Obrigada pela visita!

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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

carta17

“Olá ‘Ami’! Acabei de ler mais um livro chamado Amar... apesar de tudo[i]. Como sempre vou compartilhar algo sobre o que mais gostei. Eis a seqüência disposta em alguns tópicos:

· Quando assumimos a vida em sua plenitude conseguimos alcançar a liberdade almejada e percebemos que já possuímos todos os sonhos e vitórias dentro de nós. Passamos a amar o que somos e temos em vez de acentuar desejos em torno daquilo que ansiamos ser ou ter. É assim que descobrimos como ter pretensão sem as angustias geradas pela expectativa.

· O perdão deve se dar através da compreensão, momento em que somos como que lavados de nossas memórias, fazendo intervir o que está além de nós. Deus perdoa o homem através do próprio homem: à medida que perdoamos compreendendo o ato alheio é que abrimos a possibilidade da energia divina do perdão chegar-se até nós também. Perdoar impõe a nós o reconhecimento de que também somos suscetíveis de cometer inúmeros erros e magoar outras pessoas ao longo da vida. A grandeza de conceber o perdão consiste exatamente em reconhecermos nossas faltas. Essa é uma grande nobreza humana que gera a capacidade de não nos deixarmos confinar nas conseqüências nefastas de nossos atos.

· Ao sermos habitados pela consciência e pelo amor, o sofrimento acaba sendo contido em alguma coisa infinitamente mais ampla. Do sofrimento suportado passamos a sentir o sofrimento aceito e transformado pelo poder do amor. Geralmente precisamos chegar ao âmago de nossa carência para encontrar a plenitude de Deus. É através de nossas falhas e fendas que Deus vem à nossa procura.

·
Não é suficiente amar. O amor sem a inteligência torna-nos infeliz porque damos ao outro o que temos de melhor, mas o nosso melhor nem sempre é o melhor para o outro. Ao darmos o que gostaríamos de receber, fazemos uma concepção muito egocêntrica sobre a felicidade do outro. Além disso, não podemos amar o outro se não nos amarmos primeiro, pois só amamos no outro aquilo que amamos em nós mesmos. Aceitar amar no outro o que não amamos em nós representa aceitar nossas falhas e fraquezas, retirando a couraça da dissimulação e expondo toda a nossa vulnerabilidade sem medo de que o outro possa tirar proveito disso para confirmar seu poder e sua opressão.

· Cada momento tem as suas emoções e devemos vivê-las individualmente. A vida é feita para morrer, a flor para murchar e o amor para passar. Um dia nunca é igual ao anterior e estamos nos renovando a cada segundo. É assim que Deus, ao mesmo tempo, nos constrói, destrói e reconstrói (no livro o autor usa a palavra ‘desconstrói’).
A verdadeira felicidade está em transformarmos cada momento e tudo o que nos acontece em ocasião de crescimento e evolução.
Assim podemos ser felizes a partir de tudo, inclusive das infelicidades. Freqüentemente a busca da felicidade é justamente o que nos impede de sermos felizes, porque procuramos a felicidade sob uma forma precisa demais e delimitamos nossos sentimentos que ficam condicionados a isso e àquilo.

· O ser humano é feito de inconstância, relatividade e ambigüidade: ora amamos, ora odiamos, hoje sorrimos, amanhã choramos, etc. Devemos aceitar isso sem nos perturbar a mente com preocupações.
A questão é entender que os extremos não são partes opostas, mas sim partes complementares. Verificamos que, efetivamente, não há dia sem noite, não há verdade sem mentira, etc.
Não é possível possuirmos a verdade, não é possível apropriarmo-nos do amor, podemos simplesmente estar junto e aceitar que o âmago do ser é indefinido, assim como todo o universo em si é algo inacessível de percebermos em sua totalidade. Por momento isso é tudo. Tenha um bom dia e muitas felicidades! Até breve!”


[i] LELOUP, Jean-Yves. Amar... apesar de tudo. Encontro com Marie de Solemne. Trad.: Guilherme João de Freitas Teixeira. Campinas, SP: Versus, 2002.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

carta 16

Para realmente finalizar a escrita de hoje, tenho que elucidar algumas considerações que fiz sobre o ultimo livro lido que se chama A imensidão dos sentidos[i]. Eis um pouco do que mais me atraiu na leitura: logo ao principio é dada à definição sobre o que é ser bom.
Uma pessoa boa é aquela que possui a combinação de ternura e destemor. É um ser com a total confiança de que nada acontece no universo sem uma finalidade útil e providencial, entendendo que as grandes dificuldades não significam castigos ou punições, mas caminhos preparatórios para se alcançar dentro em breve um bem maior. A criatura bondosa ao ter posse dessa contínua sabedoria é fiel consigo mesma, tem natureza benevolente, aspecto jovial e sociável, demonstrando carinho pelas crianças e apreço pela natureza.
É sempre boa ouvinte, disposta a ser útil, solidária e cordial. Será que algum dia vou me enquadrar nessa definição e ser boa assim? Considero meio caminho andado o fato de me dispor ao autoconhecimento, o que não é nada simples. Sinto que ao entrar em contato comigo mesma, ouvindo meus sentimentos e prestando atenção em minhas emoções, transmito por escrito um mundo pessoal de minhas iluminadas experiências de autoconhecimento e imagino sim ter a ajuda das esferas superiores. De toda forma me sinto muito aquém de ser uma pessoa honesta emocionalmente.
Eu ainda não consigo me aproximar dos outros e expressar minhas emoções pessoalmente, o que sinto criar uma aversão à afetividade e reduzir cada vez mais minha capacidade amorosa, fazendo-me aparentar uma pessoa indiferente e apática. Eu luto por ser uma coisa e quanto mais pelejo, mais seu oposto vou ficando.
O livro diz que, nesses casos, devemos voltar à naturalidade da vida, destruindo gradativamente os excessos do formalismo social e religioso, os exageros do artificialismo das convenções que contrariam as leis naturais e, por conseqüência, geram conflitos ilusórios e perturbações íntimas. Eu preciso urgentemente encontrar meios em mim mesma de cultivar a honestidade emocional para edificar a paz verdadeira em meu interior.
O livro reforça o que muitos outros falam: para nos desfazermos da fascinação ou da auto-ilusão é necessário desvencilharmos da escravidão das idéias pressupostas que temos ou desejamos ter acerca de nós mesmos. Quando abandonarmos nossa identidade real, tentando constituir como eixo central de nosso cotidiano uma imagem distorcida e fantasiosa, viveremos inadaptados socialmente e com uma série de transtornos psíquicos. É por conta disso que o livro fala tanto sobre o autoconhecimento. É através dele que exerceremos nossa maior missão: interagir harmonicamente com o mundo e as pessoas sem nos deixar a mercê das influências alheias. Para mim isso não é nada fácil. Comprovo a idéia de atrair as piores vibrações alheias e absorvê-las quando me ligo ao campo de crítica e rejeição que os outros podem ter a meu respeito. Fico encantada de pensar na postura de Jesus que amou e respeitou a todos sem temer a desaprovação alheia ao transmitir sua mensagem inovadora. Como ele podia praticar de forma tão linda e eficiente à sabedoria de que devemos ser fieis ao nosso estilo de personalidade uma vez que a aceitação externa é variável e oscilante? Ah se eu conseguisse colocar isso em prática! Creio que setenta por cento dos meus problemas cairiam por terra. Outra parte importante que já li muito a respeito fala da projeção. Trata-se de uma das técnicas de defesa do ego quando reusamos aceitar ou não ver o que está dentro de nós. Tentamos livrar nossas fraquezas, limitações e medos atribuindo-os a alguma situação ou pessoa. Quanto mais enérgica e constante for a nossa manifestação de censura e descontentamento por determinada situação ou comportamento, maior a possibilidade de se tratar de projeção. Diz o livro que reprovamos ou criticamos veemente nos outros aquilo que não podemos aceitar em nós. Outro quesito legal de entender se trata do perfeccionismo. O livro comenta que o perfeccionismo nos coloca num estado tão grande de ansiedade e inquietação que cometemos mais erros do que o normal, uma vez que aceitamos a possibilidade do desacerto, algo que faz ficarmos amedrontados com a expectativa de uma perfeição inexistente, tirando nossa autenticidade de agir. É por causa disso que pessoas perfeccionistas recebem o rótulo de disciplinadoras intransigentes ou reformadores inflexíveis. Posso dizer que aprendi a não ser perfeccionista desde a época da escola, donde resolvi parar de me cobrar por notas superiores, mesmo que eu as continuasse tendo. Eu entendi que a admiração alheia ia ser passageira e meu esforço estava equivocado. Além disso, a competição e a comparação nunca me fizeram bem. Senti profundamente que eu precisava (e queria muito) ser amada pelo que era e não pelas regras que seguia ou os fins que atingia. Alguns podem ter deixado de me admirar, mas sobretudo eu passei a ser mais auto-admiradora.
Mais adiante vem a questão das formas-pensamentos. Sobre isso gostei de refletir que o sentimento de superioridade é uma forma de supercompensação do complexo de inferioridade. Outra vez o livro reforça a lição de que devemos aceitar ser como somos e respeitar nosso grau evolutivo. Essa é a única maneira de livrarmos da neurose das comparações e entendermos na prática que não somos piores e nem melhores do que os outros, simplesmente somos diferentes em nossas qualidades e capacidades desenvolvidas a partir de esforço e dedicação, algo que todos podemos ter com a força de vontade. Já quase no final o livro diz que nossa mais devastadora ilusão é pensar que podemos controlar a vida dos outros. Imposição é o oposto da liberdade e extermina tanto a autonomia do que domina como a do dominado. É interessante ter em mente que não conseguiremos evoluir emocional, intelectual e espiritualmente se estivermos desgastando nossas energias para comandar a vida dos outros. Nesse quesito posso dizer que é horrível quando abrimos mão de nossa liberdade (sem conseguir impor respeito a nossa individualidade) e deixamos nos dominar por pessoas que querem nos fazer submissa a seus caprichos e vontades. Talvez essa seja uma das maiores dores que já senti dentro de mim. É o peso mais difícil que ainda sinto carregar. Nunca palpitei na vida de ninguém, mas sempre senti como se o mundo todo quisesse controlar o meu jeito de ser e viver. E o pior de tudo é que infelizmente ainda não sei impor limites e acabo me sentindo constantemente massacrada, tendo assim de evitar o contato alheio, algo que muito me frustra. Para encerrar o livro enfatiza a questão de que não devemos deixar ninguém abalar nossas convicções, como também não devemos tentar convencer ninguém a aceitar nossos valores. O correto é aceitarmos a nossa realidade, bem como a dos outros; assim viveremos na paz que a integridade proporciona. O livro explica maravilhosamente bem que amadurecer na generalidade pode significar reconhecer ou aceitar que todos nós temos os dois lados de todas as coisas. Todas as nossas atitudes variam entre um extremo e outro exercitando-nos a buscar o equilíbrio. Mesmo que de forma inconsciente isso ocorre a todos os minutos na nossa tentativa constante de alcançar respostas perante as dificuldades da vida, seja dentro ou fora de nós mesmos. Achei fantásticas as seguintes frases que finalizaram o ultimo capitulo do livro: ‘Às vezes, a vulnerabilidade é o nosso poder: nossa raiva transforma-se em determinação e nosso estado depressivo pode ser o caminho para o reencontro com nossa integridade... A Misericórdia Divina jamais nega proteção a suas criaturas, mas esse amparo é sempre equivalente à expansão de nossa consciência, quer dizer, correspondente à nossa capacidade de discernir, avaliar e entender as eis naturais, dentro e fora de nós. Bem, as novidades são essas. Espero ter outras amanhã. Até lá!
[i] SANTO NETO, Francisco do Espírito. A imensidão dos sentidos. Catanduva, SP: Boa Nova Editora, 2000.





















carta 15 - um sonho amais para a coleção

Apesar das noites quentes e do sono atrapalhado, tive um sonho que não me saiu da cabeça e é tão estranho como todos os que estou tendo ultimamente (ando sonhando muito, mas confesso que estou meio relapsa nas anotações dos mesmos): eu estava caminhando com mamãe e quando fomos atravessar a rua um carro em alta velocidade cercou o veiculo que vinha na direção oposta e imediatamente apareceu um terceiro carro, sendo este o de um policial que rapidamente cercou o ambiente apontando a arma e mandou eu e mamãe encostarmos frente à parede e colocarmos as mãos na cabeça. Sendo pega de surpresa eu reclamei, mas fiz o que foi mandado.
Não me lembro muito bem o que aconteceu em seguida, mas creio que o policial resolveu a situação dispensando os motoristas e veio questionar eu e mamãe sobre o ocorrido. Somente então pude observar melhor o belo rosto jovem do policial.
Algo semelhante ao rosto do príncipe sueco Carl Philip, só que incrivelmente mais bonito e perfeito. Somente em sonho para eu ver um homem com faces tão rosadas e olhos tão brilhantes castanhos cor de mel. Daí ele mandou-me virar para o outro lado de forma que eu não conseguisse ver as perguntas que minha mãe respondia no questionário. Quando chegou minha vez ele mesmo fez as perguntas e fui respondendo-as em voz alta. Ele questionou o por que estávamos ali naquele exato momento, de onde vínhamos, para onde íamos e minhas lembranças do sonho finalizaram-se quando eu respondi a pergunta sobre o por que eu achava que ele havia nos impedido de continuar o trajeto. Sem querer agredi-lo verbalmente ou dar indícios de suborno emocional, eu iniciei uma resposta séria dizendo que ele havia nos parado para que prestássemos depoimento do ocorrido e por fim acrescentei cheia de simpatia: ‘ou quem sabe porque se encantado com minha beleza’. Em verdade eu é que estava encantada. Daí ele sorriu carismático como se respondesse que sim com o próprio olhar e por mais que eu tente, não consigo lembrar o que sucedeu depois. Ah, será que algum dia eu ainda viverei o sonho de um encontro fortuito desses em realidade?






Carta14

“Olá ‘Ami’! Aqui estou eu como sempre para poder lhe escrever sobre meu dia de hoje. Essa noite não me foi muito agradável, o calor dos trinta e dois graus não me deixou dormir e fiquei revirando na cama de um lado para outro até que o lençol começou a sair e embolar. A cama estava quente e insuportável, mesmo tendo deixado a janela aberta como de costume. Hoje foi dia de cumprir com algumas obrigações e mesmo de baixo da garoa eu saí caminho afora andando com o velho guarda-chuva meio estraçalhado. Pensei que fosse chover mais forte por conta do mormaço, mas foi apenas um chuvisco passageiro. Primeiramente fui ao local donde fizeram um ‘conserto pela metade’ da minha máquina fotográfica. No balcão de atendimento, além do homem que me atendera anteriormente, havia um rapaz imensamente esbelto, alto, de olhos azuis, do estilo que pensei haver apenas nas minhas miragens mentais. De toda forma eu estava tão embaraçada com a situação da máquina que nem prestei maior atenção no sujeito. Depois de lhe explicar o problema detalhadamente dizendo que a máquina está tirando fotos normalmente, mas não está fechando o zoom (bloco) todo, ele me fez uma pergunta irritante: queria saber se eu não havia deixado a máquina cair novamente. Ele perguntou num tom de insinuação para querer minimizar a falha do conserto que nem senti quando lhe dei a seguinte resposta: O único defeito da máquina é que o bloco continua agarrando na hora de fechar e eu só trouxe de volta porque paguei e como está na garantia tenho o direito de pedir uma vistoria. De todo o meu ser eu realmente não sei como consegui falar isso com tanta firmeza. Acho que eu poderia ter ensaiado isso por dias que jamais sairia tão perfeito. Por certo foi a raiva momentânea que senti com a pergunta que ele me fez. Eu não seria tão desastrada ou azarenta a ponto de deixar um fato extremamente acidental ocorrer assim repetidamente. Eu sei que deveria ter levado a máquina novamente para eles logo no dia seguinte, pois assim que a liguei depois do conserto, já constatei que este houvera ficado pela metade, mas como a garantia estava marcada para três meses, não imaginei que eles fossem tentar se isentar da culpa de um conserto mal efetuado. De todo modo à máquina ficou por lá para o técnico avaliar. Espero que eles não inventem problemas inexistentes (algo que desconfio terem feito da primeira vez) para cobrar-me nova quantia, até porque, para mim o conserto não valeu nem um terço do dinheiro que já paguei. Se você me permite a liberdade de dar-lhe um conselho, quando sua maquina fotográfica estragar, perca a dó de descartá-la e compre outra nova. Era isso o que eu deveria ter feito. No final das contas, vou pagar o preço de uma nova e provavelmente minha máquina nunca mais será como quando a comprei. O que me resta é suspirar fundo e dizer para mim mesma que acidentes acontecem na vida de todos e ninguém se isenta das conseqüências desagradáveis.
O segundo local em que passei foi no banco Itaú donde eu fiquei de depositar o dinheiro da peruca que minha irmã pagara para mim. Ela sempre faz questão de pagar as coisas com o cartão pois ganha pontos de crédito e tira nota fiscal com o número do CPF para abater seu imposto de renda. De tal modo eu fiquei de depositar-lhe a quantia e não imaginava que ia ter tanto trabalho. O único banco no qual ainda não houvera adentrado era exatamente o Itaú. Antes de tudo eu não encontrava os envelopes para colocar o dinheiro. Estou acostumada com o Bradesco donde tem-se uma bancada com os envelopes e as canetas. Fui de um lado para outro e nada de ver cadê os envelopes. Sem jeito catei um amassado e meio rasgado no lixo. Que vergonha! Nem tive coragem de olhar para os lados. Catei o dinheiro e soquei logo no envelope tentando desamassá-lo o mais rápido possível. Somente quando aproximei da máquina de depósito é que visualizei os envelopes armazenados dentro da mesma no canto esquerdo. Tarde demais, eu já estava com o envelope amassado na mão pronto para ser engolido pela máquina, mas daí eu não sabia como fazer a bendita máquina funcionar. Fui em todas as máquinas desocupadas apertando as teclas e nada acontecia. Fiquei zanzando de um lado para outro sem jeito de aproximar-me das pessoas que estavam ocupando as outras máquinas. Nem observar como as outras pessoas estavam fazendo eu não ousei, poderiam desconfiar e pensar que eu fosse uma ladra. Depois de quase meia-hora parecendo uma boboca perdida no meio das máquinas, veio uma mulher que estava limpando a parte interna do banco e bateu no vidro. Aliviada eu percebi de imediato que ela desejava falar exatamente comigo. Mas quem disse que eu escutava o que ela falava? Que horror! Depois de mais meia-hora (com um pouco de exagero) no mesmo local, tentando a tática da mímica, ela conseguiu entender que eu queria fazer um deposito e somente então eu dei conta de desvendar o mistério das máquinas que estavam funcionando com todos, menos comigo. A máquina funciona sendo tocada diretamente no visor e não nas teclas como é o caso dos demais bancos. Se não fosse a ajuda recebida eu nunca ia imaginar essa hipótese. Depois de efetuar o deposito fiquei a me perguntar como fui tão boba de não imaginar tal tecnologia. Fiquei me sentindo ultrapassada, mas a culpa é dos outros bancos que ainda funcionam pelas teclas. Agora, depois que o ‘pior’ já sucedeu, estou dando risada de imaginar a pessoa que vai pegar aquele envelope tão amarfanhado. Só eu mesma para me fazer rir com tanto senso de bom-humor! Parece até piada!
Em seqüência eu fui até a biblioteca donde peguei dois livros depois de cansar-me entre uma prateleira e outra. Cada vez fica mais difícil encontrar livros que me despertem vontade de trazer para casa, pois todos os que me interessavam já os li. Por fim meu destino foi no centro espírita do ‘Badeco’. Como me ocorrera outrora, posso dizer que passei mal de tanto sono. É um sono que nem sei definir, quase incontrolável. Minhas pálpebras pareciam chumbo e meus bocejos repetitivos praticamente não me deixaram concentrar na leitura que pelejei em vão para fazer. Foi assim até o momento da palestra. Quando adentrei na câmara me pediram para ficar de olhos abertos. Realmente fica difícil manter-me ‘acordada’ de olhos fechados, uma vez que com eles abertos eu já estava me sentindo ‘fora de mim’. É uma sensação estranha, como se todo o corpo estivesse anestesiado na ausência total de todos os sentidos. É como se tudo, inclusive eu mesma desaparecesse. Mas não aconteceu nada de mais, eu fiquei com os olhos abertos e consegui permanecer na realidade, ou seja, consciente de mim mesma e do ambiente. Ainda não entendo porque eu sou uma das únicas que usualmente tenho de ficar com os olhos abertos. Deve ser questões relacionadas a mediunidade, algo que ainda não desenvolvi. Bem, as novidades são essas. Espero ter outras amanhã. Até lá!