Em complemento a minha escrita de ontem, hoje terminei a leitura de um velho livro (duplo) da estante daqui de casa chamado Final dos tempos: projeto Terra[i]. A história em si é até legal, mas não faz o meu perfil. Fala de um homem que teve a oportunidade de visitar outro planeta numa nave espacial. Ele foi até lá, voltou a Terra por trinta dias e novamente retornou voluntariamente ao outro planeta sem ‘passagem’ de volta. Considero esse tipo de idéia muita ficção, mesmo acreditando em almas de outro mundo e até em alienígenas com suas naves voadoras (assim chamadas pelos terráqueos). No outro planeta relatado no livro, o tempo não é dividido em passado, presente e futuro, ou seja, não existe efeito de tempo, pois tudo apenas é e o passado nunca se apaga da mente, mesmo o mais remoto de outras vidas. O livro destaca a Terra como colocada bem na periferia do Cosmo. Diz que ela já foi destruída uma vez de forma proposital e pode ser novamente de forma definitiva, total ou parcial, sendo esse o teor e meta do projeto incumbido ao povo desse outro planeta. A explicação para essa destruição é que apenas a minoria dos terráqueos tem consciência da própria vida, de forma que, quem não tem consciência não está plenamente vivo. Daí segue-se à idéia de que a morte não será literalmente real, pois as pessoas por si só já estão mortas. Fiquei sem saber até que ponto eu concordo com esse conceito.
Achei importante a diferenciação que o autor coloca entre trabalho e serviço. O primeiro é executado com intenção consciente e intuitiva do aprimoramento do Eu verdadeiro. O segundo é executado mecanicamente e até com aborrecimento, como a maioria dos homens desempenha, ou seja, contrariados. No primeiro, diferente do segundo, é possível aproveitarmos as dificuldades ou inconveniências encontradas nos afazeres para ir ao encontro do nosso próprio aperfeiçoamento. Nisso encontrei uma frase que adorei: ‘somos nós que, com o nosso entendimento e emoções, fazemos com que as coisas em geral sejam boas ou más’. Em tal planeta, os seres são fabricados num edifício-maternidade que cria os corpos e depois recebe a alma. Daí a alma de tal ser fica agrupada a todas as demais numa espécie de aprimoramento mutuo. Isso é definido como almas gêmeas unas, que assim permanecem até o momento de total aprimoramento e aprendizado. Pessoalmente não me agradei dessa situação de almas coletivas, pois parece que ficam umas restritas às demais. Por mais que eu acredite em carma e evolução coletiva, ainda sou muito mais ligada ao livre-arbítrio pessoal e individual. Em seqüência, diz o livro que, quando conseguimos entrar em contato com nosso Eu maior, ficamos livres para possuir sem ser possuído. Então, o que para uns é problema, obstáculo, para outros é possibilidade de alegrias e elevação de vida. Outro ponto que faz sentido no livro é a idéia de que o nosso modo de pensar é geralmente o modo de pensar já pensado, ao qual nos agarramos e vem a ser o continuísmo por conveniência. A inteligência real e pura terá assim o seu inicio quando, libertando-se do mundo como um todo, encontrarmos pela primeira vez o nosso verdadeiro Eu. De toda forma, achei a exposição do livro muito teoria a respeito do assunto. E de resto mais uma frase que me agradou: ‘A busca da satisfação permanente é produto da fantasia do homem inseguro´.
Do segundo livro acoplado, que chama Intimidade em folhas soltas, pessoalmente achei os poemas deprimentes demais. Bem, por enquanto isso é tudo o que tenho para contar-te. Um abraço e até qualquer outra hora!”
[i] MARCEU, A. Final dos tempos: projeto Terra/ Intimidade em folhas soltas. São Paulo: Editora Edições Populares, 1980.
Atualização
Há 4 anos
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