O que é Ética?

A ética é um tema que sempre foi discutido pela humanidade e, apesar de tantos estudos filosóficos não existe uma conclusão sobre seu conceito. Sabe-se que é um processo fundamental de conhecimento (técnico e científico) que deve vir acompanhado de vontade moral para virar cultura e tornar mais digno o gênero humano.

Ética vem do grego "ethos", e tem seu correlato no latim "morale", com o mesmo significado: Conduta, ou relativo aos costumes. Podemos concluir que etimologicamente ética e moral são palavras sinônimas.

“Ética é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade”.(VASQUEZ, Adolfo Sanchez. ética, 15a. ed., Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1995, p.12)

"A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de explicar, quando alguém pergunta”.(VALLS, Álvaro L.M. O que é ética. 7a edição Ed.Brasiliense, 1993, p.7)

Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda, ÉTICA é "o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto”.

A história da ética se entrelaça com a história da filosofia.
século VIa.C., Pitágoras: afirmava que a natureza intelectual é superior à natureza sensual e que a melhor vida é aquela dedicada à disciplina mental.

Sócrates, a virtude nasce do conhecimento “conhece-te a ti mesmo”, e a educação consegue que as pessoas sejam e ajam de acordo com a moral.

Para Platão: o mal não existe por si só, é apenas um reflexo imperfeito do real, que é o bem, elemento essencial da realidade. Afirmava que, na alma humana, o intelecto tem que ser soberano, figurando a vontade em segundo lugar e as emoções em terceiro, sujeitas ao intelecto e à vontade.

Aristóteles: a felicidade (bem absoluto) é a finalidade da vida e resultante do único atributo humano, a razão. As virtudes intelectuais e morais seriam apenas meios destinados para consegui-la.

Epícuro: “Na busca da felicidade há dois obstáculos: o medo da morte e o temor dos deuses. Não se deve temer a morte, pois ela não concerne ao homem vivo. A morte nada é para nós, pois enquanto somos, ela não é e quando ela chega, já não somos. Igualmente, não se deve temer os deuses, pois seres perfeitos e distantes, não estão preocupados com a imperfeição humana.”(NALINI, José Renato., ética geral e profissional, 3a. ed.: São Paulo, ed Revista dos Tribunais:2001, p 54).
Thomas Hobbes, no Leviatã (1651): os seres humanos são maus e necessitam de um Estado forte que os reprima.

Baruch Spinoza, a razão humana é o critério para uma conduta correta e só as necessidades e interesses do homem determinam o que pode ser considerado bom e mau, o bem e o mal.

Jean-Jacques Rousseau: Contrato social (1762): o mal ético deve-se aos desajustamentos sociais pois os seres humanos eram bons por natureza.

Immanuel Kant, em fins do século XVIII. Segundo ele, a moralidade de um ato não deve ser julgada por suas conseqüências, mas apenas por sua motivação ética. (todo dever encontra fundamento em um valor).

Santo Agostinho: Todo homem quer a felicidade e sai à sua procura. Se não chega a alcançá-la, não é feliz. Mas as coisas materiais e humanas não trazem a felicidade. O homem foi feito por Deus e só Nele encontrará a verdadeira alegria.

Jeremy Benham – utilitarismo: o princípio da utilidade como meio de contribuir para aumentar a felicidade da comunidade.

Georg Wilhelm Friedrich Hegel, a história do mundo consiste em "disciplinar a vontade natural descontrolada, levá-la a obedecer a um princípio universal e facilitar uma liberdade subjetiva".

Friedrich Nietzsche explicou que a chamada conduta moral só é necessária ao fraco, uma vez que visa a permitir que este impeça a auto-realização do mais forte.

Piotr Aleksevich Kropotkin: a sobrevivência das espécies depende da ajuda mútua e que os seres humanos obtiveram a primazia entre os animais em razão de sua capacidade de associação e cooperação.

Sigmund Freud: o problema do bem e do mal está em cada indivíduo que luta entre o impulso do eu instintivo para satisfazer a todos os seus desejos e a necessidade do eu social de controlá-los ou reprimi-los.

Bertrand Russell: os juízos morais expressam desejos individuais ou hábitos aceitos. Os seres humanos completos são os que participam plenamente da vida social e expressam tudo que faz parte de sua natureza.

Martin Heidegger: os seres humanos se encontram sós no Universo e têm que adotar e assumir suas decisões éticas com permanente consciência da morte.

Afinal, o que é ética? Ética é algo que todos precisam ter.Alguns dizem que têm. Poucos levam a sério.Ninguém cumpre à risca...