Obrigada pela visita!

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sexta-feira, 4 de junho de 2010

Pesadelos detestáveis...


Relato de “Alra” sobre seus sonhos: “Hoje acordei muito mal por conta da sonharia negativa que tive durante a noite. Para piorar minha mãe quis ir numa loja aqui perto de casa tentar vender algum sapatinho de bebê naquela antiga intenção de tirar o dinheiro da lã. Levamos uma sacola cheia de pares de sapatinhos e a mulher ao invés de comprá-los, escolheu um único modelo e pediu para fazer treze idênticos àquele e levar o mais rápido possível para ela. Eu já teria dito que não dava e pronto, pois não gosto de fazer modelos repetidos, muito menos me sentir apurada, mas era mamãe quem estava fazendo a negociação e ela achou o máximo o pedido exigente da mulher. Se já não estava bem, fiquei tão pior que até chorei de desanimo. Acho que estou no meu dia de caus existencial, querendo morrer, cansada, exausta, exaurida de viver. Mas vamos aos sonhos, que não foram poucos:
Primeiro eu estava em um shopping com uma criança que por certo era minha filha. Eu fui levá-la ao banheiro e lá haviam três homens de cara muito maldosa e com um tufo alaranjado na boca. Uma mulher pegou a criança na intenção de colocá-la no vaso infantil e deixei-a fazer isso. Nisso a criança se transformou num bebê (novamente essa recorrência) e conforme fui saindo do banheiro, o bebê minusculo sumiu. Notei que todas as pessoas estavam com o tufo alaranjado na boca. Era como se fosse uma proteção contra alguma epidemia. Aquilo me assustou. No que fui sair do shopping, e para tal tinha que pegar um elevador, me vi numa cadeira de rodas e foi com dificuldade que consegui manobrar aquilo para entrar no pequeno elevador que só coube eu e uma mulher. Pedi para ela me ajudar a sair do elevador quando chegássemos no andar de baixo. O elevador demorou bastante descendo e fazia um rangido muito grande. Não sei ao certo como foi para sair dele, pois depois disso eu levantei da cadeira de rodas e comecei a andar pelo estacionamento a procura do meu chinelo que se perdera. Comentei o fato com uns rapazes e um deles me ofereceu carona. Achando bom e surpresa por ter conseguido uma carona, mas ainda preocupada com o chinelo, voltei para o interior do estacionamento e catei vários pares de chinelos velhos e rebentados que lá estavam. Nisso o rapaz da carona foi me buscar dizendo que já colocara minha mochila no carro. Ele me pediu um beijo, mas veio uma moto acelerada com o farol bem alto e disse-lhe que ali era perigoso para ficarmos aos beijos. O local estava escuro e deserto. No que saí junto dele, havia uma multidão de jovens e em seguida acordei.
Depois de voltar a dormir sonhei que estava com um rapaz numa farmácia comprando ração para cachorro. Indeciso entre os tipos de ração ele acompanhou uma mulher até o interior da loja e fiquei ali esperando-o. Ele começou a demorar muito. Eu estava quase desmaiando e parecia impossibilitada de mexer as pernas. Nisso o dono do local fechou as portas e tentou me agarrar. Sob o impacto de uma mentira (disse que ele ia se contaminar com Aids) consegui me desvencilhar dele. Fui para casa bastante assustada. Lá estavam minha mãe, irmã, cunhado e sobrinha. Havia muita coisa de comer, mas tudo me causava náuseas, pois eu estava me sentindo muito mal. Meu cunhado parecia disperso lendo um jornal. Minha sobrinha brincava e minha mãe e irmã faziam as malas, pois íamos todos viajar para Três Ranchos. Embora eu adore conhecer locais novos, desgostei-me da ideia da viagem, mas sem alternativa fui arrumar minhas roupas também. Minha mãe estava bem mais nova, praticamente uma jovem. Enquanto separava as roupas, eu chorava cantando a música Pai do cantor Fábio Junior*. Depois disso caiu um tronco de mangueira sobre a casa e, quando fui chamar minha mãe para ver o acontecido, ela já estava lá na rua com minha irmã e sobrinha conferindo os estragos do incidente. Continuei no quarto, na minha angustia, sentindo desolada, apática, desinteressada de tudo, com um sentimento mórbido que de fato existe muito forte dentro de mim quando pareço obrigada a aceitar que sou o patinho feio da família, ou melhor, do mundo inteiro, aquele que não consegue e nem quer se entrosar com o grupo no qual está inserido, mas que nada pode fazer, pois não sabe cadê o seu grupo real de afinidades e afetuosidades.
Noutra parte de sonho eu fui com minha irmã a um açougue e, embora eu não coma carne, ela exigiu que eu pedisse a mesma. Eu mal conseguia repetir o nome do tipo de parte de carne que ela queria. Nisso o açougueiro trouxe o pedaço de carne, levantou no alto e rasgou-a com um gancho várias vezes me perguntando se aquele pedaço estava bom. Embora fosse apenas um pedaço de carne, eu senti aquila cena como se estivesse presenciando um assassinato, de tão mal que fiquei. Na volta eu e minha irmã conseguimos carona com uma mulher que estava acompanhada de uma criança, mas houve um problema com o carro dela e tivemos de caminhar a pé o resto do trajeto. No meio do caminho encontramos com minha mãe e contei a ela o que acontecera no açougue, relatando como todo o ocorrido me traumatizara. Minha mãe foi rude com minha irmã chamando-a de capeta e dizendo que ela não ia conseguir consertar o mundo inteiro. Fiquei ainda pior com aquela briga na frente da desconhecida e da criança. Embora estivesse me defendendo, fiquei chocada com a reação de minha mãe. Não sei o que aconteceu depois disso, mas lembro da minha mãe comentando sobre um pequeno vulcão que havia no quintal de casa. Ela queria tirá-lo de lá e escavacava a terra, mas realmente não lembro muito bem.
Todos os sonhos pareceram me confrontar perante minha imensa dificuldade de desvencilhar do meu jeito negativo de de ser uma pessoa subordinada às ordens alheias, insegura, falsa, assustada, submissa, rebaixada em minha autoestima e dependente da proteção alheia como se fosse uma criança. Foi uma noite horrível e interminável! Qual a eficácia de sonhos tão ruins?”
*Pai! Pode ser que daqui a algum tempo; Haja tempo pra gente ser mais; Muito mais que dois grandes amigos; Pai e filho talvez...
Pai! Pode ser que daí você sinta; Qualquer coisa entre; Esses vinte ou trinta; Longos anos em busca de paz...
Pai! Pode crer, eu tô bem; Eu vou indo; Tô tentando, vivendo e pedindo; Com loucura pra você renascer...
Pai! Eu não faço questão de ser tudo; Só não quero e não vou ficar mudo; Pra falar de amor; Pra você...
Pai! Senta aqui que o jantar tá na mesa; Fala um pouco tua voz tá tão presa; Nos ensine esse jogo da vida; Onde a vida só paga pra ver...
Pai! Me perdoa essa insegurança; Que eu não sou mais; Aquela criança; Que um dia morrendo de medo; Nos teus braços você fez segredo; Nos teus passos você foi mais eu...
Pai! Eu cresci e não houve outro jeito; Quero só recostar no teu peito; Para pedir pra você ir lá em casa; E brincar de vovô com meu filho; No tapete da sala de estar; Ah! Ah! Ah!...
Pai! Você foi meu herói meu bandido; Hoje é mais; Muito mais que um amigo; Nem você nem ninguém tá sozinho; Você faz parte desse caminho; Que hoje eu sigo em paz...

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