Acabei de ler mais um livro chamado Buda: Um retrato original de Sidarta Gautama[i].
[i] ARMSTRONG, Karen. Buda: Um retrato original de Sidarta Gautama. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
[i] ARMSTRONG, Karen. Buda: Um retrato original de Sidarta Gautama. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
A expressão Buda não corresponde a um nome, como alguns pensam, mas sim a um título que significa o iluminado. Só pode ser chamado de Buda, aquele que tiver conseguido atingir um nível superior de entendimento e de consciência. Embora haja várias pessoas que tenham conseguido alcançar esse nível de iluminação, o mais ilustre de todos foi Sidarta Gautama. Este nasceu por volta de 556 a.C, no século VI, em um lugar chamado Kapilavastu que, nessa época, ficava situado ao norte da Índia, mas que, hoje em dia, pertence ao Nepal. Era filho do rei Sudodana e da rainha Maya. Após seu nascimento, foi levado a um templo, com o propósito de ser apresentado aos sacerdotes. Foi então que o velho sábio Ansita, vivendo afastado do mundo, apenas entregue ás meditações, surge e profetisa que o pequeno será alguém muito especial. Impressionado, seu pai decide criá-lo afastado de qualquer contato com tudo o que lhe pudesse despertar algum tipo de interesse filosófico e espiritual, além de mantê-lo afastado das misérias do mundo. O jovem cresceu cercado de luxo, casando, aos 16 anos, com sua prima, Yasodara. Com ela teve um filho, chamado Rahula. Embora afastado da realidade do mundo, o jovem era dotado de grande percepção e deu-se conta de que havia algo sobre o qual nada sabia. Começou, então, a desconfiar de que algo havia de errado com o seu modo de vida. Confirmando os temores paternos, Sidarta percorre a cidade e descobre a velhice, a doença e a morte. Sente-se profundamente chocado, percebendo o sofrimento humano. Então, aos 29 anos, deixou sua família e toda a sua riqueza a fim de procurar a solução para a dor da humanidade. Inicialmente decidiu juntar-se a um grupo de brâmanes, desistindo algum tempo depois, já que percebera que todas as mortificações do corpo, propostas por esses monges, eram inúteis. Por outro lado, os prazeres desenfreados também não são uma boa alternativa para quem busca a iluminação. Então Sidarta optou pelo caminho do meio, uma forma de vida disciplinada o suficiente para não chegar à completa indulgência dos sentidos, tampouco a autotortura, que turva a consciência e afasta o ser do convívio com os seus semelhantes.
Buda compreendeu que somente a felicidade espiritual podia tornar os homens realmente felizes. Deixou seu lar, a esposa e o filho para ir a busca da verdade espiritual. No início, foi para as selvas distantes onde se privou de alimentos e conforto. Isto foi inútil, pois se o corpo fica enfraquecido, os poderes mentais também se debilitam. Foi sob uma árvore, Bodí, na Índia, após muita meditação, que Buda recebeu a iluminação. Daquele dia em diante iniciou sua grande missão de salvar a humanidade do sofrimento. Disse aos homens para purificarem suas almas e suas mentes. Ensinou-lhes como evitar a voracidade e a desonestidade e que compreendessem que este mundo de sofrimento era um lugar onde todos deviam se preparar para as alegrias e felicidades espirituais e eternas.
Deu-nos um exemplo com sua própria vida abençoada. Quando estava sentado sob a árvore, em meditação, Mara, o espírito mau, tentou-o, oferecendo-lhe as riquezas do mundo
e os prazeres dos sentidos. Mas Buda, o Iluminado, sobrepujou as forças do mal. Seu poder era o poder do espírito. Através de seus ensinamentos maravilhosos, Buda ajudou a milhões de pessoas de várias nações a alcançarem a salvação espiritual. Nos dias de Buda, os habitantes de seu país estavam lutando uns contra os outros, em nome da divindade. Tinham até inúmeros deuses e deusas para adorarem. Buda sabia que o caminho para Deus era unicamente aquele indicado pelos Seus Manifestantes. Ele, sendo um Manifestante de Deus, não queria que seu povo lutasse contra si mesmo, em nome de um Deus que não seria conhecido senão através d’Ele próprio, Buda.
Como um sábio instrutor, silenciou sobre Deus, para evitar discussões estéreis entre o povo, mas conclamou a todos para o obedecer, como Manifestante da verdade. Desta maneira conseguiu unir a milhões de pessoas, que antes estavam divididas entre si, quer seja em nome de Deus ou em nome das castas. Disse Buda: ‘Uma pessoa não se torna um por nascimento. Ninguém é pária pelo berço. A pessoa torna-se Brahmani pelas suas ações e transforma-se em pária por seus próprios atos’. Um pouco antes de deixar esta terra, Buda fez uma grande promessa para Seus seguidores, que estavam temerosos que sua causa fosse extinguir-se gradualmente. Disse Ele: ‘Não sou o primeiro Buda que existiu na terra, nem serei o último. No tempo devido outro Buda levantar-se-á no mundo, um santo, um ser divinamente iluminado, dotado de sabedoria em sua conduta, benigno, conhecendo o universo, um líder incomparável dos homens, um mestre dos anjos e dos mortais. Ele vos revelará as mesmas verdades eternas que vos ensinei. Ele vos pregará esta religião, gloriosa em sua origem, gloriosa em seu climáx, gloriosa em seus objetivos, tanto no espírito como na forma. Ele proclamará uma vida religiosa tão pura e perfeita como a que agora proclamo. Seus discípulos serão contados em milhares, enquanto que os Meus contam-se em centenas’.
Buda compreendeu que somente a felicidade espiritual podia tornar os homens realmente felizes. Deixou seu lar, a esposa e o filho para ir a busca da verdade espiritual. No início, foi para as selvas distantes onde se privou de alimentos e conforto. Isto foi inútil, pois se o corpo fica enfraquecido, os poderes mentais também se debilitam. Foi sob uma árvore, Bodí, na Índia, após muita meditação, que Buda recebeu a iluminação. Daquele dia em diante iniciou sua grande missão de salvar a humanidade do sofrimento. Disse aos homens para purificarem suas almas e suas mentes. Ensinou-lhes como evitar a voracidade e a desonestidade e que compreendessem que este mundo de sofrimento era um lugar onde todos deviam se preparar para as alegrias e felicidades espirituais e eternas.
Deu-nos um exemplo com sua própria vida abençoada. Quando estava sentado sob a árvore, em meditação, Mara, o espírito mau, tentou-o, oferecendo-lhe as riquezas do mundo
e os prazeres dos sentidos. Mas Buda, o Iluminado, sobrepujou as forças do mal. Seu poder era o poder do espírito. Através de seus ensinamentos maravilhosos, Buda ajudou a milhões de pessoas de várias nações a alcançarem a salvação espiritual. Nos dias de Buda, os habitantes de seu país estavam lutando uns contra os outros, em nome da divindade. Tinham até inúmeros deuses e deusas para adorarem. Buda sabia que o caminho para Deus era unicamente aquele indicado pelos Seus Manifestantes. Ele, sendo um Manifestante de Deus, não queria que seu povo lutasse contra si mesmo, em nome de um Deus que não seria conhecido senão através d’Ele próprio, Buda.
Como um sábio instrutor, silenciou sobre Deus, para evitar discussões estéreis entre o povo, mas conclamou a todos para o obedecer, como Manifestante da verdade. Desta maneira conseguiu unir a milhões de pessoas, que antes estavam divididas entre si, quer seja em nome de Deus ou em nome das castas. Disse Buda: ‘Uma pessoa não se torna um por nascimento. Ninguém é pária pelo berço. A pessoa torna-se Brahmani pelas suas ações e transforma-se em pária por seus próprios atos’. Um pouco antes de deixar esta terra, Buda fez uma grande promessa para Seus seguidores, que estavam temerosos que sua causa fosse extinguir-se gradualmente. Disse Ele: ‘Não sou o primeiro Buda que existiu na terra, nem serei o último. No tempo devido outro Buda levantar-se-á no mundo, um santo, um ser divinamente iluminado, dotado de sabedoria em sua conduta, benigno, conhecendo o universo, um líder incomparável dos homens, um mestre dos anjos e dos mortais. Ele vos revelará as mesmas verdades eternas que vos ensinei. Ele vos pregará esta religião, gloriosa em sua origem, gloriosa em seu climáx, gloriosa em seus objetivos, tanto no espírito como na forma. Ele proclamará uma vida religiosa tão pura e perfeita como a que agora proclamo. Seus discípulos serão contados em milhares, enquanto que os Meus contam-se em centenas’.
Os ensinamentos básicos do budismo são: evitar o mal, fazer o bem e cultivar a própria mente. O objetivo é o fim do ciclo de sofrimento (chamado de samsara), despertando no praticante o entendimento da realidade última que é o Nirvana. O ponto de partida do budismo é a percepção de que o desejo causa inevitavelmente a dor. Deve-se portanto eliminar o desejo para se eliminar a dor. Com a eliminação da dor, se atinge a paz interior, que é sinônimo de felicidade. A moral budista é baseada nos princípios de preservação da vida e moderação. O treinamento mental foca na disciplina moral (sila), concentração meditativa (samadhi), e sabedoria (prajna). A base do budismo é a compreensão das Quatro Nobres Verdades, ligadas à constatação da existência de um sentimento de insatisfação (Dukkha) inerente à própria existência, que pode no entanto ser transcendido através da prática do Nobre Caminho Óctuplo. Outro conceito importante, que de certa forma sintetiza a cosmovisão budista, é o das três marcas da existência: a insatisfação (Dukkha), a impermanência (Anicca) e a ausência de um ‘eu’ independente (Anatta). No buddhismo, a sabedoria é muito mais importante que a ética e a moralidade. A moralidade e a ética existem apenas como ferramentas para melhorar e estabilizar a sabedoria.
A filosofia budista ensina quatro princípios: 1) Aspire àquilo que está além da transitoriedade. 2) Não crie sofrimentos. 3) Crie benefícios e estabeleça relações positivas. 4) Dirija sua própria mente. Torne sua mente obediente a você.
As ações positivas produzem felicidade, preservam a saúde e prolongam à vida, e as ações negativas produzem infelicidades, doenças e encurtam a vida. O carma é gerado quando as ações negativas se tornam um hábito difícil de ser interrompido, mas o nosso destino final sempre será a felicidade.
A filosofia budista ensina quatro princípios: 1) Aspire àquilo que está além da transitoriedade. 2) Não crie sofrimentos. 3) Crie benefícios e estabeleça relações positivas. 4) Dirija sua própria mente. Torne sua mente obediente a você.
As ações positivas produzem felicidade, preservam a saúde e prolongam à vida, e as ações negativas produzem infelicidades, doenças e encurtam a vida. O carma é gerado quando as ações negativas se tornam um hábito difícil de ser interrompido, mas o nosso destino final sempre será a felicidade.
Meditando sobre tudo isso eu me pergunto: nada tenho enquanto meu e tudo tenho enquanto herdeira de Deus. A matéria me causa problema enquanto me porto como uma dona responsável por ela, mas ela me oferece prazer quando me porto como respeitosa usufrutuária dela sem posse ou apego. Os meus problemas, erros e tristezas também fazem parte da vida divina, mas para Deus não são problemas, nem erros e nem tristezas, são apenas fontes de se chegar à paz, ao acerto e a alegria. Posso carregar o mundo nas costas, ou seja, meus problemas, dívidas espirituais, medos, raivas, fragilidades, decepções, carências, etc. ou posso me sentir leve como uma pluma, ou seja, ver que tudo o que me envolve deve ser vivenciado sem causar sofrimento e desgaste. As situações ruins aparecem em nosso caminho algumas vezes de forma descontrolada e inesperada, mas os nossos sentimentos sempre podem ser controlados, previstos e escolhidos na base do auto-esforço. Eu estou no mundo, mas não sou do mundo. Eu estou na matéria, mas não sou matéria. Eu tenho problemas, mas não sou um problema. Eu posso ter dividas e tristezas, mas elas têm de ser passageiras, pois eu não as sou. O tempo, o amor e a paz são infinitos porque essa é a perfeição de Deus na minha opinião. Estamos com Papai do Céu através da fé que possuímos e isso independente das preces que proferimos. Vivemos a divindade presente em nós quando usamos a sabedoria do Amor para nos guiar. Sentimos Papai do Céu conosco em intimidade quando, independente das atitudes, palavras e até mesmo pensamentos, temos apenas boas intenções para todos os atos, pronúncias e confabulações mentais. Deus não olha o nosso corpo, mas nosso coração. Ele não avalia nossa inteligência, mas a capacidade de não termos preconceito.
Embora Buda nunca tivesse falado de Deus, ele acreditava numa ordem moral como só uma divindade justa e onipotente podia ter estabelecido. Acreditava que toda boa ação traz consigo o prêmio e toda má ação um castigo. Dizia ele: ‘Façamos o que fizermos, com o espírito ou com o corpo, não podemos fugir à lei moral’. Além disso, Buda, ao substituir os ritos e os sacrifícios pela contemplação serena da realidade, abriu o caminho para algo que se assemelha à oração individual e privada. Uma das possíveis razões do êxito da religião budista é a sua extraordinária tolerância. Não existe nenhum dogma budista e, tanto quanto se sabe, nenhum budista foi jamais perseguido por heresia. Ao relancear o passado, através dos séculos cheios de guerra, de violência e de fanatismo, o que mais nos surpreende em Buda é o tranqüilo apelo que faz à razão e à experiência. Segundo Buda, não só devemos construir a nossa própria salvação, mas também devemos criar o nosso próprio credo. De suas palavras: ‘Não acredites em qualquer coisa, só porque to ensinou o testemunho de um velho sábio. Não acredites em qualquer coisa, só porque provém da autoridade de mestres e de sacerdotes. Qualquer coisa que esteja de acordo com as tuas próprias experiências e, depois de árdua investigação, esteja de acordo com a tua razão e conduza ao teu próprio bem e ao de todas as criaturas vivas, isso deves aceitar como a verdade e deves viver em conformidade com ela’.
Ainda maior do que a sua sabedoria, foi o exemplo que deu do que nós podemos designar por uma vida cristã. Durante quarenta e cinco anos até a sua morte, com a idade de oitenta anos, este gênio da vontade e do intelecto andou pelo vale do Ganges, levantando-se de madrugada, caminhando cerca de vinte a trinta quilômetros por dia, ensinando generosamente a todos os homens, sem esperar recompensa nem distinguir classes ou castas, o caminho que encontrara para alcançar felicidade. Jamais foi molestado pelos sacerdotes a que se opunha ou por qualquer governante. Era tão famoso e tão estimado que quando se aproximava de uma cidade multidões acorriam e juncavam de flores o seu caminho. O objetivo real e triunfante de Buda consistiu em definir corretamente e em ensinar uma forma nobre e feliz de viver e de morrer, neste mundo.
Embora Buda nunca tivesse falado de Deus, ele acreditava numa ordem moral como só uma divindade justa e onipotente podia ter estabelecido. Acreditava que toda boa ação traz consigo o prêmio e toda má ação um castigo. Dizia ele: ‘Façamos o que fizermos, com o espírito ou com o corpo, não podemos fugir à lei moral’. Além disso, Buda, ao substituir os ritos e os sacrifícios pela contemplação serena da realidade, abriu o caminho para algo que se assemelha à oração individual e privada. Uma das possíveis razões do êxito da religião budista é a sua extraordinária tolerância. Não existe nenhum dogma budista e, tanto quanto se sabe, nenhum budista foi jamais perseguido por heresia. Ao relancear o passado, através dos séculos cheios de guerra, de violência e de fanatismo, o que mais nos surpreende em Buda é o tranqüilo apelo que faz à razão e à experiência. Segundo Buda, não só devemos construir a nossa própria salvação, mas também devemos criar o nosso próprio credo. De suas palavras: ‘Não acredites em qualquer coisa, só porque to ensinou o testemunho de um velho sábio. Não acredites em qualquer coisa, só porque provém da autoridade de mestres e de sacerdotes. Qualquer coisa que esteja de acordo com as tuas próprias experiências e, depois de árdua investigação, esteja de acordo com a tua razão e conduza ao teu próprio bem e ao de todas as criaturas vivas, isso deves aceitar como a verdade e deves viver em conformidade com ela’.
Ainda maior do que a sua sabedoria, foi o exemplo que deu do que nós podemos designar por uma vida cristã. Durante quarenta e cinco anos até a sua morte, com a idade de oitenta anos, este gênio da vontade e do intelecto andou pelo vale do Ganges, levantando-se de madrugada, caminhando cerca de vinte a trinta quilômetros por dia, ensinando generosamente a todos os homens, sem esperar recompensa nem distinguir classes ou castas, o caminho que encontrara para alcançar felicidade. Jamais foi molestado pelos sacerdotes a que se opunha ou por qualquer governante. Era tão famoso e tão estimado que quando se aproximava de uma cidade multidões acorriam e juncavam de flores o seu caminho. O objetivo real e triunfante de Buda consistiu em definir corretamente e em ensinar uma forma nobre e feliz de viver e de morrer, neste mundo.
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