"Ágape" acordou cedo para ir à chácara com sua mãe. A ida se fez como outrora e o passeio ficou sem novidades. Na volta as sacolas pesadas estavam cheias de esterco e mexerica. A situação de ambas retornarem para a cidade carregando duas sacolas cheias de dejetos de vaca (dentro de uma mochila) faziam-nas rir apenas ao olharem uma para a outra dentro do ônibus. Embora ninguém pudesse imaginar o que havia dentro da mochila de pano, carregar tal tipo de produto poderia ser uma absurdidade para mais da metade da população e era exatamente isso o que as fazia achar uma imensa graça. A simplicidade de "Ágape" e sua mãe geravam um contraste imenso perto das demais pessoas que, dentro do ônibus, mantinham uma aparência impecável com salto alto, maquiagem e visual de moda. Não era a toa que as pessoas de Uberlândia são qualificadas (pelos visitantes e até mesmo por alguns uberlandenses como a própria "Ágape") como metidas. Em verdade, conforme estudado por "Ágape" na época de universidade, isso é até uma questão ligada ao desenvolvimento sócio-cultural da cidade, algo que não me cabe palpitar nesse momento. Em complemento, "Ágape" lidou no quintal de sua casa da cidade adubando as plantas, foi ao parque fazer sua corrida e, de resto, finalizou as atividades principais do dia com um super banho de hibisco e três gotas de perfume. Na mesma de sempre sua vida ia adiante... mas parecendo nem sair do lugar.
Atualização
Há 4 anos
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