Obrigada pela visita!

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segunda-feira, 21 de junho de 2010

Dar tempo ao tempo...


Depois de sua prazerosa corrida no parque, “Alra” fez a segunda parte da simpatia tomando um banho fervido com três fatias de gengibre, três folhas de guiné e três colheres de sobremesa de açúcar mascavo. Em seguida ela jogou sobre a cabeça pétalas de cinco rosas (cor de rosa).
As sete horas da noite “Alra” e sua mãe estavam prontas para ir ao terreiro da Mãe “Cenyle”. Havia mais de oito meses que ambas houveram ido a tal abaçá pela ultima vez. O afastamento se dera por pura displicência. Haviam muitos médiuns desconhecidos por lá, mas o movimento de pessoas para serem atendidas parecia o mesmo de sempre. No início dos cantos, toque de atabaque e defumação, “Alra” sentiu-se explodir de emoção por dentro e seus olhos enxeram-se de lágrimas saudosas. Ao ser atendida por Pai Tobias, ela falou sobre sua mediunidade, a busca de um local para desenvolvê-la e a cobrança que todos diziam existir. Pai Tobias explicou-lhe que a cobrança só existe por parte do Orixá de cabeça, mas é uma cobrança positiva igual de mãe e pai que só quer o bem de um filho. Ademais, “Alra” não precisava se desesperar, pois ainda tinha tempo para encontrar-se num local donde lhe preenchesse de fato. Depois de benzê-la passando-lhe as guias pelo corpo, ele pediu para ela beber três goles de sua água com alecrim. Finalizando, ele indicou para “Alra” tomar um banho de água de mina com erva santa do seu Orixá, o qual seria verificado no dia do próprio banho (para confirmar se era Xangô ou não). Também receitou um banho com a água de canjica que deveria oferecer para Oxalá com uma vela branca de sete dias (podia ser feito em qualquer lua, menos a minguante). Ele disse para “Alra” que, aos poucos, dentro do livre-arbítrio dela, tudo seria encaminhado para a tomada de uma resolução sobre seus desígnios e necessidades espirituais. “Alra” poderia ter falado sobre muitas outras coisas (como por exemplo o desejo de um namorado) ao invés de tocar no assunto de sua mediunidade, mas interiormente ela sentia que todo o resto era mero capricho e não uma necessidade real. Reconfortada em suas esperanças e sentindo-se compreendida e amparada, “Alra” retornou leve para sua casa. Ela tinha fé de que estava conseguindo tudo o que necessitava para continuar sendo muito feliz, prospera e cheia de paz. Um dia suas intenções positivas teriam resultados gloriosos. Outra vez ela se via no inicio de um longo caminho de busca donde estava se preparando com o proposito de ficar pronta para o que tivesse de lhe suceder. E munida de serenidade, seu dia tranquilamente chegou ao fim.


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