Olá amiga! Também estive sem escrever-te nos últimos dias em razão de estar, assim como você, no silêncio das reflexões importantes que a vida nos impõe. Estou num momento de ‘baque positivo’. Sabe quando a vida nos dá uma chocalhada com algo que nos faz repensar nossos conceitos e as nossas ilusões, exatamente aquelas as quais chamamos de sonhos? Estou nesse mar de difícil aprendizado necessário: até onde o que suponho necessitar ou desejar é positivo e válido ou é meramente uma ilusão criada pelo meu ego? Já pensou nisso? Nosso ego nos dá condicionamentos limitadores, deixa a vida restrita e sem a simplicidade prática que nos favorece a maturação e a individualização. Somos complicados por demais enquanto humanos! Como é difícil jogar fora às ilusões que conservamos dentro de nós achando que elas abrirão as portas de uma felicidade equivocada da qual não abrimos mão. Ter sonhos, almejar o melhor, querer a felicidade e a paz é muito bom, mas separar isso das nossas ilusões é tarefa árdua que demanda conhecimento e principalmente sabedoria, algo que geralmente só a dor do sofrimento pode nos proporcionar. Pior é quando sofremos e não deixamos de lado as tolas ilusões acreditando no discurso conselheiro do ego de que devemos continuar a busca por aquilo que ansiamos por tanto tempo embalados em neuroses aflitivas e enganosas. Desvendar o nosso ego é rasgar-nos a nós mesmos. Estou começando a me rasgar corajosamente, mas confesso que dói na alma. Eu pensava que tinha aprendido o necessário com meus sofrimentos do passado (ligado aos relacionamentos afetivos), mas agora percebo que aprendi apenas o básico e, por graça da vida, estou buscando captar novos aprendizados antes de necessitar de outros sofrimentos maiores. É incrível como nos auto-enganamos, nos boicotamos e ainda por cima nos avantajamos dessa mórbida capacidade autodestruidora. Acho que enquanto seres humanos complicamos muito a simplicidade da vida que é puramente espiritual. Por conta disso sofremos, ansiamos, decepcionamos, nos iludimos, nos desgastamos, nos sufocamos e daí por diante. Eu estou bem, apenas na dura luta comigo mesma em busca de ser mais simples e humilde. No dia vinte e quatro de março desse ano eu escrevi no meu primeiro blog que ‘...não vivo de ilusões por saber transformar os meus próprios sonhos em escritas literárias e histórias sem fim’. Hoje me conscientizo de que não adianta apenas transformar as ilusões em histórias, pois a necessidade de lidar com as ilusões está exatamente em arrancá-las com a raiz de dentro de nós. É o que estou tentando fazer. É isso... até depois...
(E-mail enviado para uma amiga)
Atualização
Há 4 anos
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