“Ágape” estava em mais um de seus dias normais e vazios quando se deparou com algo surpreendente que lhe deixou bastante feliz: conhecera alguém que mexera profundamente com seus sentimentos. A cena ocorreu no Parque do Sabiá. Ela mal iniciara sua corrida quando um sujeito puxou prosa consigo e diminuindo o ritmo para acompanhá-la acabou confessando que desde algum tempo a observava e não obstante elogiou seu pique esportivo. A princípio "Ágape" sentiu-se um pouco incomodada com a presença daquele rapaz correndo junto consigo e não deu muita importância à conversa, nem mesmo a toda a situação que se passava consigo de conhecer alguém especial. Além disso, ela não sentia que o momento da corrida fosse bom para bater papo, mas resolveu ser simpática, como era seu jeito característico mesmo em situações da quais não estava muito de seu agrado e, de tal modo, pensou que aquela troca de palavras poderia lhe render algo mais. Ágape revelou-me que também já houvera admirado a beleza daquele sujeito pelo seu físico perfeito de homem e os olhos azuis acinzentados não muito claros. A questão é que jamais ela poderia supor que, exatamente ele, fosse aproximar-se dela para puxar conversa e acompanhar seu ritmo um pouco mais lento de correr.
Embora meio surpresa, tímida e constrangida, tentou parecer natural. No fundo ela não sabia se podia sentir-se feliz, pois aquele acontecimento era demais para ser verdade. Será que ela podia esperar algo além? Porque exatamente aquele rapaz-homem estava lhe jogando charme? E não bastava apenas beleza externa e bom físico, ele também tinha senso de humor e um riso descontraído. Antes que pudesse dar conta do que realmente estava acontecendo, "Ágape" envolveu-se por completo falando de um assunto que ela adorava completamente: misticismo. A conversa só não foi mais intensa pelo fato de estarem numa atividade que, ao menos para "Ágape", custava um grande fôlego interrupto. Mas a própria "Ágape" percebeu que algo fora do comum estava acontecendo quando fizeram à segunda curva na estrada de cinco quilômetros, pois a sensação interna era de conhecê-lo há muito tempo, até porque, quanto mais o sentia ao seu lado, mais à vontade ficava, algo raro de lhe ocorrer com relação à outra pessoa. Quando chegaram ao primeiro quiosque ao final do trajeto, "Mateus" comentou que deixara seu carro logo ali e, apontando para o veículo completou a fala dizendo que infelizmente não dispunha de mais tempo naquele momento. Caminhando ambos chegaram perto do carro e "Mateus" adiantou-se abrindo a porta ao tempo que oferecia uma carona para "Ágape". Desinteressada de pegar carona por conta de tão pouco, já que sua casa ficava perto do parque, mentiu dizendo que ainda ia se alongar e revelou que morava perto, praticamente dizendo seu endereço. "Mateus" disse que, numa próxima oportunidade, caso ela estivesse interessada, poderiam sentar-se para esticar a prosa e tomar uma água de coco tranquilamente.
Não crendo e nem entendendo o porquê aquilo estava lhe ocorrendo como uma mágica caída do céu, "Ágape" sorriu e não conseguiu deixar de observar o olhar penetrante que "Mateus" lhe lançava. Será que aquilo não poderia ser um sonho? Tudo bem que "Ágape" fosse uma jovem-mulher bonita e apresentasse uma timidez que lhe conferia certo encanto e seriedade especial, mas fora isso, ela se vestia de forma simples e nada tinha em si para atrair o evento da proximidade e interesse daquele sujeito. Havia um mistério no ambiente que a encabulou. "Ágape" não tivera a coragem de perguntar-lhe nada pessoal como idade ou profissão, mas tais dúvidas foram às primeiras que surgiram em sua mente após aquele inesperado encontro. Ele, porém, já fora mais ousado e, com jeito, soube lhe fazer revelar um perfil particular quase completo... Só não arriscara perguntar se ela era comprometida, ou talvez não houvesse tido o interesse de saber desse detalhe. Por mais que se sentisse incomodada com tal pergunta, era a que "Ágape" mais teria gostado de escutar. De certa forma foi bom ele não tê-la feito, pois se a conheço bem, para ela tal curiosidade ia aparentar uma indireta que ficaria mal vista e lhe causaria no mínimo certo desconforto e irritação.
"Mateus" apressou-se em despedir lhe esticando a mão em cumprimento e entrando no carro sorriu para "Ágape" pela ultima vez. Pensativa e totalmente encabulada, "Ágape" voltou a correr sentindo alguns pingos leves de chuva que houveram ensaiado para cair durante todo o dia. Ao voltar para casa ela foi com sua mãe a casa da avó, mas seus pensamentos não haviam saído daquela figura masculina que conhecera. Será quando teria a sorte de voltá-lo a encontrar novamente? Será que isso poderia ser bom? Quem realmente era aquele homem? Foi cheio de indagações que o resto do dia de "Ágape" findou-se. Algo nos dizia que um universo de possibilidades poderia estar na ponta do nariz de "Ágape". Mas o que realmente ia acontecer apenas o tempo poderia dizer...
Atualização
Há 4 anos
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