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“___ O narcisismo pode gerar prepotência, presunção, egoísmo e intolerância?”
Poder de gerar não é a questão – respondi. - Se considerarmos as características do narcisismo é fácil perceber como são autocentrados, egocentrados. Invariavelmente, um individuo egocêntrico, voltado para o culto e idolatria à sua imagem, tenderá a ser intolerante com o que não diz respeito a essa imagem e, mesmo que mascare essa intolerância, não deixará de manifestá-la disfarçada em prepotência numa manifestação reativa, de defesa. Agora, pensando na prepotência como expressão de poder, é possível que sua origem esteja na natureza narcísica, já que desta forma o sujeito pode projetar na realidade a sua idealização de realidade e de mundo para se iludir com a sensação do mundo girando ao redor de seu umbigo. Também é possível que tenha origem em núcleos autônomos localizados no inconsciente e formados ao longo do processo de gestação. Esses núcleos dissociados, renegam a realidade do parto e atuam na busca de saciação dos desejos, mantendo simbolicamente desta forma a ilusão de permanência do vínculo simbiótico no útero materno. Tais núcleos autônomos (complexos) interferem e fragilizam o indivíduo, sendo essa a forma de manterem a energia que possuem armazenada. A psiquê fragilizada e com baixo limiar de resistência à frustração leva o sujeito a se proteger de eventos que o façam sentir o impacto das pressões ou a querer manipular o cenário externo como forma de ter poder para controlar a origem dos estímulos que possam provocar desconfortos ou espelhar a inferioridade que carregam. Neste cenário o individuo fica submetido à forças internas e à pressão externa que o encantoa, obrigando-o a comportamentos limites de defesa. Dessa forma o narcísico é apenas um sujeito frágil e angustiado se protegendo de um mundo ameaçador que se faz reativo e agressivo. Assim vemos crianças que se comportam de forma tirânica e fascista, como superiores e dominadores, sendo absolutamente insignificantes como pessoas.
“___ O narcisismo pode gerar prepotência, presunção, egoísmo e intolerância?”
Poder de gerar não é a questão – respondi. - Se considerarmos as características do narcisismo é fácil perceber como são autocentrados, egocentrados. Invariavelmente, um individuo egocêntrico, voltado para o culto e idolatria à sua imagem, tenderá a ser intolerante com o que não diz respeito a essa imagem e, mesmo que mascare essa intolerância, não deixará de manifestá-la disfarçada em prepotência numa manifestação reativa, de defesa. Agora, pensando na prepotência como expressão de poder, é possível que sua origem esteja na natureza narcísica, já que desta forma o sujeito pode projetar na realidade a sua idealização de realidade e de mundo para se iludir com a sensação do mundo girando ao redor de seu umbigo. Também é possível que tenha origem em núcleos autônomos localizados no inconsciente e formados ao longo do processo de gestação. Esses núcleos dissociados, renegam a realidade do parto e atuam na busca de saciação dos desejos, mantendo simbolicamente desta forma a ilusão de permanência do vínculo simbiótico no útero materno. Tais núcleos autônomos (complexos) interferem e fragilizam o indivíduo, sendo essa a forma de manterem a energia que possuem armazenada. A psiquê fragilizada e com baixo limiar de resistência à frustração leva o sujeito a se proteger de eventos que o façam sentir o impacto das pressões ou a querer manipular o cenário externo como forma de ter poder para controlar a origem dos estímulos que possam provocar desconfortos ou espelhar a inferioridade que carregam. Neste cenário o individuo fica submetido à forças internas e à pressão externa que o encantoa, obrigando-o a comportamentos limites de defesa. Dessa forma o narcísico é apenas um sujeito frágil e angustiado se protegendo de um mundo ameaçador que se faz reativo e agressivo. Assim vemos crianças que se comportam de forma tirânica e fascista, como superiores e dominadores, sendo absolutamente insignificantes como pessoas.
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“___ Nesse sentido os narcísicos buscariam permanentemente a auto-suficiência e o individualismo crendo que os outros não o merecem por conta das diferenças existentes?”
De certa forma sim. Buscam para compensar a inferioridade que carregam nas costas e que não suportam. Uma inferioridade frente a insignificância que representam no universo, ou na realidade em que se excluem. Mas há diferenças nesta busca. Aqueles que buscam esse individualismo podem fazê-lo também pela dificuldade de interagir ou por gostarem de ser mais paparicados e focalizados como “importantes”, e isso pode ser sinal de carência, de necessidade por ser aceito, de ser incluído, dentre outras vontades e dificuldades. Se o individualismo é egocentrado, faz sentido, já que implica em ensimesmamento, quando o espelho é interno, auto-centrado. E os outros passam a ser insignificantes, a não existir na realidade do narcísico, a menos que seja como assessório para ser usado oportunamente.
“___ Nesse sentido os narcísicos buscariam permanentemente a auto-suficiência e o individualismo crendo que os outros não o merecem por conta das diferenças existentes?”
De certa forma sim. Buscam para compensar a inferioridade que carregam nas costas e que não suportam. Uma inferioridade frente a insignificância que representam no universo, ou na realidade em que se excluem. Mas há diferenças nesta busca. Aqueles que buscam esse individualismo podem fazê-lo também pela dificuldade de interagir ou por gostarem de ser mais paparicados e focalizados como “importantes”, e isso pode ser sinal de carência, de necessidade por ser aceito, de ser incluído, dentre outras vontades e dificuldades. Se o individualismo é egocentrado, faz sentido, já que implica em ensimesmamento, quando o espelho é interno, auto-centrado. E os outros passam a ser insignificantes, a não existir na realidade do narcísico, a menos que seja como assessório para ser usado oportunamente.
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“___ O fato dos outros não ser como ele o faz se fechar no seu próprio jeito de ser tornando-se um auto-apaixonado que ressalta a si mesmo seu ego envaidecido?”
Não é bem isto o que ocorre, pois em verdade ele nunca se abriu. Sua natureza é fechada, intransponível, social mas insociável, cuja interação surge a partir de armaduras e defesas refratárias. Ele é apaixonado pela imagem de si, seja aquela vista no espelho externo ou aquela construída, idealizada no espelho interno.
“___ O fato dos outros não ser como ele o faz se fechar no seu próprio jeito de ser tornando-se um auto-apaixonado que ressalta a si mesmo seu ego envaidecido?”
Não é bem isto o que ocorre, pois em verdade ele nunca se abriu. Sua natureza é fechada, intransponível, social mas insociável, cuja interação surge a partir de armaduras e defesas refratárias. Ele é apaixonado pela imagem de si, seja aquela vista no espelho externo ou aquela construída, idealizada no espelho interno.
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“___ Quando é dito que o homossexualismo dos sonhos pode representar característica narcisista, seria nesse sentido?”
É mais fácil se relacionar com um igual do que lidar com as diferenças. As relações homossexuais favorecem essa identidade e permitem ao individuo a criação de laços afetivos dentro de limites simbólicos e emocionais. Se os laços são possíveis eles mantém o individuo como que ligados por um cordão umbilical com o mundo. O egoísmo existe, mas em níveis administráveis que favorecem a existência de concessões, como devem ocorrer nas relações interpessoais. No sonho isso pode aparecer como compensação do desejo reprimido de três maneiras: 1. Através da tendência homossexual; 2. Através da dificuldade de lidar com as diferenças ou 3. A dificuldade de ser atraído para o diferente. Mesmo que as identidades favoreçam a construção e a permanência das relações afetivas e que as diferenças de identidade afastem os indivíduos, nos completamos com o oposto. A vinculação com o igual é essencialmente narcísica, não apenas pela identificação, mas pelo espelho que o outro representa.
“___ Quando é dito que o homossexualismo dos sonhos pode representar característica narcisista, seria nesse sentido?”
É mais fácil se relacionar com um igual do que lidar com as diferenças. As relações homossexuais favorecem essa identidade e permitem ao individuo a criação de laços afetivos dentro de limites simbólicos e emocionais. Se os laços são possíveis eles mantém o individuo como que ligados por um cordão umbilical com o mundo. O egoísmo existe, mas em níveis administráveis que favorecem a existência de concessões, como devem ocorrer nas relações interpessoais. No sonho isso pode aparecer como compensação do desejo reprimido de três maneiras: 1. Através da tendência homossexual; 2. Através da dificuldade de lidar com as diferenças ou 3. A dificuldade de ser atraído para o diferente. Mesmo que as identidades favoreçam a construção e a permanência das relações afetivas e que as diferenças de identidade afastem os indivíduos, nos completamos com o oposto. A vinculação com o igual é essencialmente narcísica, não apenas pela identificação, mas pelo espelho que o outro representa.
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“___ A pessoa estaria sonhando consigo mesma em duas dimensões? Pergunto isso pois tais sonhos me passam essa sensação de duplicação, de estar muito fechada em mim mesma, auto-casada. Isso faz algum sentido?”
Essa auto-relação nos sonhos não é duplicada, pois estar fechada em si mesma não quer dizer intransponibilidade para com os outros, muito menos é sinal de dupla personalidade. A auto-relação sem egocentrismo é algo necessário e positivo que não causa nenhum transtorno por ser um princípio de auto-aceitação ou auto-realização humana. Por outro lado, mesmo que tenha desejos de relação com outras mulheres e mantenha seus desejos mascarados ou reprimidos, isto não quer dizer que existam duas pessoas dentro de você, uma que anseia e outra que negue. Em princípio, isso pode anunciar a existência de um conflito pelo embate de duas forças contrárias: uma que empurra e outra que segura, uma que deseja e outra que condena. A existência do conflito, necessariamente, não a transforma em homossexual enrustida.
“___ A pessoa estaria sonhando consigo mesma em duas dimensões? Pergunto isso pois tais sonhos me passam essa sensação de duplicação, de estar muito fechada em mim mesma, auto-casada. Isso faz algum sentido?”
Essa auto-relação nos sonhos não é duplicada, pois estar fechada em si mesma não quer dizer intransponibilidade para com os outros, muito menos é sinal de dupla personalidade. A auto-relação sem egocentrismo é algo necessário e positivo que não causa nenhum transtorno por ser um princípio de auto-aceitação ou auto-realização humana. Por outro lado, mesmo que tenha desejos de relação com outras mulheres e mantenha seus desejos mascarados ou reprimidos, isto não quer dizer que existam duas pessoas dentro de você, uma que anseia e outra que negue. Em princípio, isso pode anunciar a existência de um conflito pelo embate de duas forças contrárias: uma que empurra e outra que segura, uma que deseja e outra que condena. A existência do conflito, necessariamente, não a transforma em homossexual enrustida.
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