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terça-feira, 25 de maio de 2010

Sonho (respondido) com maracujás...


“Eu subia uma rua levemente inclinada e tinha uma longa parte toda coberta com um pé de maracujá cheio de frutos. Não resisti a tentação de querer levar uns para casa, mas parei na espera da rua ficar vazia. Fiquei sem graça pensando que alguém poderia me chamar a atenção. Embora houvesse muitos frutos, eu não sabia de quem exatamente eles pertenciam. Entretanto, como a rua nunca diminuía seu intenso movimento de pedestres passando nas calçadas, arrisquei-me e colhi três maracujás. Eles estavam grandes, compridos, pesados e variavam entre o tom bem amarelo para os mais lisos e um amarelo beje para os enrugado. Eu fiquei com as mãos um pouco cheias e pensei que seria muito bom se encontrasse ou conseguisse uma sacola. Eu já carregava um caderno e um envelope. Também estava com uma garrafa de água, mas no que fui apanhar os maracujás eu perdi-a. Não lembro o resto. Noutra parte de sonho eu fui encontrar com minha prima jornalista que está fora do Brasil num Au Pair. Parece que nós íamos ensaiar umas músicas para cantar em grupo ou algo do gênero. Ela estava terminando uma reunião com um monte de pessoas aparentemente importantes e que rapidamente me foram apresentadas. No que estávamos indo para sua sala, passamos por um grupo de crianças, provavelmente de cinco a seis anos, que pintavam auto-retratos perfeitos e me senti rebaixada em minhas capacidades artísticas. Aquele lugar que me era desconhecido parecia um grande núcleo encantado de artes variadas como música, dança, pintura, artesanato, etc. Infelizmente não lembro mais nada”.
Disse-lhe que a fruta é símbolo do desejo, da satisfação do instinto de sobrevivência, o alimento da fome e dos desejos carnais. A imagem do seu desejo lembrou-me o pecado original: Eva colhendo o fruto, experimentando o desejo e indo na busca de sua satisfação. Mas para cometer o pecado, “Alra” está preocupada com a indiscrição e os olhares alheios, preferindo não se arrisca de imediato. Assim ela se reprime, castra o desejo com medo da condenação coletiva. Entretanto, a força do desejo pulsa, ela consegue romper o bloqueio do medo de ser descoberta pecando e cata as frutas. Daí vem a surpresa: suas mãos estão carregadas de coisas e, outra vez, seu prazer corre o risco de ficar castrado. Carregadas de quê? Caderno e envelope, ou seja, conceitos escritos, princípios registrados, linguagem de abertura ou fechamento. Envelope pode ser associado com virgindade. “Alra” não é mais uma virgem casta, já experimentou o sabor da “fruta”, o envelope, a porta do pecado que foi aberta. Unida a essa realidade, está “Alra” virgem e casta por fazer-se ou comportar-se como uma. Pode também ser a origem do desejo do casamento (sonho anterior), já que no casamento o pecado é “permitido”. A sequência do sonho a leva para a questão ainda em evidência de sua baixa estima. Associada à sua dificuldade de realizar o prazer, sua atitude repressiva e castradora reduz sua autoestima. A questão das artes sinaliza sua dificuldade de sublimar seus desejos, ou seja, “Alra” não vem conseguindo sucesso na realização de seus anseios, ao contrário, se sente fracassada e inferiorizada. O que me impressionou nesse sonho foi a capacidade do inconsciente de construir a mensagem exata do momento no qual ela está inserida e, principalmente, referenciar simbolicamente a amizade com o “Jopi”. De resto, rua é a subida, o acesso à questões mais amplas, que merecem um olhar, consciência acrescida, ascensão, relação entre o individual e o coletivo. Mais um sonho analisado que garantiria alguns momentos de reflexão para “Alra”.

COLABORAÇÃO ESPECIAL: M. EDUARDO

APOIO: A_LINGUAGEM_DOS_SONHOS

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