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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Sonhar com extraterrestres...

Na segunda parte da noite, depois que "Ágape" levantou para ir ao banheiro e beber água, eis o que "Ágape" relatou-me: “Sonhei que estava em casa quando as luzes apagaram e observando pelo portão da garagem avistei uma enorme nave de extraterrestres. Era um disco voador brilhoso e iluminava fortemente por onde passava. Ele desceu na rua de casa e corri para os fundos. Vi um dos alienígenas andando pelo quintal. Ele era ou estava vestido como um astronauta todo de branco amarelado, da mesma cor da nave. No sonho fiquei com muito medo, pois achei que eu fosse ser levada embora. Enquanto isso minha mãe fazia deboche. Logo depois eu estava numa espécie de universidade e aguardava numa fila de pessoas que pareciam ser conhecidas, mas não lembro ao certo quem eram. A maioria era mulher e estavam bem vestidas, alias pareciam vestidas de noiva. Enquanto isso eu estava de biquíni, mas me sentia bonita no meu traje e não importei do contraste. Não sabia ao certo o que fazia naquela fila e a mulher que estava atrás de mim disse para eu escolher fazer o curso com a Ana. Mas eu não sabia quem era essa tal de Ana. Quando fui dar meu nome completo o homem custou muito para entendê-lo e tive que repetir inúmeras vezes. Diferente das demais eu não pude dizer com quem desejava fazer o curso, pois ao dizer que desejava uma instrutora mulher, uma das auxiliares já informou que eu ia fazê-lo com a turma da Juliana. Também não conheço nenhuma pessoa com esse nome, nem em realidade como também no sonho. No que me uni à turma, perguntei se aquilo era uma espécie de curso. Ela me explicou rapidamente que sim, era um curso para sermos voluntárias em hospitais. Achei que íamos ser levadas a algum laboratório, mas nos encaminharam a um local estranhíssimo. Inicialmente um galpão enorme e vazio coberto com lona azul. Ao final desse galpão havia um terreno muito inclinado e cuja terra coberta de grama ressecada era toda de morrinho. No meio das plantas havia uma vala que cortava toda a extremidade do terreno, mas não soube se aquilo era uma nascente ou apenas um buraco cavado para passar cano ou algo de gênero. Ao longe eu avistei duas pessoas remexendo com uma massa que parecia cimento, mas tudo era muito sem sentindo e ali fiquei esperando junto à turma sem entender nada. Pouco antes de acordar tive mais um sonho e esse foi horrível. Minha irmã estava aqui em casa e foi uma briga muito feia. Eu disse que ela não podia mandar e impor limites em uma pessoa de quase vinte e cinco anos como se fosse dona do mundo. Minha mãe parecia neutra na discussão e tudo foi tão detestável que prefiro nem tentar lembrar os detalhes. Por fim eu estava vendo a área de lazer de um presídio e fiquei espantada ao ver a piscina no meio do jardim bem tratado. Pensei comigo mesma: ‘não sabia que existia cadeia com interior desse tipo, parece mais um hotel’. Isso foi tudo o que lembrei”.
Disse a "Ágape" que sonhar com extraterrestre significa existir um aspecto de sua personalidade que ninguém descobriu ainda. Talvez nem ela o conheça e ainda poderá se surpreender com suas próprias qualidades e capacidades. Este sonho demonstra que ela é uma pessoa com muita imaginação e criatividade, que pretende encontrar soluções inovadoras a todo tipo de problema, que é sensível, cheia de sonhos e desejos, mas a vida nem sempre lhe foi fácil. Por outra parte, se no sonho os extraterrestres lhe deram sensação de medo e ameaça, isso é uma representação do temor de perder o círculo íntimo familiar e a vida corriqueira.
Também percebi que "Ágape" oscila entre a necessidade de relaxar, de fugir (iludir-se, fantasiar) e a conturbação. Na recorrência de seus antigos sonhos com vôos, em tal sonho a nave aparece como uma necessidade de libertar-se da gravitação, da realidade na qual se arrasta e da rotina que já não a alimenta. Neste aspecto, o rio é fluxo da vida e sinaliza uma tentativa apenas no imaginário de mudança de margem, de mudança de consciência, de mudança de estado de consciência. No entanto a mudança apenas no idealizado a obriga a cair no sem sentido de uma dia a dia onde ela é empurrada para ações que pouco têm a ver com sua natureza e sensibilidade. E ela perplexa e sem nada entender, sendo empurrada, só encontra alento quando envolvida na idealização. "Ágape" está misturada, indiferenciada e conturbada de informações e fantasias. Muitos prisioneiros encontram justificativas que os façam permanecer prisioneiros, até mesmo acreditar que a prisão é um hotel, outros acreditam que na profusão de sensações e informações encontram a satisfação quando apenas encontram inquietação. Há sinais de que ela se deixa levar e ser conduzida sem entender muito “o que” acontece na pura tentativa de se desobrigar da responsabilidade de se conduzir, como se cansada até mesmo de se ouvir. Seu inconsciente vem dando mostras de conturbação interior sentida e sinalizando isso com símbolos de preservação da psique.
Tal sonho também demonstra uma vontade de passar algo diferente na vida. Ele avisa que ela está disponível para novidades e não tem preconceitos ou rigidez para consigo mesma ao enfrentar situações das quais esteja “fora do padrão”. Por isso, a seguir aparece de biquíni em um contexto diferente e no meio de pessoas eventualmente amigas, vestidas de outra forma. O medo que sentiu de ser levada embora, é o medo natural de enfrentar o futuro, mesmo sendo um desejo vivê-lo enquanto uma novidade provavelmente desconhecida. A Universidade, a fila para inscrição e o não saber para qual finalidade seria, também podem ser definidos como frutos de ansiedade. Ao final do galpão azul (o qual em linguagem simbólica mental e onírica pode fazer a vez de uma sala de aula ou laboratório), encontra um terreno inclinado e seco, mas com possibilidade de colocar rega para florescer. É isso que encontrará na sua vida pessoal: oportunidade de realizar projetos e vê-los frutificar-se. Entretanto, mesmo que não esteja a fim de desencadear os acontecimentos, é preciso estar disposta para buscar entendê-los e envolver-se na realidade ativa desses fatos que vão se concretizando naturalmente na vida. Ficar esperando sem entender nada não adianta, não resolve, não acaba em positividade alguma. Não comandar a vida é bem diferente de estar totalmente por fora da própria vida. Não possuir (por vontade própria) a liderança do que vai acontecer é muito diferente de estar alheio aos fatos e a vida como um todo. Esse lhe foi um ótimo ensinamento onírico que devia aplicar no dia-a-dia.

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