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quinta-feira, 1 de abril de 2010

resposta do Sonho da páscoa e de outras épocas...

Respondi-lhe que independente da questão religiosa e do dogma cristão, o cristo como símbolo transcende a cristandade, tanto quanto Buda ou Alá, pois se tornaram símbolos arquetípicos e coletivos fundamentais da humanidade. Simbolizam nossa relação mediada pela representação com o fundamento e o criador do universo. Neste aspecto o sonho com o cristo não precisa ser visto com fanatismo religioso, mas como um sonho cujo símbolo humano possui uma representação divina mais forte. Isso facilmente se traduz na conexão de "Alra" com o divino, simbolismo de reencontro e renascimento da pureza interior. A riqueza da presença do senhor cristo, no sonho, já é bastante significativa e fala por si. O significado do símbolo salta de sua representação. No sonho "Alra" diz: “Se conseguistes suportar tanto, eu também vou conseguir suportar esse pouco que me cabe”. "Alra" aqui tende a romper com o papel de vítima, como “o pobre coitado” que se sacrifica e sofre em vão por não aceitar a condição humana inerente á realidade do seu significado no universo. Somos seres em processo de transição, evolução e mutação, com poder limitado para se dar ao luxo de não aceitar esses limites ou a condição inerente à vida e à sua imprevisibilidade. Se o filho santo e dileto do pai, na sua altura de evolução, se submeteu ao inevitável destino, é sinal claro que não temos como escapar aos nossos desígnios. A nós nos cabe suportar os desafios, os confrontos e o dever de, suportando, completarmos o desígnio pessoal de nossas vidas. Sinceramente, o nosso destino é inevitável e, quanto mais tentamos fugir, quanto mais nos revoltamos, mais penosa, sofrida e dolorosa se torna à jornada.
Outra percepção lúcida está no ponto da responsabilidade como um peso. Mesmo que muitos acreditem, a vida não é uma festa, ao contrário, somos envolvidos por desafios permanentes que precisam ser superados, pois quando não os superamos, o fardo cresce e, se avançamos, o fardo se suaviza. Todos desejamos uma vida que seja leve e suave, mas ela só se faz leve quando rompemos nossos bloqueios, dificuldades e desconhecimento. Essa resignação é uma humildade complacente e o suporte espiritual está associado ao sopro vital que alimenta o nosso espírito, a nossa alma. Abrir mão disso é escolha dos incautos que se superestimam. Hoje em dia o espírito religioso nos habita de forma livre, independente de rituais e de amarras. Fundamental é a intenção e a atitude diante da vida, diante dos outros.
A segunda parte do sonho pareceu-me um avanço na dinâmica pessoal de reconciliação, união dos opostos, compromisso de "Alra" consigo mesma pela tarefa de realizar essa integração pessoal entre seus pólos diferenciados. Pela primeira vez surge à imagem do casamento: a incorporação do matrimônio é a disposição de unificação dos opostos, a dinâmica direcionada para a realização disso. Antes de casarmos com alguém, precisamos casar com nós mesmos. Como isso não é tarefa fácil, o normal é as pessoas recorrerem a encontrar um parceiro no mundo externo e realizar a intenção projetiva, para que a vivência possa ser um exercício para a realização do matrimonio interno entre os lados opostos que vivem em nós. Fica nítido o afloramento de sentimentos e de uma afetividade menos egocêntrica donde há manifestação do amor pessoal pelo “outro”. Isso é um bom avanço!

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