“Olá ‘Ami’, tudo bem?
Quer dizer que vai mudar para a casa de seu avô que será ao lado da sua? Divertido! Aqui em casa já surgiu a conversa de eu ir dormir com minha avó, mas estou esperando chegar a vez da minha mãe, pois ainda está nos dias da minha tia e é ela quem tem ido dormir lá. O revezamento nunca é cumprido direito, principalmente quanto a minha tia ‘Florymel’ que mora lá no bairro Brasil e nunca tem dinheiro para pagar o ônibus porque é daquelas que gasta descontroladamente, mas o importante é que tudo acaba tendo solução e a situação vai sendo levada adiante. Também estou torcendo para minha mãe reformar o cômodo da antiga Radionix e mudarmos para lá: assim ficarei na porta do quintal.
Fiquei surpresa com o que me escreveu, quer dizer que passou pela aventura de um assalto e ainda por cima também teve sua casa roubada? Pois comigo também acontece coisas assim surpreendentemente indesejáveis e vou te contar o episodio que me aconteceu ontem (dia 29). Eu fui quase (ou praticamente) atropelada. Eu estava atravessando a Avenida João Naves de Ávila, em frente à UFU, ou melhor, saindo desta, quando tudo aconteceu. O farol estava fechado para os carros e o bonequinho do semáforo estava verde para mim, indicando que eu podia atravessar. Estava sem movimento no horário (eram pouco mais de quatro horas da tarde) e havia apenas um carro aguardando parado. Eu já estava terminando de atravessar quando veio um carro preto em total velocidade e fez a ocasião parecer provinda dos bastidores de novela. Senti-me num cenário de ficção de Hollywood. A cantada de pneu foi gigantesca, mas o carro conseguiu parar cerca de dez centímetros antes da minha perna esquerda. E advinha o que aconteceu comigo? O susto me deixou completamente paralisada e sem reação. Ao invés de terminar de atravessar correndo eu apenas parei e fiquei imóvel na frente do carro como uma incrédula tentando entender como eu ainda podia estava viva e intacta naquele momento. Milagre? Talvez. Na realidade acho que meu cérebro teve uma espécie de curto repentino e também ficou paralisado naquele instante. Eu só voltei à realidade quando escutei uma voz juvenil e masculina gritar ‘desculpa’ de dentro do carro.
Vivo bendizendo a morte e acho que ela veio me fazer uma visitinha inusitada, mas sua face passou apenas de relance por mim. Eu pensei que fosse ficar trêmula, com as pernas bambas, mas saí normalmente e nem fiquei envergonhada, pois todos que viram perceberam que além de estar atravessando na faixa de pedestres a imprudência foi do motorista do carro que fez uma tentativa frustrada de passar no sinal fechado. De todo modo, sentindo que o universo todo parecia me contemplar em olhares curiosos, saí do local o mais rápido possível e desapareci virando as esquinas depois de atravessar a outra via da avenida. Foi tudo muito rápido e ao mesmo tempo pareceu acontecer em câmera lenta. Acho que entre eu e o carro coube apenas o espaço de um anjo de guarda (e magro por sinal). Não sei por que, mas o fato pareceu me agradar bastante (só porque não foi grave, lógico). Numa vida sem graça como a minha, posso dizer até que ressuscitei ou que tive uma experiência de quase morte e isso me empolga. Estou exagerando, mas tudo bem. Além do mais, não é todos os dias que somos ‘salvos’ de maneira tão visível e clara pela interferência divina.
O motorista apressado do carro, que custou a esperar o farol abrir, continuou cantando os pneus ao arrancar com o veiculo. Depois fiquei a pensar: o que um quase atropelamento pode significar na vida de uma pessoa? Melhor perguntando, na minha vida? Eu não sei, mas senti como se fosse uma prova de que não estou sozinha como muitas vezes julgo estar. Pude sentir que uma grande força energética cintilava ao meu redor me protegendo, mesmo que eu própria não estivesse tão bem sintonizada com as bênçãos divina de amor e proteção, certamente por continuar (como sempre) me julgando sem merecimento para tal. Quando penso que Papai do Céu me ama mesmo sem eu ter mínimas condições de fazer por merecer sua divina luz de amor, meu coração dilata-se de forte emoção e sensibilidade. É difícil aceitar o fato da incapacidade evolutiva que nos faz não ter acesso aos milhares de segredos divinos. É complicado viver meio a esmo cheia de duvidas sobre a própria vida, o mundo e sem saber as interferências do plano divino na esfera física.
Na bíblia diz que a fé sem obras é morta, mas creio que Deus vivifica mesmo na própria inércia da morte. Creio que Papai do Céu não nos condena quando fraquejamos e deixamos os problemas parecerem monstruosos e até mesmo quando estes nos esmagam literalmente. Por mais que as conseqüências sejam dolorosas, ele continuamente exerce seu poder supremo de amor incondicional. Eu sinto dificuldades em ligar-me mental e sentimentalmente com Papai do Céu a ponto de receber e canalizar suas forças para meus ideais e atitudes. Posso dizer que essa tem sido minha luta ultimamente. Meu Irmão Maior disse que aliviaria os nossos fardos se fossemos até Ele, mas muitas vezes sou negligente e ao invés de rezar dano a reclamar das coisas e revoltar-me com a própria existência. Sinto que preciso segurar melhor nas mãos de Papai do Céu, nosso Irmão Maior, Mãezinha do Coração, meu anjo guardião e todos os companheiros que me amam tanto. Bem, foi esse o valor que um quase atropelamento teve em minha vida e sinto-me feliz pela tragédia que instantaneamente teve final pacífico e sem complicações para ninguém (talvez para o pneu que deve ter ficado bem esfolado no atrito forçado com o chão após o breque repentino). A vida é isso, uma luta constante e muitas vezes sem sentido. Estou começando a crer que o mais importante na historia da vida não é montar, compor e organizar cada detalhe como se pudéssemos comandar tudo em nós e ao nosso redor. Talvez o primordial seja simplesmente deixar a vida existir e não esquecer que tudo obedece a propósitos justos que nem sempre compreendemos ou recordamos. Querer estabelecer atitudes ou um determinado padrão de comportamento que de sentido a vida me parece tão irrealizável como imaginar que vou pular do topo de um prédio e sair voando como nos meus sonhos noturnos. Sinto-me minúscula para tentar entender a vida ou poder conceituar o amor. Sobretudo, continuo convicta de que ter fé é acreditar que vou parar num porto seguro, mesmo sem ter forças para remar e o que parece pior, mesmo sem ter um rumo certo nessa navegação. Assim é a minha vida e só preciso não vacilar nessa minha fé, a única coisa que me faz ainda estar encarnada nesse mundo. Por momento é isso. Tenha um ótimo dia (sem nenhum imprevisto com ladrões e assaltantes) e até depois”.
Fiquei surpresa com o que me escreveu, quer dizer que passou pela aventura de um assalto e ainda por cima também teve sua casa roubada? Pois comigo também acontece coisas assim surpreendentemente indesejáveis e vou te contar o episodio que me aconteceu ontem (dia 29). Eu fui quase (ou praticamente) atropelada. Eu estava atravessando a Avenida João Naves de Ávila, em frente à UFU, ou melhor, saindo desta, quando tudo aconteceu. O farol estava fechado para os carros e o bonequinho do semáforo estava verde para mim, indicando que eu podia atravessar. Estava sem movimento no horário (eram pouco mais de quatro horas da tarde) e havia apenas um carro aguardando parado. Eu já estava terminando de atravessar quando veio um carro preto em total velocidade e fez a ocasião parecer provinda dos bastidores de novela. Senti-me num cenário de ficção de Hollywood. A cantada de pneu foi gigantesca, mas o carro conseguiu parar cerca de dez centímetros antes da minha perna esquerda. E advinha o que aconteceu comigo? O susto me deixou completamente paralisada e sem reação. Ao invés de terminar de atravessar correndo eu apenas parei e fiquei imóvel na frente do carro como uma incrédula tentando entender como eu ainda podia estava viva e intacta naquele momento. Milagre? Talvez. Na realidade acho que meu cérebro teve uma espécie de curto repentino e também ficou paralisado naquele instante. Eu só voltei à realidade quando escutei uma voz juvenil e masculina gritar ‘desculpa’ de dentro do carro.
Vivo bendizendo a morte e acho que ela veio me fazer uma visitinha inusitada, mas sua face passou apenas de relance por mim. Eu pensei que fosse ficar trêmula, com as pernas bambas, mas saí normalmente e nem fiquei envergonhada, pois todos que viram perceberam que além de estar atravessando na faixa de pedestres a imprudência foi do motorista do carro que fez uma tentativa frustrada de passar no sinal fechado. De todo modo, sentindo que o universo todo parecia me contemplar em olhares curiosos, saí do local o mais rápido possível e desapareci virando as esquinas depois de atravessar a outra via da avenida. Foi tudo muito rápido e ao mesmo tempo pareceu acontecer em câmera lenta. Acho que entre eu e o carro coube apenas o espaço de um anjo de guarda (e magro por sinal). Não sei por que, mas o fato pareceu me agradar bastante (só porque não foi grave, lógico). Numa vida sem graça como a minha, posso dizer até que ressuscitei ou que tive uma experiência de quase morte e isso me empolga. Estou exagerando, mas tudo bem. Além do mais, não é todos os dias que somos ‘salvos’ de maneira tão visível e clara pela interferência divina.
O motorista apressado do carro, que custou a esperar o farol abrir, continuou cantando os pneus ao arrancar com o veiculo. Depois fiquei a pensar: o que um quase atropelamento pode significar na vida de uma pessoa? Melhor perguntando, na minha vida? Eu não sei, mas senti como se fosse uma prova de que não estou sozinha como muitas vezes julgo estar. Pude sentir que uma grande força energética cintilava ao meu redor me protegendo, mesmo que eu própria não estivesse tão bem sintonizada com as bênçãos divina de amor e proteção, certamente por continuar (como sempre) me julgando sem merecimento para tal. Quando penso que Papai do Céu me ama mesmo sem eu ter mínimas condições de fazer por merecer sua divina luz de amor, meu coração dilata-se de forte emoção e sensibilidade. É difícil aceitar o fato da incapacidade evolutiva que nos faz não ter acesso aos milhares de segredos divinos. É complicado viver meio a esmo cheia de duvidas sobre a própria vida, o mundo e sem saber as interferências do plano divino na esfera física.
Na bíblia diz que a fé sem obras é morta, mas creio que Deus vivifica mesmo na própria inércia da morte. Creio que Papai do Céu não nos condena quando fraquejamos e deixamos os problemas parecerem monstruosos e até mesmo quando estes nos esmagam literalmente. Por mais que as conseqüências sejam dolorosas, ele continuamente exerce seu poder supremo de amor incondicional. Eu sinto dificuldades em ligar-me mental e sentimentalmente com Papai do Céu a ponto de receber e canalizar suas forças para meus ideais e atitudes. Posso dizer que essa tem sido minha luta ultimamente. Meu Irmão Maior disse que aliviaria os nossos fardos se fossemos até Ele, mas muitas vezes sou negligente e ao invés de rezar dano a reclamar das coisas e revoltar-me com a própria existência. Sinto que preciso segurar melhor nas mãos de Papai do Céu, nosso Irmão Maior, Mãezinha do Coração, meu anjo guardião e todos os companheiros que me amam tanto. Bem, foi esse o valor que um quase atropelamento teve em minha vida e sinto-me feliz pela tragédia que instantaneamente teve final pacífico e sem complicações para ninguém (talvez para o pneu que deve ter ficado bem esfolado no atrito forçado com o chão após o breque repentino). A vida é isso, uma luta constante e muitas vezes sem sentido. Estou começando a crer que o mais importante na historia da vida não é montar, compor e organizar cada detalhe como se pudéssemos comandar tudo em nós e ao nosso redor. Talvez o primordial seja simplesmente deixar a vida existir e não esquecer que tudo obedece a propósitos justos que nem sempre compreendemos ou recordamos. Querer estabelecer atitudes ou um determinado padrão de comportamento que de sentido a vida me parece tão irrealizável como imaginar que vou pular do topo de um prédio e sair voando como nos meus sonhos noturnos. Sinto-me minúscula para tentar entender a vida ou poder conceituar o amor. Sobretudo, continuo convicta de que ter fé é acreditar que vou parar num porto seguro, mesmo sem ter forças para remar e o que parece pior, mesmo sem ter um rumo certo nessa navegação. Assim é a minha vida e só preciso não vacilar nessa minha fé, a única coisa que me faz ainda estar encarnada nesse mundo. Por momento é isso. Tenha um ótimo dia (sem nenhum imprevisto com ladrões e assaltantes) e até depois”.