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sábado, 11 de abril de 2009

buscando a paz dentro de casa...

“Olá ‘Pessoal do mundo todo’! As coisas aqui em casa estão na mesma e sou eu quem tem de ficar acalmando os ânimos entre mamãe e vovó. Parece que eu sou a única a ter compreensão pela situação de vovó. Minha mãe e tias querem que ela se sinta grata pelo acolhimento, que ela seja conformada com o final da vida e que fique boazinha, mas ninguém percebe as dificuldades reais do que vovó tem vivenciado nesses últimos dias. Chegar ao final da vida já é desgastante pela falta de força física, as doenças e muito pior se torna pela falta de paciência e compreensão dos outros. Minha mãe vira nervosa para vovó e diz: ‘Vai sofrer demais porque não fica mansinha’. Para que dizer isso? ‘Mariposa’ já está sofrendo e mamãe ainda quer fazer pirraça como se vovó tivesse culpa de tudo. Eu pareço ser a única que entendo o dilema de vovó: gastar dinheiro para nós é pior que uma degolação, ficar longe de casa é irritante, não ter forças para agir com a vida é deprimente, não ter autoridade sobre si próprio é um caos, se conformar com o que não aceita é tenebroso, tudo se torna motivo de desespero, aflição, fadiga e opressão. Vovó não está mais na idade e nem tem capacidade de entender sobre um monte de coisas que mamãe fica brava e parece querer meter na cabeça dela aos gritos. Daí eu tenho de ser o consolo da vovó e a maré de calmaria da mamãe. Minha mãe se irrita com as coisas que vovó diz e combate-a verbalmente sem entender que nada do vovó fala tem sentido ou importância real. Minha avó já não sabe o que está dizendo e mesmo se soubesse, para que se desgastar tentando provar que a certeza está apenas consigo próprio? Opinião é pessoal, maneira de encarar a vida própria ou alheia é um direito individual. Se mamãe não souber usar de psicologia e amor para cuidar da vovó, não vai ser com agressões verbais que a situação melhorará. Minha avó é endurecida e não é da noite para o dia ou com um monte de gritos que ela vai amolecer. Se mamãe fica impaciente e até revoltada com o endurecimento e ingratidão de vovó, eu só consigo ter piedade de ambas as partes, pois os dois lados estão se duelando à toa e piorando tudo.
Não é preciso ser cúmplice do mal, mas é preciso ser amigo e ganhar a confiança deste para modificá-lo para o bem. Os pontos negativos dos seres humanos precisam dessa amizade e confiança. Colocando-me na situação de vovó, vejo como deve ser realmente difícil e até mesmo insuportável tudo o que ela está passando. Antes de julgar e incriminar, é preciso compreender. Esse é o desafio que poucos aceitam. O sofrimento, a revolta, o ódio, a violência, tudo o que é negativo, só pode ser revertido se soubermos ter paciência e percepção de que tudo isso é pura falta de amor e compreensão alheia. Jesus acolheu os aflitos e oprimidos não por vê-los na sabedoria, mas por compreender que cada um tem sua cota de ignorância a ser superada. Jesus aceitou de coração os publicanos e a prostituta não para encobertá-los em seus erros, mas para garantir que somente o amor os transformaria em seres melhores. Ninguém muda ninguém, muito menos cutucando nas feridas alheias. Eu prefiro ser imparcial a ser presunçosa. Só nos cabe analisar as nossas próprias atitudes e aquilo que sentimos na ‘pele’, pois cada vida é uma vida, cada pensamento e sentimento são únicos em cada ser de acordo com cada situação enfrentada. É muito difícil ter paciência e amor, principalmente quando lidamos com pessoas que são o nosso reverso literal. Entretanto, se não nos esforçarmos por isso, nada mais terá sentido em nosso viver.

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