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sábado, 27 de junho de 2009

Super dia de trabalho no quintal


"Ágape" acordou com disposição para fazer um bolo e seu dia começou na cozinha. Dessa vez ela inventou um bolo de chá duas cores. No miolo ela fez uma massa escura com café e soja torrada, rodeando-a com uma massa mais clara donde colocou chá de canela e cravo. Em ambas as massas ela fez sua mistura tipicamente pessoal e exótica com ingredientes geralmente pouco utilizados para bolo (como um resto de pão e rosca amanhecidos, legumes, polvilho e até mexerica). Na volta do dia seu bolo já estava pela metade. Pela manhã ela deu uma rápida limpada na casa e depois do almoço fez uma super poda num dos pés de mexerica do quintal. Foi o dia praticamente todo cerrando galhos. Como estes não couberam num único monte, "Ágape" colocou-os divididos em dois canteiros (donde não havia nenhuma planta) e ali os pretendia deixar até cair as folhas para depois "Graúda" chamar um carroceiro a fim de levar embora apenas os troncos. Obviamente que "Ágape" não desperdiçaria as folhas para servir de adubo orgânico no seu quintal. Um pouco cansada ela nem teve pique para ir ao parque correr e resolveu apenas fazer alguns exercícios amenos em casa mesmo, ao menos assim colocava os abdominais em dia. A mesa da cozinha ficou repleta de um resto de mexerica que estavam na ponta dos galhos altos e também uma infinidade de chuchus que "Graúda" aproveitou para colher. "Ágape" adorava a fartura de seu quintal e era difícil para qualquer um crer que ela, em sua serenidade tipicamente confundida com moleza e languidez, tinha capacidade para lidar com serviços tão pesados e poder-se classificar até como um trabalho masculino. Sempre ao me deparar com situações do gênero fiquei a refletir o quando nos enganamos quando achamos que aparência vale mais do que a percepção real de conhecer, desvendar e descobrir os outros. A questão nítida é que "Ágape" não se fazia forte e ágil para se aparentar melhor ou mais capaz, mas sim para cumprir suas vontades pessoais. Daí compreender que pessoas pacatas não significam serem moles, tolas, sem malicia, inúteis, etc. "Ágape" sabia disso tão bem que nunca precisou provar a ninguém suas capacidades pessoais. Ela se conhecia e se amava, não precisando mostrar nada a ninguém e nem provar suas capacidades ou qualidades. Ela sabia o que era e não se importava com o que o mundo pensava que ela era. Cada um a veria de uma maneira, mas apenas sua maneira de se ver lhe era fundamental. E outra lição sempre me tocou em situações do gênero: com que tipo de olhar escolhemos ver os outros? Olhos de julgamento, critica, indiferença, amor, compreensão, ternura, respeito? De acordo com nosso passado e jeito de ser os nossos sentidos moldam nossa visão. Muitas vezes enxergamos, mas não vemos o principal que apenas os olhos do amor conseguem captar. É por isso que uma mesma pessoa pode ser super querida por uns e detestada por outros simplesmente num bater de olhos. Boa reflexão, mas a deixarei para outra hora. O dia de "Ágape" foi esse e tranqüilamente sua vida corria nos conformes.

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