O dia de “Alra” foi simples: pela manhã ela foi ao supermercado com sua mãe fazer compras, depois ficou algumas horas cozinhando feijão no quintal, fez sua caminhada no Parque do Sabiá aproveitando que estava de sol e, ao chegar, ligou para “Yllaria”, mas ela não estava em casa e sua mãe disse que daria o recado. Pouco depois “Belalú” apareceu e esteve cerca de uma hora conversando com “Alra”. Já eram quase nove horas da noite quando “Yllaria” retornou o telefonema de “Alra” e a ida ao Sintonia ficou marcada. Conforme combinado, uma hora depois ela passou na casa de “Alra” para pegá-la. Embora estivesse ainda cheia de tosse e com a boca ardida de tanto chã de gengibre, “Alra” não conseguiu dispensar a oportunidade tão desejada há tanto tempo. Sua cobiça de poder voltar a dançar foi maior até mesmo do que a sua insegurança que teimava em existir em situações inéditas como se fazia com tal amizade. O passeio em si transcorreu maravilhosamente bem. O local estava um pouco vazio, mas deu para “Alra” matar as enormes saudades que sentia daquele ambiente dançante. Ela não sabia dizer o porquê, mas em verdade o Sintonia era seu local preferido de dançar. O “Jopi” lá estava, mas acompanhado. Ele só passou perto da mesa de “Alra” quando já estava indo embora e despediu-se dela sem muita proximidade. Enquanto dançava ela correspondeu ao aceno de mão do “Tom” que tocava teclado lá no palco (embora sua vontade fosse de abraçá-lo) e também dançou com o intrigante dançarino “Marcelo”.
Rever velhos conhecidos mais que amigos era muito bom e mexia bastante com seus sentimentos. O “Marcelo” deixou-lhe o endereço do MSN, mas “Alra” não sabia se teria como se comunicar com ele, a menos que o fizesse usando o MSN de sua mãe, o que não seria muito bom. De todo modo, o tempo daria-lhe as respostas vindouras. Embora sem ter dançado tudo o que gostaria e ter retornado cedo para casa (uma hora da madrugada) pelo motivo de “Yllaria” ter de acordar cedo no outro dia para trabalhar, “Alra” ainda assim disse ter valido a pena a noite. Como ela esperara por uma oportunidade de voltar a dançar! A realização espontânea disso mais lhe parecia um meritório milagre do destino, arranjado por “Pajib”, do que mero acaso ou coincidência. Poder sair para dançar era sentir a vida lhe sorrir, era sentir a sorte lhe atingir em cheio. Melhor do que isso só se “Alra” arrumasse um namorado pé de valsa, mas independente disso ela rendia graças aos céus, em primeiro lugar pela alimentação e a moradia e depois por todo o resto que estava lhe sucedendo de maravilhoso. Cada vez mais confiante na vida e buscando fazer disso a sua segurança pessoal, ela continuava a dizer para si mesma: “o que é meu está guardado, eu não perco nada por esperar”. Visivelmente ela estava tendo a prova de que sua espera de fé não era em vão. Enternecida de alegria sua madrugada chegou ao fim por volta das três horas da madrugada quando “Alra” finalmente foi dormir.
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