Faltava algumas horas para o meu casamento e, embora não fosse me vestir de noiva, estava sem uma roupa adequada para o mesmo. Minha mãe estava me ajudando a encontrar alguma no meu vasto armário de roupas. Experimentei um macacão branco, mas era velho e estava pequeno. Nisso tia “Pituca” chegou e minha mãe foi recebê-la. Irritada por não encontrar um traje adequado fui até a sala e querendo uma solução perguntei para mamãe (como se ela tivesse obrigação de resolver o problema) o que eu ia fazer. Com arrogância “Pituca” foi logo dizendo que tinha roupas finas e que até poderia me emprestar, mas que não ia fazê-lo uma vez que não lhe havia pedido. Respondi que não estava interessada nas roupas dela e que não gostava de pegar roupas emprestadas. Minha irritação era pelo fato de “Pituca” estar ali nos atrapalhando justo naquele momento em que precisava da ajuda de mamãe para arrumarmos um traje. Ela começou a brigar comigo falando ao mesmo tempo em que eu falava. Houve um momento em que ela apenas repetia o que eu falava de modo instantâneo. Então eu continuei minha fala interrupta: “Não adianta falar me remedando que nem um espelho porque sou eu quem está falando com você e não você comigo, pois eu nunca perco meu tempo conversando com ninguém e se estou fazendo isso com você agora é por achar que você tem capacidade para entender alguma coisa do que estou falando. Será que tem?” - desafiei e fui saindo quando ela um tanto esbabacada me chamou de volta. Nesse momento ela tomou a fisionomia da minha irmã. Percebendo isso continuei minha fala: “Assim como todo mundo da família você é farinha do mesmo saco para ficar intrometendo na minha vida. Eu sou muito diferente de todo mundo e todo mundo é muito diferente de mim, portanto é muito improvável a gente dar certo”. Sem querer mais conversa ou aproximação, retirei-me da sala e logo em seguida acordei ainda irritada.
As cartas do tarô valete de espadas, dois de ouros e dois de espadas me disseram que estou num momento de aprendizado que inclui intrigas. Estou tomando atitudes por impulso sem ter um objetivo, uma meta ou um foco certo. A força da expressão e da atitude se faz maior do que o resultado em si. Além disso o sonho claramente mostra que há discórdias mantidas presas e encobertas pelo meu jeito introvertido e tímido, sendo que as mesmas são reveladas e expressas nos sonhos como uma forma de equilibrar as pulsões internas. Impor respeito e limitar a opressão dos outros sobre mim sem via de dúvidas é bem mais fácil de ser executado nos sonhos do que na vida real. Interessante como nos sonhos eu não acato desaforo. Eu bem que deveria e adoraria saber me defender assim nas imprecisões do dia a dia. Muitas vezes é preciso entrar em briga para não se subjugar a arrogância alheia. Espero um dia adquirir na vida real a potência de interação e resposta que mostro ter dentro do mundo onírico.