Obrigada pela visita!

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domingo, 16 de maio de 2010

Eu e minha virginiana...

“Olá 'Pessoal do mundo todo'! Passei um domingo muito tranquilo na minha casita. Na parte da manhã fui para o Parque do Sabiá correr com minha amada. “Alra” contou-me que era para ela e sua mãe viajarem para Caldas Novas hoje no ônibus do meio-dia, mas depois de muito ensaio elas desistiram na ultima hora. “Alra” me disse que é sempre assim: elas falam de viajar, mas na verdade, não querem sair de casa é nada. E desde o inicio do ano que a viajem para Palmelo estava sendo cogitada semana após semana, mas vem ficando só na postergação. Minha sogra queria fazer as duas viagens em uma só, indo para Caldas e depois passando em Palmelo, mas minha amada está empenhando mais de ir para Palmelo, pois é um lugar desconhecido e, ademais, em Caldas estão suas duas tias e avó, ou seja, impossível escapar de um encontro familiar desagradável, pois para “Alra” estar com a família é sempre um tanto chato e incômodo.
Depois de nosso exercício físico matinal, convidei-a para passar na minha casa e demos risada quando inventei de brincar com o sonho que ela me contara de imperatriz. Tentando ativar sua fantasia de mulher submissa e a minha de homem respeitador, tornei-me seu imperador e ela minha rainha imperatriz. Improvisamos um mini teatro:
___ Senhora minha esposa! - lhe chamei com voz grossa tentando ficar sério.
___ Sim, senhor meu marido – respondeu ela aparecendo solicita e abaixando a cabeça em sinal de submissão e pudor.
___ Quero lhe apresentar dois cavalheiros amigos meus – tive de desdobrar-me em outros dois personagens que, após serem apresentados, se curvaram beijando a mão de “Alra” imperatriz de modo cortês. Depois disso voltei a minha posição de imperador e continuei a fala: - Bem, senhores da côrte, uma vez que dei-lhes a graça de conhecerem a nobre dama deste palácio, peço-lhes licença, pois o assunto que tenho a tratar agora é com minha esposa, alteza de minha vida, mãe de meu filho e de outros futuros que virão para suceder meu reinado. Estamos trabalhando em prol da nossa prole e precisamos partir para nosso aposento mais particular a fim de... - não contive o riso vendo “Alra” também morrendo de vontade de rir.
___ Continua – sussurrou “Alra” se divertindo com minha interpretação cômica.
Foi impossível continuar, pois caí numa crise de riso sem saber finalizar o improviso.
___ Senhor meu marido, o que é isso? O que passas contigo? Mal os cavalheiros se foram e ficas aí a rir de minha cara? - “Alra” surpreendeu-me com a improvisação, mesmo que ainda com cara de riso.
___ Desculpe, senhora minha esposa, é que não consegui conter-me da cara de inveja daqueles dois – respondi rindo mais ainda. Não sabendo o que falar para prosseguir a encenação, tentei encerrar o teatro dando-lhe um beijo. Levantei os ombros e as sobrancelhas indicando que minha inspiração tinha acabado.
___ Que tal mandar eu me despir e ir esperá-lo na cama? - perguntou ela deixando sua fantasia vir à tona.
___ Você não é minha vassala. Por acaso realmente tem esse fetiche de homem à moda antiquíssima?
___ Se a autoridade for respeitosa, sim.
___ Pois eu prefiro ser o imperador que sai de cena e vai cuidar doutros afazeres.
___ E que deixa a mulher sedenta de desejos?
Não teve jeito, tive de fazer o papel real de homem dominador, com todo respeito, claro. E tivemos um maravilhoso momento de intimidade fantasiosa e recheada de muito prazer. Foi divertido, muito! “Alra” é uma típica virginiana que pode ser muito determinada quando se trata de ir em busca da felicidade, esteja ela onde estiver! Faz o estilo de mulher que percebendo um amor como verdadeiro, coloca-o acima de tudo. Dizem que as virginianas são as únicas a serem capazes de contrastar entre ser terrivelmente prática e divinamente romântica. Apesar de ser uma mulher determinada, “Alra” não é do tipo que se atira de cabeça sem gastar um bom tempo analisando o que melhor deve ser feito. Também não é uma mulher que gosta de chamar a atenção como uma leonina, ou que goste de aventuras e mudanças bruscas em sua vida. Não, para ela tudo deve ter uma certa lógica e um motivo. “Alra” gosta do sossego, tem gosto afinado para artes e não é muito afeita a aglomerações ou badalações conforme exato perfil de uma virginiana. Ela foge do modismo. Além de persistente é prática, eficiente, econômica e detalhista. Quando ela resolve se entregar à uma tarefa, pode esperar que o resultado será o melhor! Normalmente ela costuma ter uma aparência serena e sempre o mesmo sorriso discreto, olhar tranquilo e gestos calculados. Mas, mesmo possuindo este autocontrole e este comportamento sereno, ela já me confidenciou que costuma ser devorada por ansiedades que nunca deixa transparecer.
Embora ela não se ache, eu a julgo uma perfeccionista perante seus próprios defeitos, exatamente por ser muito crítica de si mesma em primeiro lugar e de tudo em segundo. É como se não existisse meio terno: ou consegue o melhor ou tem apenas o pior! Entretanto, ela não deixa isso atrapalhar sua auto-estima. Ela reconhece seus talentos e sabe do que é capaz. Ao mesmo tempo, reconhece que todo ser humano tem defeitos, mas não permite que eles a abalem a ponto de ficar sem ação. Ela acredita que os desafios são bem-vindos e está sempre em busca de melhoria e superação. Ela é daquelas que gosta de ser conquistada aos poucos com romantismo, mas desde que não seja meloso, nem ciumento. Ela faz charme perante uma pitada de autoritarismo masculino, mas sem agressividade, claro. Ela se dedica totalmente apenas àqueles em quem confia, e as pequeninas coisas podem significar muito para ela. Apesar de sua timidez e tranquilidade, é bastante firme e forte para que um homem encontre nela um porto seguro, assim como encontrei. Adoro sua coragem e senso de responsabilidade. Em resumo, ela é o tipo de mulher zen e serenidade é o seu lema na vida. Nada de agir por impulso, de gastar energia à toa. A vida para ela visivelmente é muito mais do que emoções efêmeras. Meditar e ponderar as razões dos fatos é fundamental para sua consciência e para sua paz interior. Tenho aprendido muito com ela. Bem, depois escrevo mais, isso é, se “Alra” me conceder a vez novamente. Então, até outra hora!”

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