Ao anoitecer “Alra” ligou para “Mateus” e este ficou de ir em sua casa por volta das sete e meia da noite. Assim ocorreu. O relacionamento dos dois andava conturbado: ele garantiu que não pretendia mais procurar por ela, mas que estaria a sua disposição sempre. Embora achasse-o um tanto radical, ela foi obrigada a confessar a sinceridade de que ele não estava sendo o namorado ideal que ela sempre desejara. De um lado ela não queria desejar o príncipe encantado inexistente e, de outro, ele não queria que o desejo dela se reduzisse a alguém como ele que nada podia lhe ofertar além de meros encontros sexuais. Embora ele fosse livre e desimpedido, suas condições para ser responsável por ela e pelo relacionamento eram muito pequenas e isso o fazia esquivar-se do compromisso. Ele não tinha condições de levá-la para passear, viajar, presenteá-la, sustentá-la, etc. Embora ela garantisse que não queria se importar com isso, ele se importava e sentia-se indisposto a manter um namoro que baseava-se apenas em encontros, geralmente na casa dela, e sexo. Escutá-lo dizer isso em tom melancólico e feição abatida fez-la admirá-lo e desejá-lo ainda mais. Ela também não se sentia em condições de se responsabilizar pela união de ambos, mas garantiu que, embora sem possibilidade de idealizar um futuro seguro ao lado dele, não estava insatisfeita por tê-lo apenas enquanto um parceiro de cama, pois compreendia as condições financeiras dele. Ele se sentia mal por não poder proporcionar-lhe segurança sobre o futuro, conforto e demais tipos de prazer que não o sexual. “Alra” não estava cobrando-lhe nada, mas ele se auto-cobrava e por melhor parceiro que fosse na cama, sentia-se não merecedor da mulher que amava. Por mais difícil que fosse encarar aquele término que ele propunha, ela respeitava os sentimentos dele e aceitou o fim pesarosamente. “Alra” entendeu que não o teria enquanto namorado fixo, nem como um futuro esposo, mas que ele sempre estaria disposto a lhe proporcionar a única coisa que ele bem podia: prazer sexual. E foi nisso que o encontro terminou, já que, nem mesmo depois de tal difícil conversa, o desejo de “Alra” por ele apaziguou.
Atualização
Há 4 anos
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