Olá querido ‘Mateus’! Aqui o frio está dando dor nos ossos e de ontem para hoje a temperatura caiu dos normais vinte e cinco graus para sete graus. Infelizmente vou ter de ficar uma temporada (não sei de quantos dias) sem ir fazer minha corrida no Parque do Sabiá, pois com tamanho frio realmente não animo nem um pouco, se ao menos fizesse um sol mesmo que fraco, mas por enquanto o céu está nublado e a garoa dá até impressão que vai nevar. Não gosto de frio de maneira alguma e chego a ficar entristecida quando passa muitos dias sem sol. Uma vez ficando mais quieta em casa, logicamente a cabeça começa a repensar na vida. Estive pensando sobre o papel da mulher no mundo moderno versus meu jeito antiquado de ser caseira e amante dos afazeres domésticos. Os avanços na emancipação da mulher foram conquistados por elas mesmas, a custo de muita controvérsia, ataques e incompreensões. Estou falando da cultura cristã ocidental. Como foi possível pensar-se que haveria harmonia no mundo, que atingiríamos um patamar de civilização superior, deixando de lado, excluindo, mais da metade dos seres humanos? Neste ponto aprovo a mulher que progride no mercado de trabalho igual ao homem e às vezes até melhor qualificada que este. As conquistas das mulheres rompem com um paradigma ignóbil, secular, através de todas as culturas. Todavia, a igreja cristã não rompeu com as pressões culturais e o cristianismo não criou, quando se implantou, condições para que as mulheres tivessem acesso à cultura, ao poder e ao saber. Ao contrário, as reprimiu. A mulher, sob o ponto de vista de moral cristã e, certamente também pela cultura islâmica, é considerada a serpente que instalou o pecado no mundo. Adão, na teologia foi influenciado por Eva e esta é quem, afinal, precipitou a expulsão do paraíso, pelo administrador Jeová. A igreja chegou a duvidar se a mulher tinha alma. A sexualidade está no meio dessa tragédia. Objeto sexual dos homens, as mulheres sempre estiverem presentes na história, ora como heroínas e a mais das vezes como prostitutas, mesmo sem sê-lo, sempre que rompiam, certos primados moralistas e colocavam em cheque o poder masculino. Marcos do processo de emancipação feminina no Ocidente foram o direito a votar, educação em todos os graus, profissionalização, a princípio para determinadas profissões e, hoje, sem barreiras, liberação sexual, participação política, social e empresarial.
As estruturas culturais estabelecem certos primados que se cristalizam nas mentes e permanecem através dos tempos, produzindo comportamentos que tornam o injusto em justo, os insensatos em sensatos. A divisão do trabalho entre e homens e mulheres, embora não uniforme em todas as culturas, privilegiou o homem e concebeu uma forma de dominação a que, devido às pressões culturais e religiosas, foi absorvido, aceito e transmitido, mesmo pelas próprias mulheres. Por isso, sempre que esse modelo é rompido, instala-se a inquietação; as mudanças de paradigmas confundem e abrem, para a maioria, em determinado momento, um abismo de dissolução social, de perda de limites. Com o tempo, quase sempre, as coisas se acomodam, com largo período de transição em que o rompimento se transforma em transgressão, dando oportunidade à exaltação de certos instintos reprimidos. Hoje, nos regimes muçulmanos, a mulher é objeto sexual e reprimida inclusive com chicote, com obrigação de cobrir corpo. Mas a cultura ocidental também discriminou o corpo. Objeto de censura pela igreja, estabeleceu uma dicotomia entre alma e corpo. Este, devido a ser veículo da sexualidade, foi considerado objeto de concupiscência, de pecado. Escondê-lo, não tocá-lo mesmo, em alguns situações, era providência de salvaguarda do pecado. O corpo da mulher, especialmente, foi objeto de ordenações moralistas, incluídas em livros sagrados das religiões. A partir do término da Segunda Guerra Mundial, todavia, o corpo da mulher foi cada vez mais exposto, até chegar à nudez completa em teatros, televisão, cinema e revistas, quando não em público comum.
A emancipação de grande parte da mulher ocidental, porque há muitas ainda sob o regime repressivo, direto ou indireto, aceito e concedido por sociedades específicas, marca o desenvolvimento da cultura dos países do Ocidente. Fatalmente chegará às culturas islâmicas e, mais tarde, à africana, incluindo aí também o mundo asiático, tão cheio de nuanças e labirintos comportamentais. Lembremo-nos de que na China, por exemplo, nascer mulher é um estorvo que justifica o sacrifício de meninas ou seu abandono. No resto da Ásia, a mulher perambula entre o islamismo e crenças múltiplas, que chamaremos para simplificar, de budistas, onde o casamento é um negócio entre famílias e a mulher objeto, precisando, em muitos casos, de dotes para conseguir um marido. Na África, a mutilação do clitóris nas meninas é produto da ignorância e da negação do prazer às mulheres. Aliás, a negação do prazer sexual da mulher foi prática adotada também pela cultura ocidental, que pregava que o orgasmo feminino era sinal de inferioridade moral. A emancipação da mulher, como vemos, não é simples questão de progresso social e libertação de uma grande parte do gênero humano. Implicou em mudanças radicais nas estruturas sociais, familiares, religiosas e humanas. Resultaram na inclusão e modificação de costumes, leis, formas de relação, direitos e deveres. Foi Jesus o primeiro que propôs à mulher uma condição de ‘status’ social igual a do homem. Todo inócuo argumento machista de a mulher ser apenas a sombra do marido, procriadora por excelência, objeto de prazer ou apenas alguém que tome conta da casa, é evidente que precisa ser aclarado e desfeito, por ser fenômeno extemporâneo. Concebo, até, que a mulher deva reduzir, o quanto lhe for possível, o tempo gasto no trabalho profissional e se esforce mais na tarefa da educação de seus filhos, preferindo ganhar um pouco menos em valores materiais e potencializando seus tesouros espirituais. Sabemos que atualmente não está fácil essa tarefa, pois a sociedade se curvou ante o consumismo materialista, seqüestrando a mulher do lar para enclausurá-la nas funções hodiernas, às vezes, subalternas a sua grandeza e, quase sempre, estranhas à sua natureza.
A administração de uma família, atualmente, é tarefa extremamente importante. Dentro dessa pequena república, há o fator econômico, as regras, a disciplina, o zelo, as tradições e a responsabilidade da formação moral e intelectual dos filhos. A mulher deve conciliar o papel de mãe e esposa, por vezes, deixado um pouco de lado. Por isso, é importante não permitir que a competição do casal, as pressões do status, do dinheiro e do destaque sociais roubem o equilíbrio que a felicidade da família requer. Nada mais justo que a luta pela causa de maior liberdade e direito para ela. Afinal, na Ordem Divina não há distinção entre os dois seres. Porém, urge muita cautela. Os movimentos feministas, embora tenham seu valor, costumam cair no radicalismo, querendo fazer da participação natural uma imposição. É isso o que mais me incomoda. Muitas vezes, em seus intuitos, ao lado de compreensíveis pleitos, enuncia propósitos que fariam da mulher, não mais mulher, mas arremedo do homem. São muitas as razões que as mulheres dão para deixar o lar, e muitas delas são superficialmente convincentes. Hoje em dia, a maior parte das meninas e jovens está sendo levada a acreditar nessas desculpas. Uma dessas razões errôneas para deixar o lar é de que as mulheres não podem ser úteis e felizes se permanecerem no lar. Outra desculpa comum é de que seria um desperdício de vida, educação e habilidades físicas e mentais da mulher gastar sua vida no lar. Minha irmã pensa assim, mas eu não consigo pensar como ela. As mães que trabalham fora argumentam que seus filhos precisam aprender a ser ‘independentes’ ou que alguém mais pode fazer o excelente trabalho de criar seus filhos e cuidar de seu lar. Há uma pequena porção de mulheres que trabalham fora que acreditam que sua família realmente precisa delas. Acreditam que gastar tempo com suas famílias antes e depois do horário de trabalho é o bastante para satisfazer suas necessidades. A desculpa mais popular usada pelas mulheres que trabalham fora é a necessidade de dinheiro. Fazendo dinheiro, acreditam que podem prover um tipo de vida melhor a suas famílias e seus filhos com um número maior de oportunidades. Infelizmente a sociedade tem vagarosa, mas seguramente, mudado na valorização de uma mulher não pelo que ela é, mas por aquilo que ela ganha. Por em prática a crença de que as mulheres devem trabalhar fora de casa tem efeitos sobre toda a humanidade e sobre a história do mundo.
Quando observamos os resultados de mulheres que trabalham fora de casa, é fácil pensar apenas nela, a mulher, mas para mim, precisamos considerar não só ela, mas também aqueles a quem sua ausência afeta. O trabalho fora de casa também falha ao dar às mulheres um escape para rotinas e exigências que estão ligados a ficar em casa. Os trabalhos fora de casa têm transformado as mulheres em máquinas que cumprem diariamente sua quota de produção. As feministas freqüentemente desculpam-se por trabalhar fora dizendo que permanecer no lar causa depressão. Maggie Scarf, que escreveu o livro Unfinished Business* refuta essa desculpa. Com base nas descobertas da Yale Depression Unit, diz que as esposas que trabalham fora e as que trabalham no lar estão igualmente suscetíveis a serem depressivas. É interessante notar que ela também identificou que maridos de mulheres que trabalham fora são mais vulneráveis à depressão do que maridos de donas-de-casa. Para mim, parece que o local de trabalho oferece um sonho dourado para as mulheres, mas esse sonho não é a realidade. Trabalhar fora de casa também roubará a paz mental da mulher. Culpa, preocupação e infelicidade geralmente acompanham uma mulher que trabalha fora. Não importa o que as mulheres que trabalham fora digam sobre o quanto é correto deixar seus lares e famílias, a maior parte delas luta com a culpa. Como colocou o autor, ‘o esforço aqui é claramente interno. É a elas mesmas que procuram convencer acerca da pureza de seus motivos, da justiça de suas ações, enquanto todos os seus instintos tentam convencê-las de que estão fazendo algo errado’. É a felicidade que a maior parte das mulheres que trabalham fora professam, mas é o oposto que se observa em suas vidas. Ainda que essas mulheres não tenham filhos, é difícil para elas estarem inteiramente felizes quando não estão fazendo aquilo para o qual foram feitas. Além da culpa e da infelicidade, a preocupação persegue as mulheres que trabalham fora, especialmente as mães. Parece-me que o custo para as mães que trabalham fora ultrapassa os benefícios. Ganhar mais dinheiro compensa perder sua família? Segundo as pesquisas, os sentimentos de realização e satisfação que as mães dizem sentir no trabalho se igualam aos sentimentos de medo e insegurança de seus filhos.
Antes de podermos dizer conclusivamente que a mulher pertence ao lar, precisamos determinar a importância de seu trabalho para o lar. Muitas pessoas, incluindo mulheres, consideram que o trabalho doméstico inclui apenas lavar, passar, cozinhar, limpar a casa, verificar se todos estão bem vestidos e limpos. Se isso fosse verdade, uma mulher poderia deixar seu lar desde que outra pessoa cumprisse essas responsabilidades em seu lugar. Contudo, para surpresa de muitos, isso não é verdade. Mulheres virtuosas são raras, mas, para ficar em casa e fazer bem o seu trabalho, uma mulher tem de ser virtuosa. Ao contrário de uma secretária, a construtora de um lar deve ser compreensiva vinte e quatro horas por dia. Uma dona de casa precisa ser sinceramente amável de alvorecer a alvorecer, e não das oito da manhã as seis da tarde com uma hora de almoço. O mundo pode tentar diminuir a importância do lar, mas a história revela a grande influência que o lar tem sobre o mundo. É importante a maneira como um lar é constituído, porque as pessoas refletem os lares nos quais vivem. Uma babá pode ter capacidade para cuidar das necessidades físicas de uma criança, mas crianças precisam de mais do que alimento, roupas ou um lugar para dormir. Crianças precisam de segurança. Mães são a principal fonte dessa segurança. Pelas palavras e pelos seus atos, uma mãe pode ensinar uma variedade de coisas a seus filhos, como gratidão e sinceridade. A fé também é um presente duradouro que uma mãe pode dar a um filho.
Ficar em casa não é fácil. A mulher paga um preço por ficar em casa. Uma das grandes coisas das quais a mulher tem de abrir mão, quando se torna uma dona de casa, é gratidão. Nossas mães não estavam brincando quando diziam: ‘o trabalho doméstico é algo que ninguém percebe, a menos que não seja feito’. Assim como o trabalho doméstico não traz gratidão para a mulher, não lhe traz glória também. Acredito que ele traz glória a Deus, e essa deveria ser nossa meta na vida. O que quero dizer com tudo isso, é que a mulher dita moderna, perdeu sua identidade. Ela não mais é um ser que nasce e se desenvolve, mas sim um ser criado segundo seus ‘próprios’ ideais, ideais esses, obtidos na mídia e na sociedade de consumo. Outra coisa que a mulher que fica em casa tem de esquecer é a aprovação da sociedade. A autora de Para onde foram todas as mães?* escreveu isso muito bem: ‘Enquanto a mulher que faz carreira tem a aprovação da sociedade, a dona de casa recebe pena e desconsideração’. Junto com a desaprovação da sociedade, os parentes e/ou amigos de uma mulher que decide ficar em casa podem considerar que a decisão dela é errada. A vida fica definitivamente mais difícil quando aqueles que amamos discordam veementemente de uma decisão maior. Eis um dos grandes problemas pessoais que enfrento, pois para piorar, ainda estou solteira. Talvez um dia eu mude de opinião, mas ao menos hoje, admiro as mulheres que realmente são mães, esposas e donas de seus lares”.
* SCARF, Maggie. Unfinisched Business: Pressure pointsin the lives of women (Negócios inacabados: pontos de pressão na vida das mulheres). New York, Doubleday, 1980.
* HUNTER, Brenda. Where have all the mothers gone? Grand Rapids: Zondervan Publishing House, 1982.
As estruturas culturais estabelecem certos primados que se cristalizam nas mentes e permanecem através dos tempos, produzindo comportamentos que tornam o injusto em justo, os insensatos em sensatos. A divisão do trabalho entre e homens e mulheres, embora não uniforme em todas as culturas, privilegiou o homem e concebeu uma forma de dominação a que, devido às pressões culturais e religiosas, foi absorvido, aceito e transmitido, mesmo pelas próprias mulheres. Por isso, sempre que esse modelo é rompido, instala-se a inquietação; as mudanças de paradigmas confundem e abrem, para a maioria, em determinado momento, um abismo de dissolução social, de perda de limites. Com o tempo, quase sempre, as coisas se acomodam, com largo período de transição em que o rompimento se transforma em transgressão, dando oportunidade à exaltação de certos instintos reprimidos. Hoje, nos regimes muçulmanos, a mulher é objeto sexual e reprimida inclusive com chicote, com obrigação de cobrir corpo. Mas a cultura ocidental também discriminou o corpo. Objeto de censura pela igreja, estabeleceu uma dicotomia entre alma e corpo. Este, devido a ser veículo da sexualidade, foi considerado objeto de concupiscência, de pecado. Escondê-lo, não tocá-lo mesmo, em alguns situações, era providência de salvaguarda do pecado. O corpo da mulher, especialmente, foi objeto de ordenações moralistas, incluídas em livros sagrados das religiões. A partir do término da Segunda Guerra Mundial, todavia, o corpo da mulher foi cada vez mais exposto, até chegar à nudez completa em teatros, televisão, cinema e revistas, quando não em público comum.
A emancipação de grande parte da mulher ocidental, porque há muitas ainda sob o regime repressivo, direto ou indireto, aceito e concedido por sociedades específicas, marca o desenvolvimento da cultura dos países do Ocidente. Fatalmente chegará às culturas islâmicas e, mais tarde, à africana, incluindo aí também o mundo asiático, tão cheio de nuanças e labirintos comportamentais. Lembremo-nos de que na China, por exemplo, nascer mulher é um estorvo que justifica o sacrifício de meninas ou seu abandono. No resto da Ásia, a mulher perambula entre o islamismo e crenças múltiplas, que chamaremos para simplificar, de budistas, onde o casamento é um negócio entre famílias e a mulher objeto, precisando, em muitos casos, de dotes para conseguir um marido. Na África, a mutilação do clitóris nas meninas é produto da ignorância e da negação do prazer às mulheres. Aliás, a negação do prazer sexual da mulher foi prática adotada também pela cultura ocidental, que pregava que o orgasmo feminino era sinal de inferioridade moral. A emancipação da mulher, como vemos, não é simples questão de progresso social e libertação de uma grande parte do gênero humano. Implicou em mudanças radicais nas estruturas sociais, familiares, religiosas e humanas. Resultaram na inclusão e modificação de costumes, leis, formas de relação, direitos e deveres. Foi Jesus o primeiro que propôs à mulher uma condição de ‘status’ social igual a do homem. Todo inócuo argumento machista de a mulher ser apenas a sombra do marido, procriadora por excelência, objeto de prazer ou apenas alguém que tome conta da casa, é evidente que precisa ser aclarado e desfeito, por ser fenômeno extemporâneo. Concebo, até, que a mulher deva reduzir, o quanto lhe for possível, o tempo gasto no trabalho profissional e se esforce mais na tarefa da educação de seus filhos, preferindo ganhar um pouco menos em valores materiais e potencializando seus tesouros espirituais. Sabemos que atualmente não está fácil essa tarefa, pois a sociedade se curvou ante o consumismo materialista, seqüestrando a mulher do lar para enclausurá-la nas funções hodiernas, às vezes, subalternas a sua grandeza e, quase sempre, estranhas à sua natureza.
A administração de uma família, atualmente, é tarefa extremamente importante. Dentro dessa pequena república, há o fator econômico, as regras, a disciplina, o zelo, as tradições e a responsabilidade da formação moral e intelectual dos filhos. A mulher deve conciliar o papel de mãe e esposa, por vezes, deixado um pouco de lado. Por isso, é importante não permitir que a competição do casal, as pressões do status, do dinheiro e do destaque sociais roubem o equilíbrio que a felicidade da família requer. Nada mais justo que a luta pela causa de maior liberdade e direito para ela. Afinal, na Ordem Divina não há distinção entre os dois seres. Porém, urge muita cautela. Os movimentos feministas, embora tenham seu valor, costumam cair no radicalismo, querendo fazer da participação natural uma imposição. É isso o que mais me incomoda. Muitas vezes, em seus intuitos, ao lado de compreensíveis pleitos, enuncia propósitos que fariam da mulher, não mais mulher, mas arremedo do homem. São muitas as razões que as mulheres dão para deixar o lar, e muitas delas são superficialmente convincentes. Hoje em dia, a maior parte das meninas e jovens está sendo levada a acreditar nessas desculpas. Uma dessas razões errôneas para deixar o lar é de que as mulheres não podem ser úteis e felizes se permanecerem no lar. Outra desculpa comum é de que seria um desperdício de vida, educação e habilidades físicas e mentais da mulher gastar sua vida no lar. Minha irmã pensa assim, mas eu não consigo pensar como ela. As mães que trabalham fora argumentam que seus filhos precisam aprender a ser ‘independentes’ ou que alguém mais pode fazer o excelente trabalho de criar seus filhos e cuidar de seu lar. Há uma pequena porção de mulheres que trabalham fora que acreditam que sua família realmente precisa delas. Acreditam que gastar tempo com suas famílias antes e depois do horário de trabalho é o bastante para satisfazer suas necessidades. A desculpa mais popular usada pelas mulheres que trabalham fora é a necessidade de dinheiro. Fazendo dinheiro, acreditam que podem prover um tipo de vida melhor a suas famílias e seus filhos com um número maior de oportunidades. Infelizmente a sociedade tem vagarosa, mas seguramente, mudado na valorização de uma mulher não pelo que ela é, mas por aquilo que ela ganha. Por em prática a crença de que as mulheres devem trabalhar fora de casa tem efeitos sobre toda a humanidade e sobre a história do mundo.
Quando observamos os resultados de mulheres que trabalham fora de casa, é fácil pensar apenas nela, a mulher, mas para mim, precisamos considerar não só ela, mas também aqueles a quem sua ausência afeta. O trabalho fora de casa também falha ao dar às mulheres um escape para rotinas e exigências que estão ligados a ficar em casa. Os trabalhos fora de casa têm transformado as mulheres em máquinas que cumprem diariamente sua quota de produção. As feministas freqüentemente desculpam-se por trabalhar fora dizendo que permanecer no lar causa depressão. Maggie Scarf, que escreveu o livro Unfinished Business* refuta essa desculpa. Com base nas descobertas da Yale Depression Unit, diz que as esposas que trabalham fora e as que trabalham no lar estão igualmente suscetíveis a serem depressivas. É interessante notar que ela também identificou que maridos de mulheres que trabalham fora são mais vulneráveis à depressão do que maridos de donas-de-casa. Para mim, parece que o local de trabalho oferece um sonho dourado para as mulheres, mas esse sonho não é a realidade. Trabalhar fora de casa também roubará a paz mental da mulher. Culpa, preocupação e infelicidade geralmente acompanham uma mulher que trabalha fora. Não importa o que as mulheres que trabalham fora digam sobre o quanto é correto deixar seus lares e famílias, a maior parte delas luta com a culpa. Como colocou o autor, ‘o esforço aqui é claramente interno. É a elas mesmas que procuram convencer acerca da pureza de seus motivos, da justiça de suas ações, enquanto todos os seus instintos tentam convencê-las de que estão fazendo algo errado’. É a felicidade que a maior parte das mulheres que trabalham fora professam, mas é o oposto que se observa em suas vidas. Ainda que essas mulheres não tenham filhos, é difícil para elas estarem inteiramente felizes quando não estão fazendo aquilo para o qual foram feitas. Além da culpa e da infelicidade, a preocupação persegue as mulheres que trabalham fora, especialmente as mães. Parece-me que o custo para as mães que trabalham fora ultrapassa os benefícios. Ganhar mais dinheiro compensa perder sua família? Segundo as pesquisas, os sentimentos de realização e satisfação que as mães dizem sentir no trabalho se igualam aos sentimentos de medo e insegurança de seus filhos.
Antes de podermos dizer conclusivamente que a mulher pertence ao lar, precisamos determinar a importância de seu trabalho para o lar. Muitas pessoas, incluindo mulheres, consideram que o trabalho doméstico inclui apenas lavar, passar, cozinhar, limpar a casa, verificar se todos estão bem vestidos e limpos. Se isso fosse verdade, uma mulher poderia deixar seu lar desde que outra pessoa cumprisse essas responsabilidades em seu lugar. Contudo, para surpresa de muitos, isso não é verdade. Mulheres virtuosas são raras, mas, para ficar em casa e fazer bem o seu trabalho, uma mulher tem de ser virtuosa. Ao contrário de uma secretária, a construtora de um lar deve ser compreensiva vinte e quatro horas por dia. Uma dona de casa precisa ser sinceramente amável de alvorecer a alvorecer, e não das oito da manhã as seis da tarde com uma hora de almoço. O mundo pode tentar diminuir a importância do lar, mas a história revela a grande influência que o lar tem sobre o mundo. É importante a maneira como um lar é constituído, porque as pessoas refletem os lares nos quais vivem. Uma babá pode ter capacidade para cuidar das necessidades físicas de uma criança, mas crianças precisam de mais do que alimento, roupas ou um lugar para dormir. Crianças precisam de segurança. Mães são a principal fonte dessa segurança. Pelas palavras e pelos seus atos, uma mãe pode ensinar uma variedade de coisas a seus filhos, como gratidão e sinceridade. A fé também é um presente duradouro que uma mãe pode dar a um filho.
Ficar em casa não é fácil. A mulher paga um preço por ficar em casa. Uma das grandes coisas das quais a mulher tem de abrir mão, quando se torna uma dona de casa, é gratidão. Nossas mães não estavam brincando quando diziam: ‘o trabalho doméstico é algo que ninguém percebe, a menos que não seja feito’. Assim como o trabalho doméstico não traz gratidão para a mulher, não lhe traz glória também. Acredito que ele traz glória a Deus, e essa deveria ser nossa meta na vida. O que quero dizer com tudo isso, é que a mulher dita moderna, perdeu sua identidade. Ela não mais é um ser que nasce e se desenvolve, mas sim um ser criado segundo seus ‘próprios’ ideais, ideais esses, obtidos na mídia e na sociedade de consumo. Outra coisa que a mulher que fica em casa tem de esquecer é a aprovação da sociedade. A autora de Para onde foram todas as mães?* escreveu isso muito bem: ‘Enquanto a mulher que faz carreira tem a aprovação da sociedade, a dona de casa recebe pena e desconsideração’. Junto com a desaprovação da sociedade, os parentes e/ou amigos de uma mulher que decide ficar em casa podem considerar que a decisão dela é errada. A vida fica definitivamente mais difícil quando aqueles que amamos discordam veementemente de uma decisão maior. Eis um dos grandes problemas pessoais que enfrento, pois para piorar, ainda estou solteira. Talvez um dia eu mude de opinião, mas ao menos hoje, admiro as mulheres que realmente são mães, esposas e donas de seus lares”.
* SCARF, Maggie. Unfinisched Business: Pressure pointsin the lives of women (Negócios inacabados: pontos de pressão na vida das mulheres). New York, Doubleday, 1980.
* HUNTER, Brenda. Where have all the mothers gone? Grand Rapids: Zondervan Publishing House, 1982.
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