as sensações inexplicáveis daquele abraço. Quais as mensagens de um sonho como esse?

“Os sonhos para mim sempre representaram e ainda representam a Esperança. A vida é um fenômeno muito estranho. Podemos passar por ela acreditando no seu absoluto sem sentido ou acreditando num sentido fenomenológico para a sua existência, seja esse sentido religioso, existencial, filosófico ou psicológico. Os sonhos para mim representam essa esperança como porta aberta para o fenomenal, conexão com o Divino e com um sentido que antecede a existência de cada um de nós. E se permaneço acreditando nisso é por que, mesmo que não pareça, ainda encontro sentido no sem sentido da vida. Naturalmente não me prendo mais a ideias estéticas, a ideias de poder, ao contrário, quanto mais passam os anos, mais tenho a certeza de que amadurecer e aprofundar a consciência que conquistamos seja a única coisa que valha a pena nesta dimensão, é claro, acrescida do amor, da compaixão e da compreensão de que nossas possibilidades são muito menores do que podemos imaginar na juventude. Digo isso porque um sonho como este, pela riqueza simbólica que oferece, abre nossa possibilidade de nos referendar naquilo que é significativo. A representação simbólica de Jesus, como o pescador de almas que veio para nos salvar na era de Peixes, a qual neste tempo finda e cede espaço para a era de Aquários, também transforma o sentido simbólico do Cristo. Seu simbolismo na era de Peixes, conhecido de todos, acompanhou a humanidade nestes últimos dois mil anos. Mas e agora, na era de Aquários? Podemos intuir essa representação simbólica de Jesus ampliada, se isso for possível. Mas acredito que podemos saborear um pouco desse significado nestes próximos dois mil anos dessa nova era.
O sonho pode indicar uma das transformações dessa representação no seu significado coletivo. O tempo não é mais apenas do lava-pés. O lava-pés é um rito litúrgico, realizado na Quinta Feira Santa, na missa da Ceia do Senhor: Jesus ao lavar os pés dos discípulos quer demonstrar seu amor por cada um e mostrar a todos que a humildade e o serviço são o centro de sua mensagem que diz 'Eu vim para servir'. O lava-pés era muito usado no tempo de Jesus e até mesmo antes do seu nascimento. Era um trabalho feito por escravos, que consistia em lavar os pés dos patrões da casa e daqueles que chegavam de viagem. O nome do rito do lava-pés era 'Mandatum', tirado da palavra inicial da antífona que acompanhava o rito, cantada em latim: 'mandatum novum do vobis...', ou seja, 'dou-vos um novo mandamento'. A mudança do paradigma da era anterior para a era de peixes está na mudança das relações de supremacia para o tempo de igualdade e fraternidade. O rito do lava-pés é um gesto litúrgico que repete o mesmo gesto de Jesus, é simbolizado como compromisso de estar ao serviço da comunidade, para que todos sejam purificados e salvos.
A imagem do Lava-Mãos aflora, na minha compreensão, como um dos símbolos que bem pode indicar o novo tempo, a Era de Aquários. Depois da humildade e da servidão aflora o tempo do encontro, do partilhamento, da troca, da comunhão. Estamos saindo do nível terreno dos pés para o nível aéreo das mãos, para os domínios das habilidades, do desenvolvimento da coordenação psicomotora especializada, do refinamento dos movimentos. Não mais a atitude arrogante e agressiva, mas o gesto delicado e amoroso, a troca, compartilhamento, encontro, doação. Gestos sob o domínio da consciência. No sentido pessoal, talvez não tenha percebido que sua segunda intenção não manifesta, mas pensada, era a de tocar o filho do Divino, entretanto ele lhe dá a chance de manifestar seu desejo e frente à sua dificuldade Ele a abraça, acolhendo a filha, dando-lhe o afeto. O milagre do abraço, símbolo do amor.
Outra variante é a figura do homem santo, que lhe oferece amor quando considerado, o animus que aflora e contamina a feminilidade, ou seja, quando considerado e respeitado ele se manifesta no feminino de forma sensível e amorosa. Ele mostra o seu amor sem medo de rejeição. Uma possibilidade negativa é a relação que podemos fazer com o lavar as mãos em Pôncio Pilatos, que entrega Jesus à barbárie humana. Haveria em suas atitudes a omissão, o descompromisso? Você vem lavando as mãos, se escondendo, para acontecimentos que lhe exigem um posicionamento? Existe relação entre o lavar as mãos e sua carência? Sua carência vem definindo suas atitudes? Possivelmente, entre tantos equívocos que as pessoas cometem um dos maiores seja o de acreditar que tudo quanto pensam é produto delas como entidade única e singular. Entre os equívocos, uma das grandes dificuldades é a de identificar intenções subjacente, ou em baixo limiar de consciência, originados no inconsciente. Quando o individuo não consegue diferenciar a vivência psíquica do meio e de si mesmo, tende a misturar o que é, o que pensa ser, o que idealiza ser e as manifestações de inconsciente que afloram à câmara do pensamento. Nesta situação dificilmente diferenciam suas intenções reais de segundas intenções intrínsecas aos acontecimentos e determinantes em suas atitudes.
No sonho, quando o 'senhor' pergunta sobre as intenções ele focaliza e indica a necessidade de prestar atenção e considerar, no sentido de consciência, as manifestações subjacentes na câmara do pensamento. Porque este é um estágio que nos permite separar o Joio do Trigo, o que somos daquilo que acreditamos ser ou daquilo que o nosso inconsciente indica, originados de conteúdos arquetípicos ou de conteúdos autônomos. Daí a importância do desenvolvimento da atenção, da disciplina, do foco e do encontro de nosso eixo. Se não tivermos a lucidez para identificar a multiplicidade de fenômenos que se desenrolam em nossa consciência, como poderemos ter referência daquilo que somos? Pense nisso e boa reflexão”.

COLABORAÇÃO ESPECIAL: M. EDUARDO
APOIO: A_LINGUAGEM_DOS_SONHOS

domingo, 26 de setembro de 2010

Frase de hoje!

'O homem se defende do medo porque se defende de Deus. Quando você diz 'sim' para Deus, o medo vai embora'.

Sonho respondido com experiência extra-corporea e profanação...



Tive muitos sonhos durante a noite, mas conservei poucas lembranças. Num dos sonhos havia um homem querendo me matar. Daí eu atendi um telefone e comecei a gritar socorro, mas minha voz estava muito fraquinha. Depois tive outro sonho aparentemente consciente donde, no quintal de casa, puxei meu dedo para certificar que estava sonhando. Meu dedo não esticava. Daí soprei-o e puxei novamente. Ele esticou como se fosse uma borracha. Tentei passá-lo através de uma folha e não consegui, mas soprando sim. Tentei atravessar uma parede e não consegui. Tentei através do sopro e nem assim foi possível, era como se não houvesse expiro suficiente para tal. Mesmo dentro do sonho ainda haviam limitações em mim. De repente fui como que sugada para a cama e, deitada sobre ela, me sentia acordada no ambiente do quarto ao mesmo tempo em que sabia estar dormindo. Interessante que eu não queria acordar de verdade, pois estava gostando daquelas descobertas oníricas extra-corpóreas. Daí eu comecei a crescer tomando conta de todo o espaço e nem as coisas físicas me atrapalhavam, pois eu adentrava e passava por elas como se fosse uma fumaça de luz, um não-ser, ou melhor, um ser mental num espaço também puramente mental.
Num terceiro sonho meu pai estava em casa e era como se ele houvesse ressuscitado, como se sua morte houvesse sido temporária ou nem houvesse acontecido ainda. Pensei que precisava contar isso aos meus irmãos, pois provavelmente eles ficariam felizes. Ademais, sentia um ponto de angustia: eu tinha vontade de fazer um verdadeiro interrogatório sobre a história de vida passada dele, principalmente sobre minha avó paterna, mas não tinha coragem e, embora minha mãe tentasse me ajudar, eu disfarçava fazendo de conta que não queria saber de nada anterior a minha geração. O ultimo sonho que me lembro foi completamente erótico: entrei num local completamente profano. Não tenho recordação muito exata desse local, mas sei que haviam muitos homens e mulheres e na penumbra escolhi um dos homens sem muito pestanejar. Fomos para um quarto e disse-lhe que só permitiria penetração se ele deixasse eu lhe dar prazer antes. Ele aceitou e masturbei-lhe com as mãos. Foi um sonho muito orgástico. Era como se eu tivesse o dom de sentir o prazer que proporcionava a ele e, ao mesmo tempo, tivesse todas as minhas partes erógenas na mão também. Eu sentir um prazer triplo podendo sentir o prazer dele e o meu em duas partes do corpo ao mesmo tempo. Eu controlava por completo a situação como se fosse uma deusa sexual. Embora eu estivesse disposta a cumprir com o trato de permitir uma posterior penetração, a qual libidinosamente eu ainda desejava, eu sabia e podia sentir que ele ficaria completamente esgotado depois daquele ato e, assim, eu podia dar prazer a quantos homens que quisesse sem me contaminar como uma prostituta. Eu o satisfiz até a total exaustão, que o fez cair em um sono profundo, e pensei que estava pronta para o próximo.
Esse sonho mostra claramente o domínio feminino, entretanto, ele nenhum sentido tem perante a realidade uma vez que não tenho essa libertinagem domadora.
No quinto sonho eu me encontrava sozinha dentro de um carro dirigindo-o como se soubesse dirigir. Estava levemente tensa por ter de manobrar o veículo em ruas com um tráfego grande, parecia até estar nas avenidas de São Paulo. Daí o carro se transformou numa moto e depois eu estava numa bicicleta de criança um tanto apertada e cujo guidom saia. Se eu não o encaixasse ficava apenas com a parte do pedal, igual aquelas bicicletas de circo. Nisso apareceu um homem e uma mulher. Não lembro direito, mas por fim estávamos caminhando em cima de um muro. Eu ia na frente enquanto a mulher e o homem se transformaram em minha mãe e pai, os quais, nessa ordem, seguiam atrás de mim. Em cima desse muro eu andava dançando totalmente despreocupada e um tanto exibicionista. Comentávamos sobre a construção de algo muito grande, creio que um hospital, dentro do parque que fica próximo da minha casa. Eu não concordava, pois achava desinteressante o projeto de colocarem um hospital num local de lazer e esporte. Entretanto, se não havia mais local na cidade para a construção, o jeito era aceitar e encarar a mudança que a mesma geraria no local. No sexto e ultimo sonho eu estava novamente com um homem. Estávamos nus abraçados na cama e eu sentia-me muito bem enquanto acariciava suas costas sentindo seu corpo tão junto do meu. Era quase como se fôssemos nos tornar um só. Entretanto, depois de trocarmos três beijos ele reduziu de tamanho e transformou-se numa criança de aparentemente uns três a quatro anos. Novamente a mesma situação. Continuei sonhando, mas só lembro disso. Como libertar o lado feminino desta compensação maternal e desenvolver meu animus? Como integrar esses conteúdos opostos?
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“Alra” assim respondeu: “Sobre o primeiro sonho, podemos considerar dois intentos da psique na atitude de um homem querer te matar. Primeiro o sonho é de confronto e avalia sua capacidade de resposta a ameaça de aniquilação; Segundo, o sonho envolve a presença de conflito entre conteúdos de origem masculina que se movimentam frente ao seu crescimento e trabalham para mantê-la submissa a essa força Yang. Sua resposta indica momento de fragilidade, com limites de respostas. Mas pelo menos você consegue gritar por socorro. Se considerar o confronto, há a presença do medo de morte, o que pode indicar apego excessivo à vida, à materialidade. Seja pela morte do outro ou pelo medo de morrer, a postura indica negação dos limites ou despreparo para lidar com a imprevisibilidade, um sinal de não aceitação do próprio destino. Entenda, podemos pensar em três tipos básicos de pessoas: 1. O individuo incauto é aquele que coloca em risco a sua vida, não lhe dando o valor necessário, ou porque se superestima ou porque acredita que não tem nada a perder. 2. O individuo que pressente o valor da vida, mas que não aceita a possibilidade de ter seu caminho e suas expectativas frustradas. Vive em função de sonhos, esperanças de realizações, fantasias de acontecimentos, no futuro. E compartilha a vida com o medo de um corte prematuro já que o presente é de insatisfações e a vida está projetada no não acontecido. 3. O individuo que vive o presente, sabe de suas limitações e de seu pouco poder, e independente do cenário e da realidade em que está inserido vive de maneira plena tirando da vida a satisfação e o prazer no dia a dia, nos mínimos acontecimentos. Este vive o Presente Absoluto. Naturalmente vamos encontrar estes tipos bem definidos e um inumerável biótipos constituídos de diferentes pitadas dos três elementos. É preciso trabalhar a aceitação da finitude e isso pode ser feito mergulhando a vida no Presente.
Quanto à força do masculino, buscando manter-se no controle de sua psiquê, é natural que as forças que interagem dentro de nós tendam a manter-se polarizadas em suas configurações. É uma tendência dos sistemas resistirem à mudanças, é uma defesa do organismo manter seu equilíbrio e evitar mudanças. Estas só ocorrem quando as forças que atuam no sistema são mais fortes do que a força do sistema de se manter estável. Uma mensagem que nos abre a reflexão é: O pior inimigo que podemos encontrar é aquele que nos conhece e reside em nós. E esses conteúdos que dissociados ou autônomos nos boicotam em nossos propósitos é que precisam ser focados. Não devemos nos esquecer dessas divisões internas que travam nossos caminhos. Mas veja, isto não é de todo mal, precisamos prestar atenção em nós, porque este lado que atua impedindo também nos impulsiona e nos desafia a superar os obstáculos impostos.
Na sequencia você puxa o dedo. Isso claramente demonstra que sonhos nos abrem as portas para vivências fenomenais, para experimentar o novo e o mágico. Pensando de forma mais tradicional, o sonho favorece uma questão oposta aos acontecimentos: seria ele um sonho compensatório? Estaria sua vida dentro de uma realidade tão limitada que o inconsciente compensaria a sua necessidade de algo mais excitante? É bom você pensar nisso. É claro que viver pode ser uma experiência fenomenal independente de acontecimentos extravagantes ou excitantes ocorrerem. Neste caso o que definiria a compensação seria a insatisfação com aquilo que você vem vivendo. Neste caso você deixa de ser mais realizada pela incapacidade de perceber o quão magistral pode ser a vida independente de onde estamos, como estamos, ou o que fazemos. O especial se torna a luz que projetamos no cenário em que estamos. Pensando bem, este é um dos grandes segredos da vida: o que torna a vida interessante não é o que temos, o que fazemos, com quem estamos ou onde estamos, mas sim a forma como nós nos relacionamos com o mundo. A percepção contaminada pode levar o individuo a perceber apenas os aspectos positivos de um acontecimento sem pesar nas responsabilidades, nos compromissos, na disponibilidade que se exige. Cada um nesta vida paga o preço de suas escolhas, tanto pela falta quanto pela fartura, tanto pelo anonimato quanto pela fama, tanto pela simplicidade e humildade quanto pelo orgulho e pelo poder. Portanto, reavalie seus conceitos, a satisfação ou sua insatisfação. A arte da vida está também em sabem extrair sabor das pequenas coisas que acontecem em nossas vidas.
As mãos representam a evolução humana, a conquista das habilidades refinadas que permitem aos seres o manejo e o domínio da realidade. O sopro é a força que anima a vida, é a energia universal que permeia o cosmo, absorvida pelos seres, é a nossa conexão direta com o universo. No sonho pode representar o avanço da consciência, já que através do sopro você dá vida ao instrumento refinado, as mãos, que nos permite superar obstáculos, vencer desafios, realizar conquistas. Isto pode aparecer como desejo, portanto seria compensatório, ou como atitude, portanto, movimento para se libertar da mesmice. Como vivência, o sonho pode indicar exercícios de experimentação de deslocamentos etéreo-corpóreo, ou seja, tomada de consciência de suas possibilidades como um fenômeno corpóreo, ou de deslocamento de corpo astral, etérico, etc. O sonho entre outras possibilidades pode ser referência do processo de transformação e da dinâmica de consolidação de sua consciência. O individuo vive transformações conceituais, de princípios e de foco de interesse que inevitavelmente alteram a percepção de mundo do sujeito, porque alteram o ponto de vista e a funcionalidade orgânica. Essa é a base de tal sonho.
O terceiro sonho mostra-lhe que a vida, graças à natureza, é múltipla e diversificada. Enquanto muitos encontram prazer no poder, no domínio e no controle do outro, ou ficam obcecados com o prazer dos encontros sexuais, muitos se fartam nos sabores dos alimentos, e outros se saciam com os aplausos que preenchem teatros egoicos. Existem os que encontram prazeres nos impulsos destrutivos, vingativos e agressivos, bem como há aqueles que se saciam na velocidade dos deslocamentos, na música, nos acúmulos materiais. Muitos encontram prazer se destruindo ou se aproximando da fronteira do aniquilamento, enfim, essa é a multiplicidade da natureza donde cada um escolhe sua fonte de prazer, ou seja, aquilo que dá sentido de motivação à vida. O melhor é encontrar prazer em acontecimentos simples e experimentar uma sensação especial quando conseguimos sintonizar uma conexão afetiva com o divino. Para mim não há nada igual. É uma sensação delicada, suave, com um doce sabor que desperta uma emoção fazendo a vida ter sentido. É preciso aprender a se colocar em predisposição a essa sensação especial que invade e se apossa de nós em momentos singulares da vida. Esse sonho é indicação da importância de sua ancestralidade e de seus compromissos diante de seus familiares, ancestrais e descendentes.
A verdade é que os mortos só se calam quando não são ouvidos. A sensação de sonhar com parentes falecidos envolve uma frequência energética especial. E é ainda mais especial quando se trata de pai ou mãe. A angústia sentida pode ser originada deste esforço psíquico em realizar este contato, entre dimensões diferenciadas pela frequência e vibração energética. Os sonhos podem ser um portal para esse contato com o mundo dos mortos. Através dos sonhos eles podem se conectar com os humanos. Neste sonho você reencontra seu PAI. Ele veio te visitar e parece-me que a mensagem você a decifrou. Que mensagem ele queria comunicar-lhe? Vejamos a resposta na sua fala '...Eu tinha vontade de fazer um verdadeiro interrogatório sobre a história de vida passada dele, principalmente sobre minha avó paterna, mas não tinha coragem e, embora minha mãe tentasse me ajudar, eu disfarçava fazendo de conta que não queria saber de nada anterior a minha geração...' Busque as respostas que anseia. Não há como prosseguir, com harmonia, negando ou escondendo de si o seu passado, suas origens, algum lado familiar. Conhecer seu passado é significante para o seu futuro e para o futuro de seus filhos. Procure as respostas, é o que diz o sonho em si.
Tudo aquilo que representou dificuldades, barreiras e embaraços para os ancestrais são os nossos primeiros desígnios. São coletivos e não temos como relevar. Tornam-se desafios pessoais que não podem ser negados. É nossa responsabilidade prioritária. Seu pai, provavelmente, quis esquecer o passado, mudou de continente, fugiu de si mesmo. Mas quando muda de dimensão, desta para outra vida, descobre que deixou aos descendentes uma responsabilidade monumental, negou-lhes instrumentos para refazerem as conexões de sua linhagem. Existem erros coletivos gerados pela estupidez humana. A responsabilidade coletiva fica a cargo da natureza na tendência der reunificar e reequilibrar as mudanças drásticas. Nos casos que envolve a linhagem específica de uma família, a responsabilidade é de cada linhagem e pode representar a necessidade de realizar fechamentos que poderiam levar décadas para serem concluídos. Daí a importância do auto-conhecimento, pois através dele, em pouco tempo um individuo pode ser capaz de realizar tal tarefa. É preciso reunir as peças do mosaico para libertar os mortos de seus equívocos passados e os descendentes de se tornarem elos partidos. Parece-me que você tem um Enigma pela frente. Desvende o mistério de seu passado paterno, encare a tarefa, enfrente as dificuldades que seu pai evitou, e conquiste sua liberdade.
Vamos ao quarto sonho demonstra como o corpo se auto regula. Na ausência constrói a vivência e compensa a necessidade. Naturalmente isso não acontece apenas na sexualidade. A capacidade projetiva se torna alucinatória para compensar necessidades em realidades que coloquem em risco o sistema. Desta forma adia o colapso corporal frente a necessidade de sobrevivência. O sonho é de natureza compensatória. Compensa sua necessidade, realiza seus desejos e abre o exercício para uma sexualidade mais ampla, menos conservadora e mais pró-ativa. Você é dona do seu corpo e responsável pela suas escolhas, assume seus desejos e avança nessa realização, contrariando pré conceitos, superando a repressão, a severidade moral, o tradicionalismo, e vivendo a mulher profana que mora dentro de você. Foi-se o tempo em que a mulher recebia vestida, a visita, do homem no quarto escuro dos pecados. A vida moderna iluminou este quarto e desnudou o homem e a mulher. O sexo vem deixando de ser, tardiamente, ato pecaminoso, para cumprir o seu destino de encontro de amor, interação afetiva de corpos que deixaram de se tornar instrumentos de culpa e pecado para serem templo e fonte de prazer. A luta entre a construção da idealizada imagem pessoal como sagrada em oposição à rejeitada imagem profana, sempre produziu muita confusão mental, culpabilidade, e menos valia. Para fugir do profano, do julgamento moral e da condenação social muitos se esconderam na severidade e na rigidez da moralidade, mas acabaram encontrando nos desvios a perversão ou tormentos e sofrimento. É um caminho delicado. Viver o que todos vivem no escondido enquanto condena-se à luz e a transparência.
O passado humano nos condena como sociedade hipócrita e cínica, fechada, escondida e pervertida, mas protegida pela aparência de sociedade religiosa, moralista e pura. A sociedade moderna, longe do cinismo Vitoriano, favorece o aprendizado da sexualidade de forma mais sadia e menos desequilibrada. O que um sonho como esse retrata além daquilo que comumente se vive no ninho de amor? Nada! Carícias, contato corporal, sensações, prazeres, dar prazer ao outro, sentir prazer tocando o corpo do outro, receber o toque, descobrir o corpo do outro e se deixar ser descoberta, gozar à exaustão. O orgasmo é fruto de instintos básicos, função vital e natural reguladora do organismo. Mas existe conflito e severidade moral. A ideia da prostituta está presente, inserida no contexto. Você sonha como se fosse uma Deusa Sexual, mas precisa se diferenciar da prostituta, para escapar da condenação que se impõe: '...eu podia dar prazer a quantos homens que quisesse sem me contaminar como uma prostituta.' Você se diferencia da prostituta como aquela que pode se contaminar. Contaminar como? Pela prática de sexo sem segurança? Pelo contato com vários parceiros? Mas depois de exaurir o outro, se mostra pronta para o próximo parceiro. Saiba que entre quatro paredes somos todos iguais, uns mais outros menos, mas iguais no genérico e na busca do prazer. Direito imposto. Reavalie seus conceitos sobre o que é prostituição e verás que o conceito pode ser mais amplo do que se imagina.
A prostituta é apenas aquela que recebe, como alvo, a carga da severidade moral da sociedade sem necessariamente o merecer. Olhe ao redor e verás prostitutos de todos os tipo: Políticos; Empresários; Famosos; Artistas; Supostos religiosos; etc. Amplie seus conceitos para entender que o sexo é sagrado independente dos limites. Sagrada é a natureza corporal, criada pelo divino, que, através da existência, nos permite ser produto deste ato, gesto de amor, de encontro entre dois seres. Profana é a forma como o individuo lida com a sexualidade: A maldade; A perversão; A banalização e a negação da vida, o cinismo; O egoísmo; A ganância; A inveja que goza através do olhar focado na vida alheia; O desrespeito; e tudo aquilo que chama apenas para satisfazer a morbidez pessoal. Como já disse o sonho é compensatório. É a forma do seu corpo se regular, diminuindo os riscos de perigo frente à carência. A psiquê induz a imagem e favorece a excitação introduzindo-lhe num ambiente do mundo erótico, submetido à força da pulsão, da paixão, do desejo, para encontrar o prazer consubstanciado em orgasmo. A imagem é clara: você se convida a entrar em um templo de sexo. Homens, mulheres e penumbra para brincar com a sexualidade, obter prazer com o próprio corpo e dar prazer. Você entra no Templo da Luxúria.
Você se acredita não libertina, como se viver a sexualidade do sonho fosse um acontecimento externo. Você pode na realidade não se permitir essa licenciosidade condenada, mesmo que desejada na vida real, mas este é o seu lado de mulher sexualizada, que tem fome de sexo, que anseia prazeres de servir como fonte, como Deusa sexual. Somos todos Deuses, sexuais, pelo menos, durante determinada faixa etária. Este é o seu lado de Mulher adulta e madura que você nega, esfrega porque quer ainda se pensar como uma menininha virgem e pura. Ser adulto e sexualizado são destinos inexoráveis, não existe mais o sentido da virgindade, mas sagrado sempre poderemos ser, isso dependerá de uma certa inocência na descoberta e da forma como mergulhamos nesta seara de prazeres. O sexo não é produto pessoal humano. É resultado da divina natureza humana. A forma com que lidamos é que é pessoal, seja sadia ou mórbida. É necessário aprender a lidar com essa sexualidade para que possamos envelhecer em paz, sem o risco de nos tornamos velhos pervertidos que só encontram satisfação vivendo o que não foi vivenciado na hora adequada, em um passado frustrado e moralmente duvidoso. Não temos escolha. Negar ou renunciar não significa solucionar o problema fundamental, ao contrário, pode representar agrava-lo. Somos empurrados para o mundo adulto sem escape e consequentemente para a sexualidade. Os santos renunciantes se descobriram no inferno á procura de uma saída, nem sempre facilitada. Aprender a lidar com essas forças poderosas parece-me um caminho mais sadio que mais a frente nos liberta do inferno. É precisa entrar neste templo, viver o que precisa ser vivido e ter o retorno para saber a hora de sair deste que pode ser o pior Dragão que temos que enfrentar. Quando se refere ao sonho com a frase 'ele nenhum sentido tem perante a realidade uma vez que não tenho essa libertinagem domadora.' está apresentando claramente a sua forma de negar a força de seus desejos. Você impede que essa mulher libertina se expresse. Mas essa mulher libertina que pode ser cada vez mais poderosa lhe empurrará para o inferno da luxúria, se você não se permitir aumentar os limites para a realização de força pulsional.
Adiante vem o quinto sonho. Você avança no sentido de dirigir sua vida. Conduz com suas mãos o volante de seu viver, mas o sonho pode indicar a necessidade de cuidados nessa direção para que não regreda a estágios de infantilidade onde os limites são maiores e o esforço mais exigido, o que pode representar retrocesso. Assumir a direção da vida lhe exige esforço, atenção e gera tensão. E você terá que enfrentar imprevistos e mudanças. Mas o corpo muda, o veículo se transforma, mais precário ou mais sofisticado, assim como se transforma a forma com que o conduzimos, como adultos ou como criança, com facilidades ou embaraços. E nós precisamos de esforço, técnica, destreza para nos equilibrar frente às exigência da vida. A imagem em cima do muro me parece o domínio pessoal em caminhar com destreza entre duas margens e à frente dos pais. Não há o que se esperar deles, a condução se torna pessoal. Você se conduz, se equilibra e se coloca em risco. Em cima do muro precisamos estar alinhados e no eixo, para não cair. A sabedoria popular indica 'estar em cima do muro' às pessoas, ou grupos, que evitam fazer escolhas para não se comprometerem. Reavalie se suas posições são apenas diplomáticas como defesa ou se usa o mecanismo para escapar de posições mais assertivas. Além disso o sonho demonstra que você usa a despreocupação para compensa a tensão da exibição. Esse exibicionismo chama a atenção, pois parece um lado lúdico e criança de alguém que fortalece sua confiança diante do mundo e se permite dançar sem se preocupar com qualquer risco, sem o medo e sem defesas repressoras. O que também pode indicar compensação. Por outro lado pode ser associado com a figura do tarô o louco, ou seja, estar em perigo sem perceber o risco. O louco caminha olhando para o céu, ao lado de um cachorro desesperado que tenta alertar o dono para o perigo que se apresenta. E o louco, olhando pro céu, dá um passo em direção ao abismo.
Naturalmente seu foco de atenção e de escolhas prioriza mais o lazer e o esporte. A parte final do sonho indica duas possibilidades: primeiro a metamorfose do homem em criança, que repete a metamorfose do carro em velocípede, também regressiva enquanto referência de diminuição da presença do conteúdo masculino, ou em segundo, sua tendência pessoal de tratar os homens de forma regredida. Se isto acontece, o sonho mostra a tendência de subestimar a figura masculina, internamente e na sua relação com a realidade. É mais do que apenas uma postura maternal, mas é a postura que compensa a força do masculino sobre sua personalidade. Outra vez questiona sobre libertar o lado feminino desta compensação maternal, pois visa o desenvolvimento do seu animus. Não vejo dessa forma. Ele já é desenvolvido. Já foi visto que este conteúdo interfere decisivamente em sua vida. Desenvolvê-lo fortalecera sua predominância na personalidade, o que pode não ser positivo ainda que seja a repetição do processo que vivem as mulheres de sua família. Integrar os conteúdos opostos no seu caso depende de abrir espaço em sua relação com o mundo, fora da fantasia, do imaginário, encarando os desafios e visando superar as dificuldades que a realidade a todos impõe. É isso”.
COLABORAÇÃO ESPECIAL: M. EDUARDO
APOIO: A_LINGUAGEM_DOS_SONHOS

sábado, 25 de setembro de 2010

Sonho respondido com pai, escalada e apertamento...


Essa noite voltei a sonhar com a figura paterna que era e não era meu pai ao mesmo tempo. Ele queria maior intimidade física comigo e eu disse para ele não fazer aquilo, pois eu não queria. Daí ele quebrou o clima já não muito ameno e disse que ninguém além dele ia me querer, fazendo uma lista completa dos meus defeitos. Era como se ele estivesse fazendo um favor em me querer enquanto mulher. Irada deixei-o falando sozinho e saí de cena. Num segundo sonho fazia um passeio com uma equipe donde um helicóptero nos deixou em alto mar. Mergulhamos e nadamos até uma escada instalada numa enorme parede rochosa. Subimos nessa escada e lá em cima entramos numa espécie de bondinho carruagem e puxados pelo cavalo subimos o morro da encosta. Conforme subíamos a vista do mar ia desaparecendo e apenas o céu podia ser visível. O terreno era íngreme e a sensação era de estar de fato no céu em uma altura muito, mas muito alta. Depois o helicóptero foi nos buscar lá em cima e o especial do passeio, o qual tivera um preço pago de forma individual, pelo visto, estava na escalada em si. Ao mesmo tempo em que sentia um frio na bariga estando lá em cima, também sentia-me fascinada. No terceiro sonho eu estava numa combi donde havia minha irmã dirigindo, uma pessoa ao lado dela e, atrás donde eu estava, mais cinco pessoas dividiam o espaço. Estávamos esperando uma sétima pessoa que estava chegando para ir conosco não sei aonde. Essas pessoas, tirando minha irmã que fazia o papel de motorista, eram agentes de saúde. Não sei o que eu fazia com eles dentro daquele veículo, mas estava muito apertado e comentei que estava com o pescoço doendo, pois eu não tinha espaço para me mexer e tinha que ficar com o queixo encostado no peito. Nisso acordei com minha mãe me chamando, entretanto o chamado dela também fazia parte do sonho, pois ao levantar notei que ela roncava na sala. Senti como se meu próprio inconsciente me despertasse para fazer-me manter tais sonhos em mente.
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“Alra” assim respondeu: “Vemos um evento espetacular na sua dinâmica. Você responde com limites, deixando de ficar suscetível à força do encantamento do apelo sexual, do apelo emocional relacionado ao buraco fundo da carência. Esta sempre faz o sujeito suscetível e seduzível, fragiliza deixando-o à mercê da força da pulsão interior e dos estímulos que satisfarão sua necessidade de prazer ou seus desejos. Se o sujeito tem fome, a seletividade do inconsciente focaliza o alimento e o atrai tornando-se presa do objeto que sacia seu desejo. Se o sujeito está saciado a força do apelo enfraquece. Se a força da necessidade é grande ela define o desejo. Neste caso considero a necessidade como um evento que antecede o desejo. O sonho pode indicar que o buraco da carência, o vazio, já não está tão grande. Você se fortalece e sua resistência amadurece. Na teoria do domínio, o dominador sempre subestima e desvaloriza aquele que quer controlar. Essa é a linha do dominador: desvalorizar o outro e se hipervalorizar. Você responde como quem está blindando a estupidez do outro. Sua autoestima não se desconstrói. Já falamos a respeito do aumento da resistência mental e da capacitação para responder aos confrontos a que é submetida. No passado um fato como este te jogaria para baixo, mas agora você impõe seus limites e não se diminui frente à crítica. Ótima evolução!
Seu passado de dramas e de vítima revoltada favorecia o surgimento do confronto já que este tipo de acontecimento retroalimentava a sua necessidade de autopunição. A dinâmica parece-me em transformação de postura, atitudes e respostas. Isto pode sinalizar fortalecimentos dos princípios que referenciam suas escolhas, bem como diminuição das carências, fragilidades e dependências. O afeto masculino está em fortalecer e preparar o sujeito para o mundo, pois a figura paterna é representação de princípio de realidade. Assim, o confronto e a negação do afeto indica uma realidade que favorece a manipulação, o domínio, jogando o individuo para baixo, donde genitor boicota o descendente, desprepara-o, tira-lhe a chance. Eu distingo o biótipo acima como Pai Competidor, aquele que compete com o filho tirando-lhe suas chances dentro da realidade, desfavorecendo, deixando de cumprir suas obrigações como pai. Por exemplo, quando o pai usa a filha como objeto sexual, dando-lhe o status de mulher e tirando-lhe o status de filha, ele reduz a filha, dependente do afeto e da proteção paterna, ao estado de orfandade e abandono, aumentando-lhe as dificuldades no enfrentamento da realidade através da sua desconstrução. O pai competidor introduz o filho de forma agressiva na realidade. Assim também acontece com as mulheres que se fazem de Mães Competidoras”.
Antes que ela prosseguisse eu comentei: Incrível como estou sentindo esse amadurecimento. Coisas têm me acontecido e noto que minha postura e sentimentos são diferentes. É como se os sentimentos estivessem caminhando junto com a razão. A tal da resistência emocional está fortalecendo-se e isso se faz visível quando sinto que estou no controle dos meus sentimentos e que estes não abalam minha auto-estima como antes. Mesmo que exista pesar ao aceitar alguma situação, não me diminuo por isso como fazia anteriormente, consequentemente, não sofro tanto e nem me deprimo na condição de vítima ou culpada.
“Alra” comentou que esse alinhamento, razão e emoção, é sinal de eixo, de referência e equilíbrio, de menos confusão e tormentos. Caminhar em uma direção estando voltada para outra pode sinalizar desassossego, divisão, conflito, desconforto dos Sem Rumo. O que estou percebendo são minhas boas novas, as quais realmente deve me fazer sentir mais confortável e leve. O caminho é um Bom Caminho! E assim ela continuou a explicação: “Vejamos o segundo sonho. Perceba o alinhamento e o fluxo do movimento: do céu para o mar, do mar para a terra, da terra para o céu. O helicóptero como máquina moderna pode representar seu corpo suspenso. O corpo suspenso pode indicar elemento de sua natureza ou indicar movimento de atitude aérea. Como tudo o que sobe cai ao se desconsiderar a realidade, o sonho pode ser indício de que a queda da idealização ou da fantasia lhe levará ao retorno para o oceano primordial. Mas você vem se articulando dentro da realidade. No sonho você pousa no oceano e aplica a energia e o esforço pessoal nadando. Depois encontra uma escada, um instrumento, e começa o seu retorno a terra. Em sequencia ascende à montanha pelo próprio esforço, recebe ajuda instrumental do cavalo, que na sua linguagem poderia ser encosto ou instrumento de mediação, força yang trabalhando a seu favor, domínio do selvagem e aplicabilidade de suas pulsões. Por fim, ascende ao ponto mais alto onde a visão é favorável.
Parece-me que a tendência é de pagar o preço, pessoal, pelos movimentos realizados e ascender novamente ao céu. Se for com controle e domínio, o movimento de fantasia aplicado à realidade favorecerá a mudança e o deslocamento do corpo, a conquista de espaço. Se não o for, indica ciclo que a levará de retorno ao oceano primordial ou aos perigos da fantasia. Os três elementos estão presentes: ar, terra e água. Falta o fogo. Podemos pensar que o fogo esta sendo usado na elevação ou na ativação da máquina. Neste caso há uma grande perda de energia para a repetição cíclica, você pode estar fazendo muito esforço para fica no mesmo lugar. Isso também indica que falta paixão, foco, propósito, objetivo, não necessariamente um caso amoroso, mas uma ligação simbiótica. O movimento é cíclico. Na jornada humana, os ciclos são determinantes no amadurecimento. Quando se encontra o portal, a passagem, o cavalo selado, o indivíduo não fica paralisado e transpassa o ciclo para a espiral, nela ascendendo, mudando de patamar de consciência. Se não encontra as passagens, perde o tempo, por falta de conexão com as frequências do universo, vibrações acima ou baixo que aprisionam o sujeito da dimensionalidade impedindo-lhe o acesso a estados mais sutis. A espira indica o movimento de expansão em sintonia com a dinâmica do universo. O ciclo indica o aprisionamento na mesma esfera, a eterna repetição, subir, descer, girar, retornar, repetir.
No terceiro sonho parece-me que você percebeu com exatidão a intenção do inconsciente: despertar-lhe de um sono profundo. A psiquê constrói um sonho que serve para acionar a consciência, despertando-lhe de um estado de ausência, torpor ou de uma condição de sono muito profundo. O sonho serve como uma conexão do estágio deste sono profundo para o estado de vigília. Você poderia pensar: mas por quê? Vários poderiam ser os motivos e, neste caso, parece-me um sonho que aciona o estado de vigília lhe retirando de um estado de sono que produzia alguma posição corporal incômoda, a qual poderia prejudicar o funcionamento de algum órgão corporal ou que levasse algum músculo à exaustão, promovendo alguma lesão ou disfunção. A construção inicia-se pelo aperto e pelo desconforto no veículo, ou seja, seu corpo. A presença de sua irmã pode ser por ela produz em você algum desconforto, polarização ou nível elevado de tensão. Assim, aumentando a tensão no imaginário, aumenta-se o desconforto que possa provocar-lhe uma excitação, um desconforto capaz de levá-la a acordar. Os agentes de saúde podem ser uma representação de responsáveis internos pelo cuidado corporal. A imagem favorece o intento onírico, envolvendo-a espelhando o desconforto do corpo e do sufoco provocado. O pescoço doendo é indicação de posição desconfortável, tensão corporal ou excessiva tensão que sofre a estrutura corporal, ou o sistema muscular. Não se esqueça de que a posição de relaxamento no sono permite ao corpo reequilibrar os níveis de tensão deixando-os em baixa atividade para a manutenção do sistema.
A imagem de sua mãe lhe acordando é a imagem tradicional de uma realidade que lhe chama para o 'acordar'. O nível de tensão foi crescendo para acabar na imagem decisiva da urgência do despertar. O susto final, com o surgimento da representação de autoridade, representação ampliada como símbolo de alerta, proteção, referência de realidade e cobrança, ocorre como a ação final para o acionamento do corpo ao despertar da consciência. O sonho retrata de maneira pedagógica e exemplar como a psiquê é absoluta no comando de nossas vidas e como o mundo onírico pode funcionar. Neste sonho a representação simbólica se mostra a mesma, presente, mas a função é de comunicação. A função deixa de ser correção de conduta, atitudes, formação de personalidade, constituição de sua consistência e maturação, atualização e regularização dos mecanismos psíquicos, para intervir de forma pragmática na condução da funcionalidade corporal, e na formação de um canal de comunicação, um caminho, uma artéria, uma frequência, entre o inconsciente e a sua consciência. O momento, pelo exposto acima, consequentemente, indica maturação de seus mecanismos corporais, de sua consciência como estrutura e da relação entre você e seu espírito.
COLABORAÇÃO ESPECIAL: M. EDUARDO
APOIO: A_LINGUAGEM_DOS_SONHOS

Sonho respondido com relações afetivas...

Sonhei primeiro que estava com um homem, mas daí ele reduziu de tamanho e tornou-se um bebê. Deitei e coloquei-o de bruços sobre meu peito. Acariciava seu corpo sendo que estávamos ambos nus. Ele começou a sugar em meus seios e rindo comentei que daquele jeito ia acabar saindo leite. Em segundo estava com minha mãe em Portugal, numa casa que supostamente deveria ser do meu pai. Minha mãe havia feito comida e estávamos prestes a nos alimentar, mas meus dois irmãos por parte de pai não estavam, pois não era período de férias deles. Pensei que a viagem ia ficar perdida uma vez que deveríamos ter ido nas férias deles. Daí lembrei que também não estava nas minhas férias e tentei imaginar se as minhas férias coincidiria com a deles, e se até lá teria condições de refazer a viagem. Não lembro mais nada desse sonho. Em terceiro me vi num ambiente com várias pessoas e haveria um duelo de dois homens por causa de um problema entre os filhos de ambos. Estava com grande pesar e um tanto inconformada com aquilo, pois sabia que dentre em breve, um daqueles dois ia morrer e, não aguentando, discursei falando firme e forte sobre o perdão. Eu não gritava, mas era como se houvesse um microfone na minha garganta. Falei que aquilo seria como um suicídio, pois já eram homens maduros intelectualmente para dominarem os sentimentos e se perdoarem. Disse que aquilo poderia gerar consequências negativas para as próximas vidas, inclusive para os próprios filhos, já que estes eram o motivo principal do dilema. Não lembro tudo que falei, mas as palavras fluíam, eu tinha muito domínio verbal e, embora soubesse que era praticamente impossível diminuir ou dissipar a ira daqueles homens, senti-me aliviada por ter feito minha tentativa, por ter dito o que pensava, por ter feito o que julgava meu dever. Achava-os insolente por querer fazer justiça pelos filhos com as próprias mãos, mas compreendia essa insolência por também já tê-la sentido milhares de vezes em situações passadas àquele contexto onírico. Enquanto conversava com um desses homens em particular, quase como numa despedida, meu sentimento era de que seria capaz de morrer para que ambos os homens permanecessem vivos e de bem um com o outro. Eu cheguei a imaginar me colocando na frente de um deles na hora do duelo para sensibilizar os dois corações amargos com a minha morte fatal, mas uma vez que não tinha certeza disso ser o suficiente, decidi que não me arriscaria. Infelizmente eu nada podia fazer além do que fizera ao oferecer meu concelho de perdão.

“Alra” assim respondeu: “O sonho indica relações que merecem ser compreendidas. A associação imediata poderia ser a relação entre sua baixa estima e a redução da representação masculina ao estágio do período de amamentação. Naturalmente, reduzindo o homem e crescendo o poder da mulher como seio da vida, você se assume diante de si numa relação de maternidade e proteção onde a estima se compensa através da redução do outro. Tão importante na mulher quanto a natureza de matriz da vida é a capacidade de nutrir a vida no outro através da alimentação no seio sagrado. Muitos podem ter dificuldades de compreender que essa relação santificada envolva uma natureza erótica. Mesmo para o recém-nascido que obtém conforto e o consequente prazer ao eliminar a dor e o desconforto causado pela fome, o seio se torna objeto de satisfação erótico que determinará e definirá a relação afetiva do sujeito com o mundo. Já disse anteriormente que este momento é crucial da definição da Personalidade Afetiva do individuo. Penso que deixando de lado classificações tradicionais, podemos até definir dois Biótipos básicos de formação da Personalidade: O Biótipo Afetivo e o Biótipo Não Afetivo. O primeiro é aquele que resulta de relações onde o sujeito obtém prazer, saciação e satisfação na relação Oralidade-Seio materno; O segundo tipo é aquele que sendo frustrado na conquista do prazer e formado de modo insaciável estabelece com o mundo uma relação de culpa, ressentimento e reatividade projetada de forma agressiva, bem como em forma do não estabelecimento de vínculos relacionais afetivos. O segundo biótipo define a formação das Sociopatias modernas e os desvios sexuais e compulsivos.
Sabemos que existe a tendência familiar de repressão aos conteúdos de origem Arquetípicos de Animus e a consequente presença destes conteúdos se manifestando em forma da definição de personalidade das mulheres como dominadoras e castradoras. Mas agora podemos introduzir um acréscimo a essa visão: entenda que a natureza da psiquê é dinâmica com tendência a instabilidade. Essa instabilidade é decorrente do processo de impermanência da natureza e de forças de expansão do universo. A estabilidade é resultado do individuo que a conquista passando a determinar a relação entre o seu sistema e o mundo. Digo isso porque, mesmo que a dinâmica seja a repressão do animus, a sua manifestação imperativa determina o domínio da personalidade feminina visível na geração da mulher dominadora e castradora. Mas, como nenhum sistema se mantém permanentemente estável, nos momentos em que ocorram variações e instabilidades nessa dinâmica de contaminação do Animus na personalidade feminina, afloram as tendência naturais do feminino, neste caso a necessidade de proteção, a maternidade, a afeição e essencialmente a relação do feminino com a sua natureza e corporalidade.
No sonho a representação arquetípica do animus é reduzida ao estágio da dependência feminina, ao estágio da relação de Simbiose Filho X Mãe e o sonho surge como compensatório, pois reequilibra a contaminação do animus sobre a personalidade da mulher dando-lhe a satisfação de superestima, consequentemente reduzindo o animus ao nível da dependência nutricional. Por outro lado fica claro que este conteúdo Arquetípico (Animus) necessita se desenvolver, se libertar deste estágio de simbiose, e sua natureza feminina precisa se libertar desta compensação maternal. Não há como ocorrer desenvolvimento e evolução se o indivíduo não integrar os conteúdos opostos à sua personalidade. Você precisa deixar de ser refém destes conteúdos que lhe fazem viver na necessidade de compensação para saborear um pouco de sua natureza feminina. Ainda que nesta relação exista um alimento erótico consigo mesma, ele nutre apenas o erotismo narcísico de uma personalidade aprisionada em si-mesma, nas suas próprias armadilhas. É isso”.

COLABORAÇÃO ESPECIAL: M. EDUARDO
APOIO: A_LINGUAGEM_DOS_SONHOS

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Pudim de pão....


O julgamento de Pôncil Pilatos...


“Olá 'Pessoal do mundo todo'! Acabei de ler mais um livro chamado O julgamento de Pôncio Pilatosi. Vou transcrever alguns trechos que gostei mais:
Julgamento de Jesus: '...A figura de Cristo era deprimente. Suas vestes eram trapos sujos; os longos cabelos em desalinho sobre o ombro. Sua imagem era a de um louco. Por que o filho de um Deus se sujeitaria a isso, nesta terra insólita? Por que um grande rei se importaria com os súditos que querem vê-lo morto, pendurado em uma cruz romana? Com Sua beleza, eloquência, carisma e inteligência, fácil teria sido para ele galgar um grande posto... Como eu, bem poderia ser uma magistrado romano, ter família, gozar de delícias e ter poder de comando sobre muitos homens! No entanto, nada faz, só teima em estar calado e querer ficar indefeso diante de mim, que sabe, nada tenho contra ele... Que há nos olhos deste homem, que dizem serem tão maravilhosos? Não posso vê-los... Naquele momento, então, timidamente e de forma imperceptível a todos os que ali se encontravam, como a atender ao que pilatos pensava, Jesus ergueu os olhos e o fitou por um instante... Pilatos se assombrou ao sentir que seus pensamentos podiam ser ouvidos. Surpreendido, encostou-se bruscamente na cátedra, enquanto sentia o rosto enrubescer de constrangimento... (pág. 62) ...Na vida, tudo o que acontece é meticulosamente traçado pela pena do Criador, cujos desígnios misteriosos escolhem os homens que, no sofrimento de suas desventuranças, conseguem se erguer com fé na bondade de seu coração; por isso, o segredo de uma alma feliz está em se viver resignado à sua vontade e desapegado das coisas materiais da vida...' (pág. 76).
Sonho de Selene: '...Pilatos emergiu das brumas daquele sonho leve. Quando se deu conta da situação à sua volta, reparou em Selene. Acordada, ao seu lado, ela tinha o rosto banhado em lágrimas. Ela tivera um sonho. Pressinto uma desgraça..., ela balbuciou sem conter o choro. Se mandares matar o Cristo, tu pagarás com a vida, não só com a tua vida, mas com a de nosso filho também. Temes alguma maldição do profeta? Não, Pilatos. Ele não nos faria mal algum... Com o que sonhastes?, indagou Pilatos. Foi muito confuso... Um bandido me apareceu, dizendo coisas estranhas. Na verdade, não era um bandido de fato. Que coisas te disse ele? Para que tu deixasses tuas mãos limpas... Pilatos, custe o que custar, não mandes matar o homem Jesus... Tens poder para tanto! Renuncia ao teu cargo se preciso for, porque mais vale uma consciência limpa do que todas as riquezas do mundo. Quem sabe dizer quantos crimes pode um homem de poder como tu cometer sem nunca o saber? Liberta esse Dimas também, ele não é um ladrão comum! Dimas?, perguntou Pilatos. Quem é Dimas? Não sei, gaguejou Selene. Veio-me à mente, acho que foi como o ladrão disse se chamar... (pág. 81) ...Pilatos estava ciente de que sua clemência para com o réu seria ecoada em Roma como uma traição contra César. A situação lhe escaldava o cérebro. O tumulto era cada vez maior. Quando Pilatos pediu água, o povo estranhou e a gritaria diminuiu... O governador queria lavar as mãos, segundo o sonho da esposa. Queria balsamizar sua consciência daquele assassinato... (pág. 89) Após lavar as mãos, levantou-se e gritou para o povo, que entendera o significado de sua atitude: Eu sou inocente do sangue deste justo; a vós pertence toda a responsabilidade...' (pág. 90).
Crucificação de Jesus: '...Com o auxílio de cordas e forquilhas, os algozes ergueram o sedicioso pregado na cruz, colocando-a em pé, próximo ao buraco cavado, onde deveria ser fincada. Um soldado, então, com um tranco, empurrou-a para frente e, deslizando, o tronco caiu no fosso. O solavanco brusco da queda da cruz fez com que os cravos – nos quais Jesus estava dependurado – rasgassem dolorosamente as carnes de seus pulsos e pés, sobressaindo-lhe os nervos. O sangue lavava a madeira, escorrendo até a terra insólita do Calvário, formando um barro avermelhado. Serviço cumprido. Tanto esforço dos soldados merecia uma compensação: sortearam entre si a túnica do crucificado. Como um dedo, a cruz apontava para o céu azul e totalmente desanuviado; sua sombra, arrastando-se pelo chão, coincidentemente indicava a direção do Templo de Jerusalém, lugar onde Ele estivera, tantas e tantas vezes, orando, ensinando e, por vezes, até mesmo chorando a iminente catástrofe que estava por recair sobre a cidade santa... (pág. 93) ...O sedicioso Jesus não teve ossos quebrados, cumprindo-se a profecia dos que o antecederam. Contudo, para ter certeza de que estava mesmo morto ao ser desprendido da cruz, os soldados romanos perfuraram seu peito com uma lança... Por solicitação de José de Arimatéia, Pilatos deferiu que o corpo de Jesus tivesse um enterro digno e seu cadáver fosse depositado em um cemitério comum, no Horto, livrando-o assim de ser sepultado em terra infame junto aos corpos de fascínoras...' (pág. 96).
Possibilidade de roubo do corpo de Jesus: '...Para impedir uma fraude, as autoridades locais determinaram que guardas vigiassem o sepulcro de Jesus, o que também foi determinado por Pilatos, que se interessava, grandemente em saber o que se sucederia naqueles três primeiros dias da morte de Jesus...' (pág. 101).
O sudário que cura: '...Pintaste a imagem de Jesus?, perguntou César para a mulher, que podia ver o imperador acometido de grave doença. Não, senhor... Quando eu enxuguei o rosto em sangue do Mestre, a imagem de seu rosto ficou estampada neste pano. Foi um milagre!, exclamou César. Verônica, que mantinha o pano consigo, desdobrou-o exibindo ao imperador a face de Jesus. Prostrando-se em adoração a Jesus, dizem que Tibério pôs-se a chorar amargamente, porque sentia que lhe escapara a chance de ser curado. O Cristo, morto e ressuscitado, havia desaparecido para sempre. Como teve fé e, apesar de ser o imperador do casto domínio romano, ajoelhou-se humildemente diante da imagem de Jesus, um milagre se operou. O pranto abundante lavou o rosto de Augusto, e de sua pele desprenderam-se as chagas... (pág. 134).
Revolta contra Pilatos: '...Levado por devastadora cólera, Tibério supôs que Pilatos fosse um traidor que não hesitou em mandar crucificar Jesus, tendo recebido propinas dos inimigos de Cristo. Jamais passaria por sua cabeça que o procônsul, que um dia se distinguiu por ser um soldado valente, cometeu aquele erro por temer as represálias dos judeus, como Pilatos queria fazer crer em defesa própria... A princípio César pensou em mandar matar Pilatos. Todavia, sentiu-se inibido a dar tal sentença, porque amando Jesus não poderia contrariar os seus preceitos, mandando matar uma pessoa por vingança... Então sentenciou que Pilatos fosse capturado e, em seguida, posto em cárcere. Decretou, pois, o seu exílio, o confisco de seus bens e a escravização de seus parentes... (pág. 135).
Morte de César: '...Na capital do império, consoante o sonho profético de Selene, César havia morrido no seu leito, há poucos dias, em circunstâncias misteriosas... Muitos atribuíram a responsabilidade pela morte de Tibério à sua bela e desregrada esposa, Júlia, filha de Otávio Augusto. Dizem que ela matara Tibério para vingar o exílio da filha dela, Agripina, na ilha da Pandatária, onde viria a morrer algumas semanas depois...' (pág. 157).
Depois de Pilatos ser preso e conseguir fugir com a ajuda de um servo: '...Certo dia, antes de deixar a Palestina, quis Pilatos retornar àquele penhasco escarpado, onde todos achavam que seu corpo havia tombado para a morte. Talvez quisesse voltar lá mais uma vez por puro misticismo, para experimentar a sensação de reencontrar-se como que ressuscitado dele...' (pág. 183).

Pilatos sente saudade de Selene: '...Na verdade, o amor dos que estão perto é como o metal nunca posto à prova ou como o navio que jamais enfrentou a fúria dos mares; porém, o amor dos que estão longe é como a espada que já derrubou exércitos, é como a madeira do bom navio que não afunda na tempestade. Da mesma forma que o ouro se põe à prova na fogo, assim também o amor verdadeiro é testado pela distância e pelo tempo...' (pág. 202).
Pilatos fica sabendo de Paulo de Tarso, o qual depois lhe encoberta a fuga: '...Chegou há pouco tempo em Salamina, na costa oriental de Chipre, cidade povoada por muitos judeus. Tornou-se conhecido por um discurso que fez na sinagoga, quando lhe foi oferecida a palavra por ser estrangeiro... Como se chama ele? É judeu?, tornou a indagar Pilatos. Seus amigos o chamam de Saulo, respondeu a jovem moça, antecipando-se ao irmão, querendo ser agradável ao hóspede, que demonstrava tanto interesse por aquele assunto. Saulo?, surpreendeu-se Pilatos. Sim, ele é um romano como o senhor, da cidade de Tarso. Porém, é mais conhecido como Paulo, nome de batismo cristão. É surpreendente a história que conta sobre a sua conversão... Dizem que ele perseguia implacavelmente os seguidores do Profeta Jesus. Então, o próprio Jesus lhe apareceu e a sua luz o cegou. Mais tarde, quando recuperou a visão, tornou-se seu seguidor... Desde então propaga a doutrina do Profeta para os gentios...' (pág. 216).
Pilatos se vê sem família: '...Pilatos caminhou a esmo pelas estreitas e populosas ruas da cidade... Selene, Caio e Lúcios foram mortos a um só golpe... Uma morte cruel, queimados vivos, a bordo da embarcação que haviam tomado em Jafa para irem até a Grécia. Que dor indescritível o assolava! Ninguém neste mundo poderia reproduzir fielmente com palavras tanto sofrimento!..' (pág. 221).
Missão de Pilatos junto a escravidão romana: '...As circunstâncias naquele inverno conduziram Pilatos a aceitar a inevitável condição de liderança daqueles homens miseráveis esquecidos da sorte que nutriam por ele a mais viva esperança de que além do fosso em que viviam haveria uma vida melhor, ainda que depois da morte. E foi justamente a respeito dessa esperança que Pilatos falou aos companheiros de escravidão, da existência de um reino distante, pedido em algum lugar do céu, reino este anunciado na Terra pelo seu próprio príncipe, um profeta chamado Jesus. Credenciado pela cura milagrosa de um dos escravos, a palavra de Pilatos se tornou naquele fosso a palavra do próprio príncipe a quem ele sempre se referia nas históricas sobre a distante Jerusalém...' (pág. 283).
Uma grande lição: '...Com efeito, nada havia naquele homem que lembrasse Pilatos. Quando governador da Judéia na confortável Torre Antônia, seu espírito não podia conciliar o sono; agora que estava na mais desagradante das condições e com o corpo lançado em um buraco, seu espírito repousava tranquilo... Realmente, Pilatos era a prova prática de uma lição do Mestre, a de que bens materiais podem trazer conforto ao corpo, mas não necessariamente paz para o espírito...' (pág. 303).
Desfecho – Pilatos encontra-se com a esposa que julgava estar morta: '...Selene!, gritou Pilatos, assustado como quem viu um fantasma. Sem se importarem se aquilo era sonho ou realidade insana, os esposos se enlaçaram em um longo, terno e apertado abraço... No dramático dia em que em Chipre foi queimado o navio em que Selene viajava para a Grécia, ela conseguiu se salvar, mas se perdeu para sempre do filho e do centurião Lúcio...' (pág. 326/237)
O reencontro com o filho que trocara o nome Caio por Silas: '...Voltando-se para o lado da estrada de onde vinha o barulho, viu Pilatos que em uma nuvem de poeira cavalgavam do Oriente, em sua direção, o questor Silas, o tribuno Lúcio e o escravo Abdul.' (pág. 237).
Do livro é isso. Até outro momento ou outra leitura...”
i LELLIS FILHO, Edmundo. O julgamento de Pôncio Pilatos. São Paulo: Editora Landmark, 2005.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O vício de agradar a todos...

Confira em: http://desinibidaysegura-escritorasou.blogspot.com/2010/09/o-vicio-de-agradar-todos.html

domingo, 19 de setembro de 2010

Bolo torta de banana e lazanha de domingo!


sexta-feira, 17 de setembro de 2010

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Mãe Paz


“Olá 'Pessoal do mundo todo'! 'Carlotinha' e eu acordamos cedo e juntas fomos a biblioteca trocar os livros. Ao retornar troquei a frase do MSN e Orkut por: '...Minha tristeza se torna um alegre cantar; É que carrego o samba bem dentro do peito; Sem a cadência do samba não posso ficar...' Em sequência 'Alra' foi trabalhar seguindo a rotina normal. Tirando esses fatos de lado, tenho a contar que acabei de ler o livro Mãe pazi. O livro fala do tarô sobre um ponto de análise da força feminina. A autora diz que a cura é um processo natural que o organismo já domina. Tudo o que temos a fazer é basicamente deixar o caminho livre, mentalmente falando, para permitir que o corpo entre em ação. Mas não fomos ensinados a confiar no corpo, o que faz com que o processo requeira tempo e paciência. Se desejarmos curar o corpo, devemos imaginá-lo em boas condições. Para curar o planeta, precisamos visualizar a paz, não como aspiração abstrata, mas como realidade prática. Vou resumir um pouco sobre cada carta do tarô:
0. O louco não sabe o que faz e, num sentido lógico, move-se a partir de um impulso que aflora das infinitas possibilidades. Por encerrar em si todas as possibilidades, representa o fenômeno do sincronismo ou coincidência entre eventos. Trata-se daquela parte de nós que nos conecta inconscientemente ao grande todo universal, fazendo com que situações envolvendo inefáveis e insuspeitos elos entre pensamento e ocorrência factual 'aconteçam magicamente'. O louco contém em si todas as cartas do tarô em forma embriológica. À semelhança de uma criança, cujo grau de consciência atém-se basicamente ao momento presente, o louco vive momento a momento, sem analisar intelectualmente o que se passou ou o que está por vir. Nesse sentido, é eternamente jovem e novo como o alvorecer. Representa a inocência pura, destituída da ideia de pecado ou transgressão. É o louco em nós que incita à liberação de nossa personalidade de um estado letárgico rumo à iluminação e a transformação destituídas de temos ao futuro. O louco é verdadeiramente aquela parte de nós que não se preocupa com a opinião alheia nem com as aparências. Em mim encontro-a em 'Ane' e 'Bebadino'.
1. O mago direciona sua vontade por meio da mão esquerda, que é feminina. Ele dispõe da dádiva da energia, a motivação para agir e prosseguir em frente. Identifico-o com 'Sândalo'.
2. A sacerdotisa ou papisa é a vidente em sintonia com tudo que acontece em qualquer local e a qualquer momento. Representa a consciência onírica, os transes oníricos aborígenes e capacidades psíquicas latentes. Ela faz-nos um convite a relaxar e ouvir a própria intuição. Identifico-a em 'Eugênia' e em mim mesma, 'Dayse'.
3. A imperatriz sente sua conexão com a Terra. Representa a vida comunitária em união com o solo, numa época que os povos não guerreavam, mas consagravam suas horas de lazer ao amor e à arte. Ela faz o lado artístico aflorar, descortina o amor à beleza e realça a apreciação estética do mundo. Identifico-a em 'Gardênia'.
4. O imperador é um símbolo tradicional do patriarcado em sua forma ativa. Representa o rei, o patriarca, o patrão. Embora às vezes seja tido como exemplo de paternidade, é invariavelmente uma figura autoritária que busca estabelecer controle e domínio sobre as situações. O trono do imperador, frio, isolado, desvinculado da vida, simboliza a autoridade usurpada ao universo natural feminino. Não é fácil lidar com o imperador por tratar-se de alguém egoísta, autocentrado e destituído de sentimentos. 'Felino' e quiçá 'Mateus' possuem um imperador oculto.
5. O hierofante ou papa proíbe o acesso direto à sabedoria sagrada, representando o poder mágico-religioso da água nos bastidores. A água representa a emoção, os sentimentos, o inconsciente, a lua e a fêmea. Mulheres foram forçadas a ajoelhar-se perante o papa, que distribui a religião como migalhas lançadas a um mendigo. O papa é pomposo e insuportável, sente-se superior aos demais e tenta ocultar o que está acontecendo. É contra o canto, a dança e o sexo. Se ele se encontra no interior do espaço psíquico ou físico, devemos nos afastar dele. 'Zúlion' carrega um pouco desse arquétipo.
6. Os amantes ou namorados representam as forças yin e yang do universo e sua natural atração recíproca. Esta união ainda não se consumou, é apenas visualizada e desejada. Nesse ponto é justamente a força de atração que se encontra em atuação. A ciência oculta ensina a doutrina das almas-gêmeas, que encarna claramente esse conceito. No plano físico, cada ser humano possui ao menos um aspecto complementar ou 'gêmeo' em algum ponto da Terra, com o qual sua alma anseia por reunir-se. Quando essas metades se encontram, pressentem-no e se ligam. Eis 'Alra' e 'Mateus'.
7. O carro representa o conquistador de alguma vitória, uma triunfante amazona guerreira. O sete, número do carro, é geralmente considerado um número místico sagrado que encerra um sentido de acabamento e realização que transparece nos sete planetas dos antigos e nas sete notas da escala musical. O carro representa o embasamento e capacidade de realizar tarefas no plano físico. Tradicionalmente simboliza também a vitória da autodisciplina. Ao se deparar com o carro numa leitura, poderemos constatar que a mente adquiriu maior controle sobre facetas inconsciente. Este controle não é proibitivo ou rígido, como o do imperador, tem mais a ver com o aporte de material inconsciente à superfície da consciência para maior complexão. Encontro esse arquétipo em 'Carlotinha'.
8. A justiça representa as leis da Natureza, bem como as inexoráveis manobras do Destino, o giro lento e regular da roda kármica. Citando o Eclesiastes: 'Para tudo existe uma estação, e um tempo para cada desígnio sob o céu'. A carta da justiça representa que podemos entrar em sintonia com a perfeita 'equidade' de nossa situação se nos empenharmos em compreendê-la plenamente. 'Virgínia' se enquadra a esse estilo justo.
9. O eremita (que no tarô tradicional é o ermitão) é a velha bruxa versada na invocação do poder da lua, da conversação com os espíritos e na execução de feitiços mágicos. Buscadora, asceta e iniciada, a eremita representa aquele estágio da vida em que sentimos uma compulsão a partir do encalço da sabedoria, que significa um período de introversão e busca espiritual. Ela encerra em seu interior o masculino e o feminino, o sol e a lua, atividade e receptividade. Aprendeu a reter e transmutar energia, e assim pode optar pelo seu acúmulo ou libertação. A eremita é provavelmente celibatária, mas não necessariamente inativa sexualmente, encontra-se apenas de momento sem parceiro e talvez por escolha própria. O nove, número da eremita, simboliza sempre a sabedoria e possui um sentido mágico sagrado. O nove, multiplicado por qualquer número gera sempre um número redutível a nove. Vejo-a presente em 'Pérolla' e 'Agape'.
10. A roda da fortuna é um tipo de 'relógio do destino' expressando as transformações que podemos esperar no decurso da vida. Não devemos nos ver como prisioneiros da roda (como na visão budista), mas como participantes de nosso próprio destino. A roda da fortuna simboliza um momento de pico, um desejo que se realiza, a manifestação de algo que se espera há algum tempo.
11. A força é o poder da mente, a força domadora presente na mulher. No tarô, a carta da força refere-se tradicionalmente ao poder de obter o que se deseja por meio do poder da mente e da força de vontade. Tirar a força numa leitura significa que nos encontramos prontos e capacitados a obter o que desejamos na vida. Identifico esse arquétipo em 'Merly'.
12. O colgado ou enforcado numa leitura significa que perderemos uma parte de nós pelo desvencilhamento com o ego. Diferente da tradição cristã, o enforcado não implica crucificação ou dor, mas sim uma sensação de êxtase e entrega ao amor. Definitivamente esse personagem quer dizer-nos 'pare de agir' e 'permita' que as coisas aconteçam. Encontro-o em 'Miguel'.
13. Morte significa transformação. Em todo processo de morte, verifica-se um renascimento simultâneo. Morte e vida constituem polos alternantes de um mesmo fenômeno, uma porta giratória entre mundos. A mensagem central da carta consiste em sintonizar-se com o processo de renascimento e permitir que a velha pele se desprenda para que a nova possa emergir. Podemos finalizar a morte a fim de torná-la mais real e dar-lhe mais forma e consistência. Uma cerimônia de liberação e de adeus é de grande serventia quando surge a carta morte. Se uma parte de nós está fenecendo, devemos falar com ela e liberá-la com amor.
14. A sacerdotisa da temperança personifica as artes curativas e mágicas inatas ao sexo feminino, o poder sexual exaltado ao ápice pela dança, o ponto do orgasmo e sua transmutação em energia curativa. Trata-se da mulher feiticeira, com seu antigo poder preservado na íntegra e expresso em plenitude. Foi em virtude desse conhecimento que nove milhões de bruxas foram queimadas durante a Idade Media. As sacerdotisas da temperança, mediante o ritmo, lograram despojar-se de seu eu individual e encontrar-se com a divindade por meio da mais antiga das formas de adoração conhecida pela humanidade: a dança sagrada da energia. Se tiramos essa carta numa leitura, isto significa que estamos em equilíbrio. Os movimentos naturais de energia ao nosso redor e em nosso próprio interior se encontram harmonizados e integrados. Não nos encontramos fragmentados ou desconexos em relação ao nosso verdadeiro eu. Uma fusão tântrica ocorreu, e por meio dela partes opostas do nosso ser se conciliaram. Se a carta disser respeito a alguém mais, então teremos alcançado a união que buscávamos na carta dos amantes ou namorados. Talvez sintamos a cura se manifestando. Esta carta traz consigo enorme poder, uma corrente elétrica de energia pulsa através de nosso corpo e alma. É essencial permanecer conscientemente ligado à terra e ciente de que a energia que perpassa flui através de nós, mas não é nós. É uma dádiva a ser zelada com clareza e amor, a qual jamais deve ser empregada com egoísmo ou contra os demais. Talvez sintamos um chamado para curar alguém ou aplicar nossa energia em prol de terceiros. Se achamos imbuídos do dom da cura, podemos e devemos sentir-nos livres para canalizar ajuda a outrem, desde que conservemos a neutralidade e não permitamos que nosso ego se apegue a esse poder. 'Ágape' e 'Pérolla' tem um pouco desse arquétipo.
15. O diabo do tarô é uma carta complexa e repleta de significados paradoxais. O diabo é um conceito que foi inventado pelos patriarcas religiosos e posteriormente utilizado durante a Idade Média para ajudar a justificar a matança de nove milhões de feiticeiras-curandeiras. Em termos junguianos, podemos considerar o diabo a 'sombra' coletiva e individual. O diabo corresponde, pois, a um modelo escravizante de organização social que tem por filosofia o exercício do poder sobre outrem. Este modelo é um estilo de vida que entroniza a dominação e a hierarquia em substituição às leis naturais do universo. Ao sair numa leitura, o diabo traz-nos a mensagem de que nos encontramos sob o domínio de algum poder. Estamos de alguma forma aquiescendo ao binômio mental domínio-submissão, e a questão do poder está em jogo. Talvez estejamos abusando desse poder de alguma forma, impondo nossa vontade aos demais, deixando o ego tomar as rédeas e a ambição guiar o caminho. Para libertar-nos do diabo teremos de confrontar-nos com nossa própria realidade em um nível bastante profundo. 'Raombra' simboliza o diabo.
16. Quanto mais a humanidade deriva ao longe da fonte divina que nos guia com sabedoria, mais intensamente as forças ostentadas na carta do diabo entram em cena. Eventualmente, faz-se necessário um corte: a inevitável retribuição representada pela carta torre. Quando tiramos a carta torre é preciso coragem, pois grandes mudanças virão. Transformações radicais estão se processando em nossa vida como um clarão de iluminação. Quer gostemos ou não, a mudança será fatal. A estrutura sob os pés desmoronar-se-á.
17. A estrela representa a calmaria que sucede a tempestade. O fogo devassador da torre abrandou-se. A estrela é como a justiça, mas alçada a um patamar mais elevado. Nela verifica-se uma submissão consciente ao destino, uma amorosa dádiva do eu ao espírito da vida. Foram-se os ajustes kármicos inesperados e a confusão em relação ao certo e errado. Agora o ser se acha em contato, por meio do corpo e dos sentimentos, com o fluxo natural do universo e alinhado com o verdadeiro propósito da vida.
18. Na tradição do tarô, a lua representa os desejos e medos inconscientes que acompanham a característica sensação de perda de controle e queda que sentimos ao ingressar no reino inconsciente do sono e dos sonhos. Trata-se da gigantesca força acumulada do mal e das más ações, o lado nefando do eu que preferimos fingir que não existe, e para o qual sequer desejamos olhar, mas que insurge num momento determinado do crescimento psíquico. É preciso não apenas encarar frontalmente esse demônio, como inclusive integrá-lo ao nosso ser, a fim de estabelecer a plenitude integral. Devemos mergulhar completamente nas trevas para emergir pleno na luz vital da próxima carta, o sol.
19. O sol significa renascimento: o egresso da borboleta do casulo. Simboliza a consciência em seu aspecto de compreensão ativa e desperta em relação à vida, e sua apreciação por ela. O sol confere-nos confiança e a capacidade de nos posicionar harmoniosamente no mundo.
20. Se no sol os raios divinos do Eu espiritual começam a iluminar a personalidade, mas esta permanece à frente, já no julgamento, a personalidade retrocede um pouco, e é a majestosa luz do arco-íris do Eu central quem brilha à frente. O tarô, de modo geral, e a carta do julgamento, em particular, enfatizam o retorno dessa consciência: a compreensão da lei de causa e efeito, da compaixão e ordem divina que acompanha esse entendimento. Quando tiramos a carta do julgamento, podemos apostar que alguma decisão importante já foi tomada por nosso Eu superior. Talvez nem estejamos conscientemente a par do que está acontecendo ao certo, mas algo ocorre e transforma nossa realidade para melhor. O julgamento é a carta dos curadores divinos, o canal transcendente e desapegado por meio do qual as forças mais elevadas do universo podem fluir. Devemos dispor da oportunidade de manifestar essas energias. Se o fizermos, surtirão efeitos duradouros em nossa vida.
21. Tirar a carta mundo significa que, de alguma forma, adquirimos mestria sobre os três planos: mental, físico e emocional. Chegamos a um grau de autoconhecimento que nos deixa confortáveis conosco mesmo. Nossa personalidade parece guiada por um Eu mais centrado. Nos encontramos ciente de todas as nossas partes exprimindo nosso verdadeiro Eu no mundo. O mundo interior se abre perante nós, múltiplas possibilidades nos são oferecidas e nos sentimos capazes de abraçar tudo o que vier. Uma pujante sensação de paradoxo pode tomar conta de nós, fazendo-nos rir ou chorar de alegria. Chegamos a conhecer-nos como ser individualizado, mas perfeitamente igual aos demais. Nada pode abater-nos, pois não passamos de um grão de areia no plano universal. E no entanto, ao mesmo tempo, reconhecemos a própria individualidade singular. Achamos, pois, verdadeiramente preparados para trabalhar com os demais na solução dos problemas mundiais.
Em seguida o livro apresenta os naipes (dos arcanos menores): Bastões ou paus encerra a energia e a força do fogo. Simboliza o poder e a autoridade, a premência que motiva a ação e, num plano superior, a vida do espírito. O fogo é um antigo símbolo do poder feminino, geralmente associado à cor tântrica vermelha. À medida que a energia vai se acumulando com o aumento nos números, o poder cresce. Espadas representa a atividade mental e os poderes da mente. Uma vez que a mente se acha frequentemente imiscuída em conflitos e projeções, as espadas tradicionalmente exibem maior gama de qualidades negativas que os demais naipes. As nuanças claras de amarelo, bem como os tons cítricos que predominam nas espadas refletem os poderes mentais que o naipe representa. O potencial para o pensamento abstrato e conceitual, a capacidade de criar sistemas e vislumbrar claramente o futuro e de conhecer a lógica dos fatos abundam nas espadas. Em seu melhor aspecto, simboliza a capacidade da mente de selecionar a falsidade e promover a verdade. Nesse sentido, a espada representa também o ego e suas tendências separatistas, a noção distinta entre eu e o outro que caracteriza o patriarcado e as atividades exercidas pelo imperador. Copas simboliza o elemento feminino água e a qualidade do que é receptivo. Copas são vasos que encerram sentimentos, emoções, desejos, sonhos inconscientes e visões. Por possuírem natureza astral-lunar, são por vezes representadas por crescentes prateados. Ouros representa a terra e o plano físico. No livro é chamado de discos. Possui uma forte conotação de solidez e realidade, quer se trate de moedas, do corpo material ou do próprio universo físico. Representa a magia da terra e a capacidade auto-sustentadora da vida.
Em seguida vem a definição dos números: o ás corresponde ao mago, representa o ponto central da existência, os primórdios da atividade. Ases são dons e dádivas, causas primárias, raízes. O dois é semelhante à sacerdotisa ou papisa: representa a receptividade e o magnetismo. Significa polaridade e equilíbrio entre opostos. Por sintetizar a presença ativa do um e a passiva do dois, o três é mais estável que esses dois primeiros números. Constituem um triângulo que significa harmonia e fluxo. O quatro forma um quadrado ou cruz, figuras que imputam ordem, típico do imperador, juntamente com um certo sentido de limitação. O cinco tradicionalmente representa conflito e contendas, significa mudanças e algum tipo de erupção. É importante perceber entretanto que a destruição é essencial à transformação e ao renascimento. São apenas etapas de um mesmo processo. O seis é pleno e expressivo, número do ápice, que sempre encerra algum tipo de expansão e positividade. Representa a exuberância ou triunfo, o estar por cima, o momento de ação decisiva, algum tipo de clímax ou momento de glória. O sete trata do trabalho interior, das realizações nos planos íntimos e do auto-exame. Após o ciclo de ação exteriorizada do seis, advém um período de avaliação e remate com processos interiores de algum tipo. Algo ocorre, mas não somos capazes de percebê-lo; trata-se de um período em que tendemos a estar essencialmente inconscientes. O oito é o número da mudança e da inspiração. Representa uma variação de humor em relação ao que se passou e o ingresso em uma nova fase que brota diretamente da vivência passada. O nove, por ser o dígito unitário final do sistema numérico, representa a finalidade e a consecução. Se acha ligado à sabedoria da eremita do tarô. O dez representa a superabundância do elemento de um naipe particular. Tendo atingido a plenitude no nove, a evolução sucedânea transborda ao ciclo do retorno no dez. Por conseguinte, assinalam sempre a transição para o novo, um evento transformativo. O dez parece levar a personalidade a transcender-se nos reinos espirituais. Simboliza sempre um evento grupal ou vivência comunitária.
Resta saber sobre as figuras: as filhas (valetes) correspondem ao lado jovem da personalidade repleta de vida e entusiasmo. As funções a elas atribuídas são as sensações, emoções, impulsos básicos, a memória de imagens, a intuição e a percepção difusa. Os filhos (cavalheiros) incorporam uma qualidade alegre e luminosa que constitui o elemento-chave do arquétipo masculino positivo. Uma sacerdotisa (rainha) é qualquer mulher em plenitude de expressão e também a mulher interior de qualquer homem que se identificar com ela. Os xamãs (reis) representam o poder e a experiência. Operam com grandes poderes, mas não visam a consolidar poder sobre os demais. Basicamente, simbolizam o poder sobe si, a vitória sobre o medo e a dúvida, bem como a mestria sobre o reino espiritual. Enquanto as sacerdotisas trabalham com o coração, os xamãs trabalham com a cabeça. O título de xamã pressupõe competência, habilidade e saber legítimos. Qualquer que seja o naipe a que pertença, o xamã sempre possui domínio total do elemento e sabe como utilizá-lo, tanto em proveito próprio como para ajudar a solucionar os problemas mundiais. Os xamãs são amiúde instrutores espirituais, os sábios anciães da tribo. O livro define cada uma das cinquenta e seis cartas dos arcanos menores, mas comentar sobre cada uma alongaria muito este resumo. Finalizando, vale lembrar que o mais importante na leitura das cartas não são as orientações técnicas, mas a sensação que sentimos ao lê-las e o que parecem nos dizer. A intuição é crucial na leitura do tarô. Do livro é isso e fico por aqui. Até breve”.

i NOBLE, Vicki. Mãe Paz: um caminho para a Deusa através do Tarô. Trad.: Dalton M. de Alencar. Rio de Janeiro: Record Nova Era, 1998.