Antes de tudo respondi sua pergunta dizendo que sonhos não são espelhos da vida real, distantes ou aproximados, mas sim um canal de conexão entre a consciência que construímos e o inconsciente que nos originou, ou que nos compõem. São, portanto, um ponto comum, um fluxo de conexão entre a consciência e o inconsciente, um lugar em que a consciência do que somos, intermediadora entre a realidade, se conecta com o fluxo continuo de energia, com o núcleo de poder que ordena, configura, regula e determina nossa essência como seres. As dimensões, Interna e Externa, apesar de serem únicas, são diferenciadas, por realidades fenomenológicas específicas de cada realidade. Vejamos:
1. O tempo que a civilidade construiu na evolução da mesma e a dimensão diferenciada do tempo interno da vivência psíquica e do universo onírico;
2. A realidade tridimensional diferencia-se das dimensões físicas da realidade onírica, a qual pode ser vivida em bi-dimensão ou mono-dimensão;
3. Se na tri-dimensão temos largura x altura x profundidade, os sonhos podem ser construídos como imagens bidimensionais com altura x largura e a profundidade é sugerida na imagem e supostamente vivida na ampliação da mesma. Por exemplo: na vivência onírica, ao olhar a imagem donde se está inserido, um ponto é focado pelo olhar sendo ampliado e fazendo o sujeito ter a ilusão de profundidade. Consequentemente, terá também a ilusão de viver a sensação de tridimensionalidade. Desta forma a psiquê consegue favorecer a ordenação da consciência nesta realidade bidimensional. Por isso, muitas vezes, as imagens passadas em velocidade sob esse olhar tentam manter certa linearidade que favorece e permite à consciência manter-se presente (existindo como fenômeno) em baixos níveis de tensão, frequência e memória linear. Este é um esforço excepcional que a psiquê faz uso para conseguir manter uma conexão com essa consciência, que somos nós, com o objetivo de interferir ou sinalizar as mudanças que necessitam ser realizadas na condução do organismo dentro da nossa realidade de consciência, na dimensão em que vivemos;
4. O tempo como dimensão, no universo onírico, é mais abstrato, mais próximo de sua possibilidade como fenômeno, ou seja, é menos rígido do que no mecanismo do nosso tempo real, que é tão evidente em decorrência da regularidade solar e da relação dia/noite pelas mudanças. No sonho não há tempo para a regularidade estelar. Os sonhos são construções rápidas e intensas, em estágios de repouso que permitem essa inserção psíquica. Portanto se fazem mais elásticos. A intensidade do vivido pode dar a impressão de ter sido longo o tempo de vivência. Estados de relaxamento também podem promover essa sensação de tempo longo, bem como sonhos de confronto com múltiplos eventos ou conceitos e acontecimentos. Já as imagens rápidas passam a ideia de tempo breve. A morte, portanto, não significaria simplesmente um retorno à indiferenciação das águas primordiais, pois a diferenciação conquistada seria partilhada com o todo para a evolução do mesmo, mas manter-se-ia diferenciada a matriz da conquista evolutiva na linhagem separada.
Quanto aos sonhos fragmentados, disse-lhe que todos possuem a singularidade do afeto manifesto em dinâmica familiar, tendo no último a recorrência da dança. As manifestações aparecem com mudanças: a capacidade de expressar o afeto vem sendo transformada. “Alra” mostrou-se mais aberta para as relações de afeto e a dança foi o seu exercício de troca afetiva por excelência, seu símbolo de comunhão, aceitação, partilhamento, conjunção mente e corpo, quebra das defesas e das resistências, diminuição da severidade, da autocrítica e do julgamento. A dança no sonho demonstra inclusive a melhoria da autoestima, da confiança em si mesma, da introdução do lúdico na sua vida. O sonho possui a dinâmica de transformação de sua relação com o mundo. A presença do pai é rica e importante, pois tanto o pai quanto a mãe devem ocupar o mesmo lugar de importância na vida dos filhos. Não há um mais importante do que o outro. Assim, ele vem para ocupar o espaço que lhe cabe. Pessoas morrem, mas ancestrais são eternos. Os sonhos muitas vezes se fazem de canal para a convivência com entes queridos que mudaram de dimensão e que anseiam por nossa evolução, a qual implica na responsabilidade de sermos “melhores” e mais realizadores do que nossos antepassados.
A gata selvagem em “Alra” se amansa: mantêm a característica original de felina sem o comportamento arredio e agressivo. Manifesta-se a suavidade felina que deixa de ser ferina. O sonho mostra que o sentimento de exclusão não está ligado a rejeição, mas sim à baixa estima, ao papel de vitima que foi incorporado. O registro como filha de Deus é uma espécie de inclusão e aceitação no grupo familiar, por ela mesma, já que é ela quem se exclui e se marginaliza. A dança final mostra o prazer que aflora e se manifesta em forma da comunhão e sincronia dos conteúdos. É a manifestação do comportamento lúdico e pleno, o retrato da celebração da vida. Para finalizar, disse-lhe que tais sonhos não eram distantes de sua vida real conforme imaginava. Aos poucos, com o tempo, ela própria constataria essa sublime mudança que se externaria fazendo-se mais real, nítida e concreta.
1. O tempo que a civilidade construiu na evolução da mesma e a dimensão diferenciada do tempo interno da vivência psíquica e do universo onírico;
2. A realidade tridimensional diferencia-se das dimensões físicas da realidade onírica, a qual pode ser vivida em bi-dimensão ou mono-dimensão;
3. Se na tri-dimensão temos largura x altura x profundidade, os sonhos podem ser construídos como imagens bidimensionais com altura x largura e a profundidade é sugerida na imagem e supostamente vivida na ampliação da mesma. Por exemplo: na vivência onírica, ao olhar a imagem donde se está inserido, um ponto é focado pelo olhar sendo ampliado e fazendo o sujeito ter a ilusão de profundidade. Consequentemente, terá também a ilusão de viver a sensação de tridimensionalidade. Desta forma a psiquê consegue favorecer a ordenação da consciência nesta realidade bidimensional. Por isso, muitas vezes, as imagens passadas em velocidade sob esse olhar tentam manter certa linearidade que favorece e permite à consciência manter-se presente (existindo como fenômeno) em baixos níveis de tensão, frequência e memória linear. Este é um esforço excepcional que a psiquê faz uso para conseguir manter uma conexão com essa consciência, que somos nós, com o objetivo de interferir ou sinalizar as mudanças que necessitam ser realizadas na condução do organismo dentro da nossa realidade de consciência, na dimensão em que vivemos;
4. O tempo como dimensão, no universo onírico, é mais abstrato, mais próximo de sua possibilidade como fenômeno, ou seja, é menos rígido do que no mecanismo do nosso tempo real, que é tão evidente em decorrência da regularidade solar e da relação dia/noite pelas mudanças. No sonho não há tempo para a regularidade estelar. Os sonhos são construções rápidas e intensas, em estágios de repouso que permitem essa inserção psíquica. Portanto se fazem mais elásticos. A intensidade do vivido pode dar a impressão de ter sido longo o tempo de vivência. Estados de relaxamento também podem promover essa sensação de tempo longo, bem como sonhos de confronto com múltiplos eventos ou conceitos e acontecimentos. Já as imagens rápidas passam a ideia de tempo breve. A morte, portanto, não significaria simplesmente um retorno à indiferenciação das águas primordiais, pois a diferenciação conquistada seria partilhada com o todo para a evolução do mesmo, mas manter-se-ia diferenciada a matriz da conquista evolutiva na linhagem separada.
Quanto aos sonhos fragmentados, disse-lhe que todos possuem a singularidade do afeto manifesto em dinâmica familiar, tendo no último a recorrência da dança. As manifestações aparecem com mudanças: a capacidade de expressar o afeto vem sendo transformada. “Alra” mostrou-se mais aberta para as relações de afeto e a dança foi o seu exercício de troca afetiva por excelência, seu símbolo de comunhão, aceitação, partilhamento, conjunção mente e corpo, quebra das defesas e das resistências, diminuição da severidade, da autocrítica e do julgamento. A dança no sonho demonstra inclusive a melhoria da autoestima, da confiança em si mesma, da introdução do lúdico na sua vida. O sonho possui a dinâmica de transformação de sua relação com o mundo. A presença do pai é rica e importante, pois tanto o pai quanto a mãe devem ocupar o mesmo lugar de importância na vida dos filhos. Não há um mais importante do que o outro. Assim, ele vem para ocupar o espaço que lhe cabe. Pessoas morrem, mas ancestrais são eternos. Os sonhos muitas vezes se fazem de canal para a convivência com entes queridos que mudaram de dimensão e que anseiam por nossa evolução, a qual implica na responsabilidade de sermos “melhores” e mais realizadores do que nossos antepassados.
A gata selvagem em “Alra” se amansa: mantêm a característica original de felina sem o comportamento arredio e agressivo. Manifesta-se a suavidade felina que deixa de ser ferina. O sonho mostra que o sentimento de exclusão não está ligado a rejeição, mas sim à baixa estima, ao papel de vitima que foi incorporado. O registro como filha de Deus é uma espécie de inclusão e aceitação no grupo familiar, por ela mesma, já que é ela quem se exclui e se marginaliza. A dança final mostra o prazer que aflora e se manifesta em forma da comunhão e sincronia dos conteúdos. É a manifestação do comportamento lúdico e pleno, o retrato da celebração da vida. Para finalizar, disse-lhe que tais sonhos não eram distantes de sua vida real conforme imaginava. Aos poucos, com o tempo, ela própria constataria essa sublime mudança que se externaria fazendo-se mais real, nítida e concreta.
COLABORAÇÃO ESPECIAL: M. EDUARDO
APOIO: A_LINGUAGEM_DOS_SONHOS
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