Em seguida "Ágape" continuou a relatar-me suas dúvidas oníricas: “Às vezes sonho e sei que estou sonhando, ou seja, sei que aquilo não é real, daí eu tento manipular o que vai acontecer, mas nunca consigo. É possível desejar, escolher e determinar o que sonhar quando dentro do sonho temos consciência de que tudo é apenas sonho? Porque nunca consegui? É chato, pois sinto como se tivesse todo o poder do sonho nas minhas mãos e não conseguisse manuseá-lo. Sempre acordo sentindo-me irritada quando isso acontece. Sinto como se o sonho fosse uma história que eu pudesse compor da minha maneira, mas os personagens do sonho e os fatos que sucedem não são moldáveis como desejo. Dentro do sonho sei que estou sonhando e quero que eles reajam como eu quero, ou que o sonho aconteça da minha maneira, mas nunca consigo. Isso representa algo da minha realidade? Seria tão bom se eu conseguisse comandar meus sonhos como tanto tento. Isso é possível ou estou querendo muito?” Primeiramente disse-lhe que se tratava de um sonho lúcido, ocorrido provavelmente no estágio REM. Tal pergunta tinha duas análises a ser feita. Enquanto representação da realidade, isso podia significar o fato de "Ágape" sentir vontade de vez em quando de comandar sua vida ao invés de ser comandada por esta. Por outro lado, enquanto realidade onírica, isso poderia de fato significar uma vontade de comandar e estender a durabilidade de seus sonhos lúcidos. A maior parte do prazer extraordinário do sonhar lúcido vem da sensação divertida de total liberdade que acompanha a percepção de que se está em um sonho e nele não existem conseqüências sociais ou físicas para seus atos.
Existem controvérsias, mas creio que os atos que cometemos em sonho acarretam, para nós, do ponto de vista moral, as mesmas conseqüências dos atos cometidos no estado de vigília. Muitos vêem a questão de modo diferente e acham que as ações praticadas em sonho não acarretam para nós nem culpa nem atribuição de méritos, apenas denotam nossas tendências habituais, desejos, pensamentos no momento do sonho, e reflexo de nosso "eu" íntimo, ou seja, a composição transitória de nosso ser. Examinar nossos sonhos é, pois, instrutivo, e nos ensina a conhecer-nos. Mas o que acontece com os atos que cometemos no sonho, com os sentimentos que então manifestamos? Será que não têm nenhum resultado? Não devemos acreditar nisso. Nada do que aparece, do que se manifesta, num ou noutro plano de existência, pode ser apagado ou anulado. Tudo se transforma continuamente, nada dura, e, ao mesmo tempo, nada se destrói. Os elementos das cenas que vemos em sonho, os personagens que aí encontramos, os atos que cometemos, são parte de nós mesmos, ligados às múltiplas causas que nos formaram e às causas que, amanhã, constituirão o novo indivíduo que seremos: não mais o mesmo de ontem, e não diferente dele. A realidade dos sonhos quando estamos dormindo não difere da realidade física. Do mesmo modo como não comandamos a vida a nosso bel-prazer, apesar de termos nosso livre-arbítrio perante os comandos que a vida nos impõe, também não é simples brincar de querer comandar os sonhos quando estamos dormindo. Existem técnicas para isso ser feito de acordo com regras e necessidades especiais, igual à hipnose, regressão de memória e tratamentos do gênero. Daí eu ter-lhe dito que não devia querer comandar os sonhos, mas sim deixar que seu espírito lhe indicasse as necessidades e as mensagens de que precisasse vivenciar no mundo onírico. Os únicos sonhos em que somos donos responsáveis e comandantes absolutos são aqueles que vivenciamos enquanto acordados, pois de resto, tudo é domínio da vida e de “Pajib”.
Existem controvérsias, mas creio que os atos que cometemos em sonho acarretam, para nós, do ponto de vista moral, as mesmas conseqüências dos atos cometidos no estado de vigília. Muitos vêem a questão de modo diferente e acham que as ações praticadas em sonho não acarretam para nós nem culpa nem atribuição de méritos, apenas denotam nossas tendências habituais, desejos, pensamentos no momento do sonho, e reflexo de nosso "eu" íntimo, ou seja, a composição transitória de nosso ser. Examinar nossos sonhos é, pois, instrutivo, e nos ensina a conhecer-nos. Mas o que acontece com os atos que cometemos no sonho, com os sentimentos que então manifestamos? Será que não têm nenhum resultado? Não devemos acreditar nisso. Nada do que aparece, do que se manifesta, num ou noutro plano de existência, pode ser apagado ou anulado. Tudo se transforma continuamente, nada dura, e, ao mesmo tempo, nada se destrói. Os elementos das cenas que vemos em sonho, os personagens que aí encontramos, os atos que cometemos, são parte de nós mesmos, ligados às múltiplas causas que nos formaram e às causas que, amanhã, constituirão o novo indivíduo que seremos: não mais o mesmo de ontem, e não diferente dele. A realidade dos sonhos quando estamos dormindo não difere da realidade física. Do mesmo modo como não comandamos a vida a nosso bel-prazer, apesar de termos nosso livre-arbítrio perante os comandos que a vida nos impõe, também não é simples brincar de querer comandar os sonhos quando estamos dormindo. Existem técnicas para isso ser feito de acordo com regras e necessidades especiais, igual à hipnose, regressão de memória e tratamentos do gênero. Daí eu ter-lhe dito que não devia querer comandar os sonhos, mas sim deixar que seu espírito lhe indicasse as necessidades e as mensagens de que precisasse vivenciar no mundo onírico. Os únicos sonhos em que somos donos responsáveis e comandantes absolutos são aqueles que vivenciamos enquanto acordados, pois de resto, tudo é domínio da vida e de “Pajib”.
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