Obrigada pela visita!

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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

carta 16

Olá ‘Ami’! Como você está nesse penultimo dia do ano de 2008? Como o tempo tem passado rápido! Pois bem, minha vida continua a mesma e estou aqui para comentar à respeito de um livro que acabei de ler chamado A promessa de Jesus[i]. Uma das coisas que mais me impressionou no livro e que, obviamente eu ainda não sabia, é o fato de ficar tão claro que o Velho Testamento da bíblia em verdade é composto de profecias sobre a vinda de Jesus. O livro explica porque Jesus tinha de nascer entre os judeus. Estes foram escolhidos pois seus profetas receberiam e registrariam a revelação de Deus sobre Si mesmo e Sua vontade para a humanidade. Eles teriam de proteger e preservar para a posterioridade a pureza textual das Escrituras, redigidas por meio de inspiração divina. A nação judia foi eleita para testemunhar a um obscurecido mundo pagão, que havia um só Deus de lua e vida, que amava a humanidade e queria vê-la reconciliada com Ele. Sabe-se que, em um nível estritamente pragmático, os judeus da época de Jesus desejavam um Messias que fosse capaz de desempenhar todas as predições referentes a um grande salvador e rei; alguém que expulsasse os odiados dirigentes romanos de sua terra e arrancasse do trono judeu o usurpador Herodes da Iduméia. Todos eles haviam sofrido e tinham sido perseguidos durante séculos, de maneira que lhes era muito forte a ânsia pela libertação desses sofrimentos. Em vista disto, de tempos em tempos, surgia alguém alegando ser o Messias. Em geral, se apresentavam com sonhos de derrubada política mas, no fim, foram eles os derrubados e a maioria de seus nomes ficou perdida para a historia. Jesus não falava como os escribas e fariseus que sempre citavam outros eruditos, em apoio de seus ensinamentos. Jesus falava como possuidor da autoridade de Deus dentro de si. Há muitas coisas que tornaram Jesus o único e atraente às massas do seu tempo. Seus milagres eram diferentes de tudo que o povo já tinha visto antes. Sua filosofia de que deveria fazer o bem aos inimigos era nova para os ouvintes. Todo o enfoque à idéia de adoração e serviço a Deus diferia de tudo quanto já lhes fora ensinado. Enquanto os ensinamentos do judaísmo diziam respeito principalmente ao comportamento externo do homem, deixava intocado o homem interno, a mola das ações. Foi por isso que Jesus não veio mudar as leis, mas fazer com que os homens as cumprissem verdadeiramente.
Foi-me bom relembrar a descendência de Jesus através da tribo de Judá. Inicialmente a historia da linhagem real de Jesus se fixa com o casal Abraão e Sara que tiveram o filho Isaac, o qual foi pai dos filhos gêmeos Esaú e Jacó, sendo este ultimo o escolhido para ter doze filhos (as doze tribos da nação de Israel). Em seqüência, vale lembrar também que Davi foi o maior homem na historia de Israel. De pastor de ovelhas na obscura cidade de Belém, ele se elevou para substituir Saul, o primeiro rei dos judeus. Davi foi um gênio militar, profeta, poeta e rei. Uma de suas mais importantes contribuições para a nação foi a captura da cidade jebusita de Jerusalém, tornando-a o centro religioso secular do judaísmo. Outro grande profeta foi Moisés, que por pouco não ficou na infância, porque foi uma das crianças hebréias a quem o faraó ordenou que fosse morta quando passou a recear que os escravos hebreus, multiplicando-se com demasiada rapidez no Egito, pudessem juntar-se aos inimigos do país, em caso de uma guerra. Não obstante, Deus tinha planos para Moisés e ele foi salvo miraculosamente da morte, para terminar sendo criado em casa do faraó, como filho adotivo da irmã do rei. À idade de 40 anos, era um poderoso e letrado homem do Egito. Certamente ter-se-ia tornado faraó, se Deus não o houvesse removido forçosamente de seu papel de liderança no Egito, para enviá-lo ao deserto durante quarenta anos, a fim de prepará-lo para a verdadeira missão. No decorrer de tais anos, foi usado por Deus para conduzir as hordas de judeus, libertando-os da escravidão do Egito. Moises dói um grande produtor de milagres. No Monte Sinai, recebeu de Deus as Tábuas da Lei contendo os dez mandamentos e supervisionou a construção do templo portátil de adoração para os judeus, conhecido como tabernáculo, por eles empregado durante seus 40 anos de exílio, na erma imensidão do Sinai. Fez grandes predileções sobre os futuros atos de Deus e foi responsável pela escrita dos cindo primeiros livros do Antigo Testamento, conhecidos como o Pentateuco. De fato, Moisés foi o maior dos profetas hebreus. O papel do profeta consistia em receber revelação divina, para então declarar e interpretar, aos homens, Deus e Sua vontade.
Verifica-se que, na historia de Jesus, Deus sincronizou o mundo de maneira que Maria e José fossem a Belém, com o tempo justo para que o Messias escolhido nascesse no lugar correto e designado pelo dedo infalível da profecia. O livro induz a crença de Jesus provindo de uma virgem. Toda a vida é um milagre. Espermatozóide e óvulo estão em contato constantemente mas, nem assim, daí resulta vida. Se eu acredito em um Deus capaz de fazer tudo aquilo quanto decidir, então não é nada de extraordinário acreditar que Ele poderia dar vida a um óvulo no útero de uma mulher, sem o concurso de uma fecundação física. Eu aceito essa versão sem buscar entendê-la, pois me parece complicado saber o porquê justo de assim ter sido. Achei interessante saber que Isaías e Malaquias já haviam predito a vinda de um homem que viria anunciar a vinda do Messias e convocar a nação de Israel ao arrependimento, em preparação para essa vinda. Esse homem era o primo de Jesus, João, o Batista eu pedia as pessoas para aceitarem o batismo no Rio Jordão como sinal de arrependimento e receptividade interior à mensagem e ao mensageiro de Deus. Obviamente João não foi muito aceito pelas autoridades religiosas (fariseus, escribas e saduceus). Eles eram um dos alvos prediletos do precursor que, sem qualquer diplomacia, atacava a exterioridade e o vazio de sua profissão religiosa. João os avisou de que nenhum sistema exibicionista de rituais ou boas obras os ajudaria, porque tinham o coração cheio de orgulho, intolerância e inconsistência, daí por que eram todos culpados. Também creio na versão de que Jesus retornará. Diz o livro que, do mesmo modo como Jesus foi rejeitado como Messias, terá de vir novamente, agora como um severo juiz e Rei conquistador, que acabará com toda a iniqüidade e aqui estabelecerá o Reino de Deus. Será que isso pode ser verdade? Quando e como eu não prefiro não opinar por conta própria.
No inicio de seu ministério público, Jesus se dirigiu ao Rio Jordão, onde João batizava homens e mulheres. Ao apresentar-se para ser batizado, em realidade Ele se apresentava ao Pai, como estando pronto e disposto a iniciar o trabalho que o Pai reservara para Ele. Ao entrar na água, imergia-se em total submissão à vontade do Pai, uma vontade que, Jesus sabia, o conduziria à cruz, carregando os pecados da humanidade. O Pai reagiu imediatamente a este estado de entrega, enviando sobre ele o Espírito Santo, sob a forma visível de uma pomba. No calendário religioso de Israel, a festa da Páscoa tem sido uma das mais importantes comemorações de sua historia nacional. Durante mais de 2.700 anos, envolveu um contínuo festival anual, celebrando a libertação dos filhos de Israel da escravidão no Egito. Durante a ultima ceia, João perguntou em particular a Jesus, se sabia quem o trairia. Jesus respondeu que seria aquele a quem Ele desse o pão embebido. Isto deve ter abalado a todos, pois o pão embebido era o melhor pedaço do cordeiro pascal, juntamente com a faria de pão ázimo e ervas, que era dado somente ao conviva mais apreciado presente à ceia. Neste amável ato de Jesus, vemos que ele amava Judas, seu traidor, e o amou até o fim. Jesus estava a par de tudo o que acontecia e não fez nada para impedir, pois sabia que tudo era parte do plano definitivo de seu Pai, para a redenção de Israel e de toda a humanidade. Quando Judas Iscariotes procurou o sumo sacerdote de Israel com sua oferta de entregar-lhe Jesus, não tinha idéia, por causa de sua cegueira espiritual, de que representava um drama de infâmia, predito cerca de 550 anos antes, pelo profeta Zacarias. Ninguém sabe, com segurança, por que Judas, que havia sido discípulo e companheiro de Jesus por quase três anos, agora decidia entregá-lo às autoridades religiosas. Alguns teorizaram que a principal atração de Judas por Jesus havia sido sua ardente esperança de que ele fosse o longamente aguardado Filho de Davi, que livraria a nação de Israel de seus tiranos romanos. Falando por intermédio do profeta Zacarias, o Deus de Israel predisse Sua rejeição pelo povo daquela época, da seguinte maneira: ‘Dai-me o meu salário, se o julgais bem, ou, então, retei-o!’ ‘Então, eles pagaram trinta moedas de prata como meu salário’... ‘ esta bela soma pela qual eles me avaliaram’ (Zacarias 11:12, 13a). Para eles, sem duvida, 30 moedas apenas indicariam o desprezo que sentiam por Jesus, uma vez que era esse o valor oficial de um escravo (Êxodo, 21:32).
Quando viu Jesus sendo levado através de uma série de amargos julgamentos, chicoteado, surrado e condenado a morte, Judas sentiu um profundo remorso pelo que fizera, pois não contava que aquilo chegasse a tais extremos. Precisava tentar deter aquele terrível pesadelo, antes que resultasse realmente na morte de Jesus. Sem duvida julgava que, devolvendo o dinheiro aos sacerdotes e confessando a eles que traíra um homem inocente, eles retirariam suas acusações contra Jesus e o libertariam. Freneticamente, Judas correu ao templo, procurou os sacerdotes e anciões e, ao encontrá-los, declarou: ‘Eu pequei, entregando sangue inocente!’ Ora, normalmente, quando sacerdotes ou rabis se deparam com um penitente confessando que pecou, levam o caso um pouco mais a sério; mas não naquela hora. Sua resposta a Judas, foi: ‘ E daí, o que temos nós com isso? O problema é teu!’ (parafraseando Mateus, 27:4). Uma vez que se uniam a Judas, no pecado de traição a um homem inocente, não havia muito que pudessem dizer ou fazer, sem também se condenarem. Para os sacerdotes, a única preocupação foi sobre o que iriam fazer com aquele dinheiro. A lei impedia que colocassem no tesouro do templo qualquer dinheiro ganho ilegalmente, pois não podia ser utilizado na compra de artigos sagrados. Se donativos desta espécie fossem feitos ao templo, presumia-se que retornassem ao doador. Entretanto, se este insistisse em doá-lo, então o dinheiro tinha de ser gasto em algo para o bem público. Esta lei rabínica, aparentemente insignificante, originou o detalhado cumprimento da última parte da notável profecia de Zacarias. Ele dissera que as 30 moedas de prata seriam dadas ao ‘oleiro’, após terem sido lançadas na Casa do Senhor. Eis como os sacerdotes resolveram esse ‘delicado’ problema: ‘ E eles deliberaram e, com aquela soma, compraram o campo do Oleiro, para que ali se fizesse um cemitério de estrangeiro’ (Mateus, 27:7). Nas profecias de Isaías, a submissão de Jesus foi feita através da imagem do cordeiro sacrificado (Isaías, 53:7) Todas as profecias se cumpriram.
Diz o livro que, o plano de Deus era acabar com todo o sistema de sacrifícios e satisfações diárias de Sua justiça infringida e, desta forma, preencher a necessidade para a Lei Mosaica externa e ritualística. Uma vez que Jesus, o Messias de Deus, havia cumprido o papel de carregador de pecados, Deus estaria livre para perdoar os pecados dos homens, baseando-se puramente na fé que mostrassem por aquele sacrifício permanente. Poderia Ele, então, escrever agora Suas leis no coração dos homens, vir e habitar dentro deles na pessoa de Seu Espírito Santo e fortalecê-los a fim de que guardassem suas leis, por amor e gratidão. Isso realmente faz-me sentido. Os executores de Jesus (o Sinédrio e o governador romano Pôncio Pilatos) haviam estabelecido que Jesus seria crucificado com dois criminosos comuns. Naturalmente, presumiam devesse também ser sepultado como criminoso e, sob circunstancias ordinárias, talvez Jesus o tivesse sido. No entanto, Deus tinha outros planos para seu Messias-Sofredor. Não era um dia comum, aquele em que o Cordeiro de Deus foi crucificado, mas o dia de preparação para a Páscoa, o maior e mais respeitado dia festivo do ano. O Sinédrio precisava agir depressa, para obter a condenação e execução de Jesus antes do inicio da Páscoa. Ora, restava bem pouco tempo até o pôr-do-sol de seu sábado pascal. Assim, uma vez que esses líderes religiosos estavam tão ocupados ‘fazendo suas coisas religiosas’, e tendo assumido que os soldados romanos cuidariam do ‘trabalho sujo’ do sepultamento do corpo de Jesus com o de outros criminosos, limitaram-se a deixar que a situação seguisse seu curso normal. O que os líderes não podiam imaginar era que um dos mais respeitados membros do Sinédrio, um homem rido e poderoso chamado José de Arimatéia, tomaria providencias para que Jesus tivesse a espécie de sepultamento adequado a seu porte e sua vida, inclusive com direito a mirra e aloés. O Sinédrio simplesmente decidiu que a melhor estratégia para eles seria darem tempo ao tempo, esperar, e então o interesse e curiosidade públicos em torno de Jesus morreriam naturalmente. Ninguém na cidade, contudo, estava preparado para os eletrizantes eventos do terceiro dia após a morte de Jesus. Os líderes religiosos tentavam desesperadamente explicar a situação, acusando os discípulos de terem roubado o corpo. Os soldados romanos que vigiavam o sepulcro consumiam-se em pânico, ante a possibilidade de poderem ser executados, por falha no cumprimento do dever. Os próprios discípulos de Jesus estavam surpresos e incertos sobre o que tudo aquilo significava.
Quando o crucificaram, Jesus foi abandonado por todos os discípulos, exceto João. Estavam todos desanimados e abalados, em parte porque seus sonhos para o Reino de Deus na terra estavam agora desfeitos. Quando, três dias depois, o tumulo foi encontrado vazio e Jesus apareceu vivo a seus seguidores, voltaram a reviver as esperanças para o estabelecimento do Reino de Deus. Pouco antes de Jesus deixá-los, para retornar corporalmente ao céu, ele os reuniu para umas ultimas palavras. Os discípulos lhe perguntaram, então, se ele ia estabelecer o prometido Reino Davídico, esmagar seus inimigos e assumir o poder como o ‘Messias Reinante’, já que cumprira o papel de ‘Messias Sofredor’ (Atos, 1:6-11). Jesus lhes respondeu que Deus fixara um tempo no futuro, quando então ele voltaria para reinar nessa qualidade mas, enquanto isso, seus discípulos dariam testemunho sobre o significado dele ter sofrido pelos pecados dos homens. Então, à vista de todos eles, Jesus subiu aos céus, desaparecendo nas alturas para sentar-se à mão direita de Deus. Na seqüência dos fatos, também vale lembrar que Daniel predisse que a cidade e o templo seriam destruídos, em seguida à morte de seu Messias. Dentro de quarenta anos, aconteceria o holocausto romano. Há um ponto crítico que deve ser apontado nesta profecia. Fosse quem fosse o Messias, ele teria de surgir em Israel antes da destruição da cidade e do templo, em 70 d.C. Conforme Moisés havia predito, durante e depois esse longo período o povo judeu erraria de lugar para lugar, sem nenhuma garantia de segurança ou aceitação. Durante quase dois mil anos, esta profecia tem sido uma horrível realidade na vida do povo eleito de Deus. Nenhuma nação, na história do mundo, sofreu tal perseguição e angustia. Embora atualmente Israel esteja parcialmente de volta à antiga terra natal, não se encontra em paz com o mundo a sua volta. E enquanto o Messias não tornar a vir e enquanto Israel não se voltar para ele, a nação ainda estará, oficialmente, sofrendo o castigo divino de Deus. Em Revelação, 3:20, somos apresentados a Jesus em seu papel como Rei. Aqui, Ele mantém com benevolência a promessa de que entrará pessoalmente em nossa vida, pela porta de nossa vontade, bastando que O convidemos. Não precisamos esperar até que o Reino de Deus chegue a terra e que o Messias governe justiceiramente o mundo novo que foi prometido. Podemos experimentar a paz e a íntima alegria de Seu Reino em nossos corações, ainda enquanto esperamos pela Sua vinda. Bem, por hoje isso é tudo. Até breve com outros resumos e comentários de livros. Feliz ano novo!”
[i] LINDSEY, Hall. A promessa de Jesus. Trad.: Louisa Ibañez. Rio de Janeiro: Record, 1982.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

carta 15

“Olá ‘Ami’! E então, como foi o seu natal? Comigo nada de especial: no dia 24 minha irmã chegou com seu marido por volta das duas horas da tarde para almoçarem. O dia passou meio vazio e por volta das cinco horas da tarde fomos à casa de minha avó busca-la para cear conosco. Mamãe e vovó continuam nas discussões de sempre: minha avó não quer ninguém dormindo lá com ela e muito menos aceita ter de deixar a casa para morar com alguma das filhas. No dia 23 ela fez oitenta e nove anos. Todos nós da família achamos que ela vai passar dos cem, embora tenha todos os problemas de velhice como diabete, pressão arterial alta, acido úrico, escorregamento na coluna, colesterol três vezes acima do normal, catarata, glaucoma e inclusive um inicio de derrame. Mamãe fica nervosa querendo resolver a situação, uma vez que acha preocupante e inaceitável vovó ficar sozinha. Eu sempre digo que teimar com uma pessoa é a pior maneira de convencê-la de algo, pois isso apenas cria resistência. Isso acontece diariamente comigo quando mamãe quer me fazer pensar como ela na base de críticas sobre meu próprio modo de pensar. Dá para notar que mamãe passa longe de ter algum tipo de psicologia, tanto com vovó quanto comigo.
Quanto ao dia 25, fui almoçar em Araguari nos familiares de meu cunhado e até a vovó foi. Há muito tempo que não ia lá. Minha irmã vai lá todas as vezes que vem a Uberlândia e sempre nos convida, mas mamãe nunca está animada e sem ela o convite fica automaticamente desfeito. Eu fico sem graça de ir sem ela, pois de certa forma, eu teria que pedir para ir e isso está um pouco além da minha coragem. Foi legal e a vovó conversou o tempo todo sem parar nem para tirar o fôlego. Como ela gosta de prosear! Sobre a alimentação não tenho muito que escrever, pois não sou chegada a nada que não seja o natural (verduras e legumes) e isso praticamente não tinha por lá. Entre massa, farofa e carne eu comi um pouquinho e fiquei esperando pela sobremesa. Todas às vezes que comi por lá pude experimentar sobremesas novas e dessa vez não foi diferente. Havia uma torta de morangos, uma torta de banana flambada e o costumeiro pudim de leite condensado. De toda forma não comi muito, pois por fim acaba sendo enjoativo e uma prova de cada qualidade é mais que suficiente. Em complemento, depois que retornamos fui assisti alguns filmes que minha irmã havia locado. Nem vi o dia se esvair.
Agora é madrugada e acabei de acordar após mais uma torrente de pesadelos. Já cansada do dorme-acorda resolvi ligar o laptop e escrever um pouco. Não sei dizer ao certo, mas desde que comecei a dormir na parte térrea, o antigo cômodo da Radionix, tenho tido noites não muito agradáveis e recheadas de muitos pesadelos. Eu sonho, acordo, tomo água, volto a dormir e outros pesadelos sucedem. Assim tem me ocorrido de quatro a cinco vezes por noite. Resisti muito durante os últimos dias em escrever sobre isso, pois claramente não é algo agradável de puxar na memória e relatar, mas hoje senti essa necessidade, pois estranhamente um sonho ficou muito vívido em minha mente e senti-me muito mexida interiormente. Nessas ultimas noites tive bastantes sonhos de intriga donde me via chorando arrasada. Num deles eu estava muito revoltada e dizia chorando a alguém: ‘eu economizo tanto, nem com o necessário eu gasto. Meus dentes estão todos cariados para poupar as finanças e enquanto isso minha mãe está esbanjando e comprando roupas que nem precisa da minha tia (a ‘Florymel’ revende roupas de Goiânia)’. Noutro que a ‘Florymel’ também participava, mamãe ia viajar com ela para Caldas Novas pagando toda sua despesa enquanto eu ia ficar ‘de castigo’ em casa para cuidar de vovó.
Outro pesadelo que também lembro foi ainda mais penoso. Nele o inquilino da casa do fundo havia cortado todas as plantas do quintal e feito um monte só. As torras de madeira ele havia colocado na carreta (ele é caminhoneiro) e ia levar não sei para onde. Eu brigava com mamãe e ela dizia-me que não podia fazer nada (até porque o serviço já estava feito). Na realidade eu sentia que ela o mandara fazer aquilo apenas de implicância comigo. Quando eu saí desesperada atrás da carreta, não sei exatamente o que aconteceu, mas parece que propositalmente ele me atropelou. Uma roda dianteira passou sobre meu estomago. Eu senti tudo e vi o sangue jorrar, mas milagrosamente continuei viva depois como se nada houvesse acontecido. Também tive pesadelos com minha irmã, mas não lembro exatamente nada no momento. Se não me engano, acho que andei sonhando umas duas vezes ou até mais com minhas primas (filhas de ‘Pituca’) e também não foram nada agradáveis. Eu sonho muito em uma única noite e nesta sonhei que eu estava num local cheio de pessoas donde haveria um casamento e depois a apresentação de algo que não sei explicar se era dança infantil ou uma palestra qualquer. A questão é que, num ‘tropeço’ do sonho, apareceu uma banda tocando muito harmonicamente e, ao adentrarem no salão, um dos sujeitos incorporou em ponto de umbanda. Eu estava na frente da multidão quando senti uma força imensa me empurrar para junto do médium incorporado. Eu segurei numa mesa e esta começou a arrastar-se sozinha para frente. Pedi para algumas pessoas me segurarem e estas ficaram atônitas com a fora que meu corpo exercia para o outro lado, como se uma multidão invisível quisesse me arrastar até o médium. Não agüentando mais eu disse que precisava ir até lá. Nesse momento havia uma fila quilométrica. Apoiando-me em alguém fui levada e já meio desmaiada deixaram-me sentada aos pés do médium.
Num gesto que não sei explicar, eu agarrei-me as pernas do médium e encostei-me a elas como se estivesse dormindo. A entidade terminou de atender quem estava atendendo e agachou-se. Colocou a mão no topo da minha cabeça e começou a dizer algo basicamente assim: ‘ela não se abre com meus amigos, apenas consigo mesma. Seu lado sentimental é como do... (um nome masculino que não recordo). Ela pode escutar tudo com sua alma delicada. Estou impressionado com os sentimentos dessa jovem’. Dito isso ele me colocou deitada ao lado, no chão mesmo, e passado alguns minutos eu acordei. Ainda quis ficar deitada, pois me sentia pesada para levantar. Primeiramente não sei por que a entidade dissera meus amigos e não seus. Em segundo, o nome mencionado era de alguém popular dentro do sonho, mas eu não o conhecia pessoalmente. Em terceiro, eu realmente escutei tudo o que ele disse, mesmo estando com meu corpo completamente desmaiado. Em quarto lugar, senti-o impressionado de forma positiva, como se meus sentimentos não fossem de se desprezar. Por um instante breve, eu senti como se o ambiente fosse a Galiléia e aquele ali fosse Jesus a operar milagres. Talvez a palavrinha meus pudesse ter relação com os discípulos. Não sei, foi só uma impressão que ficou. Foi um sonho marcante que ficou aparentemente nítido mesmo sendo seguido de vários outros.
Em seqüência eu estava indo ao encontro de uma reunião familiar. Conforme eu ia cumprimentar as pessoas, elas me abraçavam formalmente (o que para mim pode-se dizer friamente). Fiquei surpresa ao ver que tia ‘Pituca’ já havia voltado de viagem e senti que tinha algo errado no ambiente. Foi exatamente a presença dela que me chamou mais a atenção dentro do sonho. O clima estava estranho, estilo doença ou morte. Sobre esse sonho tenho a comentar que, durante o dia, mamãe conversara com ‘Pituca’ por telefone e as ultimas informações era dela estar mudando de emprego. Embora o serviço também seja de domestica e babá, vai trabalhar num bairro mais privilegiado e ganhar melhor. Portanto, o sonho não faz nenhum sentido, já que, aparentemente, tudo está bem com ela. Também tenho sonhado muito com pássaros, mas atribuo isso ao Xeréu. São tantos sonhos, ultimamente ruins e neutros, que seria impossível tentar lembrar e descrever todos. Sinceramente não sei por que tenho tido tantos pesadelos e recuso-me a pensar que seja (unicamente ou não) por estar dormindo na parte térrea. Consequentemente meu sono anda conturbado, mas fora isso, tudo está tranqüilo e continuo junto de Papai do Céu e ‘Ameth’, agradecendo cada dia e acontecimento de meu viver. Por hora isso é tudo. Um maravilhoso fim e começo de ano! Até breve”.