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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Sonhos de briga, mudez, pedra e insegurança

Durante a noite outra vez "Ágape" adentrou em seu mundo onírico. Exatamente às duas horas da madrugada ela acordou e a primeira coisa que fez foi anotar seus sonhos: “Eu estava brigando com minha mãe, mas não era a minha mãe atual e real. Eu estava emudecida igual uma pessoa que perde a fala ao ter uma crise nervosa e falava praticamente só mexendo os lábios. Eu perguntava a ela o motivo dela fazer aquilo comigo e dizia que sua atitude estava me causando graves problemas visuais e na fala. Ela tinha o cabelo cortado muito curto, como se houvesse tido a cabeça raspada há alguns meses atrás. No que ela começou a dar indícios de arrependimento do que fizera outra vez comigo (não consegui identificar exatamente o quê) e foi para me abraçar, eu afastei cheia de receios e desconfiança. Nisso apareceu outra mulher e me levou com ela. Eu apoiei-me nela quase desfalecida, mas com o decorrer da caminhada fui me sentindo melhor. Num determinado momento começamos a passar pelo entremeio de várias construções que mais parecia uma construção gigante. Havia algumas partes sem saída e para não perder o rumo certo eu comecei a seguir rapidamente uns rapazes que também passavam por ali. Acabei deixando-a para trás e fui sair num local do qual fiquei sem graça de estar, pois parecia uma propriedade particular da qual não fora convidada para entrar. Enquanto olhava o local fiquei esperando pela mulher que, nesse momento do sonho, relacionei-a a palavra tia. Eu estava numa espécie de rampa. Se descesse ia sair numa área com uma piscina linda e, se subisse, ia sair num restaurante donde algumas pessoas alimentavam-se. As pessoas estavam bem aparentadas e não entendi se aquele local era o interior de alguma mansão, uma espécie de shopping, uma universidade ou quem sabe até uma casa de encontros. Nisso eu acordei”.
Ao amanhecer eis mais um trecho onírico: “Sonhei que eu houvera ido a uma loja de produtos esotéricos e gostei de uma pedrinha preta que decidi comprar. Eu coloquei-a no bolso e fui olhar outras coisas quando pensei que não poderia tê-la colocado no bolso, pois se alguém visse ia achar que eu estava com intenção de roubá-la levando-a de modo desapercebido. O jeito seria ficar com ela na mão mesmo e, quando tirei do bolso da calça, a pedra estava meio transparente. Intrigada eu chamei uma atendente e pedi explicação. Ela me levou para ver outras pedras daquela já quase totalmente transparentes e disse que aquela era uma pedra de limpeza magnética e de purificação astral. Quando ficasse toda transparente significaria que minha vibração estava equilibrada e meus fluidos energéticos estavam positivamente carregados. Depois era só deixar a pedra sozinha e ela voltava a ficar escura. As outras pedras que ela me mostrou estavam na mesa de um rapaz que era profissional em verificar a aura e estava terminando a consulta de uma mulher que se retirou. Num instante era eu quem estava fazendo minha consulta. Ele fez algumas anotações enquanto eu parecia dispersa olhando tudo minuciosamente. Havia outros profissionais fazendo outros trabalhos místicos por ali. Fiquei de receber o resultado depois.
Aqui o sonho teve uma pausa, provavelmente uma parte esquecida. Sei que dentro do sonho eu estava de paquera com um rapaz que parecia estrangeiro e falava o português todo enrolado. Ele era muito bonito, aparentemente bem sucedido e desenvolto para falar, apesar de ainda ter dificuldade na pronuncia e não saber várias palavras. Eu estava com uma turma de pessoas conhecidas apenas dentro do sonho e todos pareciam torcer pela nossa união. Aqui coube outra pausa, pois na seqüência eu já estava andando com duas mulheres quando começou a chover. Uma delas foi embora correndo e a outra se escondeu comigo na entrada de uma casa donde já havia um amigo nosso refugiando-se da chuva lá também. Enquanto ali estávamos a mulher me perguntou o que eu achara do rapaz estrangeiro. Respondi que ele era interessante, mas desdenhei do fato dele não saber falar português corretamente. Em verdade o desdenho era para não demonstrar que eu desacreditava no fato dele ter se interessado por mim. Uma vez que me julgava aquém para ele, demonstrava que ele era alguém mais ou menos para mim também. De repente ele apareceu do nada vindo do interior da casa como se tudo aquilo fosse algo programado para eu encontrá-lo. Fiquei sem graça pelo que dissera, mas por sorte ele não escutara. Entretanto senti que nosso interesse um pelo outro não era algo sentimentalmente forte. Entramos na residência e nisso alguém me entregou o resultado do exame da aura. Fiquei intrigada, pois o endereço do envelope estava destinado para aquele local donde estávamos, ou seja, não era o endereço que eu houvera dado da minha casa. Abri o envelope e comecei a ler o documento. Estava escrito que minha aura era azul anil na primeira camada e possuía uma segunda que era composta de uma facha superior dourada e inferior (do coração para baixo) rosa. Isso formava um contorno lilás (e lilás-dourado na parte superior) que predominava quando eu estava lidando diretamente com sentimentos afetivos. Ainda havia muito para ler, mas exatamente nesse ponto do sonho eu acordei. Teve uma parte do sonho que eu tinha consciência de que estava apenas sonhando, pois pensei comigo mesma que precisava prestar atenção em tudo para anotar quando acordasse. Após acordei achei isso o máximo! Entretanto, não sei dizer se minhas lembranças foram mais nítidas”.
Disse a "Ágape" que sonhos são assim, enigmas para serem decifrados, não por que venham como charadas, mas por que comunicam mensagens do nosso interior, para nós, em uma língua que precisamos aprender a traduzir, se quisermos conhecer o significado e ficar ligados no principio da existência, na essência da nossa relação com o mundo. Quando aprendemos, o saber sempre tem um sentido, pessoal e coletivo, quando consideramos o espírito do tempo, que tem a idade da eternidade.
"Ágape" insistiu que eu lhe falasse algo mais significativo sobre seus sonhos. Disse-lhe que nem sempre as figuras com as quais sonhamos tem a ver com a realidade, mas com a representação (o que a pessoa significa) e seu sentido simbólico. Outras vezes dizem respeito ao significado do conceito para nós e a representação de conteúdos psíquicos que possuímos. Atribuindo isso ao sonho é como dizer que "Graúda" nem sempre é sentida como a mãe verdadeira de "Ágape", pode ser uma mãe incorporada ou uma referencia à relação materna que possui. Neste caso ela briga com a mãe que lhe causa mal estar e opressão. Possivelmente o sonho representa um alerta para a dificuldade de "Ágape" se expressar com "Graúda" perante algum conflito do qual considerá-a responsável pelo seu estado e, assim, se sente vítima e fica travada, não conseguindo se manifestar. Na ausência dessa dificuldade, então o seu desafio é o de conviver com uma mãe interna que criou para se proteger ou para compensar a ausência ou negação de sua mãe real. Neste caso essa mãe interna se transformou num conteúdo que a oprime, trava, bloqueia e reprime. Naturalmente este conteúdo precisa sobreviver, então ele a esgota e a rouba energia. Ela alimenta-o e se desfalece. Disse a "Ágape" claramente que ela precisa investigar para saber o que vem ganhando com isso. Possivelmente "Ágape" se alimenta de auto piedade perante a vida, fazendo papel de vitima do mundo.
No momento seguinte ela caminha por lugares que precisa buscar saída certa a fim de não se perder, uma espécie de labirinto urbano. Ela tem um rumo, tem noção espacial, sabe para onde quer ir, procura uma saída, mas há sinais de formação de angustia, níveis de tensão elevado e ameaça. É o ponto representativo de sua catarse. Na seqüência lhe é dada uma saída, um lugar de lazer e prazer (shopping, piscina, universidade, casa de encontros). Isso indica que é tempo de refazer conceitos construídos no passado para lhe proteger. A outra mulher é um lado feminino que a acolhe e a guia mesmo que de origem familiar (conteúdos genéticos). Na rampa, a descida regride para o conforto do útero, a subida para o encontro do conforto alimentar. A vida sempre nos exige escolhas: Voltar, seguir, regredir, ascender. O sonho a mostra no meio do caminho com dificuldade de escolher para onde seguir e o que fazer. A mudez claramente representa a necessidade de soltar a fala, comunicar-se, manifestar-se, dar ciência do que lhe agrada e desagrada. É urgente a mensagem de seu inconsciente dizendo: “Vença este bloqueio, vença o ressentimento e a mágoa. Expresse o prazer, as dificuldades, as dores. Se liberte. Não permita opressão dos outros e nem de você mesma. Supere vergonhas, a timidez, supere suas limitações, fortaleça sua auto-estima”. Em complemento só me cabia uma ultima frase a ficar de reflexão: não temos tempo a perder encolhendo-nos diante das barreiras e bloqueios que nós mesmos nos impomos.
Passei para o sonho seguinte: As pedras são um símbolo de uma transmutação do opaco ao translúcido e, em um sentido espiritual, das trevas à luz, da imperfeição à perfeição. A pedra, que é o elixir de vida, é o símbolo da regeneração da alma pela graça divina. A passagem da pedra bruta à pedra talhada por Deus, e não pelo homem, é a passagem da alma obscura à alma iluminada pelo conhecimento. Existe entre a pedra e a alma uma relação estreita. Para os maçons o trabalho de aprimoramento do espírito é correlato ao trabalho de lapidar à alma como se lapida uma pedra. Em relação ao sonho o surgimento da imagem da pedra possivelmente está relacionado ao confronto que a antecede. Qualquer processo de aprimoramento do self (interior espiritual) passa pela formação dos princípios. O primeiro deles é fundamental em qualquer jornada da alma que se queira realizar: A VERDADE. Neste aspecto o inconsciente sempre confronta a pessoa nas questões fundamentais de princípio, o que somos e o que pensamos que somos. Quanto mais aproximamos o que idealizamos daquilo que somos, mais nos aproximamos da integração dos opostos em nós, mais trabalhamos na unificação, na integração do lado sombrio ao lado iluminado. E quanto mais criamos um abismo entre o que idealizamos e o que somos, mais sombrio transformamos o lado de luz que carregamos. O confronto no sonho aparece na questão moral. "Ágape" gosta da pedra e a coloca no bolso. Apropria-se de um objeto que não a pertence. No movimento seguinte percebe o lapso e recua incorporando o principio da honestidade. A pedra negra fica translúcida. Esta será a tendência da atitude real, agir dentro de princípios morais éticos. Quando agimos assim dentro do sonho é porque estamos incorporando a referência ética.
Já nas relações afetivas há evidências de jogo, inseguranças e baixa estima. O que "Ágape" apresenta sentir em relação a si mesma no contexto onírico é projetado para o outro. O medo de ser desinteressante a leva a emitir sinais de que o outro não lhe é interessante. O sonho deixa visível o conselho para "Ágape" abrir as asas e arriscar mais se expressar, experimentar expor seus sentimentos e emoções em forma de interesse. As cores (azul, dourado, rosa e lilás) são de grande importância e, possivelmente, é um chamado de atenção do inconsciente para "Ágape" elevar seu estado vibracional.

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