Algo está diferente...

Olá ‘Pessoal do mundo todo’! Hoje tive uma baita surpresa que ao certo nem sei dizer se gostei. Eu tive um dia bastante sonolento e não quis almoçar. Por volta das quatro horas da tarde fui ao parque fazer minha corrida. Quando cheguei tomei banho e lavei algumas roupas. Já eram sete horas da noite quando o interfone tocou e para meu espanto era ‘Mateus’. Fiquei meio chocada e confesso que senti algo estranho num sentido negativo. Um calafrio percorreu meu corpo e sorri sem encontrar outra reação. Eu preferiria realmente se ele houvesse me contado que viria passar uns dias aqui. Como ele disse que seus pais estavam com saudades de mim e queria me mostrar umas fotos recentes, aceitei o convite de ir até a casa dele. Levei algumas trufas que houvera trazido da festa e fomos comendo no caminho enquanto dialogávamos com tranqüilidade. Rever os pais dele foi muito bom e aproveitamos o final do dia de domingo numa calorosa discussão amorosa. Ele disse que está gostando muito dos estudos, entretanto isso, porém aquilo e as reclamações foram longas. Comecei a me sentir um peso na vida dele quando ele começou uma ladainha interminável falando da saudade que sentia de mim e do quanto minha presença constante em seus pensamentos estavam atrapalhando-o do outro lado do continente. Como tal conversa estava me chateando, enlacei-o pelo pescoço e desafiei-o dizendo que o comprometimento com os estudos de mestrado, já que ele estava gostando dos mesmos, era a prova de amor que eu ia lhe impor. Ele riu com deboche e não suportando a proximidade de nossos corpos, segurei o queixo dele olhando séria para seus olhos e depois de alguns instantes analisando sua fisionomia tão especial de homem apaixonado, beijei-o sentindo o mundo desaparecer. Nos amamos deliciosamente, embora o desagrado constante de sentir uma pontada interior ao imaginá-lo retornando para a Europa. Ele me mostrou as fotos que tirou em suas andanças e conversamos muito tempo antes dele finalmente me trazer de volta para casa. Ele me convidou para jantar fora, mas meu estomago não está amigável para isso e além do mais, ele volta de viagem logo amanhã bem cedo. Embora nosso encontro tenha sido bom, eu continuei tendo a mesma sensação desagradável. Sinto que ele está se tornando um homem muito instruído e sofisticado na sua profissão. Por mais simples que ele seja, sua vida e profissão são de alto nível e acho que essa situação está criando um vão entre nós. Às vezes penso que gostaria mais se ele fosse um homem de estilo rural como eu e tivéssemos a chance de uma moradia futura numa roça qualquer ou num cantinho simplório talvez na beira da praia. Não é que eu o ache melhor ou maior do que eu pelo seu desempenho profissional, mas visivelmente não estamos no mesmo nível. Por enquanto só posso dizer que estou desconcertada perante tal relacionamento, mas continuo imensamente cheia de amores para meu maior amor.