Obrigada pela visita!

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sábado, 30 de outubro de 2010

Sonho com morte de mamãe, mar congelado e erupções no rosto...


Ultimamente tenho acordado mais morta do que viva. Meu corpo dói, está pesado e nem sei como tenho sobrevivido ao cansaço intenso que venho sentindo ao decorrer do ultimo mês. Se antes eu clamava de cansaço emocional, agora me refiro a cansaço físico mesmo. Mas tenho de dar conta da vida e me obrigo a cumprir tudo o que me cabe. Desde a semana retrasada que minha irmã já estava em fim de vir para Uberlândia e isso não deixa de ser um agravante ao meu estado de mal-humor e mal-estar físico. Até o meu estomago parece estar retardatário para fazer a digestão e por vezes quase chego a pensar que vou vomitar. Essa noite sonhei que minha mãe brigava com um vizinho quando este começou a lhe tacar pedras. Mandei-a entrar dentro de casa, mas ela queria revidar. Entretanto ele estava num prédio enquanto ela estava no chão e, logicamente, as pedras dele eram arremessadas com muito mais força do que as dela. Eu fingi que tinha sido atingida no braço e comecei a gritar muito pensando que aquilo pudesse impedir a continuação da chuva de pedras, mas não adiantou. Quando notei que o barulho das pedradas havia parado, vi minha mãe desfalecida. Desesperada corri até o corpo dela já inerte. Nisso vi a aproximação de Bezerra de Menezes, Adolfo Fritz, Bittencourt Sampaio e vários outros espíritos com aparência humana normal, mas que eram denominados de orixás. Não sei explicar como eu os reconheci, pois eles estavam com uma aparência diferente e, ademais, o único cuja aparência me era conhecida antes do sonho era do Dr. Bezerra. Aliás, só fiquei sabendo se tratar deles pois no sonho eu gritei o nome de cada um desesperada ao ver minha mãe morta. Vendo que eles iam 'resgatá-la' afastei-me do corpo. Vi o espirito de minha mãe ser socorrido. Com um vestido branco esvoaçante e com aparência de jovem, ela se levantou mantendo uma espécie de grande tumor, parecia sangue coagulado, na altura do coração. Ver o lado espiritual foi um pequeno consolo no meio da tragédia. Prefiro até sonhar com minha própria morte. Mas pensando bem, essa mãe por certo é uma representação minha, não é? Mas por que motivo fui sonhar com essa tal equipe espiritual se nem lembrava direito de tais nomes, se nem conhecia a aparência deles e se nem pensava na possibilidade dos orixás serem espíritos de aparência humana normal?
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Resposta:
“Alra” pensou sobre os sonhos e assim teceu o seguinte comentário: “Uma análise imediata do sonho indica o desejo de ver sua mãe morta. Não se assuste! O desejo de morte dessa 'mãe' pode ser confundido com o desejo de morte da mãe real, a progenitora, mas estou dizendo da representação simbólica da matriz. Esse desejo de morte, excluindo casos patológicos, não faz referência à morte física da mãe, mas ao momento que estabelece o término, ou à fase inicial do processo de desligamento: 1. Do poder de intervenção materno a partir da realidade desta entidade de força, deste indivíduo matricial construtor e formador do outro Ser. 2. Do poder de intervenção da representação simbólica materna constituída no inconsciente, originada da mãe real. No inicio ocorre a diminuição desse poder de intervir até que este conteúdo seja dissolvido, restando apenas a representação do conteúdo afetivo de mãe.
Esse mecanismo é semelhante ao que ocorre com a representação e simbologia do Pai. Em ambos os casos, a partir do momento em que o indivíduo se constitui uma individualidade adulta maturada, esses conteúdos e representações são dissolvidos, já que incorporados na constituição da personalidade do sujeito, não se fazem mais necessários como referências básicas de princípios, de conduta na relação com a realidade, ou de proteção à estrutura psíquica. Assim, essa mãe pela qual se desespera é a sua mãe em você. Naturalmente há conflito entre a sua busca de consolidação como um individuo adulto, sua Singularidade, e a menina que resiste em abandonar o conforto e condição de estabilidade de filha dentro do seu cenário de vida juvenil. Mas parece que a vida lhe empurra para a realidade, para o seu destino, para a consolidação de sua existência como uma mulher, lhe exigindo novas escolhas, novos caminhos, novas respostas. Empurra-lhe para que se assuma como mulher madura e para isso, agora, com seus conceitos pessoais incorporados aprendidos e herdados, deixe de se ancorar e de se proteger na barra da saia da mãe para prosseguir na construção de seu destino, na realização de seus desígnios.
Muitos nesta hora recuam e escolhem não avançar. Evitam crescer e amadurecer. Pagam o alto preço de contrariar a lei da impermanência da vida. Fixam-se no solo como árvores resistentes propensas a dobrarem apenas a cada tempestade cíclica do tempo. Pensam que escolhem o caminho mais confortável e às vezes nem descobrem o equivoco de suas escolhas, o erro de interromper o processo natural de desenvolvimento de suas existências fixando-se na segurança ilusória do passado de proteção familiar. Mas mesmo que não descubram seus equívocos, são obrigadas a amargar o sofrimento sem saber o porquê de tão trágico destino. Prefiro não pensar nas entidades que aparecem como sendo reais, mas sim como símbolo, conteúdos e referências de sua vida de Adulta, que incorpora conceitos, princípios e doutrinas na formação pessoal. Associo com conteúdos originários de sua formação pessoal que indicam a referência para que responda de acordo com a realidade. No caso acima, a morte da mãe que representa a sua ascensão individual, lhe provoca o medo de arriscar, o medo da transformação, e as entidades representantes da doutrina, seus conteúdos formados de conceitos incorporados, afloram como referência de resposta ao cenário de Morte. Todos eles, são imagens, são referências significativas da Doutrina Espírita. Como se lhe dissessem: 'a doutrina indica a crença na imortalidade. Não há porque desesperar!' Integre seus conteúdos, alinhe-se aos preceitos nos quais acredita sintonizando-os com o comportamento e as respostas adequadas. De que adianta conceber uma noção de mundo e agir como quem nega essa noção? Neste aspecto o sonho confronta a ação, forma de resposta, com a idealização.
Inserido neste contexto está o apego e a importância de trabalhar o desapego, para que o impacto das perdas deixe de ser devastador em sua estrutura e na condução de sua vida. Pela vida vemos indivíduos trabalhando para se apegarem como gosma a todo o tipo de ilusões, quando deveriam trabalhar o desapego para conquistar a libertação, único estado que nos permite a plena maturação. De que adianta o conceito da vida como passagem se ficamos viciados, agarrados, apegados a cada estação que passamos? E a questão que considero a chave primordial: a aceitação do destino. Uma das grandes causas de sofrimento no mundo é a falta de aceitação dos limites da existência. As pessoas podem passar toda uma vida estéril, sem que o saibam, lutando contra a condição definitiva da existência: seus limites. Em síntese: para crescer precisamos matar simbolicamente o pai e a mãe dentro de nós, conservando apenas o vínculo afetivo. Precisamos aceitar a realidade da existência para aprender a não sofrer com as perdas e para não transformar a existência numa projeção da tragédia pessoal e conceitual do mundo.
A figura de mãe é uma representação pessoal de você mesma enquanto mãe, enquanto parte feminina, representa sua auto-proteção, origem, lado afetivo ou de desafeto, simboliza sua expectativa de mãe e a expectativa que nutre projetada em sua mãe, realça os sentimentos e emoções que nutre pela Mãe que se origina dentro de você. Ainda que nascidos da mãe-mulher, também gestamos e promovemos o nascimento de uma Mãe dentro de nós, Homens e Mulheres. Essa Mãe que gestamos, transcende a dimensão sexual em decorrência de sua natureza eterna. Ela nasce a partir do arquétipo da Mater Aeternale que vive em nós e participa como guia em nossas vidas, como um espírito do tempo a nos conduzir. A partir do nascimento do indivíduo essa Mãe interna, nascida de dentro da mãe biológica, conduzida através da memória do tempo da natureza, encontra sua origem fora de si, encontra a criatura que o originou passando a estruturar o nascimento interno do sujeito. A gravidez promove a construção do corpo e configura a base do nascimento de sujeito como entidade subjetiva a partir da memória genética que define o corpo e o substrato do sujeito.
Quando a mãe é retrativa, não afetiva, e promove a rejeição, ainda que ofereça o sustento e a sobrevivência, não permite o encontro e a sintonia entre a mãe interna e a externa, produzindo um sujeito desalinhado, gerando a fonte de graves distúrbios psicopatológicos. Quando o processo é bem sucedido, o sujeito realiza seu desenvolvimento de forma equilibrada se referenciando na estrutura dos pais para construir a sua base de sustento psíquico. Base que na vida adulta será essencial para a maturação da individualidade constituída, quando a psique em sua dinâmica favorece o desligamento do cordão umbilical dissolvendo conteúdos que já pouco significam para a estrutura formada. Neste momento o individuo constituído tem sua relação com o mundo consubstanciada numa conexão plena com o universo. É a integração inicial como seres amadurecidos que nos permitirá atingir estágios mais completos de consciência e de harmonia na relação com o mundo, até que possa atingir a realização com a individualização.
Depois sonhei que estava num local cujo mar estava parado, congelado. Admirada pensei se seria possível andar sobre as águas. Entretanto, quando cheguei perto dele, outras pessoas já haviam entrado e ele estava movimentando como se houvesse um sensor que detectasse pessoas e o colocasse automaticamente em atividade. Vazio e visto de longe, ele parecia uma pintura inerte, mas banhando em suas águas ele era um mar aparentemente normal. Mas havia outra anormalidade: um abismo a cerca de uns três metros de onde as ondas quebravam. Conforme o movimento de retorno das ondas, era possível ver o enorme abismo. Achei aquilo perigosíssimo e saí da água. Interessante é que eu já sabia estar morta, ou seja, não corria o risco de morrer novamente. Entretanto, mesmo assim, aquele 'paraíso' não me agradou nem um pouco.
Resposta:
O sonho prossegue com o mar sem ondas, sem movimento, associado à água congelada, indicando energias densas. São energias preparadas para se integrar no fluxo do rio, em dinâmicas vibracionais elevadas, ou são energias imobilizadas das quais você não possui poder de acesso. Funciona assim: existe um fluxo energético que coloca todo o sistema em operação e existem reservas que o organismo tem acesso apenas para reequilibrar o sistema e supri-lo de energia. Estas energias potencialmente poderiam estar a disposição do individuo, mas dependem exclusivamente da forma como foram reservadas ou se nunca foram acionadas. Conteúdos autônomos, por exemplo, para atingirem o fluxo vibracional do sistema nervoso se utilizam de mecanismos que possam acionar sua sobrevivência. Quando não conseguem acesso à câmara do pensamento, tendem a se dissolver e se concentrar como energias densas para acesso exclusivo do sistema de sobrevivência. Quando acessão a câmara do pensamento conseguem energias que aumentam sua sobrevida. Assim o mar congelado pode fazer referência a energias de reservas que podem ser integradas ao sistema ou à conteúdos densos que conseguem atingir o centro do sistema energético. O mar é representação do inconsciente, oceano do mundo psíquico, das águas inferiores ou superiores, dependendo da visão cultural. É fonte da vida, gérmen original por onde afloram os conteúdos, a dinâmica, as pulsões, a força, a vida, o oceano primordial, as águas abissais, símbolo da dinâmica da vida de onde tudo veio e para onde tudo retorna, lugar do nascimento, do renascimento, das transformações, do surgimento do imponderável, da riqueza e da multiplicidade do universo. É o laboratório da vida. Seu movimento simboliza o estado de transição, de metamorfose entre os processos forjáveis e aqueles já forjados, entre as possibilidades informes e as realidades configuradas.
Você pensa que pode andar sobre as águas. Penso na superestima ou no diagnóstico equivocado, que lhe coloca em perigo decorrente de avaliações precipitadas. Vejo uma tendência pessoal, certa ingenuidade ou velho hábito de se permitir encantada e surpreendida por aquilo que lhe parece inusitado e a cautela que se segue. O inconsciente nos exige essa cautela para lidar com o inominável, com o desconhecido, o inesperado. Há a indicação de que o sistema se movimenta, ou inicia o movimento, de força e poder, que antes estava congelado, paralisado. E é preciso cautela para lidar com essas forças, é necessário avaliar com mais precisão as escolhas que possam ser feitas. Quando abrimos a porta para os mistérios da vida, descortinamos o véu que encobre o desconhecido. O que antes adormecia, hibernava, passa a se movimentar. E o que virá a seguir? Se o risco é o de morrer, mas se já estamos mortos, não há riscos. Nessa condição não temos nada a perder, ao contrário, só podemos ganhar. Neste sentido a consciência de morta é da velha criatura que precisa morrer abrindo espaço para que a nova mulher, renascida, viva! O oceano congelado pode ser o inconsciente em estado de transição, de transformação, onde o calor das paixões ou das pulsões hibernava, mas se fazem preses a renascer, a revigorar e agitar-se dentro de você.

***
Em terceiro sonhei que me olhava no espelho e meu rosto estava inchado, perto da região ocular havia muitas erupções bem vermelhas, mas as mesmas não coçavam e nem doíam. Eu enxergava normalmente, mas não conseguia ver os meus olhos no reflexo, pois dentro deles havia uma grande quantidade de remela preta parecendo piche. Fiquei nervosa e disse a mim mesma que trabalhar na área da saúde estava me trazendo muitas complicações.
Resposta:
Por fim vamos ao terceiro sonho: os olhos são uma janela para o mundo, ainda que existam outras portas e janelas que nos permitam ver e 'sentir' o mundo. Se não existem problemas físicos reais, o sonho pode ser indicação de que essa janela pode estar embaçada, fechada, congestionada, alterando sua percepção do mundo. A visão não está obstruída, mas o olho não é visível, está escondido. Pode ser defesa pessoal para que não veja o mundo como precisa ver que ele é. Talvez esteja se precavendo da verdade, se escondendo da realidade. Outra possibilidade está no espelho: há dificuldade em se ver no mundo, em ver o mundo como reflexo de sua imagem. Isso é indicativo de transformação de conteúdos narcísicos ou de uma autoestima que não consegue ver o que espelha, mas o que pensa que reflete. Analise o seguinte: a visão não está obstruída, mas ao invés de ver os olhos somente são visíveis as remelas. A percepção está alterada. Como a visão existe, esta vem de um olho interno e pessoal que deforma a imagem pessoal, ou acusa o problema instrumental. O rosto simboliza a evolução do ser vivo, das trevas à luz. A sua irradiação determina e diferencia o rosto do mal (endemoniado) e o rosto do bem (angelical). O rosto simboliza o divino, ou sua ausência, as sombras, a maldade. Ele expressa a bondade, indica o ausente e o perdido ou o reencontrado, o mascarado, o dissimulado e o irradiante. E se o olhar é o espelho da alma, o sonho demonstra que você ainda se esconde atrás de máscaras que impedem o brilho dos seus olhos. Pense nisso”.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Sonho com papai, anjo, idosa e bingo...

Ao raiar do dia fui com mamãe na fábrica de cereais para buscarmos um pacote de arros quebrado. Enquanto ia tentava resgatar os sonhos que tivera e depois comuniquei-os a 'Alra': primeiro sonhei que estava triste e chorando quando meu pai se aproximou para me dar um dinheiro. Depois que ele colocou as moedas na minha mão, num impeto eu o abracei. Eu não estava necessitada do abraço em si e nem daquela proximidade com ele, mas algo repentino dentro de mim me moveu a abraçá-lo. Era como se eu quisesse demonstrar que precisava mais dele do que ele poderia imaginar, ou então que precisava mais do afeto do que do dinheiro dele. Ele que até então parecia insensível com a minha tristeza, acolheu-me num abraço reconfortante. Eu não me senti bem pelo abraço em si, mas pela minha capacidade de tomar tal atitude e conseguir abraçá-lo.

Resposta:
O primeiro sonho mostra a reconciliação com o pai e suas origens. Naturalmente, essas dinâmicas psíquicas não se dão de forma acelerada. O corpo possui o seu tempo próprio de resposta e a psiquê possui seu
ritmo, suas frequências e seus pré-requisitos. A prioridade é a proteção da estrutura psíquica, e a proteção antecede as mudanças. Por isso as configurações são alteradas por etapas e os ciclos podem ser longos. No seu caso verifica-se que a dinâmica de transformação foi observada e as mudanças foram iniciadas. A imagem do pai se consolida, se restabelece como referência e importância afetiva. E esta é a base para que o principio masculino se estabeleça. Você abraça o pai, mas não apenas o pai-referência e origem: você também abraça o pai-significado, representação, conceitos, princípios, força, prontidão yang. Em síntese: você abraça o masculino em si. Estabelece o vínculo afetivo e não o vínculo anterior de submissão. Verifica-se a relação de troca, do partilhamento, da comunhão entre pai e filha, entre masculino e feminino. Os opostos se encontram e define-se a proximidade pela humildade, o valor subjetivo e não o material, a importância da vinculação, o código afetivo: o encontro, o abraço. O processo de atualização da autoestima continua sua reconstrução. Fortalece o poder pessoal de promover intervenções, de definir escolhas inteligentes emocionalmente, de decidir por atitudes independentes. Pode parecer-lhe um simples abraço. Não o é! É O ABRAÇO com letras maiúsculas, pois sua escolha parece definida pelo caminho do afeto, do amor, da comunhão, do ser amoroso.
A sociedade moderna globalizada chegou para todos, excluindo os margeados, os alienados que não participam dessa onda global. Os incluídos sofrem o impacto de uma civilização em permanente e acelerado processo de transformação. Os caminho muitas vezes são confusos, as referências ambivalentes, os princípios mutantes, os valores osciláveis, e tudo isso promove uma conturbação devastadora na vida de todos, muitas vezes sem que os envolvidos percebam para onde são levados. Tudo é hiper realçado, acelerado, devastado. E a cada dia os indivíduos são obrigados a se readaptarem, a não se
r que escolham o caminho do escape, enfiando a cabeça no buraco de terra, fechando os olhos e ouvindo apenas o que interessa, perdidos no conforto das sensações. Nessa balbúrdia global o afeto se sobressai como uma referência fundamental que sustenta o equilíbrio pessoal e alimenta o espírito em busca de sobrevivência. Tudo o mais se mostra perecível, insustentável, inconsistente. E mesmo que a loucura coletiva avance devastando diferenciadamente os incautos, o afeto se mostra uma resistência a essa onda des-construtiva que envolve a modernidade devastando os filtros psíquicos. É a referência que fortalece a humanidade que ainda resta em nós. O resto, infelizmente, é ilusão, fantasia insustentável de uma civilização que náufraga na ansiedade, na velocidade e na sua ânsia destrutiva. O afeto acolhe, humaniza, comunga, protege, alimenta, alegra, compartilha, acompanha, sustenta, enriquece, acrescenta e norteia. Não se engane, a ilusão invade e devasta. Só o afeto nos permite inexpugnável, frente à invisível modernidade avassaladora. Sem o afeto nada mais vale a pena, porque torna a alma pequena.

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Em segundo sonhei que estava perdida com uma outra jovem e no escuro da noite subíamos um morro. Imaginei se ela realmente existia ou se seria um anjo em forma de pessoa que aparecera para me ajudar. Quando chegamos no topo do morro, ela entrou numa casa cuja porta estava aberta. Parecíamos buscar um abrigo e agindo às escondidas (ao menos eu sentia assim) demos de cara com a moradora. Era uma senhora já idosa, a qual dançou na nossa frente. A jovem dançou para ela e a velha pensou que fôssemos almas de outro mundo, não imaginando que éramos estranhas que havíamos adentrado em sua residência. Nisso a jovem se fantasiou com uma blusa e uns colares da velha e, achando aquilo divertido, fiz o mesmo, mas nisso chegou o filho da velha e rapidamente me escondi. Pensei que a outra jovem também se escondera, mas não, ela conversara com o homem e ele se interessara de nos deixar morar com a senhora mãe dele. Era bom demais o fato de, aparentemente do nada, termos conseguido um local para habitar. Realmente imaginei que essa jovem deveria ser um anjo. Nisso fomos conhecer o resto da casa e no quintal havia uma piscina enorme. Lá várias pessoas se divertiam. Pareciam pessoas famosas. Dois homens pareciam brigar, ou estavam brincando disso. Também entrei na piscina que era bastante funda e me questionei como pessoas tão simples (não sei porque as julguei de simples) tinham chegado tão longe a ponto de possuírem fama.

Resposta:
No segundo sonho dois aspectos são significativos: 1. Estar perdida; 2. Escalar, subir o morro. Não parecem antagônicos, paradoxais, mas o são. A não ser que definam o antes e o depois, ou o passado e o presente. Se não estiver relacionado ao tempo, o paradoxo é visível já que a subida indica caminho de percepção, luz, conhecimento, consciência, ou seja, não estar perdido. A imagem é clara: perdidas na noite escura. A imagem fala por si. Refere-se ao passado ou ao presente. Se a referência é ao passado o foco do inconsciente ilumina a 'subida' que representa o presente. É a saída d
o caminho perdido, do estado de perdição, de não consciência, de escuridão. Perdido é estar sem objetivo na realidade ou no mundo interior. E a subida é ascensão que permite a consciência se situar no espaço. Vê melhor e mais amplamente quem enxerga de cima. Enfiado no vale, no buraco, o olhar é limitado e obscurecido, o olhar é bloqueado pelas interferências e pela proximidade. Quem vê de cima, do morro, vê mais longe. Simbolicamente você caminha para poder ter uma visão mais clara do cenário que te circunda, onde você está. Mas pelo visto se acredita ainda perdida.
Um detalhe, você repete um velho padrão: 'Imaginei se ela realmente existia ou se seria um anjo em forma de pessoa que aparecera para me ajudar.' É perceptível a repetição, em vários sonhos, de um padrão em que você, para se proteger ou para acreditar que tem o controle da situação, faz uma antecipação de avaliação e diagnóstico do cenário em que está inserida. Quando detecta perigo iminente, ou quando a situação foge de seu controle, imediatamente você define e classifica o outro, dentro do que lhe parece mais conveniente e confortável. Assim o homem ameaçador se torna protetor, a menina desconhecida se torna anjo, etc. Essa atitude que anteriormente defini com ansiosa, leva-a a realizar o enquadramento do cenário em uma realidade que lhe favorece o conforto ou o escape. Às vezes o artifício se transforma em medo, acionado por mecanismos que a leva a evitar uma atitude mais ativa. Você se esconde, se protege, se defende, evita se expor e se comprometer. A realidade lhe aparece ameaçadora, mesmo não o sendo, e você se esconde, recua, acuada com um bichinho assustado que não quer enfrentar uma
realidade que a assusta. A inferioridade e a baixa estima comandam sua resposta. Uma mensagem possível do inconsciente seria: para avançar em seu processo de maturação é necessário parar de fugir, parar de temer as cobranças, abandonar a severidade que a reveste com culpada ou errada. Está na hora de assumir uma postura mais ativa, deixar de antecipar a sua condenação pelo outro, abandonar o auto-pré-conceito. A velha pode ser referência da Velha Sábia, o arquétipo que se prepara para ocupar o espaço de comando se a eterna criança permitir se transformar deixando de se fixar na repetição do eterno irrealizado. E a fama te coloca em situação de suscetibilidade frente à sua grande necessidade de superar suas dificuldades. Neste aspecto a fama lhe aparece como uma possibilidade compensatória nesta condição de inferioridade. O único portal, sua única chance de realizar sua libertação.
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Em terceiro eu estava na casa de uma senhora cujos netos haviam tomado conta da casa, estavam dando uma festa nela e o som alto era estridente. A senhora veio me cumprimentar e começou a chorar e reclamar da situação. Aconselhei-a de rezar e tranquilizar a mente e o coração. Ela estava idosa, não tinha mais forças físicas, mas podia ter forças emocionais para não se irritar ou se entristecer com aquilo. Falei para ela entregar a situação nas mãos de Deus, desabafar e confiar a ponto de não se sentir abalada com aquele tormento. Expliquei-lhe que as pessoas possuem gostos e maneiras diferentes de viver, de conceber a vida e que só lhe cabia respeitar o fato da filha dela ter deixado seus netos tomarem conta da casa a ponto de promover uma festa, de encher a casa de gente e colocar aquela música barulhenta no ultimo volume. Compreendendo o que lhe dizia, a senhora abraçou-se a mim e assim ficou como uma criança que não quer largar o colo materno. Eu senti a carência dela por alguém que pudesse não apenas lhe compreender, mas lhe dar o apoio espiritual necessário. Nisso olhei para a bancada de bolos e doces que ali havia e, embora ninguém me houvesse oferecido, me convidado ou me deixado à vontade para comer, peguei um pequeno pedaço de bolo para provar. Depois peguei um doce e assim fui experimentando daqueles quitutes. Eu não estava com muita gula, pois embora tudo parecesse muito gostoso, apenas uma prova parecia deixar-me cheia.

Resposta:
O terceiro sonho demonstra dois fatos que podem estar inicialmente relacionados à condição física do ambiente e sua enquanto sonhadora: 1. a) Os barulhos, ou ruídos, podem estar relacionados à redução da capacidade de filtros auditivos, o que seria indicativo de aumento do estresse e consequente redução de defesas sonoras; b) Os barulhos podem estar relacionados a ruídos elevados ocorridos durante a noite, no cenário, que tenham rompido
o limiar de filtros, podendo assim ser utilizados pela psiquê para focalizar sua atenção sobre as relações sociais e a importância da sintonia entre o comportamento e o momento da vida que se vive. 2. a) O consumo dos doces podem indicar baixa glicose no organismo. Seria bom realizar, preventivamente, essa verificação através de exames; b) A carência afetiva levando-a para a compensação oral através do consumo de açúcares.
A psiquê capta e se utiliza de recursos externos, estímulos que ocorrem enquanto o sujeito está em repouso, para enriquecer os sonhos, aumentando o realismo de sua construção onírica, através desses estímulos, o que favorece o fortalecimento da capacidade de retenção da memória do indivíduo dentro do sonho, consolidando sua consciência onírica, aumentando o limiar de resistência dessa consciência e a consolidando no sistema psíquico como estrutura de poder e referência. Este recurso serve, ainda, para focalizar determinados temas imprescindíveis ao sujeito. Neste sonho, não por acaso, pode haver relação com a sua conduta no passado e com a forma desrespeitosa e invasiva com que, quando criança, estabelecia e definia sua forma de se relacionar com a família. Preocupada com suas necessidades, se sentia no direito de atuar sem considerar as necessidades alheias. Neste aspecto o sonho a confronta com uma realidade inquietante, desfavorável e perturbadora. E pode ainda haver culpa pelo passado desassossegado. Naturalmente, hoje você possui outra consciência, e posturas mais amadurecidas. E sua psiquê, através do sonho, produz uma dinâmica que favorece a atualização dessa estrutura, e indica a necessidade de avaliar ou reavaliar a sua postura diante do acontecimento. Veja que internamente esse passado pode estar sendo compensado levando-a para um comportamento distante de sua realidade, do seu momento, do seu tempo. É preciso abandonar as culpas do passado, os erros cometidos, se é que ocorreram.
Os limites são fundamentais na formação do sujeito social, e não é rezando, orando ou clamando que se encontra solução para o comportamento social invasivo. A solução está na educação dos limites que se precisa ter para se viver em harmonia na sociedade. A solução não é aumentar os limites de resistências ao desrespeito e aumentar os limites de tolerância. Ao contrário, a solução está em aumentar os limites de respeitabilidade do outro. Isto é formação de cidadania. Ampliando o tema, podemos aplicá-lo aos nossos problemas diários. A solução não é entregá-los aos cuidados divinos através de preces. Atitude e postura de respeito é a conduta necessária na convivência social que precisa ser exigida nas relações. Sua atitude no sonho é de passividade. Sofre o impacto do cenário daquela realidade e se refugia na compensação de entregar o dilema a Deus. Poderia até falar num comportamento de omissão, que favorece o não envolvimento, o não comprometimento, mantendo-se como ausente, escondido na imagem de permissividade. Quem não aprende os limites sociais não desenvolve os princípios básicos e primevos da socialização humana. Vivemos o resultado de nossas conquistas e não o resultado das conquistas alheias. No sonho ainda aparece a conduta da vitima passiva que sofre as consequências do outro.
O direito de comemoração não dá ao outro o direito de ser invasivo, mesmo que hoje em dia as pessoas se sintam no direito de se justificarem apenas observando seus direitos pessoais. O que quero dizer-lhe fazendo uma reflexão rápida sobre a complexidade das relações é que tanto de um lado como de outro podemos encontrar justificativas para o que quisermos. O que não quer dizer que dessa forma sejamos respeitosos, verdadeiros ou justos. Seu inconsciente pode estar tentando lhe mostrar que é importante reavaliar conceitos, atitudes e evitar a fuga através da omissão ou do papel de velha vitimada e conformista. Diante da vida precisamos nos descobrir como sujeitos ativos, que buscam seu destino, que modificam e transformam a sua realidade ao invés de serem apenas vítimas passivas de um cenário infeliz. E finalizando, o sonho nos remete à delicada questão do sagrado e do profano. Esses dois universos que nos envolvem e muitas vezes nos consome. Estando, como estamos, inseridos dentro de um plasma complexo, constituídos de naturezas opostas, o sonho retrata o escapismo profano e o escapismo sagrado, mas nenhuma das duas opções são soluções favoráveis.
Uma velha questão ressurge: viver o prazer para sublimá-lo, esgotando-o simbolicamente, para compensar a dificuldade e assim se libertar. Possivelmente o caminho mais suave e natural seja o de ser jovem quando se é jovem e ser velha quando for velha. Eu sempre tenho dúvidas sobre jovens que abrem mão da juventude para agir como velhos tanto quanto velhos que abram mão da condição de amadurecimento para se comportar como jovens. Ambas as condições envolvem inadequação, frustração, perda do norte e do tempo presente da vida. A distância crítica que você cria da realidade afasta-a de sua realidade. Ser jovem não significa ser desordenado, desrespeitoso, invasivo, mas pode significar a chance de realizar uma vitalidade que anseia se expressar. Festejar, comungar, partilhar, brincar, relaxar, distrair, amar e até se permitir avançar e experimentar além de certos limites, mas acima de tudo viver como jovem sua possibilidade de ser jovem. Você se percebe como uma criança sem limites, que se transformou numa jovem limitada. Abandone esses exageros, são armadilhas. Relaxe viva o êxtase de ser jovem. Esse cavalo selado está passando. Abrir mão dessa natureza é abrir mão do melhor que você pode viver neste momento: descobrir o mundo como jovem. Você está precisando se permitir ser mais jovem. Você não precisa ser uma jovem que 'chuta o balde' para se permitir inconsequente, mas pode chutar o balde para viver sua jovialidade, abandonando a velha crítica, severa, vítima, chorosa e reclamante que vive em você. Dessa forma você poderá viver com profundidade a religiosidade sem precisar viver a velhice distante.

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No quarto sonho eu estava indo para a cidade de Monte Alegre andando por umas estradas estreitas e no meio de um gigante matagal. Nisso cheguei num cruzamento e deparei-me com muitas flores brancas, estilo rosa, que pareciam artificiais. Achei interessante e pensei comigo que aquelas rosas supostamente tinham o mesmo simbolismo de uma cruz, ou seja, pessoas haviam morrido de acidente naquele local. Entretanto, também notei que no chão havia uma planta rasteira cheia de mini margaridas brancas, as quais não eram artificiais. Provavelmente as demais flores também pudessem ser verdadeiras, mas não dei importância para tirar a dúvida. Achei legal caminhar naquele local florido e belo, mas não podia ficar desatenta, pois carros e carretas passavam com toda velocidade e o local, por mais florido que fosse, não deixava de ter os seus perigos. Atravessei o cruzamento e cheguei numa rodoviária. Após sentir-me um tanto desnorteada e preocupada por não ter dado notícias a minha mãe, encontrei algumas pessoas conhecidas e, logo depois, alguém distribuiu uma espécie de bingo não de números, mas de caça-palavra. Fiquei a brincar e sentia-me aliviada por não estar completamente sozinha.

Resposta:
O quarto sonho é uma indicação auspiciosa de acontecimentos em sua vida, uma vez que você se dirigia a uma cidade que não tem o hábito de ir. A indicação onírica é de estar subindo para o Monte Alegre, para a cidade alegre algum nível acima do que hoje se encontra, ou seja, uma boa cidade para se ir. O cruzamento é a encruzilhada das flores e rosas brancas. Flores simbolizam a jovialidade, o princípio passivo, o receptáculo da atividade celeste, resultado da semeadura desenvolvida na terra fecundada pela água. Para os chineses é o resultado da alquimia interior, da união entre a essência e o sopro, da água e do fogo. É o retorno ao centro, à unidade, ao estado primordial. A flor pode surgir como imagem arquetípica da alma, como símbolo do centro espiritual. A rosa branca é símbolo do primeiro grau de regeneração e na alquimia representa a pequena obra inicial do processo de transmutação. É símbolo da taça da vida, da alma, do coração, do amor, é representação mandálica. Sua percepção associando flores com a cruz é compreensível, pois muitas pessoas fazem das flores uma homenagem de ritual aos mortos, lembrando que a cruz é símbolo cristão que une a vida terrestre, a horizontalidade, como a morte de cristo e sua ascensão, a verticalidade. Neste caso, as flores representam a regeneração e o renascimento com a verticalização. A questão da natureza material das flores, naturais e artificiais eu associo ao seu espírito crítico. Uma mensagem possível do inconsciente é: para atingir seus propósitos, em sua jornada, é preciso primeiro passar pela natureza do artificial, encontrar as florações naturais e mesmo que desnorteada ou preocupada com sua mãe, mesmo tendo de ficar atenta para não ser aniquilada pelas máquinas pesadas, deves descobrir uma forma de viver mais lúdica para aprender a conviver consigo mesmo. Assim, um dia, poderás chegar ao monte alegre e viver de forma mais plena e realizada.


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COLABORAÇÃO ESPECIAL: M. EDUARDO
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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Meu pé de funcho...

Sonho com o retorno de Jesus...


Essa noite sonhei que Jesus havia voltado e fui conferir se era ele mesmo. Havia uma fila de pessoas que estavam passando por ele e a maioria eram mulheres. Notei que o jovem, o qual tinha uma aparência comum e deveria ter talvez por volta da mesma idade que eu, segurava nas duas mãos de cada um que lhe chagava perto e falava algo ao pé do ouvido com muita suavidade, depois a pessoa muito emocionada saía chorando e com convicção de que aquele era mesmo Jesus. Quando chegou minha vez tive certeza de que era ele por experimentar a mesma sensação que também me fez ter uma forte vontade de chorar de emoção e alegria. Ao invés de segurar em minhas mãos e dizer algo, ele abriu os braços para me abraçar e senti meu ser desmanchar-se numa sensação inexplicável de maravilhosa. Notei que ele expressava exatamente aquilo que ia no coração de cada pessoa e comigo não foi diferente. Eu não precisava de nenhuma palavra, apenas o seu abraço me abastava.

Eis a resposta de “Alra”: “O simbolismo de Jesus já foi abordado em sonhos anteriores. Independente da questão religiosa e do dogma cristão, o Cristo é símbolo que transcende a cristandade, tanto quanto Buda ou Alá, pois se tornou símbolo arquetípico e coletivo fundamental da humanidade. Simboliza nossa relação mediada pela representação com o fundamento e o criador do universo. Neste aspecto o sonho com o Cristo não precisa ser visto com fanatismo religioso, mas como um símbolo humano de uma representação divina. Sua conexão com o divino, reencontro, renascimento do espírito santo, o cordeiro de Deus em você. Jesus enquanto Cristo dá ao sonho o sentido de conexão com a afetividade. Cristo enquanto pescador de almas a fisgou e encantou-lhe, o que sinaliza uma indicação, tendência ou necessidade de espiritualidade, o que faz do sonho uma compensação, e a alimenta com o afeto que necessita.
Na especificidade desse sonho alguns detalhes merecem distinção: primeiro que a força do divino em nós. Existem os que acreditam que devemos nos deixar ficar encantados por esta força. Pessoalmente, independente do encantamento que é estar defronte à figura divina, devemos ter uma atitude vigilante e menos submissa, mesmo porque, desta forma, podemos aproveitar melhor o encontro realizado. O sonho mostra sua suscetibilidade emocional, sua submissão à presença do poder Yang, neste caso transvestido na sua crença ao Divino. É preciso atenção para não divinizar o masculino, pois isso pode fazê-la projetar uma condição divina que a leva ao encantamento e à condição de submissão da figura masculina focalizada como ídolo. A carência também pode lhe fazer ficar suscetível a condição de submissão. Segundo que a necessidade de significar ou dar importância aos acontecimentos, no dia a dia, leva-a a divinizar a figura masculina comum inflacionando sua importância. Tais observações são questões que surgem naturalmente para tentarmos compreender a presença de um animus encantador ou a figura arquetípica do Cristo acalentador. São para favorecer a reflexão. O homem parecia comum, mas encantava as mulheres com sua fala doce. Há um símbolo contaminado e indefinido. Que Jesus realmente seria esse? O Jesus Cristo ou seu animus idealizado? Será que você só se deixa encantar por pessoas, principalmente no caso dos homens, que sejam 'divinas' moralmente falando?
Havendo sentido nisso, seu grau de exigência ou de fantasia pode estar muito elevado. Neste caso o sonho pouco tem de espiritualidade, pois indica a suscetibilidade que pode ser associada à prepotência vaidosa, o que a deixa sem defesas que a protejam do encantamento. Essa condição a afasta de homens 'comuns' que não tenham a áurea do seu padrão divino. Isso é resultado de elevado grau de exigência associado à fantasias que compensem a condição de inferioridade ou a baixa-estima que ainda prevalece. O sonho é compensatório da ausência do homem comum na sua vida, representa sua dificuldade para se entregar a esse homem e aproxima a imagem idealizada, fantasiosa da possibilidade real, ou sua materialização. Se a idealização e a fantasia a excluem do coletivo aprisionando-a em seu casulo, a compensação realiza uma inclusão social aproximando a realidade da sua fantasia. No sonho o homem comum se diviniza e encanta as mulheres que se mostram emocionadas, sensibilizadas. Assim como qualquer outra mulher você se encanta por uma figura idealizada que preencha seus anseios, mas isso pode representar afastamento de sua realidade. Não que tenhamos que contentar com o pior, mas quando diminuímos nossa fantasias idealizadoras, podemos encontrar em pessoas 1normais1, aparentemente comuns, a chance de parceria que nos realize afetivamente. O ideal não é sinônimo de realização, mas serve apenas como modelo ou referência.

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COLABORAÇÃO ESPECIAL: M. EDUARDO
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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Como atrair seu parceiro ideal...


“Olá 'Pessoal do mundo todo'! Fui com mamãe hoje cedo a biblioteca e aproveitamos para ela levar o telefone que estava estragado para o conserto. Tirando essa única novidade tenho a relatar que acabei a leitura de mais um livro chamado Como atrair seu parceiro ideali. Segundo a autora, os relacionamentos incluem cinco tipos de amor: físico, espiritual, mental, emocional e holístico. É muito possível sentirmos apenas um dos primeiros quatro tipos de amor por alguém. Para que um relacionamento com um parceiro ideal para a vida inteira funciona, ter um relacionamento holístico, é preciso conectar-se em todos os níveis. O amor verdadeiro liberta todas as expectativas do que se vai receber em troca, enquanto mantém a fé e a confiança de estar praticando o propósito superior da alma, que é amar aos outros. A lei universal permite que recebamos dez vezes mais de tudo o que damos sem expectativas; ela só não especifica o que, quando e como se recebe. As pessoas e situações em nossa vida são um reflexo direto de nossas atitudes, medos e ideias. A comunicação não-verbal pode ser expressa pelo tom da voz, por uma boa ação, ou por um abraço. Nunca devemos subestimar o poder das expressões não-verbais de amor. Eu adoro esse tipo de comunicação.
Assim como não sabia com o quê poderia dar certo profissionalmente, também não sei que tipo de homem pode dar certo comigo. Minhas fantasias e desejos são tão mutáveis! Diz o livro que preparar-se para um relacionamento holístico com um parceiro ideal envolve a compreensão das necessidades (não-negociáveis) e desejos (negociáveis) de seu amor físico, espiritual, emocional e mental, e permitir-se amar os outros em todos esses níveis. Vou especificar as características necessárias e desejáveis de um homem dentro de cada aspecto mencionado pelo livro.
Atributos físicos – Necessidades: ter hábitos saudáveis, ser vegetariano e praticar atividade física. Desejos: ser bonito, ter olhos claros, ser pouco mais alto que eu.
Características emocionais – Necessidades: que não seja carente, que saiba expressar seus sentimentos, que seja emocionalmente forte, que se preocupe comigo (mas não de modo exagerado). Desejos: que não tenha dificuldade para chorar ou desabafar seus sentimentos, que seja persistente, que seja convicto de suas opiniões e desejos.
Traço de personalidade e valores morais- Necessidades: que não seja exibicionista, que não se preocupe demasiadamente com o futuro, que seja introspectivo, sério e reservado no ambiente social (mas que não tenha dificuldade de se relacionar com as pessoas de modo geral), que seja sincero, que valorize a durabilidade de um relacionamento, que seja gentil e educado, que seja otimista, alegre e pacífico, que seja amoroso e afetuoso, que seja simples e humilde, que seja responsável, disciplinado, correto e fiel, que seja compreensivo, flexível perante erros e limitações. Desejos: que tenha senso de humor, que seja prático, criativo, tranquilo e despojado.
Hábitos financeiros – Necessidades: que seja econômico, que não seja ambicioso. Desejos: que comunique seus gastos comigo e se disponha a fazer as despesas maiores.
Crenças espirituais – Necessidades: que acredite em Deus e na reencarnação, que goste de todas as religiões sem pragmatismo, que seja caridoso. Desejos: que faça trabalho voluntário ou que seja médium atuante.
Objetivo profissional – Necessidades: que seja realizado na carreira, que tenha boa experiência profissional em uma área específica. Desejos: que não coloque a carreira na frente da família ou dos demais compromissos.
Família – Necessidades indiferentes e desejos indefinidos (por enquanto).
Estilo de vida e atividades de lazer – Necessidades: que goste de locais rurais e cidade mais próxima ao interior, que goste de atrativos culturais, que não tenha muitos contatos sociais, que goste de planejar as coisas antes. Desejos: que goste de dançar, desenhar, escrever, caminhar e manter contato com a natureza.
Compatibilidade sexual – Necessidades: que encare o sexo como algo além de uma pratica de prazer, que seja romântico. Desejos: que seja sedutor.
Da leitura é isso. Muita luz a todos e até breve...”
i GEORGIAN, Linda M. Como atrair seu parceiro ideal. Trad.: Eliane Fraga. Rio de Janeiro: Record, 2001.

O poder do subconsciente...


“Olá 'Pessoal do mundo todo'! Hoje tomei um bom banho de rosas amarelas com açúcar e perfume logo após fazer minha corrida no parque. De novidade tenho a contar que acabei de ler o livro O poder do subconscientei. O autor diz que não é aquilo em que se acredita que traz uma resposta à oração do homem: a resposta à oração surge quando a mente subconsciente do indivíduo responde ao quadro mental ou pensamento de sua mente. Esta lei da fé opera em todas as religiões do mundo. A fé é um pensamento na mente subconsciente. Significa aceitar alguma coisa como verdadeira. O pensamento aceito transforma-se em fato automaticamente. A mente subconsciente funciona 24 horas por dia e toma providências em nosso benefício, pondo todos os frutos do pensamento costumeiro em regaço. Cada pensamento é uma causa e cada condicionamento é um efeito. A mente subjetiva toma conhecimento do meio ambiente por caminhos independentes dos cinco sentidos e aprende por intuição. Somos aquilo que pensamos no decorrer de todos os nossos dias. Na medida em que nos alçamos conscientemente na contemplação das qualidades e atributos de Deus, geramos ondas eletrônicas espirituais de harmonia, saúde e paz. Muitas curas notáveis foram obtidas com a aplicação dessa técnica de oração.
Na bíblia, em Jó 22:28 está escrito que se projetamos alguma coisa, ela nos sairá bem, e a luz brilhará em nossos caminhos. Devemos evitar esforço ou coação mental na oração para entrar em estado de sonolência e nos acalentar até o sono, sentindo e sabendo que nossa oração será atendida. A oração enquanto ordem ao subconsciente não deve apenas pedir, mas principalmente agradecer, pois o coração agradecido está sempre próximo das riquezas do universo. Quando imaginamos a realidade do desejo satisfeito e sentimos a sensação da realização, nosso subconsciente transforma o nosso desejo em fato concreto. Entreguemos nosso pedido de uma solução ao subconsciente antes de dormir. Confiemos e tenhamos fé de que a resposta virá. O subconsciente tudo conhece e tudo vê, mas não devemos duvidar nem discutir os seus poderes. Nosso subconsciente é onisciente e conhece todas as coisas. Nós recarregamo-nos espiritualmente durante o sono. O sono adequado é essencial para produzir alegria e vitalidade em nossa vida. Nada é predeterminado ou predestinado. Nossa atitude mental, isto é, a maneira como nós pensamos, sentimos e cremos, é que determina o nosso destino. Da leitura é isso e por hoje é só. Até depois e muita luz a todos!”
i MURPHY, Joseph. O poder do subconsciente. 26ª Ed. Trad.: Pinheiro de Lemos. Rio de Janeiro: Record, 1963.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O evangelho secreto da Virgem Maria


“Olá 'Pessoal do mundo todo'! Meu dia foi exaustivo e no trabalho tive uma quantidade imensa de ligações para fazer. Ainda bem que eu gosto do meu serviço. Quanto às leituras, terminei de ler o livro O evangelho secreto da Virgem Mariai. O livro é baseado num manuscrito de Maria encontrado durante uma viagem à Terra Santa por uma monja chamada Egéria no final do século IV. A história relata a visita do anjo Gabriel e a realidade de que todos esperavam um líder vitorioso, um chefe militar. Maria sabia que Ele não seria um Messias guerreiro, mas sim de paz, perdão, amor e sacrifício conforme anunciara os profetas. Uma concepção fora do casamento naquela época levava a mulher à morte por apedrejamento, era uma desonra familiar, mas com Maria isso não aconteceu, pois Ana e Joaquim, seus pais, eram muito espiritualizados e acreditaram na concepção milagrosa. Maria viajou para a casa de sua prima Isabel, a qual sendo estéril também engravidara por um milagre divino. Lá Maria cura Levi (filho de Lia) de uma epidemia, com o poder de uma prece. José, noivo de Maria, também compreendeu a situação após receber a visita de um anjo durante a madrugada. Maria avisou José da sua decisão de permanecer sendo uma virgem intocada e, uma vez continuando a ser aceita por ele, se fez esposa de Deus ao casar com José, o qual por sua vez também fez voto de castidade por obediência aos planos divinos. Jesus nasceu numa gruta, teve a visita de pastores e magos que lhe levaram ouro, incenso e mirra.
Um anjo disse a José para fugir com Maria e Jesus para o Egito, pois Herodes procuraria o menino para matá-lo. Aos oito anos Jesus curou um leproso ao lhe dar água para beber. Com isso Ele ensinou à mãe que não existem barreiras para o amor e que o verdadeiro milagre está em romper essas barreiras.
Para os judeus, chamar o Altíssimo de Pai soava como uma blasfêmia, mas Jesus assim o chamava com a maior naturalidade. José morreu quando Jesus tinha vinte anos. Deus ensinava Jesus que o mais importante não era fazer milagres, nem grandes pregações, nem converte as multidões. O importante, e o que agradava a Deus, era fazer tudo por amor, através do amor. Quem ama é aquele que reina e se pode amar tanto fazendo um milagre quando uma tarefa banal. Esta lição é tão importante que Jesus teve que conviver com ela, colocando freio em seus desejos de correr e espalhar sua mensagem por todos os cantos da terra. O que as pessoas queriam era que ele as curasse, que as alimentasse e inclusive que as ressuscitasse. Não desejavam mudar, nem ser melhores, nem amar mais a Deus e ao próximo. Só desejavam estar na terra da melhor forma possível, sofrer o menos possível e tudo ao menor custo. Isto era tudo. Isto era, no fundo, Deus para a humanidade: uma espécie de seguro para além da morte e um lenço para as lágrimas desta vida.
Amei a passagem em que Maria diz: '...Aprendi a distinguir entre o que Deus quer e o que Deus permite. Quando uma pessoa te dá uma bofetada, é vontade e responsabilidade dela. Quando essa mão chega a teu rosto, já é vontade de Deus...' Maria Madalena lavou os pés de Jesus com uma libra de perfume de nardo e os enxugou com os cabelos. Maria sentiu as angustias do filho durante o momento da ultima ceia e prosseguiu sentindo todas as dores de Jesus, inclusive o beijo de Judas. A força espiritual de Maria se fez a força de resignação do filho. Ambos trocaram energias poderosas de sustentação energética no momento da dor e da morte. Um podia sentir o outro independente de todos os sentidos físicos e da distância. Maria sabia que não podia permitir um pequeno desvaneio sequer em algum sentimento que estivesse longe de Deus, do amor, da aceitação de sua vontade. Por isso ela perdoou a todos e rezou por todos aqueles que matavam seu filho na cruz. Por isso ela aceitou ser mãe de todos, pois para vencer o mal só se pode utilizar o bem através do perdão e da misericórdia. Todos concordavam que havia chegado a hora da prova definitiva: se ele era o Messias, não podia morrer crucificado. Se morresse assim, tratava-se de um impostor e portanto, os sacerdotes haviam procedido bem em colocar freio em seus delírios de grandeza. Maria não estava preocupada com o significado de Jesus enquanto uma prova de ser o filho de Deus conforme todos os outros, pois só lhe importava o amor que sentia por Ele e o amor que dele recebia. Ela sabia que a realidade era diferente daquilo que as aparências mostravam e que, portanto, sua morte era a vontade de Pai. Seu poder não estava em sobreviver magicamente como pensavam todos, mas em suportar a morte com obediência, humildade e resignação.
Maria reuniu as mulheres e pediu para elas trocarem o choro pela oração. Ela se comunicava com Jesus por telepatia. Daí o alívio e a serenidade que ela sentiu após o 'Tudo está comprido', as ultimas palavras que Jesus, na cruz, disse olhando em seus olhos. Maria teve contato espiritual com o filho durante a madrugada, ao aproximar-se do terceiro dia, e sabia que Ele estava vivo em outra dimensão. Jesus também apareceu para Maria Madalena em frente ao sepulcro vazio cujo corpo misteriosamente desaparecera. Maria reuniu os apóstolos para falar de Jesus ressuscitado, mas nem foi preciso, pois Ele apareceu para todos. Jesus revela que Deus carece o amor de seus filhos. Quatro anos depois Estêvão foi morto e João retirou Maria da cidade para protegê-la. Paulo de Tarso e Pedro prosseguiram a tarefa de levar a mensagem de Jesus pelo mundo todo. A biografia secreta de Maria, deixada para João como lembrança e revelação dos menores detalhes, finda-se com o aproximar de sua morte. Da leitura que me fez arrepiar várias vezes, isso foi o que mais me chamou a atenção. Muita luz a todos e até a próxima!”
Da leitura é isso. Muita luz a todos e até a próxima!”
i RODRIGUEZ, Santiago Martin. O evangelho secreto da Virgem Maria. Trad.: Yolanda e Hilton Amaral. São Paulo: Mercuryo: Paulus, 1999.

Sonho de ser a virgem mãe, caminhão e touro... (respondido)

Primeiro sonho:
Meu temperamento emocional não anda muito bom, pois o computador tem desligado sozinho e dificilmente fica ligado mais do que meia hora. Toda vez que estou digitando algo ou remexendo nas fotos ele simplesmente desliga e depois tenho que refazer tudo. Não sabemos se o defeito é do aparelho ou da eletricidade, mas sei que estou esgotada e nervosa com isso. Tecnologia é bom enquanto funciona, pois caso contrário só dá prejuízo. Eu não tenho o dia todo para ficar por conta esperando a boa vontade dessa máquina funcionar. Até parece que ela tem um cérebro e faz isso só para me pirraçar. A bateria já estragou há muito tempo e não sabemos se o estrago foi por causa de problema técnico no computador ou por causa de algo externo ligado a energia. Bem, estou engolindo sapos e elefantes... esse mês começou em provações cruéis. Mas vou deixar as lamurias de lado e falar sobre meus sonhos. Essa noite, nas duas horas que restou para eu dormir, sonhei que estava encontrando com a entidade de uma cigana e ela confirmou que eu estava grávida e prometeu me ajudar a encontrar um filho. Era estranho o fato de eu ter engravidado do nada, do tipo a lenda da Virgem Mãe. De todo modo, se eu ainda não estava grávida, ficou subentendido que eu ia ter um filho e precisava arrumar um pai, fosse ele o pai biológico ou não. Fiquei imaginando arrumar um homem para ser o pai providencial de um filho vindo do nada. Se arrumar um namorado já me parece quase uma missão impossível, como então conseguiria arrumar um pai para meu filho? Estava eufórica e esperançosa por saber que cumpriria o propósito pré-estabelecido e karmático de ser mãe e fiquei feliz ao saber que teria a sorte de ter a companhia de um homem, entretanto parecia difícil crer que tudo daria certo conforme planejava a cigana. Ela me disse que eu podia deixar por conta dela e por mais que estivesse agoniada para tomar uma atitude, senti que nada eu teria para fazer por falta de uma solução que pudesse ser planejada e seguida da minha parte. O que esse sonho reprisa das velhas questões já abordadas?

Resposta:
“Alra” assim respondeu: “Sonhos são como ciclos: se não superarmos nossas dificuldades, repetimos nossos equívocos, e os sonhos repetem os alertas ciclicamente. Estar grávida pode significar estar fecundada de bons fluidos. A chuva fecunda a terra que transforma o germe. Você pode estar grávida como quem desenvolve o fruto, enriquecida de dinâmicas de transformações. E chegará a hora em que o nascimento se dará, o fruto aflorará para que possa colher os resultados do seu trabalho e do desenvolvimento que realiza. Bom augúrio. O sonho indica a sua natureza de Matriz, divina como mulher, com o poder de gerar vida e chama-lhe atenção para que amplie seus conceitos quanto ao poder divino, muito além de sua capacidade de escolha e decisão. O sonho indica-lhe sua natureza reprodutiva, aquilo que faz da mulher um ser especial e matriz da vida. E você como matriz jovem está preparada para realizar o milagre da multiplicação. Como você não é uma Virgem Maria, precisa se tornar impura, cometer o pecado para, depois da concepção, se purificar com a dor do nascimento. E fará isso encontrando o parceiro e permitindo que esse parceiro realize a fecundação, que transforma o verbo e materializa o corpo. Não se engane na ideia de que nada há para fazer, esperando que resultados caiam do céu. É necessário preparar a terra, o corpo, a semente, o espírito, conquistar a chuva, o homem, que possa fecundar o solo. Deve estar atenta para montar no cavalo selado que talvez passe à sua frente. Deve preparar-se para que, na hora definitiva do encontro, você possa, feito a sua parte, realizar o seu destino. A idade lhe permite ainda um tempo natural, mas é preciso superar suas dificuldades e abrir as portas para que esse homem, seu companheiro, apareça em seu caminho. A vida é muito generosa com aqueles que se preparam. Você tendia a viver o papel de vítima como se a vida lhe negasse o direito de realizar a maternidade, e mesmo desejando relações afetivas com um parceiro, você se boicotava na sua dinâmica de maturação, aprisionada no seu mundo infantil das fantasias. Agora, mais inserida no mundo adulto, suas possibilidades se renovam. E lembre-se: aproveitam as boas oportunidades aqueles que se preparam para elas.
A cigana é representação de uma guia especial em sua vida. Simbolicamente pode ser prenúncio de mudança de presença da velha sábia surgindo em sua vida. Mesmo que a idade não indique esta mudança, como em sonhos anteriores ocorreram pequenas manifestações, ficamos no aguardo de outras ocorrências. Mas independente do arquétipo, é uma guia que pode ser até mesmo associada ao anjo da anunciação. Mesmo sem ser teóloga eu preciso registrar que um dogma é uma verdade de fé que todo cristão deve aceitar e crer. A Virgem Maria Imaculada é um desses dogmas de fé. E o que significa "Imaculada"? Ao contrário do que muitos pensam, não é o fato de Jesus ter nascido sem que Nossa Senhora perdesse a virgindade; isso é a Virgindade Perpétua de Nossa Senhora, não sua natureza Imaculada. A Imaculada é o fato da virgem Maria ter sido concebida sem Pecado Original, não tendo jamais pecado nem tido vontade de pecar.
Deus a preparou, a "planejou", por assim dizer, desde a queda de Adão para carregar o filho divino em seu ventre (Gn 3,15). Seu Filho não era um menino qualquer que depois "virou Deus"; Ele já o era, Ele é Deus desde sempre. A partir de Sua concepção na Virgem Maria pelo Espírito Santo (Lc 1,31), Ele tomou a nossa natureza humana, sem perder a Sua natureza divina, e a segunda Pessoa da Santíssima Trindade fez-se homem; "O Verbo se fez Carne, e habitou entre nós" (Jo 1,14).Portanto a virgem não concebeu do nada.
Fora do pensamento teológico cristão também é preciso compreender que na visão da psicologia analítica a Mãe Divina é representação arquetípica sagrada do estagio mais elevado de elevação, purificação do feminino. Representação que ultrapassa os tempos e que se manifestou através de pensamentos religiosos distintos e distantes, culturas e sociedades por todos os recantos deste planeta. O que realça a representação cristã católica, hinduísta, e outras mais.
Mesmo que indivíduos desconsiderem as religiões que não professam, não se pode esquecer que como humanos fazemos parte de grupo diversificado, diferenciado, no tempo, na cultura, no desenvolvimento, mas as manifestações de inconsciente coletivo ultrapassam todas as fronteiras, o grau de desenvolvimento das sociedades, as nações, o tempo e se manifesta a qualquer instante e em qualquer lugar, não diferenciando classe econômica, raça ou religião. A natureza é ampla e generosa. e por isso a Virgem Maria é mais do que um símbolo cristão é simbolo do desenvolvimento humano, do estágio evolutivo, simbolo sagrado da mãe divina, mãe eterna de todos nós, pobres mortais.
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Segundo sonho:
Depois sonhei que estava na esquina de casa quando ví um caminhão de mudança entrando na garagem da vizinha. Era um caminhão de uns trinta metros de comprimento e notei que ele estava entrando torto, de modo que deveria estar ocasionando uma destruição total na construção daqui de casa. De repente o caminhão começou a quicar como se fosse uma bola de borracha que inclusive ficava de rodas para cima e, ora normal e ora de cabeça para baixo, descendo e subindo, estava prestes a destruir totalmente minha moradia quando acordei assustada. É um sonho tão estranho, que significado pode ter?
Resposta:
“Alra” assim respondeu: “Se bem me lembro, a primeira lei do Zen Budismo, com lucidez típica, é a lei da Impermanência da vida. A física nos fala em universo em expansão e no seu contraposto, o universo em retração. Por enquanto o ritmo é determinado pela presença marcante da expansão, transformação e evolução. Estamos inseridos, portanto, dentro de um cenário em permanente dinâmica de transformações e mudanças. Isto pode ser muito inquietante. Independe de nós, somos como que levados,empurrados à frente e, se teimamos ao tentar paralisar o processo pessoal, somos como que puxados com mais força para a densidade dos buracos negros, nestes infinitos vórtices do universo que têm o poder de nos lançar ou nos puxar como corpos ao sabor de forças maiores. Lutar contra essas forças parece-me tolice, melhor aprender a navegá-las e tornar a viagem mais agradável. O sonho fala dessas transformações e mudanças. Indica a dinâmica do cenário. O processo está instalado, a fase estabelece a metamorfose. E o que vem daí? Sua forma de responder ao mundo definirá como navegar em sintonia com as mudanças ou não interferir de forma desastrada. Mudanças promovem ansiedades, angústias, inquietações, medos, apreensões, estados em geral desconfortáveis e incômodos ou desconfortáveis. Essas mudanças já vêm sendo anunciadas há um bom tempo, e nem sempre são rápidas. Como já lhe disse anteriormente, cada um tem um tempo cíclico, e você ainda tem tempo dentro do ciclo psíquico no qual está inserida no momento. As pré-mudanças foram iniciadas. E essas são alterações delicadas, que nos exigem paciência e que podem durar 3, 5 ou até 7 anos, ou seja, um ciclo pessoal inteiro. Nesses momentos nosso mundo confortável é arremessado, revirado, instabilizado, e podemos nos ver como dentro de um turbilhão sem que o queiramos. Paciência. Você pode estar, sem que o queira, no Olho do Furacão. E ainda que possa parecer que sua casa será destruída, e mesmo que o seja, uma nova casa renascerá, uma nova vida se anunciará. Quando digo que nosso arbítrio é relativo, quero dizer que existem momentos em nossas vidas que não podemos evitar, são momentos decisivos. Se nos preparamos para eles, passamos ilesos, ainda que transformados. Se não tivermos nos preparados em momentos favoráveis, perderemos as chances de avançar na consubstanciação de nossa maturação. Aí o sofrimento deixa de ser aproveitado como repique para avançarmos em nossos desígnios. Se prepare e fique tranquila que a tempestade, se houver, passará, as ameaças desaparecerão e a bonança chegará em breve.
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Terceiro sonho:
Sonhei que alguém profetizava sobre meu futuro e disse que eu seria atacada por um touro. Logo depois estava passando por um local rural quando um touro de fato pulou o cercado, um salto malabarístico, e veio com tudo em minha direção. Eu segurei nos dois chifres do animal e olho a olho fiquei a segurá-lo com uma força desumana, fora do comum. Lembrei-me da carta força do tarô. Eu não sabia como conseguia fazer aquilo, mas para mim foi algo fácil dominar o touro bravio. Depois sonhei com uma menina que caminhava e todas as vezes que passava perto de um boeiro caia sobre ele. Verifiquei que a mãe dela entrou numa espécie de esgoto e fui investigar o que estava acontecendo. Não lembro direito o porquê daquela situação incomum, apenas recordo de jogar ervas curtidas sobre um cachorro e com isso espantei o espírito maligno que estava com ele. Também recordo de estar num local parecido com um cemitério no meio de um deserto de areias firmes a ver um casal de enormes calangos de cor verde e amarela. Infelizmente não lembro com nitidez. Continuei tendo vários outros sonhos estranhos e interessantes, mas as lembranças são muito vagas.

Resposta:

Já chamei sua atenção para a necessidade da aquisição de uma prontidão onírica que é de grande importância, e que nos permite responder, reagir a ameaças, e proteger a integridade e a saúde psíquica por esforço próprio. Não é pouca coisa! Dois detalhes dessa transformação: 1. No passado você estava mais suscetível à ingerência de pulsões de inconsciente, consequentemente essa suscetibilidade tendia a lhe colocar numa condição mais crônica de instabilidade emocional. Lembra-se? Como uma tábua você ficava ao sabor das ondas e das correntes do oceano primordial. 2. Sem a prontidão de resposta, deixamos o poder de intervir no processo de transformação exigido pelo inconsciente. A dinâmica é a seguinte: Enquanto não fortalecemos os princípios básicos de constituição da Individualidade, o inconsciente tem poder total de interferir no comportamento, nos conduzindo a seu bel prazer. Mas chega um momento em que a falta de referências básicas, por conta de uma individualidade inconsistente, começa a colocar em risco a integridade. Como consequência os arquétipos específicos se manifestam impondo a necessidade de mudanças que permitam consolidar a estrutura psíquica. É como se no início de nossas vidas, frente à imaturidade psíquica, fossemos conduzidos integralmente para que nos consolidemos como uma estrutura bem formada e para que, mais à frente, possamos conduzir a partir de parâmetros de consciência, lógica e real, nossas vidas. Isso eu chamo de Inter-relação Dirigida entre consciência e inconsciente. Quando a maturação da personalidade não ocorre, as ingerências do inconsciente aumentam para que o indivíduo colocado em conflito possa acelerar seu processo de transformação, de forma a poder atuar na ordenação psíquica com mais precisão. Naturalmente, como são múltiplas as fases e estágios que vivemos, o inconsciente continuará interferindo e realizando suas correções de rumo em nossas vidas, ao mesmo tempo em que acrescentamos à sua tarefa de centro de comando, os princípios de realidade constituídos pela consciência, princípios de ordenação, coordenação, lógica, localização, espacialidade, informação, linguagem, etc. Se não desenvolvemos essa prontidão, vagaremos pela vida como um barco sem rumo. Ao contrário, com a prontidão, começamos a gerar pulsões que auxiliam na ordenação dos conteúdos de inconsciente, recebendo em troca os benefícios dessa ordenação com a harmônia e o equilíbrio do nosso sistema pessoal.
No último ano você iniciou essa jornada de assumir-se como uma individualidade constituída, abandonando práticas e respostas que já não lhe favoreciam frente às exigência de sua realidade. Assim veio desenvolvendo conceitos e se dando novos significados diante de sua vida. E essa prontidão aparece em seus sonhos. Os sonhos ameaçadores diminuíram e você desenvolveu uma capacidade de responder aos confrontos e exigências oníricas. Eis que falo sobre o segundo sonho. Não há como avançar se não somo capazes de enfrentar os nossos fantasmas internos, os desafios, nossos dragões. Isso não é pouco! Neste sonho sua capacidade de resposta lhe leva, ao invés de fugir e correr, a enfrentar seu próprio touro-dragão. Você o domina, olhando-o nos olhos, segurando-o com toda a sua vontade e energia de querer ser a mais forte. Como em quase todas as representações e simbologia, a do touro também pode, independente da preponderância ativa, ser dupla. Ele pode estar relacionado ao princípio ativo masculino e também ao feminino, pela sua relação lunar e fecundante. Ele, em termos gerais, evoca a força, o conteúdo indomável, selvagem e intempestivo. É símbolo da força criadora, já foi considerado divindade, e na tradição grega, os touros indomados simbolizavam o desencadear sem limites das pulsões destrutivas. Enquanto lunar é relacionado com a noite. Para Paul Diel, os touros com sua força bruta simbolizam a dominação perversa. O confronto envolve competição, e sua força-touro pode não ser vencedora, mas se equivale à força do outro. O touro pode representar uma energia poderosa que você aprende a domar, descobrir dentro de si ou tomar posse. E o chifre é símbolo de poder e força. Na psicologia podem simbolizar a divergência, ambivalência e forças regressivas. Para Jung eles representam o principio ativo e masculino pela força da penetração e um Passivo Feminino por sua abertura em forma de lira e de receptáculo. Ao reunir esses dois princípios na constituição da personalidade, o indivíduo atinge o estágio de maturação pleno. Realiza a integração dos opostos em si. Sem dúvida, esse foi um maravilhoso sonho!
Mas vamos adiante: a menina do sonho seguinte é representação de um lado seu. E a indicação é de que ela corre risco. Pode ser uma característica pessoal de infância que ainda carrega na vida adulta enquanto dispersão, falta de atenção, descuido ou excesso de fantasia. Não deixa de ser uma representação do 'louco' no taro, o qual caminha olhando para o céu, como aquele que não se foca onde pisa e cai em armadilha, ou nos buracos da vida. A mãe é representação de proteção, mas também de distanciamento. O esgoto pode dizer respeito a uma natureza animal que carregamos que não pode ser negada. Somos seres simbólicos constituídos dentro de uma materialidade finita e limitada. Esgoto é derivação de esgotar, findar. Características dos momentos em que abrimos mão de coisas para receber outras. É o processo natural das transformações. Aqueles que não se libertam, ou que não aprendem este princípio básico, acabam se transformando em pessoas retensivas, possessivas, miseráveis materiais e afetivos. Neste aspecto, para conquistarmos a maturidade, precisamos abrir mão das respostas infantes, das proteções que nos circundam, do conforto como filho. Renunciar para poder ganhar o amadurecimento de ser adulto. O simples domínio dos ramos afasta o mal do cachorro, assim como no sonho anterior a força fui usada para domar o touro. Mas aqui cabe uma diferença: o cachorro é psicopompo, guia dos vivos no caminho dos mortos. E da morte a gente se afasta, mas não se livra. Seus ramos lembraram-me do domingo de ramos. É com ramos que o povo proclama, como diz São Paulo: 'Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai'. Significa crer no mistério da fé, crer na vida que vence a morte. É vencer o mal, é também ressuscitar com Cristo e, com Ele Vivo e Vitorioso viver eternamente. Se a leitura estiver próxima da mensagem do inconsciente, significa que a dinâmica ruma em direção à provações e à tentações que se aproximam. Corporalmente, avalie suas funções digestivas. Se houver algum distúrbio digestivo, reavalie hábitos alimentares e principalmente o hábito de beber água”.

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Quarto sonho:

No dia dois desse mês venci meu contrato de experiência no trabalho e essa noite sonhei que para continuar nele precisava passar num teste. Eu estava certa de que passaria, pois a mulher que me aplicaria-o disse se tratar de uma avaliação da minha índole moral. Ela ia encenar uma situação qualquer e queria analisar minha reação natural, dizendo que era para eu reagir como se aquilo estivesse de fato ocorrendo na minha vida. Assim ela fingiu ser uma criança fazendo bagunça e entre revoltada e irritada começou a arrastar uma mesa. Levei-a para um canto, coloquei-a de castigo e disse energicamente que não ia lhe dar aquela boneca que ela tanto estava querendo ganhar de presente no dia das crianças, explicando-lhe o porquê. Daí um monte de portas se abriram e adentrou no local uma multidão de pessoas, a maioria eram homens. Agarrei-me a um deles que dentro do sonho parecia ser um namorado. Ele ia passando sério e nem ia me notar se não fosse essa outra reação natural e inesperada de o agarrar. Nisso o ambiente outra vez se transformou e notei estarmos dentro de um grande elevador. Não sei se ele subia ou descia, mas permaneci abraçada ao homem enquanto ele segurava-se com as duas mãos no apoio do teto do elevador. Nos beijamos e ainda acariciava as costas dele quando acordei sem entender absolutamente nada do sentido desse confuso sonho de três momentos em um. O que tal sonho pode representar? Inflexibilidade, punição, busca de uma salvação, apoio e deslocamento através de outrem?
Rsposta:
“Alra” assim respondeu: “É perceptível que não suporta crianças sem limites e se apresenta como autoridade assumida. A proposta é clara: ser testada, confrontada. Sua resposta é de controle e domínio da criança rebelde. Qual seria o foco do sonho? A criança rebelde dentro de você? A autoridade repressora e castradora? A tensão ou a angústia produzida pelo medo de ser rejeitada e excluída? Nesse sonho você precisa analisar o significado ou importância do emprego, do seu trabalho, na sua vida. Como se relaciona com essa realidade, sua necessidade, ou como lida com o seu 'fazer'. Pelo que lhe conheço sei que é mais por sobrevivência do que por oportunidades de crescimento e prosperidade. O sonho indica uma realidade comum de conquista a partir do esforço pessoal, o presente recebido ou a exclusão como punição, bem como o elevado nível de tensão provocado pela situação. A primeira parte realça dois aspectos: 1. Há o confronto, você é chamada a responder e responde dentro de sua necessidade de controle, domínio e organização. A resposta é assertiva, resultado de conceitos claros e limites definidos. 2. A severidade consigo mesma fica em realce, e mostra a insegurança e o nível elevado de tensão e angústia porque passou. Você se sentiu como uma criança e pune aquela que te submete ao teste. Sua revolta é projetada punindo a parte de si que te submete à condição de inferioridade e de submissão.
Na segunda parte, o nível de tensão se eleva e o socorro ocorre ao 'se agarrar' às barras da calça da figura masculina. O cenário de ameaça a leva a se agarrar e a se entregar à submissão. O seu movimento é de fuga, de inferioridade, sendo levada, conduzida. Fico refletindo sobre as portas, e a entrada de pessoas. Se elas representam a possibilidade de sua passagem ou de mudanças, neste caso elas servem para uma invasão coletiva, como uma onda que entra em sua vida e ocupa de forma tão marcante o espaço que a sua atitude parece-me regredida e submissa. Resta a questão: coletivamente, o que invade e ocupa seu espaço, seu território, de forma tão decisiva? Como podes ver, eu tenho mais perguntas do que respostas. Mas nem sempre os sonhos são claros. Espero que os seguintes possam completar a ideia do sentido e do significado deste. Ah! A parte final das carícias e dos toques, reequilibram seus níveis de tensão. Te trazem para a dimensão corporal, para o universo das sensações, reintegrando seu sentido, compensando a tensão elevada. O afeto compensa o cenário 'Sem Rumo' promovido por uma realidade que lhe exige além das suas capacidades. Diante da instabilidade emocional que a insere na rota de fuga, o afeto compensa e lhe favorece o reequilíbrio”.

COLABORAÇÃO ESPECIAL: M. EDUARDO
APOIO: A_LINGUAGEM_DOS_SONHOS