“Hoje acordei um tanto aflito de saudades de ‘Ágape’. Lera no dia anterior que ela modificara seu horário de caminhada e presumi que tinha de fazer alguma coisa para revê-la durante a parte matutina. Sem muito pestanejar, catei alguns papeis ainda pendentes de análise e resolvi sair do escritório por volta das nove horas. Fui direto para o parque donde sentei-me no quiosque de costume e torci para ter a sorte de coincidir meu horário de ida com o de ‘Ágape’. Realmente tive sorte, pois ela não demorou a aparecer toda suada de sua corrida. Eu havia trocado minha camisa social e gravata por uma camiseta que usualmente deixo dentro do carro exatamente para a finalidade de ficar mais à vontade quando saio do trabalho e tenho de ir direto para outros locais. Ao acordar não tinha feito tal tipo de planejamento, mas ‘Ágape’ fixou-se em minha mente de maneira praticamente perturbadora – eu senti uma necessidade de vê-la como ainda não sentira por ninguém. Às vezes sinto-me confuso, pois a sensação é de ter sido hipnotizado por ela. Como havia trocado de roupa não me importei de recebê-la toda suada em meus braços, pelo contrário, eu estava com vontade de senti-la relaxar-se junto a mim depois de exercitar-se. Minha admiração por ela está firme e talvez até maior. Pude perceber que meu coração disparou quando a vi chegando correndo e sorrindo para mim assim que me viu também. Eu achava que isso não me acontecia pelo fato de ser homem, mas hoje percebi que o coração de um homem também pode bater acelerado e que isso pressupõe um sentimento completamente diferente de todos os já sentidos. O mais estranho de tudo é que já sinto um apego emocional e isso parece me incomodar um pouco, é como se ela fosse um pedaço de meu ser. Acho que estou amedrontado com a idéia de visualizar-me apaixonado e disposto a um compromisso que estou levando tão a sério. Novamente confesso que não estava esperando por isso. Eis então a fala principal que se sucedeu durante o encontro:
___ Não resisti à saudade e tive que vir tentar lhe encontrar – comentei super feliz por senti-la enlaçada em meus braços. – Como você está?
___ Melhor agora em sua companhia – ela respondeu sorridente antes de receber prontamente os meus beijos. E depois dos beijos apaixonados ela continuou: - Hoje mamãe foi acordada de madrugada com o telefonema de que seu tio, esposo da falecida Anita, ou seja, meu tio segundo, havia desencarnado. Depois disso só voltamos a dormir quando o dia estava quase amanhecendo. Mamãe e eu havíamos planejado de irmos à chácara hoje para resolver as questões do aluguel, uma vez que ‘Cinaty’ está com presa, mas o imprevisto fez nossos planos irem para o espaço. Eu não estou pretendendo ir ao velório, mas mamãe sente-se na obrigação de ir. Prefiro ficar em casa e fazer uma prece, até porque, planejei de tomar um banho de ervas hoje, que me foi indicado no centro de umbanda novo que estou freqüentando ultimamente e, conseqüentemente, também devo evitar cemitério. Meu tio já estava de idade e doente, portanto sua morte não foi grande surpresa para ninguém. Por ser espírita encaro a morte como um alívio maravilhoso para o morto, mesmo que seja difícil para a família que tem de agüentar a falta da pessoa. Estou querendo dizer com isso que não me encontro abalada, além do mais, embora tenha considerado a tia Anita como uma segunda mãe para mim durante toda a minha infância, nunca fui muito chegada a esse tio.
Sua fala me deixou um pouco sem saber o que dizer e acabei ficando calado. Diante de seus olhos e sentindo o calor de seu corpo, não me intimidei de beijá-la por várias vezes. Ah, aquele momento podia ser eterno... mas não, nosso encontro foi breve, pois o tempo infelizmente corria veloz e tanto eu quanto ela tínhamos outros afazeres para cumprir. Foi então que me despedi arrematando o encontro com mais um beijo que custamos a findar. Parecendo um tonto com a cabeça perdida no espaço, fiquei parado vendo-a distanciar em seu pique de corrida. Realmente ela estava descontrolando meus sentimentos mais do que eu poderia ter imaginado. Mesmo que por vezes ela aparentasse insegurança, eu a sentia muito segura de si e verificava-lhe uma vantagem: sua auto-segurança não diminuía sua humildade como notadamente constatara noutras mulheres das quais me relacionara. A presença dela me passa calma, segurança e conforto... mas acho que sou suspeito para poder dizer isso... Outra coisa: acho-a super exótica e isso me atrai bastante. Hoje ela estava com um conjunto azul claro que, na minha opinião, lhe caiu muito bem. Fiquei interessado de ir conhecer o centro de umbanda que ela referiu, pois assim como ela, eu sou bastante eclético quanto às religiões e também gosto das companhias espirituais ligadas ao povo de Congo, Aruanda, Matas, Calunga (cemitério ou das almas), Guiné, Moçambique, Serra, Bahia, D´Angola, etc. De todo modo, ainda pretendo conversar sobre isso com ela num momento de mais tempo livre. Como de costume não deixamos nada marcado entre nós, mas espero encontrá-la novamente o quanto antes o destino nos possibilitar...”
___ Não resisti à saudade e tive que vir tentar lhe encontrar – comentei super feliz por senti-la enlaçada em meus braços. – Como você está?
___ Melhor agora em sua companhia – ela respondeu sorridente antes de receber prontamente os meus beijos. E depois dos beijos apaixonados ela continuou: - Hoje mamãe foi acordada de madrugada com o telefonema de que seu tio, esposo da falecida Anita, ou seja, meu tio segundo, havia desencarnado. Depois disso só voltamos a dormir quando o dia estava quase amanhecendo. Mamãe e eu havíamos planejado de irmos à chácara hoje para resolver as questões do aluguel, uma vez que ‘Cinaty’ está com presa, mas o imprevisto fez nossos planos irem para o espaço. Eu não estou pretendendo ir ao velório, mas mamãe sente-se na obrigação de ir. Prefiro ficar em casa e fazer uma prece, até porque, planejei de tomar um banho de ervas hoje, que me foi indicado no centro de umbanda novo que estou freqüentando ultimamente e, conseqüentemente, também devo evitar cemitério. Meu tio já estava de idade e doente, portanto sua morte não foi grande surpresa para ninguém. Por ser espírita encaro a morte como um alívio maravilhoso para o morto, mesmo que seja difícil para a família que tem de agüentar a falta da pessoa. Estou querendo dizer com isso que não me encontro abalada, além do mais, embora tenha considerado a tia Anita como uma segunda mãe para mim durante toda a minha infância, nunca fui muito chegada a esse tio.
Sua fala me deixou um pouco sem saber o que dizer e acabei ficando calado. Diante de seus olhos e sentindo o calor de seu corpo, não me intimidei de beijá-la por várias vezes. Ah, aquele momento podia ser eterno... mas não, nosso encontro foi breve, pois o tempo infelizmente corria veloz e tanto eu quanto ela tínhamos outros afazeres para cumprir. Foi então que me despedi arrematando o encontro com mais um beijo que custamos a findar. Parecendo um tonto com a cabeça perdida no espaço, fiquei parado vendo-a distanciar em seu pique de corrida. Realmente ela estava descontrolando meus sentimentos mais do que eu poderia ter imaginado. Mesmo que por vezes ela aparentasse insegurança, eu a sentia muito segura de si e verificava-lhe uma vantagem: sua auto-segurança não diminuía sua humildade como notadamente constatara noutras mulheres das quais me relacionara. A presença dela me passa calma, segurança e conforto... mas acho que sou suspeito para poder dizer isso... Outra coisa: acho-a super exótica e isso me atrai bastante. Hoje ela estava com um conjunto azul claro que, na minha opinião, lhe caiu muito bem. Fiquei interessado de ir conhecer o centro de umbanda que ela referiu, pois assim como ela, eu sou bastante eclético quanto às religiões e também gosto das companhias espirituais ligadas ao povo de Congo, Aruanda, Matas, Calunga (cemitério ou das almas), Guiné, Moçambique, Serra, Bahia, D´Angola, etc. De todo modo, ainda pretendo conversar sobre isso com ela num momento de mais tempo livre. Como de costume não deixamos nada marcado entre nós, mas espero encontrá-la novamente o quanto antes o destino nos possibilitar...”
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