Os dias se sucediam sem grandes novidades. No dia anterior "Ágape" não pudera ir ao Parque do Sabiá por conta da chuvarada e sua ginástica teve de ser em casa mesmo. Já no dia 05 seus afazeres foram mais cansativos: passara praticamente o dia todo ajudando sua mãe a desmontar e carregar uma estante e uma mesa, serviço nem um pouco fácil, mas do qual "Ágape" não sossegou enquanto não o viu cumprido. A mudança para a parte térrea estava lentamente se solidificando, mas ainda demoraria mais um pouco para ambas finalmente se verem adaptadas à ‘nova’ moradia. Neste dia “Graúda” resolveu acompanhar a filha até o Parque do Sabiá e esperar sentada perto do lago enquanto "Ágape" dava sua rotineira volta. "Ágape" revelou-me que avistou "Mateus" perto do portão principal (do parque infantil) a conversar com um casal. Aproveitando que ele estava de costas, ela continuou seu percurso embora constatando que seu coração houvera disparado com a situação de vê-lo e fazer de conta que não o vira, tendo automaticamente de enfrentar seu medo dele virar de repente e a ver, o que por sorte dela acabou não acontecendo. "Ágape" estava com um pouco de pressa e aquele momento não seria adequado para ambos conversarem ou correrem juntos. Ela pretendia que o próximo encontro ocorresse preferencialmente numa ocasião de tempo livre para ambos. Além do mais, o fato de sua mãe ter ido ao parque também a deixava menos à vontade para ficar ao lado de quem quer que fosse.
Outro detalhe: "Ágape" havia vestido uma camiseta meio amarrotada (como de costume) e talvez não fosse bom ele vê-la daquele modo, embora isso não fosse nenhum problema para ela, até porque, o ideal seria sentir-se aceita da maneira como era e não com fingimentos ou polimento social. O que qualquer um poderia pensar dela pouco a importava, mas indaguei-lhe se assim também era com relação ao "Mateus", até porque, é natural ter vontade de impressionar as pessoas com quem desejamos fazer contato, seja por amizade ou qualquer interesse além. "Ágape" disse que se esforçaria para ser totalmente autentica, mesmo que isso o fizesse fazer nulo caso dela. Ela não se julgava perdendo o que não tinha e nem o que poderia ter, fosse com "Mateus" ou com qualquer outra pessoa. Ela disse-me com todas as letras que não ia mudar sua maneira de ser só para atrair ou agradar outras pessoas. Durante toda sua vida fingira ser o que os outros gostariam que ela fosse, mas jamais pensou em mudar só pela vontade externa. Dessa vez ela não pretendia ser falsa, porque sabia que se o fizesse estaria sendo imoral primeiramente consigo mesma, algo nada positivo para seu Eu sentimental. Se nunca encontrasse ninguém (encarnado) que a aceitasse plenamente na sua forma de ser, ao menos ela ia ter o consolo de ter se aceitado e se amado sem jamais agredir seu próprio ser. Se aceitar e se amar era assumir e defender seu jeito característico de vestir, comer, pensar, viver e ser, mesmo que o resto do mundo a condenasse por palavras e gestos.
De uma maneira geral senti "Ágape" feliz e ela mesma disse que não sabia explicar a satisfação de seus sentimentos. Era como se o nada de sua vida fosse tudo em alguns momentos, algo realmente inexplicável. No fundo ela sentia que tinha exatamente a vida que desejava ter e que, embora muitas outras coisas (que não tinha) a pudessem fazer mais feliz, ela simplesmente sabia ser feliz com aquilo que tinha. Sentir-se feliz com a própria vida já lhe era um motivo de mais alegria, ou seja, um sentimento terno que surgia de outro chamado gratidão. Muitas vezes escutei "Ágape" me dizendo que o sentimento mais precioso de sua vida era a gratidão que sentia a Papai do Céu por tudo. A gratidão geralmente lhe fazia enxergar graça e aprendizado onde havia dor e sofrimento. Era uma energia aconchegante que iluminava seu ser e a deixava mais leve com relação às próprias incertezas do futuro. Sentir-se grata a Deus era sentir que tinha além do merecimento e isso a enchia de paz, pois de certa forma, ela O sentia consigo de maneira forte e especial. Era como se suas preces fossem sussurradas ao ouvido do grande criador e Ele automaticamente as transformasse em magia de amor e bênçãos.
"Ágape" certa vez comentou-me que nada em sua vida tinha mais importância do que sentir que Papai do Céu a acompanhava, pois era Ele que lhe dava a vida. Sua vida em si podia ter saído totalmente fora dos eixos, mas se Deus assim permitira, era porque, de alguma forma, aquilo teria um proveito final. Sua vida não havia sido um erro. Ela existia porque era nutrida de cuidados divinos a cada segundo e sabia, mais do que isso, sentia fortemente que seu Grande Pai a queria bem, com muito amor, um amor incondicional que chegava a deixar "Ágape" incrédula e estarrecida na maior parte do tempo. Felizes são aqueles que conseguem sentir esse amor, pois realmente nada mais tem tanto valor. Todas as vezes que voltava sua mente e coração para a conscientização disso, fazendo um exame precioso de sua vida, "Ágape" concluía que era uma pessoa realmente muito abençoada, mesmo que sua vida e sua pessoa em si não fossem grandes coisas. Deus tudo podia em sua vida se ela continuasse acreditando sem nenhuma duvida ou receio. Estando entregue ela continuava vivendo e sentindo uma alegria sem tamanho e sem justificativa, apenas por sentir e saber que mantinha relações estreitas com o Pai e que Ele correspondia suas expectativas melhor do que ela podia supor ou esperar. Eu mesma sempre me emociono quando escuto "Ágape" falar tão comovida de seus sentimentos religiosos.
Já falando nisso, também tenho a contar que "Ágape" foi com sua mãe ao novo terreiro de umbanda que conhecera através de sua amiga “Belalú”. Dessa vez chegara mais cedo e pôde acompanhar o inicio do trabalho. "Ágape" teve de fazer certo esforço para manter-se acordada (consciente) durante os cantos e o som do atabaque que tanto lhe enlevavam a alma. Novamente tomou passe com uma vovó preta-veia cujo nome outra vez esqueceu de perguntar. Esta lhe aconselhou a fazer uma novena para Nossa Senhora da Guia e disse-lhe também para não esquecer de rezar nenhuma noite se quer antes de dormir. Dificilmente "Ágape" dormia sem fazer suas preces, mas obviamente havia noites em que o sono apertava antes da hora e essa foi à justificativa que escutei de sua parte. Era visível constatar que "Ágape" estava bastante feliz por ter encontrado aquele centro próximo de sua casa e ter novamente a oportunidade de lidar (mesmo sem planos de voltar a desenvolver sua mediunidade) com um lado religioso que muito apreciava: a umbanda. Em seu mundo eclético era sempre maravilhoso encontrar um novo círculo de entrosamento religioso. No final, após sair do cômodo de atendimento, encontrou “Belalú” que acabara de chegar. Assim que “Graúda” terminou de ser atendida, ela e "Ágape" despediram-se de “Belalú” e retornaram para casa, chegando ainda antes das nove horas da noite. Mais um dia de tranqüilidade e alegria acabava de ser finalizado na vida de "Ágape".
Outro detalhe: "Ágape" havia vestido uma camiseta meio amarrotada (como de costume) e talvez não fosse bom ele vê-la daquele modo, embora isso não fosse nenhum problema para ela, até porque, o ideal seria sentir-se aceita da maneira como era e não com fingimentos ou polimento social. O que qualquer um poderia pensar dela pouco a importava, mas indaguei-lhe se assim também era com relação ao "Mateus", até porque, é natural ter vontade de impressionar as pessoas com quem desejamos fazer contato, seja por amizade ou qualquer interesse além. "Ágape" disse que se esforçaria para ser totalmente autentica, mesmo que isso o fizesse fazer nulo caso dela. Ela não se julgava perdendo o que não tinha e nem o que poderia ter, fosse com "Mateus" ou com qualquer outra pessoa. Ela disse-me com todas as letras que não ia mudar sua maneira de ser só para atrair ou agradar outras pessoas. Durante toda sua vida fingira ser o que os outros gostariam que ela fosse, mas jamais pensou em mudar só pela vontade externa. Dessa vez ela não pretendia ser falsa, porque sabia que se o fizesse estaria sendo imoral primeiramente consigo mesma, algo nada positivo para seu Eu sentimental. Se nunca encontrasse ninguém (encarnado) que a aceitasse plenamente na sua forma de ser, ao menos ela ia ter o consolo de ter se aceitado e se amado sem jamais agredir seu próprio ser. Se aceitar e se amar era assumir e defender seu jeito característico de vestir, comer, pensar, viver e ser, mesmo que o resto do mundo a condenasse por palavras e gestos.
De uma maneira geral senti "Ágape" feliz e ela mesma disse que não sabia explicar a satisfação de seus sentimentos. Era como se o nada de sua vida fosse tudo em alguns momentos, algo realmente inexplicável. No fundo ela sentia que tinha exatamente a vida que desejava ter e que, embora muitas outras coisas (que não tinha) a pudessem fazer mais feliz, ela simplesmente sabia ser feliz com aquilo que tinha. Sentir-se feliz com a própria vida já lhe era um motivo de mais alegria, ou seja, um sentimento terno que surgia de outro chamado gratidão. Muitas vezes escutei "Ágape" me dizendo que o sentimento mais precioso de sua vida era a gratidão que sentia a Papai do Céu por tudo. A gratidão geralmente lhe fazia enxergar graça e aprendizado onde havia dor e sofrimento. Era uma energia aconchegante que iluminava seu ser e a deixava mais leve com relação às próprias incertezas do futuro. Sentir-se grata a Deus era sentir que tinha além do merecimento e isso a enchia de paz, pois de certa forma, ela O sentia consigo de maneira forte e especial. Era como se suas preces fossem sussurradas ao ouvido do grande criador e Ele automaticamente as transformasse em magia de amor e bênçãos.
"Ágape" certa vez comentou-me que nada em sua vida tinha mais importância do que sentir que Papai do Céu a acompanhava, pois era Ele que lhe dava a vida. Sua vida em si podia ter saído totalmente fora dos eixos, mas se Deus assim permitira, era porque, de alguma forma, aquilo teria um proveito final. Sua vida não havia sido um erro. Ela existia porque era nutrida de cuidados divinos a cada segundo e sabia, mais do que isso, sentia fortemente que seu Grande Pai a queria bem, com muito amor, um amor incondicional que chegava a deixar "Ágape" incrédula e estarrecida na maior parte do tempo. Felizes são aqueles que conseguem sentir esse amor, pois realmente nada mais tem tanto valor. Todas as vezes que voltava sua mente e coração para a conscientização disso, fazendo um exame precioso de sua vida, "Ágape" concluía que era uma pessoa realmente muito abençoada, mesmo que sua vida e sua pessoa em si não fossem grandes coisas. Deus tudo podia em sua vida se ela continuasse acreditando sem nenhuma duvida ou receio. Estando entregue ela continuava vivendo e sentindo uma alegria sem tamanho e sem justificativa, apenas por sentir e saber que mantinha relações estreitas com o Pai e que Ele correspondia suas expectativas melhor do que ela podia supor ou esperar. Eu mesma sempre me emociono quando escuto "Ágape" falar tão comovida de seus sentimentos religiosos.
Já falando nisso, também tenho a contar que "Ágape" foi com sua mãe ao novo terreiro de umbanda que conhecera através de sua amiga “Belalú”. Dessa vez chegara mais cedo e pôde acompanhar o inicio do trabalho. "Ágape" teve de fazer certo esforço para manter-se acordada (consciente) durante os cantos e o som do atabaque que tanto lhe enlevavam a alma. Novamente tomou passe com uma vovó preta-veia cujo nome outra vez esqueceu de perguntar. Esta lhe aconselhou a fazer uma novena para Nossa Senhora da Guia e disse-lhe também para não esquecer de rezar nenhuma noite se quer antes de dormir. Dificilmente "Ágape" dormia sem fazer suas preces, mas obviamente havia noites em que o sono apertava antes da hora e essa foi à justificativa que escutei de sua parte. Era visível constatar que "Ágape" estava bastante feliz por ter encontrado aquele centro próximo de sua casa e ter novamente a oportunidade de lidar (mesmo sem planos de voltar a desenvolver sua mediunidade) com um lado religioso que muito apreciava: a umbanda. Em seu mundo eclético era sempre maravilhoso encontrar um novo círculo de entrosamento religioso. No final, após sair do cômodo de atendimento, encontrou “Belalú” que acabara de chegar. Assim que “Graúda” terminou de ser atendida, ela e "Ágape" despediram-se de “Belalú” e retornaram para casa, chegando ainda antes das nove horas da noite. Mais um dia de tranqüilidade e alegria acabava de ser finalizado na vida de "Ágape".
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