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sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Sonhando com papai....

Depois de tanto carinho na cabeça "Ágape" sonhou com seu pai lhe pedindo cafuné. Foi então que "Ágape" lembrou-se ao acordar que, quando criança, tinha mania de enrolar os cabelos nos dedos e só dormia se estivesse fazendo isso com o cabelo de alguém. Desde a época em que mamava no peito de sua mãe, segundo "Graúda", o costume era ficar com o braço esticado para cima remexendo nos cabelos da nuca de sua mãe. "Ágape" não soube dizer até qual idade perpetuou essa mania, mas lembrou-se através do sonho de quando era ainda muito pequena e adorava ficar deitada com seu pai para fazer cafuné na sua cabeça de cabelos brancos e já um tanto calvo. Seu pai gostava muito de tal costume e lhe pedia por isso mesmo depois dela grande e do hábito infantil cessado. Era sempre ele quem lhe dava mais atenção e lhe levava para passear, uma vez que "Graúda" ainda trabalhava e ele já se aposentara. De tempos em tempos "Ágape" sonhava com o pai e dentro dos sonhos sempre achava estranho vê-lo “vivo”. "Ágape" explicou-me que enquanto era criança não tinha intimidade nem com seu pai e nem com sua mãe, mas no entanto tinha mais confiança e afinidades com seu pai. Além disso ela confessou que o fato de seu pai não ser pai de sua irmã fazia total diferença entre os sentimentos para com a mãe e para com o pai, pois o ciúme de sua mãe cheia de afinidades com a irmã lhe fazia distanciar-se cada vez mais de ambas e apegar-se com seu pai. Logicamente "Ágape" só foi entender que tal sentimento era ciúme depois de adulta, pois até então atribuía a "Graúda" a responsabilidade de suas carências afetivas materna, bem como a culpa sentimental e comportamental de imitar o pai, achando que sua mãe gostava mais de “Soberana” do que de si. Em contrapartida, seu pai, por mais que gostasse de sua irmã, nunca a teria como verdadeira filha e isso para "Ágape" era o diferencial que lhe fazia ver no pai a imagem de posse das atenções totalmente para si. O relacionamento de "Ágape" e "Graúda" só se tornou pacifico depois que "Soberana" saiu de casa para morar com seu esposo e, cerca de três anos depois, com a morte de seu pai. Somente a sos com sua mãe que "Ágape" foi aproximar-se desta de modo mais íntimo e verificar seu amor e dedicação por si. E com essa única lembrança onírica à noite de "Ágape" se foi.

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