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segunda-feira, 19 de abril de 2010

Uma reflexão...


Ao entardecer, enquanto fazia sua ginástica, "Alra" teceu o seguinte comentário: “Tenho analisado todos os sonhos que tantas reflexões me propuseram desde setembro do ano passado. Antes disso eu não tinha sua ajuda e imagino o quanto perdi de aprendizado onírico e autoconhecimento. Pois bem, estive pensando que sempre fui muito fechada em meus relacionamentos e justificava a mim mesma dizendo que não havia intimidade e nem confiava em ninguém para falar qualquer coisa que expusesse a fundo meus pensamentos e sentimentos. Quando era forçada a isso eu ‘saia pela tangente’ mentindo. Hoje vejo que existe orgulho por trás disso, pois me expor seria dar a conhecer meus defeitos e pontos fracos. Não gostava e temia julgamentos e críticas alheias, mas acho que isso era pelo fato de não ter coragem para assumir exatamente a realidade de possuir tais defeitos que me desagradavam. Parece que o caminho de melhoria está em expor os defeitos, independente de afinidade, intimidade ou confiança, ao invés de escondê-los, aceitando-os com humildade, principalmente diante da incompreensão alheia. É isso ou há equivoco? Seria minha introspecção uma mistura de subestimação (me sentir defeituosa de forma exagerada) com orgulho?”


Respondi-lhe que não havia equivoco em sua constatação. Sua reflexão só seria um equivoco se estivesse tentando enganar a si mesma, algo que nitidamente não se passava. Entretanto, discordava de sua segunda pergunta não crendo que sua introspecção fosse negativa assim como ela concebera. "Alra" podia ser introspectiva sem necessariamente estar se subestimando ou sendo orgulhosa. Sua introspecção poderia estar mais na satisfação de ser assim do que na dissimulação de baixa-estima ou de prepotência. Senti suas afirmações como resultantes de uma reflexão verdadeira e autêntica. É graça ver alguém renascer, se permitir afastar os lixos do caminho, se lapidar para aflorar-se no caminho da busca do seu direito de ser completa, plena e realizada. Esta é a grande riqueza da vida, o maior tesouro: nascer para realizar o sentido da vida de forma plena. Muitos são os que nascem e passam pela vida acreditando que a graça é a vida recebida. Enganam-se, isto é muito pouco. Nascer é apenas o princípio do caminho, pois a divina graça é caminhar, fazer o caminho e com isso construir a lucidez, o aprimoramento da consciência na busca dessa totalidade.

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