Obrigada pela visita!

Obrigada pela visita!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Eurico, o presbítero...


Acabei de ler o livro Eurico, o presbíteroi. É um romance histórico que fala a respeito do fim do reino visigodo (formado na região que atualmente compreende Espanha e Portugal) diante da conquista dos muçulmanos que avançaram pela maior parte da Península Ibérica. O enredo conta a história de amor entre Eurico e Hermengarda na Espanha visigótica do século VIII. Eurico e seu amigo, Teodomiro, lutam ao lado do rei da Espanha, Vitiza, contra os montanheses rebeldes e contra a francos, seus aliados. Depois de vencer o combate, Eurico pede ao Duque de Fávila a mão de sua filha, Hermengarda, porém este recusa o pedido ao saber que se trata de um homem de origens humildes. Eurico, então, se entrega à religiosidade, tornando-se o Presbítero de Cartéia, para se afastar das lembranças de Hermengarda, através das funções religiosas e da composição de poemas e hinos religiosos. No entanto, quando ele descobre que os árabes estão invadindo a Península Ibérica, liderados por Tárik, alerta seu amigo Teodomiro e se transforma no enigmático Cavaleiro Negro. De maneira heroica, Eurico, agora Cavaleiro Negro, luta em defesa de sua terra e, devido a seu ímpeto, ganha a admiração dos visigodos e dos demais povos da península, agora seus aliados, e lhes dá forças para combater o invasor. Quando a vitória parece certa para os godos, Sisebuto e Ebas, filhos do imperador Vitiza, traem seu povo, a fim de ganhar o trono espanhol. Logo após, Roderico, rei dos visigodos, morre na Batalha de Guadalete e o povo passa a ser liderado por Teodomiro. Enquanto isso, os árabes invadem o Mosteiro da Virgem Dolorosa e raptam Hermengarda, mas o Cavaleiro Negro a salva. Durante a fuga, Hermengarda é levada até as Astúrias, onde está seu irmão Pelágio. Em segurança numa gruta de Covadonga, Hermengarda encontra Eurico e declara seu amor por ele. Contudo, Eurico não acredita que esse amor possa se concretizar, devido às suas convicções religiosas, e revela a real identidade do Cavaleiro Negro. Ao saber disso, Hermengarda perde a razão e Eurico, ciente de suas obrigações, parte para um combate suicida contra os árabes e enfrenta os traidores Bispo Opas e Juliano, Conde de Ceuta.
A narração passa a imagem das relações sociais marcadas pelas questões financeiras, do celibato religioso e das suas consequências forçosas. O herói da história pode ser apresentado como o alter ego do autor Herculano. É se colocando na figura de Eurico que o autor consubstancia grande parte das suas convicções, anseios, frustrações e mitos. A solidão moral do celibato de Eurico poderá ser lida como o sacerdócio leigo de Herculano, que renunciou ao amor de juventude em prol de uma dedicação total à causa social, política e literária. Através de Hermengarda reconhecemos o dramatismo duma Ofélia de Shakespeare, figura paradigmática ressuscitada e largamente utilizada pelos românticos como a penitente do amor. Pela oposição sistemática entre o sublime e o grotesco, sagrado e profano, pelo tom melodramático, pela redescoberta da sociedade medieval, Eurico é exemplo flagrante da inserção inequívoca de Herculano no movimento romântico, ao qual deu valioso subsídio como poeta, historiador e romancista. É um livro interessante para quem busca analisar as tradições sociais e culturais da vida antiga que, na minha opinião, ainda influencia, mesmo que inconscientemente, a nossa era moderna.
iHERCULANO, Alexandre. Eurico, o presbítero. Rio de janeiro: Dicopel, 1977.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Encarnação...


Acabei de ler o livro Encarnação. É um dos romances do escritor brasileiro José de Alencar. Escrito em 1877, só foi publicado em livro postumamente. É o ultimo romance do autor, que foi escrito aos 47 anos de idade, meses antes do falecimento do mesmo. A história relata sobre Hermano, que muito bem situado socialmente, casa-se com Julieta, de projeção social menor, filha atraente de um coronel aposentado. Ambos vão viver na chácara de São Clemente uma vida plena de felicidade e que só terminará com a morte da esposa durante um aborto. Abreu, o criado e pai de criação de Julieta, sempre muito bem vestido com trajes escuros, atende bem as poucas visitas que lá comparecem para tratar de negócios e, após a morte de Julieta, ele torna-se homem de confiança e ajuda o patrão a manter viva a memória da esposa. O Dr. Henrique Teixeira, recém-chegado da Europa e amigo de infância de Hermano, leva-o para Paris, tentando ajudá-lo, mas sem sucesso. Ele retorna para sua chácara. Cumprindo algum pacto de amor eterno, Hermano encomenda estátuas da esposa, que chegam em sua casa embalada em grandes caixas fechadas que motivam muitos mexericos na região. Amália, desde os nove anos bisbilhotando a vida do casal, agora com 18 anos vê chegarem aquelas caixas e depois vê silhuetas de mulher na casa. Supõe uma traição de Hermano à memória da esposa e se decepciona. O Sr. Veiga busca uma aproximação com o jovem médico para saber mais da vida do vizinho, um bom partido, e do seu equilíbrio emocional. Amália aproveita, também, para saber mais do vizinho e o pai supõe um namoro da filha com o médico.
O tempo passa, Amália começa a sentir atração por Hermano e procura chamar sua atenção usando todos os seus dotes e, principalmente, a sua bela voz que era, também, um dom de Julieta muito admirado pelo marido. Hermano se aproxima de Amália através do Dr. Teixeira. Os dois se conhecem (até então se conheciam apenas de vista) em uma festa e se entendem. A casa de Hermano é reformada e decorada para receber a noiva. Os aposentos da ex-esposa, porém, são conservados intactos e sempre fechados, por determinação de Hermano. O casamento acontece e é marcado pelos mal-entendidos e dúvidas levantadas, há tempos, por Amália, o que impede a consumação sexual do casamento, algo que só acontecerá quando Amália, desobedecendo ordem de Hermano, pega a chave dos aposentos de Julieta e, então, descobrindo a estátua, esclarece tudo. A história termina com o nascimento de uma menina muito bonita e que completa a felicidade do casal. A menina apresenta traços de Amália e, também, traços da ex-esposa, Julieta, que não seriam geneticamente explicáveis. Talvez, um lado místico do autor sugerindo alguma manifestação do sobrenatural contido no espiritualismo. O desfecho do livro com a encarnação de uma filha (e por que não uma reencarnação de Julieta?) é o melhor da leitura.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Amor de perdição...


Acabei de ler o livro Amor de perdiçãoi. A história é sobre Simão Botelho e Teresa de Albuquerque. Eles pertencem a famílias distintas, que se odeiam. Moradores de casas vizinhas, em Viseu, acabam por se apaixonar e manter um namoro silencioso através das janelas próximas. Ambas as famílias, desconfiadas, fazem de tudo para combater a união amorosa. Tadeu de Albuquerque (o pai de Teresa), após recorrentes tentativas de casar sua filha com um primo, acaba por interná-la num convento. Após luta travada com os criados do primo de Teresa, Simão Botelho permanece na casa de um ferreiro devedor de favores ao seu pai. A filha do ferreiro, Mariana, acaba também por se apaixonar por Simão, constituindo um triângulo amoroso. Teresa e Simão mantêm contato por cartas. Este, numa tentativa de resgatar Teresa do convento, acaba por balear o primo de Teresa, Baltasar, e é condenado à forca. Mais tarde, as influências de seu pai, antigo corregedor, irão mudar a pena para dez anos de degredo na Índia. Ao embarcar, vê Teresa, que morre tuberculosa. Nove dias depois, doente, Simão acaba por morrer também, e no momento em que vão lançar o corpo dele ao mar, Mariana, filha do ferreiro, lança-se ao mar. Quanto amor perdido, não é mesmo? Quanta tragédia em nome do amor, o qual, inspirado no estilo shakesperiano, só é amor por ser exatamente trágico. Confesso que a falta de um final feliz dá uma sensação de desgosto pela leitura.
iBRANCO, Camilo Castelo. Amor de perdição. Rio de janeiro: Dicopel, 1977.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Suflê de chuchu com açafrão...

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Memórias postumas de Bras Cubas...


Acabei de ler o livro Memórias póstumas de Brás Cubasi. As memórias são escritas por Brás Cubas no outro mundo. Por estar morto, ele se exime de qualquer compromisso com a sociedade, estando livre para criticá-la e revelar as hipocrisias e vaidades das pessoas com quem conviveu. Ao vir ao mundo, Brás foi o herói da casa. Era indiscreto, traquinas e voluntarioso. No meio doméstico avultava seu tio João, homem de língua solta, vida galante e conversa picaresca que não respeitava a adolescência de Brás, nem a austeridade e pureza do cônego. Este não era homem que visse a parte substancial da igreja; via o lado externo, a hierarquia, as preeminências, as sobrepelizes, as circunflexões. E Brás Cubas resume nestas palavras o meio doméstico em que nasceu e viveu: "Vulgaridade de caracteres, amor das aparências rutilantes, do arruído, frouxidão da vontade, domínio do capricho e o mais. Dessa terra e desse estrume é que nasceu esta flor." é nessa linguagem que ele faz sua denúncia tácita da sociedade, por meio de leve ironia e humor.
Brás Cubas vai contando a sua vida e os vários episódios que viveu. Conta sobre a prostituta de luxo espanhola Marcela, que o amou "durante quinze meses e onze contos de réis". Para livrar-se dela, os pais de Brás Cubas decidem manda-lo para a Europa. Volta doutor, em tempo de ver a mãe antes de morrer. Ele também relata sobre seu encontro com o amigo de escola Quincas Borba que se tornara filósofo, herdeiro de uma grande fortuna e propagador do Humanitismo. Ele também fala sobre o amor por Virgília, o caso extra-conjugal que teve com ela, e a alegria de ter um filho. A criança morre antes de nascer, e os amantes se separam. A irmã arranja-lhe uma noiva, Eulália, que no entanto, morre vítima de uma epidemia. Sem conseguir ser político, um certo dia, estando Brás Cubas a passear na sua chácara, teve uma ideia mágica. Era nada menos que a invenção de um medicamento sublime, um emplasto anti-hipocondríaco, destinado a aliviar a nossa melancólica humanidade; mas o que mais o interessava era principalmente o gosto de ver impressas nos jornais, mostradores, folhetos, esquinas e nas caixinhas do remédio estas três palavras: Emplasto Brás Cubas. Em busca da celebridade ele tenta lançar o tal emplastro, porém vêm a falecer de pneumonia antes de realizar o seu intento. Os fatos e as ações não seguem um fio lógico ou cronológico, obedecem a um ordenamento interior, são relatados à medida que afloram à consciência ou à memória do narrador. Eis mais alguns trechos interessantes: "Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes... Matamos o tempo; o tempo nos enterra... Não te irrites se te pagarem mal um benefício: antes cair das nuvens que de um terceiro andar." Por momento é isso.
iAssis, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Lucíola...

Acabei de ler o livro Lucíola, que conta a história romântica de Lucíola (Lúcia), uma cortesã de luxo do RJ em 1855 e Paulo (o mesmo que recebeu o manuscrito de Augusto Amaral no livro Diva), um rapaz do interior que veio para o Rio a fim de conhecer a Corte. Na primeira vez que Paulo viu Lúcia, julgou ela como meiga e angélica. Mesmo seu amigo Couto contando barbaridades sobre ela e revelando a sua verdadeira profissão, Paulo preferiu ficar com a primeira impressão que tivera. Descobrindo sua casa, Paulo foi visitá-la, e sendo as circunstâncias favoráveis, ela entregou-se a ele como no mais belo ato. Depois disto, Lúcia passou a ser vulgar e mesquinha, desprezando o amor de Paulo, bem como havia dito Couto a respeito dos modos da moça. Paulo então viu Lúcia com outros homens, como Jacinto, e sentiu ciúmes, mas Lúcia justificou alegando ser ele apenas um negociante. Em uma festa a que tanto Paulo quanto Lúcia estavam presentes, todos os convidados beberam e jogaram a vontade, tanto os homens quanto as mulheres. Nas paredes havia quadros de mulheres nuas, e como era Lúcia uma prostituta, a pedido e pagamento dos cavalheiros, ela ficou nua diante dos presentes. Para Paulo fica claro a diferença entre a repugnante e vulgar Lucíola, a prostituta mais cobiçada do Rio de Janeiro, e aquela bela e fantástica Lúcia que ele tivera numa primeira impressão. Paulo a amava desesperadamente de forma bela e pura. Lúcia em seus conturbados sentimentos, decidiu então dedicar-se inteiramente a esse amor para que sua alma fosse purificada por ele. Então vendeu sua luxuosa casa e foi morar em uma menor e mais modesta. Assim ela decide contar a Paulo sua história: seu nome verdadeiro era Maria da Glória e, quando em 1850 houve um surto de febre amarela, toda sua família caiu doente, do pai à irmãzinha. Para poder pagar os medicamentos necessários para salvá-los, Lúcia se deixou levar por Couto, quem a partir disso ela passou a desprezar profundamente.
Nessa época ela tinha 14 anos, e seu pai, ao descobrir, a expulsou de casa. Ela fingiu então sua própria morte quando sua amiga Lúcia morreu, e assumiu este nome. Agora, com o dinheiro que conseguia, pagava os estudos de Ana, sua irmã mais nova. Paulo ficou muito comovido com a historia de Lúcia. Ele sempre a visitava e numa noite de amor ela engravidou, mas adoeceu. Lúcia acreditava que a doença era devido ao fato de seu corpo não ser puro. Confessou seu amor a Paulo e seu desejo de que este se casasse com Ana, que tinha vindo morar com eles. Paulo recusou-se assim como Lúcia também recusou o aborto. E por isso ela morreu. Após 5 anos, Ana passou a ser como uma filha para Paulo, que a amparava. E 6 anos depois da morte de Lúcia, Ana casou-se com um homem de bem e Paulo continuou triste com a morte do único amor da sua vida. Lucíola é um romance urbano, em que o autor transforma a cortesã em heroína. Ela não se permite amar, por seu corpo ser sujo e vergonhoso, e ao fim da vida, quando admite seu amor, declara-se pertencente a Paulo. É a submissão do amor romântico, onde a castidade é valorizada. Percebe-se também uma crítica social e moral ao preconceito. Paulo se viu dividido entre o amor e o preconceito. A atração física superou essa barreira, mas até o final ela se sentia indigna do amor de Paulo e do sentimento de igualdade que deveria existir entre os amantes. É um bom livro para se pensar sobre a igualdade humana e o preconceito. Nem todo homem aceitaria ter como companheira uma ex-prostituta, assim como nem toda prostituta (ou ex-prostituta) sentir-se-ia bem diante de um relacionamento conjugal, exatamente por carregar uma história de vida ou um passado tido como “frívolo” e “desonroso” perante a sociedade preconceituosa.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Senhora...


Acabei de ler o livro Senhorai. No livro o autor faz uma crítica a decadência de valores do Segundo Império. Através do romance de Aurélia e Fernando ele leva o leitor a refletir a respeito da influência do dinheiro nas relações amorosas e principalmente, sua influência nos casamentos da época. O romance divide-se em quatro partes, que correspondem às etapas de uma transação comercial: preço, quitação, posse e resgate. Aurélia Camargo, filha de uma pobre costureira e órfã de pai, apaixona-se por Fernando Seixas, homem ambicioso a quem namorou. Este, porém, desfez a relação, movido pela vontade de se casar com uma moça rica, Adelaide Amaral, e pelo dote ao qual teria direito de receber. Passado algum tempo, Aurélia, já órfã de mãe também, recebe uma grande herança do avô e ascende socialmente. Passa, pois, a ser figura de destaque nos eventos da sociedade da época. Dividida entre o amor e o orgulho ferido, ela encarrega seu tutor e tio Lemos de negociar seu casamento com Fernando por um dote de cem contos de réis. O acordo realizado inclui, como uma de suas cláusulas, o desconhecimento da identidade da noiva por parte do contratado até as vésperas do casamento. Ao descobrir que sua noiva é Aurélia, Fernando se sente um felizardo, pois, na verdade, nunca deixara de amá-la. Ele abre seu coração para ela, porém, na noite de núpcias, ela deixa claro que comprou-o para representar o papel de marido que uma mulher na sua posição social deve ter. Eles desde o princípio dormem em quartos separados. Aurélia não só não pretende entregar-se a ele, como aproveita as oportunidades que o cotidiano lhe oferece para criticá-lo com ironia. Durante meses, uma relação conjugal marcada pelas ofensas e o sarcasmo se desenvolve entre os dois. Fernando, todavia, trabalha e realiza um negócio que lhe permite levantar o dinheiro que devia a Aurélia. Desse modo, propõe-se a restituir-lhe a quantia em troca da separação. Considerando o gesto uma prova da regeneração de Fernando, Aurélia, que nunca deixara de amá-lo, é vencida pelo amor. Aurélia mostra para Fernando um testamento, escrito após o casamento deles, em que ela deixa toda sua herança para ele, e assim, eles descobrem que realmente se amam. É um romance que faz-nos ficar com uma louca vontade de chegar a ultima página exatamente para “saborear” essa união final.
iAlencar, José de. Senhora. Rio de janeiro: Dicopel, 1977.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Diva...


Acabei de ler o livro Divai, o qual é composto por um manuscrito que Augusto Amaral teria enviado a Paulo, como confissões a um amigo. Diva é um romance urbano. Nele a heroína Emília, bela e rica filha mimada de um capitalista carioca fica dividida e confusa frente ao amor de Augusto, um médico que salvou sua vida quando ela era só uma pré-adolescente feia. Ambos ficam assim presos em jogos de amor, amizade e desprezo que são por vezes infantis e humilhantes. Augusto se declara, mas Emília diz não o amar. Diva relata o orgulho e machismo de um homem que confunde amor e paixão. Ele não aceita ser rejeitado porque o mais importante ainda é o poder sobre a mulher totalmente controlada. Ao não conseguir isso, Augusto renega seu amor. Emília, por sua vez, deixa de lado suas contradições e conflitos declarando amá-lo. Augusto percebe ainda amá-la e eles vivem felizes para sempre, num romance que segue ao pé da letra o estilo conto de fadas: heróis perfeitos, um obstáculo para o amor (a dúvida de Emília) e um final feliz no último instante. É isso.
iAlencar, José de. Diva. Rio de janeiro: Dicopel, 1977.

Elias, Eliseou, Josafé, Jorão, Acazias, Atalia, Joás, Joiada, Zacarias, Isaías, Amazias, Uzias, Jotão , Acaz, dentre outros...

Acabei de ler o quinto livro da série As mais belas histórias da bíbliai. O livro começa falando sobre Elias, da cidade de Gileade, a leste do rio Jordão. Ele foi um profeta que teve fé suficiente para enfrentar o rei Acabe, dizendo-lhe que em seu reino não choveria por três anos. A profecia se cumpriu. Tempos depois Elias orou a Deus em favor de um menino que já havia morrido, e Deus o ressuscitou. Sua fé também o fez desafiar numa competição os quatrocentos e cinquenta profetas do deus Baal, no alto do monte Carmelo, clamando fogo do céu e cortando a cabeça dos mesmos para celebrar a vitória. Deus escondeu Elias junto ao Ribeiro de Querite. Depois Deus proveu as necessidades de Elias em pelo menos 3 ocasiões de maneira poderosa e miraculosa. Primeiro alimentou o profeta ordenando aos corvos que levassem comida a ele; em segundo alimentou-o através de uma viúva pobre; e em terceiro, alimentou-o usando um ser angelical. Elias enfrentou os reis de Israel Acabe e Acazias; e depois foi arrebatado “aos céus” deixando seu discípulo Eliseu no reinado.
Nessa época Josafá tinha 18 anos de reinado. O rei Josafá foi o quarto rei de Judá e reinou durante 25 anos. Era filho de Asa e Azuba. Durante o seu reinado, houve grande combate á idolatria, pois destruiu os altares, quebrou as estátuas, conquistou Edom e fez reformas militares, políticas e religiosas. Quando Josafá morreu, seu filho Jorão reinou em seu lugar (também havia outro Jorão de Israel que era seu cunhado, filho de Acabe e Jezabel). Eliseu, durante seus doze anos de reinado, enfrentou Josafá (em seus últimos sete anos de reinado), Jorão (o qual ficou no reinado por oito anos), e Acazias, filho de Jorão (que reinou por um ano). Dentre os milagres de Elias temos a transformação de uma fonte de água má em água potável utilizando sal; a profecia ao rei de uma expedição bem-sucedida contra os moabitas; a multiplicação do óleo de uma viúva; a profecia do nascimento do filho de uma sunamita e, quando o menino morreu, Eliseu orou e o trouxe de volta à vida (quase como Elias fizera); a multiplicação de pães e cereais; a cura do capitão da Síria Naamã que estava com lepra; o flutuar de um machado que havia caído no rio; a adivinhação dos planos dos inimigos do rei; a profecia (feita durante a grave fome de Samaria) de que haveria abundância de comida no dia seguinte; e a profecia da morte do oficial que zombou dele. Após a sua morte, quando um cadáver foi jogado em sua sepultura, assim que tocou nos ossos do profeta, o sujeito voltou a vida. Por fim, Israel foi dominada pelos assírios.
Acazias foi sucedido por sua mão Atália, filha de Acabe e Jezabel. O casamento de Atalia com Jorão procurou por fim aos conflitos e conseguir uma União Dinástica entre os reinos de Israel Setentrional e de Judá. Ela tornou-se regente do Reino de Judá durante seis anos. Na realidade ela não foi uma rainha, mas uma regente. Ela promovia o culto de Baal, da mesma forma que Jezabel, sua mãe, havia feito anteriormente no Reino de Israel Setentrional. Esta atitude fez com que Atália fosse odiada pelo povo e pelos sacerdotes. Num ato de vingança contra a execução de toda a Casa Real de Acabe, Atália mandou assassinar todos os membros da Casa Real de Davi e assumiu o trono de Judá. Mas, Jeoseba, filha do Jorão, escondeu o herdeiro do trono Joás, filho de Acazias, que tinha um ano de idade. Ele foi criado em segredo no templo de Jerusalém pelo Sumo Sacerdote Joiada e sua mulher. Quando Joás tinha sete anos, Joiada elaborou um plano para coroá-lo como rei no templo de Jerusalém, com a proteção dos guardas reais. Quando Atália percebeu o acontecido, foi ao templo na tentativa de impedir a rebelião, mas acabou sendo executada no portão junto ao palácio real, por ordem do sumo sacerdote Joiada. Depois disso, é destruído o templo de Baal e seu altar. Atália foi a última representante da dinástia de Onri.
Já estando casado aos 21 anos, Joás possuía duas esposas, uma das quais se chamava Jeoadã, e, por meio delas, ele tornou-se pai de vários filhos. Desta forma, a linhagem de Davi que conduzia ao Messias, e que quase chegara ao ponto de ser completamente interrompida, tornou-se novamente forte. Após a morte do fiel sumo sacerdote Joiada, os príncipes do reino gradualmente fizeram com que o rei Joás e o povo se desviassem de Deus para a adoração de ídolos pagãos e dos “postes sagrados” fálicos. Em intriga, Joás chegou ao ponto de matar Zacarias, filho de Joiada. Removida a proteção de Deus, uma pequena força militar síria, chefiada por Hazael, conseguiu invadir o território de Judá, obrigando Joás a entregar o ouro e os tesouros do santuário, bem como seus próprios bens, deixando-o um homem arrasado e doente. No fim de seu reinado, alguns de seus servos conspiraram contra ele e o mataram.
Seu filho Amazias reinou em seu lugar. Seu reinado foi assinalado por certo entusiasmo pela adoração verdadeira, mas não de “pleno coração”, e não sem graves falhas, que trouxeram o desastre tanto para ele mesmo como para a nação de Judá. O registro de seu governo trata primariamente de duas campanhas militares. Amazias primeiramente teve êxito contra Edom, ou Seir, usando uma força de 300.000 homens de Judá e de Benjamim. Também contratou 100.000 mercenários de Israel, mas, ao receber o conselho de um homem de Deus, pagou-lhes e mandou-os embora. Deus concedeu a Amazias uma esmagadora vitória no vale do Sal, permitindo que matasse 20.000 inimigos e capturasse Sela, que passou a chamar de Jocteel. No entanto, Amazias levou consigo os deuses de Seir e começou a adorá-los, fazendo com que se acendesse a ira de Deus contra ele. A segunda campanha de Amazias foi trágica, do começo ao fim. Os 100.000 homens de Israel que foram dispensados fizeram incursões contra os povoados de Judá, ao voltarem para o norte. Talvez tenha sido isto que provocou Amazias a desafiar tolamente a Joás, do forte reino setentrional. A batalha foi travada em Bete-Semes, Judá fugiu, Amazias foi capturado, uma brecha foi aberta na muralha de Jerusalém e muitos tesouros do templo, bem como muitos reféns foram levados na volta a Samaria. Desde o tempo em que Amazias se desviou da adoração de Deus, formou-se uma conspiração contra ele, que finalmente se viu obrigado a fugir para Laquis. Ali os conspiradores o mataram. Amazias teve como sucessor o seu filho Azarias (Uzias), de 16 anos.
Uzias foi considerado um engenheiro de notável saber, uma vez que as armas projetadas por ele arremessavam grandes pedras, e, atiravam lanças. Possuiu grandes fazendas, construiu reservatórios de água, fortificou torres e edificou uma cidade chamada Elate. O seu exército foi tão poderoso que a sua fama chegou até o Egito. Nos últimos anos de sua vida, foi amaldiçoado com a lepra, ao tentar subverter à lei de Moisés e queimar ele mesmo o incenso no templo, o que era reservado para os sacerdotes. Morreu isolado em um palácio, à margem do poder. Seu filho Jotão começou a cuidar das tarefas reais em seu lugar aos 25 anos de idade e seu reinado durou 16 anos. Isaías, Oséias e Miquéias serviram como profetas no tempo de Jotão. Ele erigiu o portão superior do templo, fez muita construção na muralha de Ofel, construiu também cidades na região montanhosa de Judá, bem como fortes e torres. Mas Jotão não teve um reinado pacífico. Guerreou com os amonitas e finalmente triunfou sobre eles. Em resultado disso, durante três anos, eles pagaram um tributo anual de 100 talentos de prata (aproximadamente US$660.600) e de 10.000 coros (aproximadamente 2.200 kl) tanto de trigo como de cevada. Durante o reinado de Jotão, a terra de Judá começou também a sofrer pressão militar do rei sírio Rezim e do rei israelita Peca. Quando Jotão morreu, ele foi sepultado na Cidade de Davi, e seu filho Acaz, ascendeu ao trono de Judá. Acaz foi considerado um rei mal, de acordo com a Bíblia, pois promoveu a idolatria, fechou as portas do templo e sacrificou o próprio filho aos deuses pagãos. Sofreu importantes derrotas militares e não conseguiu obter o apoio da Assíria para controlar os conflitos com as nações vizinhas. Ao falecer, não foi sepultado junto com os restos mortais dos reis de Israel. Ezequias o sucedeu.
No início do seu reinado, Ezequias reparou e purificou o templo. Reintegrou os sacerdotes e levitas ao seu ministério, e restaurou a celebração da Páscoa. Além disso, combateu a idolatria em Judá proibindo o culto aos deuses pagãos, determinando também que fosse destruída a serpente de bronze construída na época de Moisés, pois o povo estava adorando-a. E, devido à sua obediência, a Bíblia relata que Deus trouxe paz ao seu reino enquanto cuidou do templo providenciando a adoração adequada. De acordo com a Bíblia, Ezequias, ao ser confrontado pelo rei da Assíria, Senaqueribe, orou a Deus e foi salvo do cerco de Jerusalém, em que um anjo teria exterminado cento e oitenta e cinco mil soldados assírios durante a noite. Após a expulsão dos assírios, Ezequias experimenta um novo milagre também relatado na Bíblia. Tendo adoecido gravemente, o profeta Isaías veio lhe dizer que iria morrer. Não se conformando, Ezequias pôs-se a orar e Isaías retornou com outra mensagem de Deus informando um acréscimo de mais 15 anos à sua vida de rei. E, como prova do cumprimento dessa palavra, Deus deu um sinal a Ezequias, fazendo atrasar dez graus a sombra do relógio solar construído por Acaz. Exatamente quinze anos depois do milagre registrado no relógio do sol, Ezequias faleceu.
Em seguida vem o sucessor Manassés, filho de Ezequias, que iniciou seu reinado aos 12 anos e, por 55 anos, governou em Jerusalém. Ele promoveu a idolatria à Baal, reconstruindo os altares destruídos por seu pai. Promoveu práticas de magia e adivinhação, e introduziu até mesmo nos pátios do templo ritos e altares indevidos. Um dos extremos dessa chamada idolatria foi o sacrifício humano, tendo incluído os seus próprios filhos. Fez ele também passar os seus filhos pelo fogo no vale do Filho de Hinom, e usou de adivinhações, agouros e feitiçarias além de consultar adivinhos e encantadores. Manassés não ouviu os profetas, e a tradição judaica menciona que ordenou a morte de Isaías, serrando-o em pedaços. Após ser preso pelos assírios, ainda no cativeiro, Manassés arrependeu-se amargamente de seu proceder, fez uma sincera oração a Deus e resolveu mudar de atitude. Foi então liberto por Deus, voltou a Jerusalém e removeu os altares de idolatria que havia construído. Passou a incentivar a adoração a Deus e a oferecer os devidos sacrifícios, retirando do templo os objetos de profanação. Manassés ainda construiu uma muralha externa para defender sua cidade. Quando Manassés morreu, o país havia restaurado parte de seu vigor econômico, apresentando uma situação bem mais confortável do que o cenário de desolação deixado por Ezequias.

Amom, filho de Manassés, descende da linhagem real de Judá, iniciada com o rei Davi, tornou-se o novo rei. Amom tinha vinte e dois anos de idade quando começou a reinar e reinou por dois anos em Jerusalém. Foi organizada uma conspiração contra ele por seus próprios servos, e ele foi assassinado em sua própria casa, morrendo aos vinte e quatro anos de idade. O próprio povo puniu os assassinos e enterrou o rei junto ao seu pai. Seu filho Josias, ainda criança, com oito anos de idade, sucedeu-o no trono. Dentre seus feitos há a batalha contra a idolatria, o encontro do livro de Moisés com o tetragrama sagrado do nome de Deus (traduzido como Javé) e a celebração da pascoa judaica. Depois de reinar por trinta e um anos, seu filho Joacaz lhe sucedeu no trono. Por ter executado uma política de animosidade ao Egito, que era a potência dominante na região, foi deposto e exilado pelo faraó Necho II, que o substituiu por seu irmão, Joaquim. Este por sua vez foi sucedido por seu filho Jeconias, o qual foi levado por Nabucodonosor que o fez cativo na Babilônia. Por fim o comando do trono foi assumido por Zedequias, terceiro filho de Josias. Este por sua vez foi deposto e levado ao exílio tendo marcado aí o final do reinado de Judá com a tomada de Jerusalém. Nabucodonosor mandou queimar e destruir tudo o que existia em Jerusalém. Jeremias foi um dos profetas que, a pedido de Deus, tentou alertar o povo sobre o final de Judá e Jerusalém, mas os sacerdotes, governantes e mercadores não lhe deram a mínima importância chamando sua pregação de antiquada e tendo-o como uma profeta de mau agouro. A Babilônia, portanto, dominou tanto Judá quanto Israel. Eis então o fim de mais um livro. Tempos depois, é de Belém, terra de Judá, que nascerá Jesus, o enviado para pastorear o povo de Israel.
A vida de Jesus se passou nos primeiros 35 anos de um turbilhão que se estendeu por 140 anos. Gerou expectativas inevitáveis ao povo judeu e uma delas era a esperança de um Messias que libertasse o seu povo do jugo romano. Vale lembrar que os judeus (hebreus) da Terra Santa (Israel) eram divididos em várias seitas (saduceus, fariseus, essênios e nazarenos). Mais de um quarto de século antes do nascimento de Jesus a Palestina foi dominada sob o exército de Pompeu, e a lei romana foi imposta. Mas Roma, na época, muito extensa e muito preocupada com seus próprios problemas, não estava em condições de ali instalar o aparelho administrativo necessário para um governo direto. Assim, ele criou uma linha de reis marionetes, a dos herodianos, para governar sob seu controle. Não eram judeus, mas árabes. O povo do país podia manter sua própria religião e costumes, mas a autoridade final era Roma, reforçada pelo seu exército. Na época romana a Palestina foi dividida nas províncias, Judeia, Samaria e Galileia (parte oeste). Herodes Antipas tornou-se o rei da Galileia. Judeia, a capital espiritual e secular, ficou sujeita a norma romana direta, administrada Herodes, o Grande, procurador romano de Cesareia e pai de Herodes Antipas. Samaria permaneceu ainda como lugar insignificante até que Herodes a mandou novamente edificar, adquirindo essa cidade um esplendor ainda maior do que o de outros tempos, recebendo, então, o nome de Sebasta, que quer dizer Augusta, segundo nome do imperador romano César Augusto (donde também provém o nome da Cesareia). O regime dos herodianos era brutal e autocrático. Mais de dois mil rebeldes foram crucificados na Judeia. O templo foi saqueado e destruído. Impostos pesados foram criados. E por fim, foi sobre o poder herodiano que Jesus foi levado a morte.
Relembrando, a profecia a Abraão revelava que seus descendentes ficariam sob o domínio de uma terra estranha por 400 anos, mas que depois eles seriam libertados e sairiam com grande riqueza. A páscoa surgiu como a festa que marcou o fim da opressão escravizadora do Faraó sobre o povo hebreu. Quando Jesus comemorou a páscoa reunido com os discípulos pouco antes de morrer, ensinou que o sacrifício expiatório, a fé e a nossa obediência precedem a plena libertação, afinal, na época de Moisés, Israel não estava sendo liberto apenas do faraó, mas também de todo o mal que existia na humanidade da época, o que não foi diferente com a libertação provinda de Jesus. E isto implica que a libertação espiritual sempre precede a física. Vale lembrar que se o sangue do cordeiro não fosse derramado e aspergido sob os umbrais das casas, o povo de Israel teria sido destruído por um anjo de Deus. A páscoa reveste-se, portanto, de um caráter introspectivo ao mostrar a necessidade pessoal de libertação por meio da purificação moral interior; e um caráter prospectivo ao profetizar a libertação antes dela acontecer, prenunciando a obra de Cristo, e posteriormente, através deste, a vinda de um consolador prometido e a lei divina da evolução espiritual através do amor e da verdade.
iMAXWELL, Arthur. As mais belas histórias da bíblia. Volume 5: Grandes homens de Deus. Trad.: Abigail R. Liedke. 5ª Ed. São Paulo: Casa Publicado Brasileira, 1995.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Mais duas leituras...


Acabei de ler o livro A vontade de Deus: memóriasi. É uma história real de uma jovem muito unida ao seu irmão, o qual morreu ainda jovem num acidente. Adoro ler histórias verdadeiras, comoventes e com certo fundo moral. Também acabei de ler o livro Eurípedes: o Homem e a Missãoii. O livro relata a história de Eurípedes Barsanulfo, sua passagem inicial pelo catolicismo e seu grande empenho final como missionário no espiritismo na cidade de Sacramento em Minas Gerais. Ele foi aluno do Colégio Miranda, desde cedo auxiliava os professores, explicando aos próprios colegas de classe. Conquistou o respeito de todos pelo seu comportamento e dedicação ao estudo. Graças à sua vontade de aprender, alcançou uma excelente formação cultural, nos mais variados campos do saber. Egresso do colégio, passou a trabalhar como guarda-livros, no escritório comercial de seu pai, passando a auxiliar, também desde cedo, a manutenção do lar. Contando com vinte e dois anos de idade, junto com seus antigos professores, Dr. João Gomes Vieira de Melo, Inácio Martins de Melo e outros, fundou o Liceu Sacramento, onde lecionava, quando necessário, todas as matérias do curso. Alguns alunos do Liceu fundaram um serviço de assistência aos necessitados, denominado "Sociedade dos Amiguinhos dos Pobres". Na mesma época, participou da fundação do jornal semanal "Gazeta de Sacramento", em que publicava artigos sobre economia, literatura, filosofia, etc, estreando, assim, como jornalista, tendo colaborado intensamente em outros jornais. Possuía profundos conhecimentos de medicina e direito, além de astronomia, filosofia, matemática, ciências físicas e naturais e literatura, mesmo sem ter cursado o ensino superior. Tornou-se líder, em sua cidade, pelo seu trabalho no magistério, e na imprensa, tanto pelo seu caráter quanto pela disposição de ajudar os necessitados. Foi eleito vereador, quando, durante seis anos, beneficiou a população de sua cidade com luz e bondes elétricos, água encanada e cemitério público. Nessa ocasião, Barsanulfo, como fervoroso católico, era o presidente da Conferência de São Vicente de Paulo.
O seu primeiro contato com a doutrina espírita ocorreu um ano depois, em 1903, através do seu tio, conhecido como Sinhô, que, após tentar explicar os pontos básicos da doutrina, emprestou ao sobrinho o livro Depois da Morte, de Léon Denis. Ocorreu, então, uma transformação em sua vida: mudou-se da casa de seus pais e fundou o Grupo Espírita Esperança e Caridade, em 1905, onde, além de realizar reuniões mediúnicas e doutrinárias, também prestava auxílio aos mais necessitados. Foi médium inspirado, vidente, audiente, receitista, psicofônico, psicógrafo, de desdobramento e de bicorporeidade. Como médium receitista, psicografava prescrições do espírito Bezerra de Menezes. Em 31 de janeiro de 1907, criou o primeiro educandário brasileiro com orientação espírita, o Colégio Allan Kardec, onde os alunos recebiam aulas de Evangelho, e, ainda, instituiu um curso de astronomia. Foi ainda diretor do Sanatório Espírita de Uberaba. Como quase todos os médiuns, Barsanulfo também sofreu perseguição por parte do Clero que, aliado a um médico católico de Uberaba, moveu-lhe execrável perseguição, culminada por um processo penal sob a acusação de exercício ilegal da Medicina, em 1917. Todavia, o juiz da comarca não quis pronunciá-lo, julgando o caso, finalmente, prescrito. Mesmo diante das dificuldades, ele executou um trabalho de fé e caridade gigantesco em Sacramento. As farmácias, o Colégio Allan Kardec e o Grupo Espírita Esperança e Caridade foram apenas algumas das obras desse homem que foi chamado "O Apóstolo do Triângulo Mineiro". Faleceu aos trinta e oito anos, vítima da gripe espanhola.
Gostei de uma das partes donde, em desdobramento físico durante o sono, ele se encontra com Jesus a chorar. Ele pergunta se o Mestre está triste pelos descrentes. Jesus responde que estes precisam de amor e que seu sofrimento se dá por aqueles que conhecem o Evangelho e não o praticam. Para completar coloco aqui um trecho da primeira mensagem transmitida à Francisco Cândido Xavier, em 30/04/1950, pelo espírito de Eurípedes Barsanulfo: “...Para vós que ainda permaneceis na Terra, a travessia dos obstáculos parece mais dolorosa. As saudades orvalhadas das lágrimas vicejam ao lado das flores da esperança. As recordações represam-se na alma. Alguns companheiros estacionaram em caminho, atraídos pelo engano do mundo ou esmagados pelo desalento; não foram poucos os que desanimaram, receosos da luta. Por isso mesmo, as dificuldades se fizeram mais duras, a jornada mais difícil. Mas a nós, que temos sentido e recebido a bênção do Senhor, no mais íntimo d’alma, não será lícito o repouso. Nossas mãos continuam enlaçadas na cooperação pelo engrandecimento da verdade e do bem, e minha saudade, antes de ser um sofrimento é um perfume do céu. No coração vibram nossas antigas esperanças e continuamos a seguir, a seguir sempre, no ideal de sublime unificação com o Divino Mestre. Tenhamos para com os nossos irmãos ainda frágeis, a ternura do amor que examina e compreende. As ilusões passam como os rumores do vento. Prossigamos, desse modo, com a verdade, para a verdade.
Falando-vos em nome de companheiros numerosos da espiritualidade, assinalo a nossa alegria pelo muito que já realizasteis, no entanto, amigos, outras edificações nos esperam, requisitando-nos o esforço. É preciso contar com os tropeços de toda sorte. O obstáculo sempre serviu para medir a fé, e o espírito de inferioridade nunca perdoou as árvores frutíferas. Quase toda gente deixa em paz o arbusto espinhoso a fim de atacar a árvore generosa, que estende os ramos em frutos aos viajantes que passam fatigados. A sombra, muita vez, ameaçará ainda os nossos esforços, os espinhos surgirão, inesperadamente, na estrada, a incompreensão cruel aparecerá, de surpresa. Conservemos porém, a limpidez de nosso horizonte espiritual, como quem espera as dificuldades, convictos de que a vida real se estende muito além dos círculos acanhados da Terra. Guardando a energia de nossa união, dentro da sublimidade do ideal, teremos à frente o archote poderoso da fé que remove montanhas. Quando o desânimo vos tente, intensificai os passos na estrada da realização. Não esperemos por favores do mundo, quando o próprio Jesus não os teve. A paz na Terra, muitas vezes, não merece outro nome, além de ociosidade. Procuremos, pois a paz de Cristo que excede o entendimento das criaturas. Semelhante vitória somente poderá ser conquista através de muita renúncia aos caprichos que nos ameaçam a marcha. Não seria justo aguardar as vantagens transitórias do plano material, quando o trabalho áspero ainda representa a nossa necessidade e o nosso galardão. Jamais vos sintais sozinhos na luta. Estamos convosco e seguiremos ao vosso lado. Invisibilidade não significa ausência. O Mestre espera que façamos do coração o templo destinado à sua Presença Divina. Enche-vos o mundo de sombras? Verificam-se deserções, dissabores, tempestades? Continuemos sempre. Atendamos ao programa de Cristo. Que ninguém permaneça nas ilusões venenosas de um dia. Deste “Outro Lado” da vida, nós vos estendemos as mãos fraternas. Unindo-nos mais intensamente no trabalho, em vão rugirá a tormenta. Jamais vos entregueis à hesitação ou ao desalento, porque, ao nosso lado, flui a fonte eterna das consolações com o amor de Jesus Cristo.” De momento isso é o que mais marcou-me da leitura.
iSMITH, Alison. A vontade de Deus: memórias. Trad.: Antônio de Macedo Soares. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2004.
iiXAVIER, Francisco Cândido. (Corina Novelino). Eurípedes: o Homem e a Missão. Araras, SP: IDE, 2000.

Davi, Golias, Jônatas, Salomão, a rainha de Sabá, Jerobão, Roboão e daí por diante...


Acabei de ler o quarto livro da série As mais belas histórias da bíbliai. A saga assim continua: Saul se afeiçoou por Davi e fez dele seu escudeiro. Mais tarde quando o exército filisteu se reuniu para enfrentar os israelitas, um gigante chamado Golias desafiou o exército israelita a enviar um homem para enfrentá-lo, no entanto, os israelitas tiveram medo do gigante. Davi, indignando-se da vergonha que Golias trazia a Deus e a todo exército de Israel com suas palavras, decidiu enfrentá-lo. Saul ofereceu sua armadura para Davi, no entanto ele recusou por não ser treinado no combate com armadura e ser de pequena estatura em comparação à armadura (a Bíblia relata que Saul era particularmente alto dizendo que seus ombros sobressaíam acima do resto do povo), então Davi enfrentou Golias munido apenas de uma funda e algumas pedras. Logo no começo da batalha Davi acertou-lhe a testa com uma pedrada e, caindo Golias, arrancou-lhe a cabeça com sua própria espada. Após a vitória Davi foi colocado como líder de um grupo de soldados e tornou-se o melhor amigo de Jônatas, filho de Saul. Sendo Davi bem sucedido em todas suas missões e ganhando fama entre o povo, o rei Saul passou a invejá-lo e temeu perder o poder para Davi. A partir daí Saul tentou por inúmeras vezes matar Davi, o qual fugiu para o Deserto para salvar-se.
Depois da morte de Saul, Davi governou a tribo de Judá enquanto o filho de Saul, Isbosete, governou o resto de Israel. Com Isbosete morto por seus homens de confiança, Davi foi escolhido o rei de toda Israel e seu reinado marca uma mudança na realidade dos judeus: de uma confederação de tribos, Israel transformou-se em uma nação estabelecida como já citara no resumo do livro anterior. Ele expandiu os territórios sobre os quais governou e trouxe prosperidade a Israel. Ele é tradicionalmente visto como o autor do livro dos Salmos, que eram as canções de glória a Deus. As conquistas e erros de Davi (ligados as paixões por mulheres) são várias. Seu primeiro filho, Absalão, julgando-o velho para governar, tentou usurpar-lhe o trono a força, mas depois de fracassado foi obrigado a fugir e acabou morto por um general do exército real, apesar das ordens em contrário. Antes de morrer Davi ungiu como rei Salomão, seu segundo filho, provindo de seu adultério com Betsabéia, mulher de Urias, seu general, morto indiretamente por ordem do soberano para que este pudesse ficar legalmente com a viúva.
Durante seu reinado, Salomão protegeu as artes e o comércio, estabelecendo boas relações e alianças com os países vizinhos como Fenícia, Síria e Arábia. Com o rei de Tiro, Hiram, criou uma frota mercante cujas expedições chegaram aos limites do mundo conhecido. Projetou grandiosas construções como o majestoso templo de Jerusalém, chamado depois de templo de Salomão, que se tornou o centro da unidade nacional dos hebreus e do cristianismo primitivo. Construiu também importantes obras hidráulicas, principalmente reservatórios e aquedutos para abastecimento e irrigação, como por exemplo, o aqueduto de Siloé, no vale de Cedron. Compôs obras poéticas e escreveu o Cântico dos cânticos, além dos livros bíblicos Eclesiastes e Provérbios e o salmo 72, embora haja controvérsias históricas sobre estas autorias. Segundo os livros bíblicos, principalmente em I Reis e II Crônicas, ganhou notoriedade como juiz como na sentença dada no caso de duas mulheres que reclamavam a posse de uma criança como filho (ele aconselhou que cortassem a criança ao meio para que cada mãe ficasse com uma parte. Aquela que por amor cedeu voluntariamente a posse do filho, recebeu de Salomão a guarda da mesma). Também ficou famoso por suas tramas matrimoniais, chegando a ter um harém com 700 esposas e 300 concubinas.
Uma dessas mulheres provavelmente deve ter sido a rainha de Sabá, a qual foi em Jerusalem conhecer Salomão em busca de sabedoria. Ela foi porque desejou conhecer a resposta de muitos dilemas existenciais, por exemplo: “Como pode o homem ser justo diante de Deus?” e “Se o homem morrer acaso tornará a viver?” Por esta razão enfrentou uma viagem de cerca de 3.000 quilômetros numa região desértica, em camelos e sujeita a muitos perigos. Salomão disse-lhe tudo quanto tinha no coração. E o sábio monarca respondeu a todas as suas perguntas; nada ficou sem resposta. Vendo pois, a rainha de Sabá toda a sabedoria de Salomão, as construções que edificara, entre elas o templo, e tudo o mais, deu-lhe de recompensa valiosíssimos presentes: especiarias, madeiras finas e joias. Após sua morte, seu reino foi dividido em Israel e Judá. A maior parte, Israel, composta das dez tribos do norte, foi dada por Deus a Jeroboão, filho de Nebate, um efraimita já provado como administrador hábil. A parte do sul, Judá, ficou sob o domínio de Roboão, filho de Salomão. Depois de sua proclamação como sucessor de Salomão, ele foi a Siquém para obter o apoio e o reconhecimento das tribos do norte como rei de Israel. Jeroboão tinha tudo que precisava para ser muito bem sucedido. Quando Deus mandou o profeta Aías falar com Jeroboão sobre o plano divino de lhe entregar as 10 tribos de Israel, ele prometeu fidelidade ao Senhor.
Esta condição de obediência foi o problema de Jeroboão. A pesar da promessa de Deus, Jeroboão sentiu-se inseguro como rei de Israel. Ele se preocupou, especialmente, com a influência dos irmãos em Judá. Se os israelitas voltassem a Jerusalém para comemorar as festas anuais, como Deus mandou na lei dada a Moisés, eles poderiam rejeitar Jeroboão. Os sacerdotes lá em Jerusalém iam comentar sobre o templo que foi projetado pelo avô e construído por Salomão. Assim, pensou Jeroboão, o povo consideraria Roboão o rei legítimo e voltaria para Judá. A falta de fé de Jeroboão o levou a cometer uma série de pecados, dentre eles os principais foram a religião inovadora de adorar bezerros de ouro e altares em Dã e Betel, a ordenação de pessoas de outras tribos como sacerdotes pelo fato de possuírem dinheiro para fazer os sacrifícios exigidos e a troca das datas festivas. Jeroboão, na sua esperteza, tentou ganhar a vantagem decisiva sobre Judá. Mas Abias, filho de Roboão, havia falado a verdade de que Deus estava com Judá. Os bezerros de ouro e 800.000 soldados não resistiram os 400.000 apoiados pelo Senhor. Naquele dia, meio milhão de soldados de Israel caíram mortos, e Deus deu uma grande vitória ao povo de Judá, comandado por Abias. Jeroboão nunca recuperou força para desafiar Judá outra vez.
O reinado de Jeroboão durou vinte e dois anos e seu sucessor foi Nadabe, seu filho, que ficou apenas dois anos no trono por ter sido morto por Baasa, o qual tomou-lhe o lugar. Depois dele ocupar por vinte e quatro anos o reinado passou para seu filho Elá, que nele permaneceu por dois anos quando Zinri matou-lhe para se nomear rei. Este ficou no trono por apenas sete dias, suficiente para matar todos os parentes de Baasa. Com isso o povo de Israel nomeou Onri para ser rei, o qual teve seu reinado por doze anos. Ele comprou uma montanha e nela edificou a cidade de Samaria. Quando Onri morreu, seu filho Acabe sucedeu-lhe. Acabe foi um rei politicamente forte e muito poderoso, mas muito fraco na moralidade pessoal. Ele fez alianças com Fenícia, Judá e Síria e levantou Israel como uma nação. No entanto, ele permitiu que sua esposa e rainha, Jezabel, uma mulher estranha para Israel, tanto na nacionalidade quanto na prática religiosa, promovesse idolatria em Israel. Isso provocou a ira de Deus e levou à queda de Acabe. Assim termina mais um livro do série.
iMAXWELL, Arthur. As mais belas histórias da bíblia. Volume 4: Desde a vitória de Davi sobre Golias até a divisão do reino. Trad.: Abigail R. Liedke. 3ª Ed. São Paulo: Casa Publicado Brasileira, 1987.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Josué, Sansão, Dalila, Samuel, Saul, Davi e Jônatas...

Acabei de ler mais um livro da série as belas histórias da bíbliai. Os israelitas ficam quarenta anos sem poder entrar em Canaã. Arão (da tribo de Levi) se torna sumo sacerdote quando seu cajado, junto com outros onze, cada um de um líder de uma tribo, enche milagrosamente de folhas, flores e amêndoas, depois de ser colocado no tabernáculo. Moisés e Arão faz surgir água das rochas. Antes de morrer, Arão passa o sacerdócio para seu filho Eleazar. Serpentes aparecem aos montes no deserto e Deus diz para Moisés fazer uma serpente de bronze em uma cruz e assim todos que olhavam para a mesma com fé em Deus eram curados imediatamente das picadas venenosas. Antes de morrer, Moisés passa a liderança para Josué. O tabernáculo de madeira recoberto de ouro é desmontado com cuidado e todo o acampamento se arruma para marchar rumo a Canaã. O Rio Jordão se abre para Josué, os sacerdotes e o povo passar. Os vigias que montavam guarda sobre as muralhas de Jericó estavam perplexos. Desde que presenciaram a passagem dos filhos de Israel pelo leiro seco do rio, haviam esperado um ataque. Mas não houve nenhum ataque. Em vez disso os homens se aproximavam em procissão e tocavam uma trombeta. Ao sétimo dia de procissão as muralhas tremeram como um terremoto e Jericó foi capturada.
Adiante gostei da seguinte história: Zilá, esposa de Manoá, vê um anjo e este lhe anuncia que ela, mesmo sendo infértil, terá o filho tão desejado e que este salvará seu povo oprimido dos filisteus. Depois o mensageiro celeste aparece também para Manoá e confirma a promessa. Assim nasce Sansão, da tribo de Dã, o homem de forças descomunais que certa vez lutou com um leão no deserto. Sua força, conforme dito pelo anjo, provinha de seu cabelo que nunca deveria ser cortado por uma navalha. Quando adulto ele casou-se com uma filisteia chamada Ieda, mesmo a contra-gosto dos pais. Na festa de casamento ele lembrou da luta que tivera com o leão, bem como das abelhas que haviam feito uma colmeia na queixado do mesmo e, assim, desafiou os convidados filisteus pedindo-lhes que decifrasse o seguinte enigma: “Do comedor saiu comida, e do forte saiu doçura”. Se eles desvendassem até o sétimo dia da festa, ganhariam cada um uma muda de roupa. Se não conseguissem, Sansão receberia as trinta vestes. Sem conseguirem desvendar, persuadiram a esposa de Sansão para descobrir o segredo e, sentindo-se ameaçada, ela tanto fez que conseguiu a resposta. Então eles responderam: “Que coisa há mais doce do que o mel e mais forte do que o leão?” Revoltado ao descobrir que sua esposa fora infiel contando o segredo, ele abandonou-a e voltou ao lar paterno. Quando resolveu voltar encontrou-a com outro homem. Para vingar-se, colocou fogo nos campos de trigo e nos vinhedos dos filisteus. Sansão, de comum acordo para proteger o povo de Judá que fica ameaçado, deixa-se ser capturado e aceita ser entregue aos filisteus. Entretanto, estando na frente dos filisteus inimigos, ele rompe as fortes cordas que o prendiam e em batalha mata mil homens com uma queixada de jumento.
Uma noite em que estava em Gaza, as autoridades da cidade cerraram as portas para que não pudesse escapar. À meia-noite, porém, Sanção carregou sobre os ombros as duas pesadas folhas da porta e os pilares que a sustinham, e os levou ao cume de uma colina a vários quilômetros de distância. Capaz de encarar um exército inteiro com a força de suas mãos, Sansão oscila entre dois opostos: é um guerreiro obstinado e violento e também um homem profundamente doce e carinhoso, que acredita nas pessoas e é traído por elas. É um homem solitário, em busca de sua identidade e fé. Deixa-se levar por seus instintos e paixões, principalmente quando se apaixona por Dalila. Ela era uma filisteia da região do vale do Soreque que, revoltada por ter sido abusada sexualmente pelo padastro Rudiju e sem conseguir convencer a mãe Agar deste fato, saiu de casa e tornou-se cortesã do palácio de Gaza e, na intenção de tornar-se uma mulher rica e poderosa para compensar seu passado e sua vida vazia de amor, conseguiu com suas artimanhas e beleza se tornar uma protegida do soberano Inárus, o príncipe tirano que assumiu o poder de forma ilegítima. É ele quem, sabendo do poder de sedução e beleza de Dalila, oferece uma grande fortuna para que ela seduza Sansão e descubra o segredo de sua força. Por três vezes este lhe deu informações falsas. Mas à quarta vez ela conseguiu convencê-lo a revelar-lhe o seu segredo: as longas sete tranças de cabelo. Dalila mandou então um homem cortar o cabelo a Sansão enquanto este dormia, entregando-o em seguida aos filisteus. Finalmente Sansão é de fato capturado, humilhado perante os filisteus (Inárus lhe arranca os olhos) e fica preso na condenação de empurrar um moinho que dava voltas e voltas. Envergonhado e desgostoso, voltou-se para Deus e rogou-lhe que lhe concedesse mais uma oportunidade. Com o tempo seu cabelo foi crescendo e Deus foi lhe restabelecendo as forças.
Então um dia lhe foi permitido sair do moinho. Ouviu dizer que todo o povo filisteu se reuniria no palácio para uma grande festa em honra a Dagom, o deus dos filisteus. Alguém lhe disse que o deixariam em liberdade naquele dia para que servisse de diversão a multidão. Ele lembra que já estivera naquele palácio quando fora desafiar Inárus pedindo-lhe que deixasse seu povo em paz. Então pede a um menino que lhe leve até dois grandes pilares que sustinham o teto. Lá ele clama a Deus de toda a sua alma e pede força para se vingar dos filisteus, ao menos por um de seus olhos. Ele suplica a Deus que lhe permita morrer junto com seus inimigos e assim, empurra as colunas fazendo todo o edifício desmoronar-se sobre ele e os três mil filisteus (inclusive Dalila) que se divertiam dele e oprimiam o povo hebreu. Deste modo foram “mais os que matou na sua morte do que os que matara em sua vida”.
A história prossegue com Samuel que foi o último dos juízes e o primeiro dos profetas. Homem de profunda piedade e discernimento espiritual, dedicava-se totalmente à realização dos propósitos de Deus para o bem de Israel. Embora não descendesse da linha genealógica de Arão, sucedeu a Eli no cargo sacerdotal. Ao que parece, foi o primeiro a estabelecer uma instituição para o preparo dos jovens que desejavam abraçar a vocação profética. Ele foi comissionado para ungir a Saul, o primeiro rei, e a Davi, o maior dos reis de Israel. Davi era filho de Jessé, da tribo de Judá, nascido na cidade de Belém. Tornou-se rei, sucedendo a Saul e conquistou Jerusalém, que transformou em capital do Reino Unido de Israel. A saga continua com os filisteus roubando a arca, a qual enviam a cidade de Gate. Com tal feito Deus envia uma epidemia, de modo que os homens de Gate resolvem enviar a arca a cidade de Ecrom. A mesma epidemia surge por lá. A arca nunca mais voltou a Silo. Saul se afeiçoou por Davi e fez dele seu escudeiro. Mais tarde quando o exército filisteu se reuniu para enfrentar os israelitas, um gigante chamado Golias desafiou o exército israelita a enviar um homem para enfrentá-lo, no entanto, os israelitas tiveram medo do gigante. Davi, indignando-se da vergonha que Golias trazia a Deus e a todo exército de Israel com suas palavras, decidiu enfrentá-lo. Saul ofereceu sua armadura para Davi, no entanto ele recusou por não ser treinado no combate com armadura e ser de pequena estatura em comparação à armadura (a Bíblia relata que Saul era particularmente alto dizendo que seus ombros sobressaíam acima do resto do povo), então Davi enfrentou Golias munido apenas de uma funda e algumas pedras. Logo no começo da batalha Davi acertou-lhe a testa com uma pedrada e, caindo Golias, arrancou-lhe a cabeça com sua própria espada. Após a vitória Davi foi colocado como líder de um grupo de soldados e tornou-se o melhor amigo de Jônatas, filho de Saul. Sendo Davi bem sucedido em todas suas missões e ganhando fama entre o povo, o rei Saul passou a invejá-lo e temeu perder o poder para Davi. Assim termina mais um livro da série.
iMAXWELL, Arthur. As mais belas histórias da bíblia. Volume 3: Provas e vitórias. Trad.: Abigail R. Liedke. 5ª Ed. São Paulo: Casa Publicado Brasileira, 1995.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Doce de goiaba...

Tapete azul

Merenda em família!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Noé, Abraão, Isaque, Jacó, José e Moisés...

Tomei um bom banho de gengibre com treze rosas e perfume para tirar as negatividades e gastei algumas horas terminando a leitura do primeiro e segundo volume da série As mais belas histórias da bíbliai.
Gosto da história de Noé ao construir a arca que abriga sua família e um casal de toda espécie de animais durante o dilúvio de quarenta noites e dias. A humanidade da época não acreditou nele e foi extinta da Terra. Legal relembrar que o arco-íris é símbolo da promessa divina de nunca mais ocorrer um dilúvio. Outra parte legal é a execução da torre de Babel, construída por aqueles que não acreditaram na promessa divina e buscaram construir um abrigo que fosse até o céu para prevenirem-se do próximo dilúvio. Foi então que surgiram as várias línguas: foi a maneira de Deus interromper a construção baseada na falta de fé. Também gosto da história de Abraão e Sara que, depois de velhos, conceberam Isaque, o qual Deus pediu em oferenda no monte Moriá. Junto ao holocausto, pronto para sacrificar seu filho, Deus prova a fé de Abraão e deixa Isaque viver. Tempos depois Jesus se encarregaria de ser o “Cordeiro de Deus”. Interessante a parte donde as cidades de Sodoma e Gomorra (atualmente cobertas pelo Mar Morto) sofreram uma chuva de enxofre e fogo por conta da ira divina ao povo ímpio. Sempre fiel a Deus, Abraão sai de sua terra (Ur dos Caldeus) e segue com sua família para Canaã, a terra prometida. Abraão pede a Eliézer, seu servo de confiança, que vá a cidade de Harã buscar uma mulher, neta de seu irmão Naor, na intenção desta casar-se com Isaque. Assim ele faz e traz Rebeca, a qual torna-se esposa de Isaque.
Do segundo livro achei importante descobrir sobre a primogenitura (herdeiro que nasce primeiro) de Esaú, filho de Isaque, irmão de Jacó. Esaú vende sua primogenitura a Jacó e recebe como pagamento pão e um cozido de lentilhas. Posteriormente arrepende-se pelo desprezo a primogenitura, mas daí já era tarde. Com o apoio materno, Jacó consegue a benção do pai fingindo ser o irmão, mas ameaçado por este depois, é obrigado a se refugiar em Harã. Jacó trabalhou sete anos para seu tio Labão com a finalidade de casar-se com sua prima Raquel, mas no dia do casamento lhe é oferecida Lia, a irmã mais velha de Raquel. Jacó luta com um anjo durante uma madrugada achando que era um assaltante. O anjo o abençoa e Jacó chama o lugar de Peniel, que significa “a face de Deus”. Ao reencontrar Esaú, Jacó lhe dá muitos presentes e se ajoelha em atitude de perdão. Ambos fazem as pazes.
Na geração seguinte, Rubem, filho de Jacó, vende seu irmão José como escravo aos dezessete anos e mente ao pai dizendo que ele foi morto por um animal. No Egito ele é vendido para Potifar, o capitão da guarda real, um dos homens mais ricos que havia. De escravo, seu caráter o leva a se tornar mordomo geral. Assim segue até que é levado ao cárcere por intriga da esposa de Potifar. Durante o tempo de confinamento José desenvolve o seu maior dom: interpretar sonhos. Certo dia Potifar o chama para saber sobre dois sonhos que tivera: sete vacas gordas que comiam sete vacas magras e sete espigas de milho mirradas que comiam sete espigas granadas e belas, ou seja, sete anos de fartura e sete anos de escassez. Ao descobrir tal significado, José foi reverenciado numa carruagem real, vestido com linho fino e coberto de joias. Os anos seguintes são de alegria. Durante os sete anos de escassez, Jacó manda dez de seus filhos irem até o Egito buscar cereais. Ao chegarem lá, José os reconhece e os manda prender. Depois manda buscarem Benjamim, o irmão mais novo que ficara cuidando do pai. Junto de todos, oferece um banquete. José, que em tal momento era o vice-rei do Egito, se revela a seus irmãos que até então não o haviam reconhecido. Eles vão buscar o pai Jacó e há um grande final de alegria nessa história. Com a morte de José, seus irmãos são transformados em escravos pelos filisteus. Eis então o início de desafeto entre hebreus e filisteus. O grande Faraó queria matar todos os hebreus de cansaço, mas o trabalho exaustivo apenas os fortalecia. Então decretou que todo menino hebreu que nascesse fosse jogado no rio. Joquebede teve a ideia de colocar seu filho numa cesta de palha e deixá-lo flutuar sobre o rio. Miriã, a própria filha do Faraó, encontra o cesto e se apieda do bebê. Ela manda chamar uma ama de leite que, por coincidência, era exatamente Joquebede, a qual ainda por cima recebeu um pagamento para tal (escondendo a verdade de que aquele era seu próprio filho). O menino foi chamado de Moisés.
Moisés se torna um príncipe dos egípcios. Embora ele fosse filho adotivo da filha do Faraó e um dos herdeiros do trono, amava a se povo e não podia suportar que fosse escravizado. Por isso teve que fugir da corte. Certa vez, enquanto cuidava do rebanho, Moisés se surpreendeu ao ver um arbusto que se queimava mas que não se consumia. Ao aproximar-se, Deus lhe ordenou que voltasse ao Egito para livrar a Israel da escravidão. Então ele recebe poderes divinos e com eles faz várias tentativas (como transformar o rio em sangue e fazer surgir chuva de sapos, abelhas e gafanhotos) até conseguir libertar o povo hebreu. Moisés abre o mar para seu povo passar durante a viagem para Canaã e o mar se fecha sobre a travessia dos egípcios perseguidores que não aceitavam a derrota. No terceiro mês da saída dos israelitas do Egito, Moisés recebe os dez mandamentos no monte Sinai. Ele fica quarenta noites e dias sobre o monte enquanto Deus lhe instrui a construir um tabernáculo de fé donde seria guardada a arca (cofre retangular de madeira de acácia e ouro que guardava os dez mandamentos). Veremos quais histórias gostarei no livro seguinte. Por momento é apenas isso.
iMAXWELL, Arthur. As mais belas histórias da bíblia. Volume 1: O livro dos começos. Trad.: Abigail R. Liedke. 9ª Ed. São Paulo: Casa Publicado Brasileira, 1995.
MAXWELL, Arthur. As mais belas histórias da bíblia. Volume 2: Grandes homens de Deus. Trad.: Abigail R. Liedke. 7ª Ed. São Paulo: Casa Publicado Brasileira, 1995.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Para sempre Alice


Acabei de ler o livro Para sempre Alicei. O livro conta sobre Alice, uma competente professora da universidade de Harvard, ao ser diagnosticada precocemente com o mal de Alzheimer, uma doença degenerativa incurável donde a memória vai sendo perdida aos poucos. O livro escancara a fragilidade humana perante os desígnio da vida, bem como a imprevisibilidade e instabilidade da vida em si. Achei dificilmente cruel imaginar-me na pele de uma personagem que se perde dentro de sua própria casa por esquecer onde fica determinado cômodo. Quando ela consegue chegar no mesmo, já não sabe o que foi fazer lá. São vastos os acontecimentos de esquecimento contidos no livro ao longo da experiência vivida por Alice, donde o tempo só agrava a situação, apesar dos medicamentos atenuantes. É uma leitura que nos alerta para a importância e sobretudo necessidade de viver cada momento da vida como único e fugaz. Esquecer-se do ontem e não reconhecer os familiares ou as pessoas do convívio íntimo pode parecer assustador, mas isso é uma realidade a nos mostrar que nada é para sempre, a não ser a nossa existência espiritual e individual. Sou frágil perante os atributos da vida e diante deles escolho validar minha paciência, aceitação e fé. Ainda não sei ao certo como lidar com tais atributos. A vida é instável, paradoxal, misteriosa, indócil, perfeita, justa, ligeira, única, eterna, imprevisível, trágica, insólita, generosa, impermanente, sábia, etc. Independente de recordar do ontem ou ter certeza do amanha, independente de como consigo lidar com a vida em si, ou melhor dizendo, dentro das minhas capacidades, qualidade, limitações, necessidades e escolhas, sinto que somente o presente pode ser vivido. E essa é a melhor lição do livro.
iGENOVA, Lisa. Para sempre Alice: quando não há mais certezas possíveis, só o amor sabe o que é verdade. Trad.: Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.