resumo do livro devassando o invisível

O livro diz que, para os espíritos, o pensamento e a vontade são o que é a mão para o homem. Em todos os domínios da observação achamos a prova de que a vontade impressiona a matéria e pode submetê-la a seus desígnios. Esta lei manifesta-se com mais intensidade ainda no campo da vida invisível. É em virtude das mesmas regras que os Espíritos criam as formas e os atributos que nos permitem reconhecê-los nas sessões de materialização. Os espíritos se trajam e modificam a aparência das vestes que usam conforme lhes apraz. O comum é se apresentarem sob as aparências que mais lhe agradem. Achei interessante o relato de que, durante as orações, muitas entidade sofredoras são encaminhadas pelos guias espirituais a fim de participarem não somente das preces consolativas que fazemos, mas também da leitura doutrinaria. Quando se lê, as vibrações da nossa mente repercutem no entendimento dessas entidades como a palavra enunciada e somos ouvidos e compreendidos como se falássemos em voz alta. Embora o livro relate isso com relação aos médiuns mais desenvolvidos, creio que assim também se faz com qualquer pessoa envolvida na própria reforma intima. Mais adiante o livro diz que alguns espíritos têm sua existência escolhida voluntariamente e não imposta, conquanto obscura, não chega a ser expiação e nem provação, mas testemunho honroso de um caráter leal a si mesmo, cuja consciência se inquietara pela falta do cumprimento de uns tantos deveres, de que se descuraram como gênios da arte. A justificativa disso é que todos os grandes artistas e gênios consagrados ao Belo devem passar, outrossim, pelos ásperos caminhos das experiências e dos testemunhos, embora muitas vezes sem o caráter expiatório, até que, como toda a humanidade, cumpram os ditames da lei de amor a Deus e ao próximo, a par da própria característica de interprete do belo através das artes.
Outro fato importante é notar que os agrupamentos de entidades desajustadas tanto podem existir no espaço, dentro da densidade atmosférica, como na própria Terra, pois estão sempre onde se encontram as entidades que os compõe, sendo de tal modo moveis. Todos esses locais assim construídos, ainda que se estabeleçam nos âmbitos da Terra, pertencerão sempre ao invisível, mas não propriamente a espiritualidade, pois esta implica a emancipação do espírito das atrações da matéria, o domínio mental elevado ou superior, a ascensão a planos transcendentes do infinito. Ainda falando dos espíritos de baixo escalão, o livro cita três tipos: primeiro, os mistificadores inofensivos e brincalhões que levam o tempo alegremente, se bem que levianamente, cujas ociosidades e futilidades só a si mesmos prejudicam. Segundo, os hipócritas, perigosos e que sabem enganar porque se rodeiam de falsa seriedade, a qual mantêm, apoiados em certa frieza de lógica, e a quem somente observadores muito prudentes sabem descobrir. Terceiro, a classe mais impressionante que se denomina de mistificadores-obsessores. Estes se agarram onde encontram campo aberto para suas operações nos sentimentos bastardos, ou seja, nas afinidades morais e mentais de má categoria.
Concordo plenamente que o amor e o bem cabem em toda parte, mesmo nos corações delinqüentes, e quando passam, conduzidos seja por quem for, deixam sempre um traço harmonioso de legitimo beneficio. E para terminar essa pequena resenha, ainda temos ao final do livro algumas explicações sobre psicometria. Imagino o quanto deve ser legal ter sensações de ambiente e de objetos por meio desse tipo de mediunidade. Em qualquer localidade antiga o passado se desenha para as percepções de tais médiuns. Que estranhos poderes existem na nossa personalidade espiritual para que os segredos de séculos sejam assim revelados? Acho fantástico e concordo que o mistério que envolve a psicometria é desorientador! Bem, do livro isso foi o que mais gostei.