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terça-feira, 16 de junho de 2009

O jeito é recorrer ao tarô outra vez...

Tentando decifrar os mistérios ocultos, ela foi consultar “Ameth” outra vez através do tarô. Logicamente ela não precisava utilizar o tarô para comunicar-se mentalmente com “Ameth”, mas seu lado místico gostava das cartas. As cartas mago, diabo e eremita da parte inferior dizia que ela pretendia por conta própria buscar um trabalho de exu. Na parte superior as cartas enforcado, força e louco demonstravam que ela queria sair da inércia e do vazio que sua vida estava sendo em tal momento. As cartas centrais estrela, temperança e imperador claramente transparecia a longa espera de "Ágape" pela realização de seu velho sonho em torno de uma figura masculina, ou seja, a realização de seu lado afetivo-amoroso com algum namoro estável e do seu agrado. À direita as cartas torre, papa e imperatriz anunciava que "Ágape" precisava ter cuidado, pois poderia ocasionar um malefício na sua proteção espiritual. As sete cartas da terceira abertura sobreposta enfatizavam ainda mais o fato de "Ágape" estar à procura de um relacionamento presente (imperador, namorado, imperatriz, louco, eremita, mundo e roda da fortuna). Questionei sobre "Mateus" e ela disse-me que o relacionamento entre eles tinha um entrave, pois embora se amassem com perfeição, nunca poderiam unir-se efetivamente e em alguns momentos "Ágape" desejava mais a união do que o amor em si. Em várias circunstancias da vida ela sentia que amor era decorrência da união e presença real de um na vida do outro, um quesito que "Mateus" até enquanto não pudera lhe proporcionar. De que valia um amor perfeito impossível de uma união real? "Ágape" perguntou ao oráculo se devia buscar ajuda de algum exu. As cartas diabo, imperador, papa, eremita e mundo responderam sim com a garantia de que ela tinha facilidade para conseguir o que queria sem prejudicar ninguém, pois seria dentro da concordância moral e divina. "Ágape" quis saber sobre Exu Mangueira e saiu às cartas imperador, temperança, torre e julgamento, ou seja, poderia demorar, mas o trabalho seria garantido. Em seguida ela perguntou sobre o possível Exu Cobra Branca. As cartas que saíram foram namorado, torre, julgamento e mundo, ou seja, resultado incerto. Insistente "Ágape" perguntou se existe algum exu com esse nome e a carta namorado saiu outra vez dando uma resposta oculta. Poderia ser algo relacionado a Oxossi, já que a carta namorado é representante de tal orixá. "Ágape" perguntou se Cobra Branca era alguma entidade pertencente a umbanda. As cartas exu e morte responderam que poderia ser algum espírito assim intitulado, mas não se trata de nenhum exu da umbanda. Continuando as perguntas ela quis saber se seria melhor procurar o terreiro da Mãe “Cenyle” ou do Pai “Berloque” para falar com algum exu e as cartas enfatizaram que o primeiro era melhor. "Ágape" também sabia que ir ao segundo era caçar confusão com sua mãe. Insatisfeita por não ter uma terceira opção, "Ágape" perguntou se podia pedir ajuda a algum preto-velho. Sim, foi à resposta através das cartas julgamento (que representa os próprios pretos-velhos), enforcado, torre, morte e diabo (que representa os exus), deixando entendido que os pretos-velhos têm contato direto com todos os exus. Por fim "Ágape" lembrou-se do banho proposto pela Pomba-Gira Rainha do terreiro da Mãe “Cenyle” e perguntou se devia recorrer a isso. A carta mago respondeu um favorável sim. Sem mais, "Ágape" encerrou a consulta e continuou pensativa sobre si e sua vida cheia de incógnitas. Outro dia já se fora.

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