Respondi-lhe que o inconsciente é uma eterna e inesgotável fonte de memória da espécie humana, ou seja, uma memória sem tempo. Os estímulos externos podem acionar imagens oníricas, ilusões e fantasias, mas o que acionam essas imagens, o que estas podem representar e a respeito do que querem falar é a nossa grande questão, o nosso alvo. Neste sonho tirei de imediato um sentido: a noção da relatividade do tempo. Ainda que vivamos aprisionados “num tempo ou num intervalo de tempo” ele é o que menos conta, primeiro porque o passado e o futuro se reúnem no presente, e quando pensamos no presente estamos mergulhados, como resultado que somos, num passado inimaginável, ali ao lado, dentro de um futuro impensável. Essa linha do tempo é relativa e não existe, ainda que para referência de consciência precisemos deste construto de realidade que nos permite nos referendar, para não mergulharmos nessa inimaginável e múltipla dimensão cósmica mais próxima do caos e dos estados psicóticos fragmentados e desagregados. Então, disse-lhe para considerar a relatividade do tempo e o ter apenas como referência de uma realidade que mais nos protege do que elucida sobre este mundo.
Assim, “a mulher” que a inquire pode ser de origem arquetípica já que faz "Alra" aflorar uma memória de sua vida. O que ela disse pareceu indicar um alvo específico, teve a ver com a figura do capitão ou sobre a relação de inimizade nutrida em seu passado. Considerei nisso a incorporação de uma figura castradora de um homem (dentro de uma mulher, ou seja, o capitão em "Alra") que nutre desafeto por um homem mais velho de hierarquia superior. Não sei se pode ter sido resultado de um processo de formação subliminar que "Alra" tenha sofrido (em decorrência de relação competitiva entre pai e mãe), pois me faltou do sonho subsídios e informações para afirmar. Pode ser a representação do pai de "Alra" ou dizer respeito apenas à sua dificuldade de relações harmoniosas com conteúdos masculinos incorporados como ressentimentos ou fruto de mágoas. Mesmo que a origem não seja nas relações indiretas a partir de pai e mãe, disse-lhe que podem estar relacionadas até à sua terceira geração ancestral. "Alra" surpreendeu-se com essa revelação. Já há algum tempo esses processos de reconciliação aconteciam interiormente em "Alra" e tendiam a continuar. Completei dizendo-lhe que neste sonho há sinais de acionamento de conexões com seu passado, que podem ter sido seccionados em sua dinâmica de vida ou terem sido herdados já seccionados em decorrência de experiências de seus antepassados.
A figura da avó já surge como foco de afeto que precisa ser considerado, visando os cuidados com a grande mãe, a atenção às origens ancestrais em "Alra", o comportamento critico, de cobrança e julgamento que a norteiam. Ainda em relação à sua avó observei que ela derrama o azeite, e aí aparece "Alra" chorando pelo azeite derramado. Essa "avó" envolve um sentido de responsabilidade diante de sua vida e diante da evolução de sua estirpe familiar. "Alra" é a pessoa que agora possui o instrumental para evoluir, para não repetir seus ancestrais e para ajudá-los no processo de evolução da família. Em questões arquetípicas a avó surge como figura de uma águia decrépita que precisa ser considerada e focada a fim de renascer das cinzas. Pensei mais um pouco e falei que está na hora dela deixar de chorar pelo seu passado, de não ficar catando lembranças naquele passado de decrepitude, de interromper na sua vida os lamentos pelos acontecimentos já definidos no pretérito. O sonho de "Alra" aconselha que ela olhe seus atos e ações ao invés de focar o alvo no outro, já que esse enfoque distorcido favorece a insatisfação como resultado de uma transferência negativa. À medida que "Alra" não consegue um acordo tônico, ela responde de forma severa e crítica ao outro, à presença alheia.
É interessante vê-la como capitã (mesmo que no sonho seja um capitão), responsável pelo rumo do seu barco de guerra, conduzindo sua vida, desbravando nas águas do oceano primordial que reinam turbulentas no inconsciente. Isso é um bom indicio, ainda que seu barco seja dominado por uma mulher macho guerreira e seu ornamento (o chapéu que cobre sua cabeça) seja de um pirata. Quando disse que os resquícios da pirataria ainda sobrevivem em "Alra" ela ficou sem entender o que eu queria dizer com isso. Dei risada e respondi que ela está precisando é da impetuosidade, vigor e ousadia de um rapaz para romper os entraves que a impedem de realizar seus desejos. Além do mais o sonho indica que ela não tem usado seu potencial de feminilidade. Ela concordou com uma cara ainda de dúvida. Fragata também é a denominação de uma ave da região costeira, o que pode singularizar a evidência de uma polaridade entre o conteúdo pesado de deslocamento, ou seja, a “ave” de guerra e a ave que plaina sobre as águas primordiais. Neste caso o indicativo é de necessidade de mudança de atitude e de postura diante da vida. Este foi meu recado.
Assim, “a mulher” que a inquire pode ser de origem arquetípica já que faz "Alra" aflorar uma memória de sua vida. O que ela disse pareceu indicar um alvo específico, teve a ver com a figura do capitão ou sobre a relação de inimizade nutrida em seu passado. Considerei nisso a incorporação de uma figura castradora de um homem (dentro de uma mulher, ou seja, o capitão em "Alra") que nutre desafeto por um homem mais velho de hierarquia superior. Não sei se pode ter sido resultado de um processo de formação subliminar que "Alra" tenha sofrido (em decorrência de relação competitiva entre pai e mãe), pois me faltou do sonho subsídios e informações para afirmar. Pode ser a representação do pai de "Alra" ou dizer respeito apenas à sua dificuldade de relações harmoniosas com conteúdos masculinos incorporados como ressentimentos ou fruto de mágoas. Mesmo que a origem não seja nas relações indiretas a partir de pai e mãe, disse-lhe que podem estar relacionadas até à sua terceira geração ancestral. "Alra" surpreendeu-se com essa revelação. Já há algum tempo esses processos de reconciliação aconteciam interiormente em "Alra" e tendiam a continuar. Completei dizendo-lhe que neste sonho há sinais de acionamento de conexões com seu passado, que podem ter sido seccionados em sua dinâmica de vida ou terem sido herdados já seccionados em decorrência de experiências de seus antepassados.
A figura da avó já surge como foco de afeto que precisa ser considerado, visando os cuidados com a grande mãe, a atenção às origens ancestrais em "Alra", o comportamento critico, de cobrança e julgamento que a norteiam. Ainda em relação à sua avó observei que ela derrama o azeite, e aí aparece "Alra" chorando pelo azeite derramado. Essa "avó" envolve um sentido de responsabilidade diante de sua vida e diante da evolução de sua estirpe familiar. "Alra" é a pessoa que agora possui o instrumental para evoluir, para não repetir seus ancestrais e para ajudá-los no processo de evolução da família. Em questões arquetípicas a avó surge como figura de uma águia decrépita que precisa ser considerada e focada a fim de renascer das cinzas. Pensei mais um pouco e falei que está na hora dela deixar de chorar pelo seu passado, de não ficar catando lembranças naquele passado de decrepitude, de interromper na sua vida os lamentos pelos acontecimentos já definidos no pretérito. O sonho de "Alra" aconselha que ela olhe seus atos e ações ao invés de focar o alvo no outro, já que esse enfoque distorcido favorece a insatisfação como resultado de uma transferência negativa. À medida que "Alra" não consegue um acordo tônico, ela responde de forma severa e crítica ao outro, à presença alheia.
É interessante vê-la como capitã (mesmo que no sonho seja um capitão), responsável pelo rumo do seu barco de guerra, conduzindo sua vida, desbravando nas águas do oceano primordial que reinam turbulentas no inconsciente. Isso é um bom indicio, ainda que seu barco seja dominado por uma mulher macho guerreira e seu ornamento (o chapéu que cobre sua cabeça) seja de um pirata. Quando disse que os resquícios da pirataria ainda sobrevivem em "Alra" ela ficou sem entender o que eu queria dizer com isso. Dei risada e respondi que ela está precisando é da impetuosidade, vigor e ousadia de um rapaz para romper os entraves que a impedem de realizar seus desejos. Além do mais o sonho indica que ela não tem usado seu potencial de feminilidade. Ela concordou com uma cara ainda de dúvida. Fragata também é a denominação de uma ave da região costeira, o que pode singularizar a evidência de uma polaridade entre o conteúdo pesado de deslocamento, ou seja, a “ave” de guerra e a ave que plaina sobre as águas primordiais. Neste caso o indicativo é de necessidade de mudança de atitude e de postura diante da vida. Este foi meu recado.
COLABORAÇÃO ESPECIAL: M. EDUARDO
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