Acabei a leitura do livro No mundo maior[1] (continuação do ultimo livro aqui citado). O relato de André Luiz inicia-se no plano terrestre, donde são especificados os procedimentos nas tarefas espirituais de atendimento imediato, não programados, de casos de loucura, suicídios e extremos desastres morais. O instrutor Eusébio discursa sobre a ameaça do equilíbrio terrestre pelas doenças da alma. O comportamento humano é radiografado e mostrado à beira dos abismos da alienação mental. Voluntários dedicados são convocados à tarefa da salvação dos displicentes e dos racalcitrantes. É citado o serviço de assistência às cavernas. Novos conceitos psíquicos são explicados: perversidade como loucura; revolta como ignorância; e desespero como enfermidade. Também encontramos preciosa instrução espiritual sobre o cérebro humano, que é comparado a um castelo de três andares, nos quais localizam-se: primeiro andar: residência dos impulsos automáticos (subconsciente/o passado) – hábito e automatismo; segundo andar: domicílio das conquistas atuais (consciente/o presente) – esforço e a vontade; e terceiro andar: - casa das noções superiores (superconsciente/o futuro) – ideal e meta superior. Há descrição de dois cérebros interligados: obsessor-obsidiado, que odeiam-se reciprocamente, daí resultando estarem ambos loucos, quanto à organização perispiritual. São citados os ‘vermes mentais’ que produzem moléstias da alma, no cérebro perispiritual. Há a impressionante narração de um crime (assassinato) e suas terríveis conseqüências. É citada a ‘química espiritual’, instalada no cérebro do desencarnado, muitas vezes com ação conjunta à química orgânica e inorgânica do encarnado. Somos informados de que o sofrimento áspero, mas redentor, da expiação, não acontece apenas na esfera carnal, mas também em regiões sombrias fora dela. Há exemplar doutrinação espiritual, mostrando a ascendência moral do doutrinador, tarefeiro do Bem: na desobsessão, por exemplo, aqui focalizando um caso em que o obsidiado (que cometeu assassinato), em desdobramento pelo sono, é levado a ficar frente a frente com o obsessor (a vítima), o perdão harmonizando ambos, por fim.
Junto à leitura se encontra a narração de um homem vivendo os prazeres do mundo e de uma jovem pobre que para custear tratamento médico da mãe se une a ele. Os dois são doutrinados, durante o desdobramento pelo sono. Em conseqüência, retificam seu procedimento. André Luiz comenta sobre o esforço da espiritualidade para impedir processos de loucura. Nesse contexto, sobressai o valor da ‘prece intercessória’. Reafirma que o espírito não retrocede em hipótese alguma, contudo as formas de manifestação do ser podem sofrer degenerescência (destrambelho dos elementos perispiríticos), mongolismo, por exemplo. Também fala sobre os tratamentos de choque que existiam na época (1947). Atualmente, são outros os conceitos sobre o tratamento por choque elétrico, que tiveram seu emprego consideravelmente restringido após o progresso da psicofarmacologia. André Luiz explana sobre a epilepsia, cujas causas, geralmente, situam-se nos descaminhos das vidas passadas e na vida presente, carreando interferências obsessivas, disfunções mentais, com reflexos perispiríticos, ocasionando transtornos orgânicos. A cura só é possível pela reforma íntima, passes e principalmente a fé positiva. O livro demonstra que, em mediunidade, o animismo não deve tomar o caráter inquisitorial, e sim, o educativo. A intuição pura é considerada a mediunidade mais estável e bela entre os homens. Há impressionante descrição de um aborto, visto do plano espiritual: o perispírito do abortado, imantado ao corpo daquela que lhe seria mãe, promove tamanha onda de ódio que a leva a uma imprevista e dolorosa desencarnação. O amor é enaltecido, ao tempo que mostra como os descaminhos dos prazeres promíscuos levam à loucura. Conquanto demonstrando respeitosa posição à Medicina terrena (discorrendo sobre a escola freudiana da psicologia analítica), a Espiritualidade indica que os desequilíbrios sexuais são doença da alma. O livro elucida os conflitos da esquizofrenia (originária de sutis perturbações do perispírito), dos quais resultam um conjunto de moléstias variáveis e indeterminadas no corpo físico.
É mostrado como a espiritualidade provoca uma desencarnação, como providência compassiva, a benefício do desencarnante e dos seus familiares. Traz-nos a emocionante lição de como a espiritualidade amiga impede um suicídio (por merecimento) de uma jovem desiludida e humilhada no amor, impondo-lhe sono profundo, horas antes do lance fatídico. Desdobrada pelo sono, a jovem é doutrinada, vindo a desistir do suicídio, por compreender que as dores da experiência humana, são ‘dons do Divino Suprimento’ e que por vezes há ‘vantagens que só podem ser encontrados na solidão’. A espiritualidade amiga ministra ajuda, através providência provisória, mas drástica: provoca desarmonia no corpo de um alcoólatra, a benefício do próprio e também visando amparar à esposa e dois filhinhos. Põe a descoberto como nos ambientes menos dignos há ‘multidão de entidades conturbadas e viciosas’ dos espíritos desencarnados, em triste sociedade, por afinidade. Vê-se ali, em perfeita simbiose mental de encarnados alcoólatras e desencarnados também alcoólatras; dançarinos (voltados para o primitivismo do ser, embalados por música inferior e pela viciação dos sentidos, com gestos ridículos e gritos histéricos, correspondendo inconscientemente a desencarnados que a isso os induziam, fazendo-lhes companhia-sociedade invisível. André Luiz também discorre sobre uma assembléia de encarnados (religiosos católicos romanos e protestantes das Igrejas reformadas), os quais, desdobrados pelo sono, em companhia de desencarnados, recebem valiosa lição-alerta sobre os ranços do dogmatismo e da divisão humana da fé. É enaltecida a união fraternal vivenciada pelos heróis anônimos que transitaram nas aflições, dos então primeiros aprendizes da Boa-Nova. É mostrado o erro dos sacerdotes políticos que dividiram em várias escolas a ‘Religião do Amor Universal’, fundada por Jesus, do que resultaram os desvarios da separação por motivos de fé.
A loucura é considerada no tema espírita do livro como suicídio ‘habilmente dissimulado’, pela não resistência à dor e pela entrega (também sem resistência) à perturbação destruidora, que por fim, abre as portas da morte. Fica claro que impaciência e tristeza são forças terríveis a desarmonizar a mente, perdurando por várias existências. A alienação mental é início da ‘descida da alma às zonas inferiores da morte’. Quanto aos recém-nascidos ou os que na infância apresentam esse quadro, tal é reflexo de comportamento equivocado no passado, colidindo forte com as Leis Divinas. No ‘Baixo Umbral’ (cavernas de sofrimento, no plano espiritual) existe a ‘zona medonhamente sombria’, a tal ponto, que André Luiz não teve permissão de nela se aprofundar, mas apenas a de permanecer no limiar daquelas cavernas, e assim mesmo, acompanhado de seu instrutor espiritual. É citado o insólito caso de espíritos de grande intelectualidade e poder mental, mas desprovidos de amor, os quais, por serem extremamente devedores das Leis Divinas, como passos iniciais de melhoria moral, eventualmente recebem determinação educativa de realizar tarefas laboriosas no seio da Natureza. Mais adiante André Luiz reencontra e socorre o avô, a quem tanto amara quando criança e por quem tanto também era amado. Seu avô estava já há quarenta anos estacionado no ‘Baixo Umbral’. O reencontro de ambos é pungente. A beleza literária da narração só é superada pela exaltação da Lei do Amor. A leitura demonstra como a pobreza extrema, com trabalho educativo, imposta pela espiritualidade protetora, pode ser reeducativa para as aspirações de duas pessoas interligadas por problemas de vidas passadas. No caso, é programado reencontro entre réu e vítima. Aceito por ambos esse reencontro, ficam a descoberto os imensos benefícios da bênção do perdão, trazendo-lhes felicidade. E, por fim, no Lar de Cipriana, é descrita essa benemérita instituição espiritual, onde incontáveis espíritos estagiam, aprendendo o reajustamento anímico, através o auto-reconhecimento, preparando-se para melhores condições de vida. Na verdade, tal instituição é verdadeira oficina de restauração do espírito. Assim a estória do livro encerra-se.
[1] XAVIER, Francisco Cândido. (André Luiz). No mundo maior. 7ª Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977.
Junto à leitura se encontra a narração de um homem vivendo os prazeres do mundo e de uma jovem pobre que para custear tratamento médico da mãe se une a ele. Os dois são doutrinados, durante o desdobramento pelo sono. Em conseqüência, retificam seu procedimento. André Luiz comenta sobre o esforço da espiritualidade para impedir processos de loucura. Nesse contexto, sobressai o valor da ‘prece intercessória’. Reafirma que o espírito não retrocede em hipótese alguma, contudo as formas de manifestação do ser podem sofrer degenerescência (destrambelho dos elementos perispiríticos), mongolismo, por exemplo. Também fala sobre os tratamentos de choque que existiam na época (1947). Atualmente, são outros os conceitos sobre o tratamento por choque elétrico, que tiveram seu emprego consideravelmente restringido após o progresso da psicofarmacologia. André Luiz explana sobre a epilepsia, cujas causas, geralmente, situam-se nos descaminhos das vidas passadas e na vida presente, carreando interferências obsessivas, disfunções mentais, com reflexos perispiríticos, ocasionando transtornos orgânicos. A cura só é possível pela reforma íntima, passes e principalmente a fé positiva. O livro demonstra que, em mediunidade, o animismo não deve tomar o caráter inquisitorial, e sim, o educativo. A intuição pura é considerada a mediunidade mais estável e bela entre os homens. Há impressionante descrição de um aborto, visto do plano espiritual: o perispírito do abortado, imantado ao corpo daquela que lhe seria mãe, promove tamanha onda de ódio que a leva a uma imprevista e dolorosa desencarnação. O amor é enaltecido, ao tempo que mostra como os descaminhos dos prazeres promíscuos levam à loucura. Conquanto demonstrando respeitosa posição à Medicina terrena (discorrendo sobre a escola freudiana da psicologia analítica), a Espiritualidade indica que os desequilíbrios sexuais são doença da alma. O livro elucida os conflitos da esquizofrenia (originária de sutis perturbações do perispírito), dos quais resultam um conjunto de moléstias variáveis e indeterminadas no corpo físico.
É mostrado como a espiritualidade provoca uma desencarnação, como providência compassiva, a benefício do desencarnante e dos seus familiares. Traz-nos a emocionante lição de como a espiritualidade amiga impede um suicídio (por merecimento) de uma jovem desiludida e humilhada no amor, impondo-lhe sono profundo, horas antes do lance fatídico. Desdobrada pelo sono, a jovem é doutrinada, vindo a desistir do suicídio, por compreender que as dores da experiência humana, são ‘dons do Divino Suprimento’ e que por vezes há ‘vantagens que só podem ser encontrados na solidão’. A espiritualidade amiga ministra ajuda, através providência provisória, mas drástica: provoca desarmonia no corpo de um alcoólatra, a benefício do próprio e também visando amparar à esposa e dois filhinhos. Põe a descoberto como nos ambientes menos dignos há ‘multidão de entidades conturbadas e viciosas’ dos espíritos desencarnados, em triste sociedade, por afinidade. Vê-se ali, em perfeita simbiose mental de encarnados alcoólatras e desencarnados também alcoólatras; dançarinos (voltados para o primitivismo do ser, embalados por música inferior e pela viciação dos sentidos, com gestos ridículos e gritos histéricos, correspondendo inconscientemente a desencarnados que a isso os induziam, fazendo-lhes companhia-sociedade invisível. André Luiz também discorre sobre uma assembléia de encarnados (religiosos católicos romanos e protestantes das Igrejas reformadas), os quais, desdobrados pelo sono, em companhia de desencarnados, recebem valiosa lição-alerta sobre os ranços do dogmatismo e da divisão humana da fé. É enaltecida a união fraternal vivenciada pelos heróis anônimos que transitaram nas aflições, dos então primeiros aprendizes da Boa-Nova. É mostrado o erro dos sacerdotes políticos que dividiram em várias escolas a ‘Religião do Amor Universal’, fundada por Jesus, do que resultaram os desvarios da separação por motivos de fé.
A loucura é considerada no tema espírita do livro como suicídio ‘habilmente dissimulado’, pela não resistência à dor e pela entrega (também sem resistência) à perturbação destruidora, que por fim, abre as portas da morte. Fica claro que impaciência e tristeza são forças terríveis a desarmonizar a mente, perdurando por várias existências. A alienação mental é início da ‘descida da alma às zonas inferiores da morte’. Quanto aos recém-nascidos ou os que na infância apresentam esse quadro, tal é reflexo de comportamento equivocado no passado, colidindo forte com as Leis Divinas. No ‘Baixo Umbral’ (cavernas de sofrimento, no plano espiritual) existe a ‘zona medonhamente sombria’, a tal ponto, que André Luiz não teve permissão de nela se aprofundar, mas apenas a de permanecer no limiar daquelas cavernas, e assim mesmo, acompanhado de seu instrutor espiritual. É citado o insólito caso de espíritos de grande intelectualidade e poder mental, mas desprovidos de amor, os quais, por serem extremamente devedores das Leis Divinas, como passos iniciais de melhoria moral, eventualmente recebem determinação educativa de realizar tarefas laboriosas no seio da Natureza. Mais adiante André Luiz reencontra e socorre o avô, a quem tanto amara quando criança e por quem tanto também era amado. Seu avô estava já há quarenta anos estacionado no ‘Baixo Umbral’. O reencontro de ambos é pungente. A beleza literária da narração só é superada pela exaltação da Lei do Amor. A leitura demonstra como a pobreza extrema, com trabalho educativo, imposta pela espiritualidade protetora, pode ser reeducativa para as aspirações de duas pessoas interligadas por problemas de vidas passadas. No caso, é programado reencontro entre réu e vítima. Aceito por ambos esse reencontro, ficam a descoberto os imensos benefícios da bênção do perdão, trazendo-lhes felicidade. E, por fim, no Lar de Cipriana, é descrita essa benemérita instituição espiritual, onde incontáveis espíritos estagiam, aprendendo o reajustamento anímico, através o auto-reconhecimento, preparando-se para melhores condições de vida. Na verdade, tal instituição é verdadeira oficina de restauração do espírito. Assim a estória do livro encerra-se.
[1] XAVIER, Francisco Cândido. (André Luiz). No mundo maior. 7ª Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977.
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