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quarta-feira, 5 de maio de 2010

A ciência de Harry Potter... Capítulo 4 a 7

Continuação: Os alunos, no caso de Hougwarts, punem uns aos outros ridicularizando seus colegas por violações às normas do grupo. A maioria das punições por colegas a violações das normas do grupo é altruísta. Os indivíduos são generosos com outros se os consideram muito semelhantes a si mesmos, e isto também pode manter a cooperação. Isto funciona mesmo se a base para julgar a semelhança foi uma característica completamente arbitrária. Talvez não seja coincidência que uma das delicias de se apaixonar seja a descoberta do quanto temos em comum com a outra pessoa. Conversar com cobras nos lembra que a primeira etapa da evolução da linguagem foi à ligação dos ruídos com o mundo ao redor. Os primeiros humanos tinham algumas vocalizações especificas, de berros a grunhidos, que se tornaram associadas com objetos específicos. Esta categoria de comunicadores primitivos inclui os Trasgos, tão estúpidos que são classificados como bestas no mundo da magia.
As corujas cumprem a função do correio em Hougwarts. Pacotes, correspondências e outras mensagens podem ser amarradas em uma perna ou transportadas em suas garras ou bicos. Apesar de seu uso rotineiro como mensageiras por bruxos e magos, as corujas não são bons animais de estimação, além do que se alimentam de animais quase tão grandes quanto elas mesmas. As ligações entre corujas e folclore são igualmente antigas. A coruja era o símbolo de Atenas na antiguidade. A moeda prateada de quatro dracmas trazia a imagem de uma coruja como um símbolo da patronesse da cidade, Atenas, a deusa grega da sabedoria. Daí vem à idéia de corujas como mensageiras da sabedoria, ainda que na forma de cartas. Na Europa da Idade Media, o pio lúgubre da coruja enchia as pessoas de temores e veio a ser associado com bruxaria. Shakespeare chamou esse pássaro de ‘sentinelas fatais’. O dito ‘tocado pela coruja’ significava estar enfeitiçado. Em toda a Índia, corujas são vistas como maus presságios, mensageiros de má sorte ou servas dos mortos. Até recentemente, as corujas eram pregadas em portas de celeiros, na Grã-Bretanha, para afastar relâmpagos e inveja. Nem todas as corujas do mundo real serviriam como carteiras, porque a maioria das espécies são sedentárias. Mas as pesquisas já sabem que pássaros jovens têm flexibilidade suficiente na arquitetura cerebral para formarem novas redes de células nervosas, necessárias para o trabalho com tarefas novas como recordar localização. Na mitologia, a família dos corvos, ou corvídeos, que inclui gaios, pegas e gralhas, muitas vezes é considerada mais esperta que outros animais, até mesmo que os humanos. Um exemplo disso é que gaios ladrões têm um olho nas costas, o que não ocorre com pássaros honestos, porque sabem por experiência própria que seu alimento pode ser roubado. Pesquisadores notaram que corujas não são tão espertas perante outras aves, as quais no mundo real teriam mais chances de serem carteiras. Até mesmo os pombos já foram utilizados para tal.
Existe uma versão da lula de Hogwarts real e tão enigmática quanto. Uma lenda norueguesa fez menção aos krakens, criaturas marinhas tão grandes que, a distancia, assemelham-se a ilhas. O bispo de Bergen descreveu, em 1753, um imenso monstro marinho ‘cheio de braços’, grande o bastante para esmagar o maior navio de guerra. Incrivelmente, porém, esta lula gigante é real e chama-se Architeuthis, palavras grega que significa ‘lula maior’, e que é um dos grandes mistérios da vida na Terra. Quando Harry viu pela primeira vez os Explosivins, estes se pareciam com lagostas sem casca e deformadas, com pernas em lugares estranhos e sem cabeças visíveis, que podiam soltar ‘puns’ ocasionais. Quando competiu no Torneio Tribuxo, um exemplar já atingira três metros e meio e, com seu ferrão, parecia-se a um escorpião gigante. As tecnologias da engenharia genética oferecem muitas oportunidades para a criação de um Explosivim, mas uma de suas características, surpreendentemente, já pode ser encontrada em uma criatura do mundo real: um besouro bombardeiro. A presença de caracóis cor-de-laranja venenosos em Hogwarts poderia significar a presença de magia negra. Na verdade, podemos imaginar facilmente um xamã de tempos antigos encontrando muitos usos para essas belas criaturas. Venenos de caracóis tipicamente carregam em si não apenas os quatro ou cinco componentes típicos do veneno de uma aranha ou cobra, mas até 200, tornando-os uma fonte preciosa de novas substancias farmacêuticas em potencial. Criaturas estranhas do mundo real exercem o equivalente a Maldição Imperius, do tipo inclemente que coloca a vítima sob o controle de quem lance o feitiço. Dicrocoelium dendriticum, o parasita hepático em forma de arpão que afeta o gado, tem no seu ciclo vital esse poder.
A solução do crescimento que faz com que qualquer parte da anatomia expanda-se com seu contato, bem como o cão monstruoso de três cabeças podem ser resultados de esforços de uma engenharia genética enlouquecida. Recentemente, cientistas descobriram um modo de manipular moléculas para criar pintos com dois bicos, sendo esta a primeira vez que características faciais foram alteradas de um modo possível de reprodução, sem a movimentação de tecidos. Tais experiências não são um uso frívolo da magia cientifica. O trabalho é motivado por uma necessidade para compreender os genes que controlam o desenvolvimento facial e que, quando apresentam falhas, causam deformidades. Mutações genéticas que afetam parte do desenvolvimento raramente são letais, mas muitas vezes arruínam a vida de uma pessoa. Descobriu-se que um bom sacolejo reforça os ossos: em experiências nas quais vibrava as pernas traseiras de ovelhas 30 vezes por segundo, durante 20 minutos por dia, ele produziu um aumento de trinta por cento na densidade do tecido ósseo, comparado com controles. Esse modo vibratório de melhorar os ossos não tem os efeitos colaterais de ardência na garganta mencionadas por bruxos e magos que usam o Esquelesce, poder de restaurar os ossos.
O trabalho de reverter o relógio do desenvolvimento está sendo tentado com vigor no planeta inteiro, porque os cientistas desejam usar o método para a criação de células-tronco embriônicas, as células avós de todos os outros tipos de células. Estas podem ser usadas, por exemplo, para consertar um coração com danos, ou para a criação de células nervosas produtoras de dopamina para o cérebro de um paciente com doença de Parkinson. O livro faz associação do Hinkypunk, fogo-fátuo que se sustenta com uma única perna e consiste de rolos evanescentes de fumaça, com um enxame de bactérias em uma poça de água lamacenta. Na mitologia, vemos muitas criaturas cruzando os limites entre diferentes espécies. Os antigos criaram a lenda da sereia (mulher peixe), do sátiro (homem bode), o hipogrifo (cavalo alado do amor) e da quimera (besta com cabeça de leão, corpo de bode e cauda de dragão). Pois a ciência moderna começa a trazer a vida tais seres que podem ser criados pela mistura de embriões (células-tronco embriônicas) de diferentes animais. Houve a tentativa de um tratamento radical para a Aids que misturava células sanguíneas humanas e de babuíno na esperança de produzir células do sistema imunológico do babuíno que combatessem a doença. Infelizmente o tratamento não funcionou. Kawkes, a fênix, com sua plumagem vermelha e dourada, libera lágrimas curativas que ajudam Harry. Deixando de lado as origens do próprio pássaro, já existem evidencias de que as lágrimas realmente possuem ingredientes curativos, como proteínas que evitam bactérias.

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