Sonhando com loucos...
Nos últimos dias "Ágape" andava com os hormônios levemente afetados: estava na fase de sua lua. Seu período lunático caíra exatamente no início de agosto, popularmente o mês do desgosto. Ela andara chorando, ficara irritada e extremamente confusa. Sua agitação mental se convertia para um abatimento contraditoriamente cheio de ansiedade. Ela dissera muitas besteiras e a mais fixa era um saudosismo total à morte. Mas ela mesma sabia que não devia dar importância ao que estava falando, sentindo e vivenciando em tais dias, pois logo a fase passaria e a lua cheia renovaria seus bons ânimos trazendo-lhe à normalidade de si mesma. Para acordar no primeiro dia do mês, "Ágape" tivera um sonho bem diferente. Ela estava numa espécie de sanatório e conferia sua mala, pois ia ser realizada uma viagem, e ela queria constatar se ninguém houvera pego nenhum de seus pertencer. Ela se sentia bem no local e os demais presentes pareciam ser amigos. Num determinado momento vieram dois companheiros lhe pedir remédio para prevenirem-se da gripe AH1N1. "Ágape" disse que tinha sim varias cartelas do remédio, mas nisso um rapaz disse que ela não podia medicar por conta própria. Ela era a única pessoa de confiança para guardar os remédios consigo e não era para distribuí-los. Lembrando-se dessa verdade, ela fez de conta que o remédio tinha acabado e apressou os companheiros para irem pegar suas malas, pois o ônibus já havia chegado. Foi à única lembrança que ela teve da noite e lhe pareceu bastante agradável. Estar no meios dos insanos lhe era aprazível e divertido, pois eles pareciam todos amigos, solidários e compreensivos entre si como uma grande família. Disse a ela que isso representava sua real vontade de não exercer responsabilidade perante o mundo funcional, real, normal e inteligente. Estar com o remédio deixava nítido que ela não era totalmente louca como os demais, mas estar bem entre estes com sua margem de insanidade e sentir-se feliz com tal situação demonstra seu cansaço mental perante a vida. Realmente fora disso o que ela mais clamara nos últimos dias. O remédio também é sinal de cura e alívio. Possuir o remédio demonstra que possui a própria recuperação para si mesma. O fato de não poder distribuí-los deixa claro que ela precisa e tem condições de ter discernimento para consigo mesmo e perante a vida. Dizem que remédio tem ligação com desejos místicos. A mala que era verificada denota preocupações e medo de perder o que se possui. Também é simbolismo de desconfiança dentro do sonho. "Ágape" relatou-me que tudo estava como ela houvera deixado e foi um alívio constatar isso. O sonho diz que ela deve confiar mais e pensar que talvez os outros precisem dela mais do que ela deles. Por fim, ser amiga e viajar com loucos representa-lhe dentro do sonho o simbolismo de liberdade, tranqüilidade e felicidade.
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