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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Agape e Mateus 10

Quando aproximou das oito horas da noite (de tal dia), "Ágape" não conseguiu conter-se e, após tomar mais um banho de abre-caminho e ler a ultima mensagem que "Mateus" publicara no blog, resolveu ligar no número do celular que ele lhe passara. Logo no segundo toque ele atendeu:
___ Oi! Que surpresa boa!
___ Está ocupado?
___ Não, ao menos para você – respondeu ele com entonação de alegria.
___ Eu quero te ver – disse "Ágape" sendo direta. – Outra vez choveu o dia todo e não tive como ir ao parque correr. Fiz minha dança em casa mesmo e de resto só pensei em nós dois. Eu li o que você escreveu e postou no blog ontem... não sei bem onde estava com a cabeça e te devo desculpas pela maneira fria como lhe tratei. Não é pelo fato de ter passado por varias desilusões na vida que eu vá obviamente ter outra contigo. É que, bem, não dá para conversarmos pessoalmente? Você queria conhecer minha mãe e...
___ Hoje eu não posso, tenho compromisso – respondeu "Mateus" sem esperar ela acabar a frase.
___ Tudo bem, depois a gente se encontra no parque então. Só liguei mesmo para me desculpar e dizer que estou com muita saudade – respondeu "Ágape" mantendo a voz firme.
___ Não precisa se desculpar, eu só não quero jamais que você deixe de acreditar que eu te amo de verdade e estou disposto a te conquistar como jamais alguém ousou, entende?
___ Então vem me ver – respondeu "Ágape" quase em tom imperativo. – Ou será que o seu compromisso é mais importante do que eu na sua vida? Tudo bem, não quero forçar-te a...
___ Que horas? – interrompeu ele novamente.
___ Agora.
___ Estou indo – respondeu ele antes de desligar.
Menos de meia hora depois, "Mateus" estava parando o carro na frente da casa de "Ágape". Ela já o aguardava ansiosa e eufórica no portão. Sua mãe de nada sabia e pensar no que ia acontecer fez-lhe o coração quase sair pela boca. "Mateus" estava com traje social e mantinha na mão um embrulho que entregou para "Ágape" assim que se abraçaram parecendo dois carrapichos que há anos não se viam.
___ Nem acredito que finalmente vou conhecer sua mãe – comentou "Mateus" após beijá-la.
___ Eu ainda não comentei nada com ela sobre nosso namoro, apenas disse que ia convidar-te e nada mais. Gostaria que você omitisse o que ocorreu na casa de minha avó.
"Mateus" afirmou a cabeça enquanto acariciava o rosto de "Ágape" e lhe dava mais um beijo. Nisso ela já desembrulhara uma linda caixa de bombons caseiros e sortidos.
___ É a vizinha da frente quem faz para vender para festas de casamento, aniversário, etc. São maravilhosos!
___ Obrigada! Venha, vamos entrar – convidou "Ágape" fechado o portão após "Mateus" passar.
Ao adentrar com "Mateus" pela sala, "Ágape" chamou pela mãe e apresentou-o a ela. "Mateus" não se contendo desabou a falar tudo o que estava sentindo:
___ Eu conheci sua filha há alguns dias no Parque do Sabiá. Em verdade desde muito tempo eu a admirava e foi indo até que criei coragem para aproximar-me e daí então confesso que estou completamente apaixonado por ela e sei que sou correspondido – disse ele sem cortar a fala e quase sem respirar.
A conversa decorreu sem animosidades. Finalmente "Ágape" podia sentir-se tranqüila em saber que estava tendo um namoro de verdade. “Graúda” provou um dos bombons de chocolate branco e demonstrou neutralidade perante o inesperado ocorrido daquele início de noite. Embora sentisse certo constrangimento, era um grande alívio para "Ágape" revelar "Mateus" para sua mãe. Depois de alguns minutos, “Graúda” retirou-se da sala sentindo-se também constrangida e pedindo licença disse que ia para a cozinha fazer o jantar. "Ágape" suspirou fundo e beijou "Mateus" sentindo uma emoção da qual não saberia explicar.
___ Eu prometo que vou te fazer muito feliz. Não vou dizer que vou realizar os seus sonhos, mas garanto que vou te dar todo o amor que você sempre sonhou. Eu te amo – sussurrou "Mateus" com convicção.
___ Eu queria lhe prometer o mesmo, mas não me sinto preparada o suficiente. Eu só posso me garantir enquanto mulher dona de casa e quem sabe futura mãe. Eu não tenho desejo de ser mais nada do que isso e por mais antiquado que pareça, eu me disponho a ser a sua alma gêmea se assim você me aceitar, exatamente com esses pueris sonhos.
___ Você não precisa ser ou querer mais nada para ter-me de corpo e alma contigo, pois de coração eu já sou totalmente seu – disse "Mateus" com os olhos brilhantes de emoção.
___ Eu quero fazer parte de sua vida por completo – comentou "Ágape" como se tal fala fosse um pedido.
___ Amanhã é sábado, que tal ir conhecer minha família?
"Ágape" sorriu pensativa, levantou as sobrancelhas e fez que sim com a cabeça.
___ Acho que nunca estive tão feliz – comentou "Mateus" entrelaçando seus dedos aos de "Ágape".
___ Eu também – respondeu ela aconchegando-se mais aos braços de "Mateus". – Nunca pensei que Papai do Céu fosse ser tão cúmplice dos meus desejos.
___ Bem, me desculpa mas eu preciso ir. Não quero ser inconveniente e demorar muito.
___ Posso saber que compromisso você tem? – perguntou "Ágape" entre curiosa e quase ciumenta.
___ Nenhum. Eu houvera dito isso para despicar contigo e analisar qual seria sua reação.
___ Pois eu não gosto disso. Vá acostumando com meu jeito destemperado de vez em quando e nada de ficar me testando, certo? Despicar comigo, é só o que me faltava – disse "Ágape" com uma ponta de irritação.
___ Desculpa – riu "Mateus" fazendo jeito de envergonhado. – Prometo que não farei mais isso.
___ Acho bom mesmo – sorriu "Ágape" levando "Mateus" até a cozinha para se despedir de “Graúda”.
"Mateus" simpatizara-se com a sogra e isso era um ótimo começo. “Graúda” convidou-o para jantar, mas achando que tal convite era apenas por mera educação, "Mateus" agradeceu e não tardou em retirar-se. Com um beijo carinhoso na testa, "Mateus" se despediu entrando no carro e deixou "Ágape" derretida de paixões a olhar o carro que dobrava a esquina. Seu namoro realmente tinha tudo para ser um sonho e nada mais...



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