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quarta-feira, 28 de abril de 2010

O diário de Anne Frank...

“Olá ‘Pessoal do mundo todo’! Acabei a leitura de mais um interessante livro chamado O diário de Anne Frank[i]. Relata a autobiografia da personagem que ganha um diário no seu décimo terceiro aniversário, o qual se transformou posteriormente no livro. Anne foi uma jovem que nasceu em 12 de junho de 1929 e tinha uma irmã três anos mais velha. Sua família mudou-se de Frankfurt para a Holanda em 1933 por causa das perseguições aos judeus. Estes tinham uma série de restrições além de ter que usar o distintivo de uma estrela amarela de seis pontas bem à vista. Ela fez do diário a sua melhor amiga e inclusive nomeou-a de Kitty, escrevendo-lhe em formato de cartas para relatar e dividir os acontecimentos mais marcantes e secretos. É uma escrita chocante que emociona. Ela relata que noite após noite, os caminhões verdes e cinzentos do exército percorriam as ruas. Os alemães perguntavam em todas as portas se haviam judeus morando nas casas. Se houvesse tudo era revistado. Em algumas ocasiões cobravam caro para deixar algum judeu escapar. Ela associa o fato com as caçadas aos escravos das épocas ainda mais remotas. Nenhum judeu era poupado a trilhar a marcha para a morte. Assim se formavam as filas de crianças chorando, doentes, mulheres grávidas e idosos que caminhavam sob as ordens e maus tratos dos homens tiranos do exército. Enquanto isso ela e seus familiares mais próximos permaneciam refugiados no que ela chamou de ‘anexo secreto’, um esconderijo que ficava no edifício onde seu pai tinha um escritório de trabalho. A história transparece uma grande lição de paz obtida pela resignação de Anne: quando deixamos de fazer exigências impossíveis, todas as situações, pessoas, lugares e fatos ficam satisfatórios e muito mais harmoniosos, serenos e pacíficos. Qualquer coisa que aceitemos plenamente vai levar-nos à paz, o que inclui a aceitação inclusive daquilo que não conseguimos aceitar, daquilo a que estamos resistindo. Outra lição que ela deixa explicita: quanto mais recuamos diante da verdade por dificuldade de dizê-la, mais difícil se torna para os outros ouvi-la. Interessante notar que ela tinha dificuldade de expor seus verdadeiros sentimentos e sempre se portava de maneira diferente do que devia quando na presença de outras pessoas. Embora sem saber por qual razão, ela não confiava nas pessoas, nem mesmo nos mais próximos. Também me sinto assim. Também concordo com ela que o melhor remédio para os que sentem medo, solidão ou infelicidade é ir para um lugar ao ar livre, onde possa estar sozinha com o céu, a natureza, com Deus. Assim é mais fácil sentir que tudo está como deve estar e que Deus nos quer ver felizes na beleza simples da natureza. Enquanto a natureza existir haverá sempre consolação para todas as tristezas, sejam quais forem as circunstancias. Assim como ela, eu acredito firmemente que a natureza trás alivio a todas as aflições e que os portadores de fé e coragem jamais perecerão na desgraça.
Já ao final do livro ela escreve sobre suas esperanças de liberdade donde seriam tidos como gente de novo e não apenas como judeus condenados à morte. Ela questiona por que tanto horror para com os judeus se enquanto judeus também eram todos filhos criados por Deus. Por tanto sofrimento ela tinha esperanças de que Deus ainda os elevaria novamente enquanto nação sobre a Terra e, ao invés de condenados, um dia ainda seriam apontados como exemplos. Se formos analisar bem, os judeus sempre sofreram perseguição ao longo da história do passado, tanto que Jesus foi crucificado. Entretanto creio que a superação não se deu unicamente com leis de justa igualdade entre todos os humanos, mas também com a força cultural e religiosa dos judeus que existem no mundo atual. Não penso que os judeus sejam uma raça escolhida por Deus como diz a tradição das histórias bíblicas (começado com Abraão, depois Isaac, Jacó, Moises, Josué, etc). Isso para mim é um elitismo tolo.
Terminando a história de Anne, é relatado no livro que o ‘Anexo Secreto’ foi saqueado e destruído durante uma batida policial ocorrida em 4 de agosto de 1944. O diário de Anne seguiu no meio de jornais velhos e foi encontrado por um limpador, sendo então entregue a Miep Gies (quem ajudou a família de Anne a se refugiar durante o nazismo) e depois a Otto Frank, pai de Anne, o qual por um milagre escapou de ser morto numa câmara de gás. Otto Frank foi o único membro da família que sobreviveu e voltou para a Holanda. Ao ser libertado, soube que a esposa havia morrido e que as filhas haviam sido transferidas para Bergen-Belsen. Ele ainda tinha esperança de reencontrar as filhas vivas. Anne e sua irmã contraíram tifo em fevereiro de 1945. Annelise Maria Frank faleceu poucos dias depois da morte de sua irmã Margot. Estima-se que cerca de 17 mil pessoas morreram por causa da epidemia. Anne morreu com apenas 15 anos de idade e seu corpo junto a outros tantos foi jogado numa pilha de cadáveres e então cremados. Miep Gies, sua irmã e seus pais correram risco de vida, mas ajudaram inúmeros judeus fugidos da Alemanha para a Holanda durante o nazismo. Sua corajosa atuação na Amsterdã sob ocupação alemã começou em julho de 1942. Gies trabalhava como secretária do pai de Anne, o qual era dono de uma loja de produtos alimentícios. Em 1947 Otto publicou os diários da filha, que vieram a se tornar um dos livros mais lidos do mundo, traduzido para mais de 60 línguas. Foi bom tê-lo lido! Pois assim termina a história e de momento é isso, retorno na próxima leitura. Até lá!”

[i] FRANK, Anne. O diário de Anne Frank. Trad.: Élia Ferreira Edel. 12ª Ed. Rio de Janeiro: Record, 1947.

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