Acabei de ler o livro Os mensageiros , continuação do livro Nosso Lar cuja leitura efetuei no ano passado. Neste livro, em 51 capítulos, André Luiz relata suas descobertas e seu novo posicionamento de trabalho na vida espiritual. Aprovado para ingressar no quadro de aprendizes, André Luiz tem a oportunidade de conhecer o fascinante serviço de formação de médiuns para fins de tarefas específicas na Crosta. Em si o livro fala sobre uma universidade localizada num dos ministérios da colônia Nosso Lar, onde são preparados espíritos que são enviados para o planeta terra, em missões mediúnicas, mostrando que o plano terrestre e espiritual está harmonicamente interligado e que a existência terrestre, em si mesma já é uma sessão mediúnica permanente. Apresenta-nos assim as experiências de vários espíritos que reencarnaram com trabalhos programados, necessários aos seus próprios aprimoramentos. Mostra-nos, ainda, o quanto é difícil o trabalho dos Benfeitores Espirituais, que realizam assistência espiritual aos homens encarnados. Elucida temas como: culto doméstico, doutrinação, calúnia e pavor da morte. Neste livro, André Luiz narra sua transformação, após ter se desprendido dos laços inferiores que o prendiam às atividades terrestres. ‘Descobriu-se’, diz jubiloso. Mas, a par da renovação mental, experimentava um vazio formado pelos sentimentos do mundo, dos quais se desprendera. Sem o lar, a esposa e os filhos amados, aos quais freqüentemente visitava, seu coração era ‘um cálice luminoso, porém vazio. É então aconselhado por uma devotada amiga a freqüentar cursos no Ministério da Comunicação, para posteriormente prestar concurso na Terra. Assim ele é apresentado ao instrutor Aniceto, que adverte que ali, na Instituição do Homem Novo são admitidos apenas candidatos compromissados em servir, calando reclamações. Aniceto, dentre outras atividades, tem um quadro suplementar de cinqüenta auxiliares-aprendizes, voluntários. André Luiz é convidado a integrar esse quadro, no momento com três vagas. Aceita o convite, sentindo-se honrado. É encaminhado ao Centro de Mensageiros. Tal grupo é formado de um padre, um médico (a equipe foi acrescida de mais dois sendo eles André Luiz e Vicente), seis engenheiros, quatro professores, quatro enfermeiras, dois pintores, onze irmãs especializadas em trabalhos domésticos e dezoito operários diversos. O Centro de Mensageiros (formado de majestosos edifícios, universidades, pátios amplos e jardins primorosos) tem a seguinte finalidades: preparação anual de centenas de médiuns e doutrinadores para reencarnarem (quais ‘cartas vivas’ de Jesus para a Humanidade), os quais são reunidos em grupos de cinqüenta aprendizes. Cada grupo fica sob comando de um Instrutor (tal como a de Aniceto).
André Luiz conhece Vicente, médico, calmo, bondoso e sensato. Tornam-se amigos. Conversam sobre suas existências terrenas, semelhantes. Vicente casou-se e teve dois filhos. Um irmão seu, advogado, foi residir em sua casa e não tardou, traiu-o com a esposa, de quem se apaixonou, sendo correspondido. A esposa e o irmão tramaram sua morte e a executaram, ardilosamente. Vicente não cogita vingar-se e diz: ‘o mal é simples resultado da ignorância e nada mais’. O instrutor Telésforo discorre para todos os aprendizes do trabalho de intercâmbio entre os trabalhadores desencarnados e encarnados. Adverte sobre os companheiros fracassados. Cita empecilhos até nas religiões, além de tristes quadros humanos no mundo todo. Como ajudar a tanto desespero e incompreensão? Só com Jesus, no trabalho, sacrifício e renúncia. Muitos trabalhadores partem de ‘Nosso Lar’ em turmas de trabalho educativo, mas poucos alcançam resultados, parciais, nos misteres da mediunidade e da doutrinação. É relatado que muitos, quando encarnados, preferem desvios sexuais, tirania doméstica, preguiça e vaidade, além de exercitarem a ‘doutrinação para exportação e não para uso próprio’. André Luis relata que muitos médiuns, doutrinadores e estudiosos abandonam o Espiritismo. Raros triunfam, porque quase todos estamos ainda ligados a extenso pretérito de erros criminosos, que nos deformaram a personalidade. Em cada novo ciclo de empreendimentos carnais, acreditamos muito mais em nossas tendências inferiores do passado, que nas possibilidades divinas do presente, complicando sempre o futuro. É desse modo que prosseguimos agarrados ao mal e esquecidos do bem, chegando, por vezes, ao disparate de interpretar dificuldades como punições, quando todo obstáculo traduz oportunidade verdadeiramente preciosa aos que já tenham ‘olhos de ver’. O mundo hoje conta com inúmeros progressos na área cientifica, mas os problemas da alma como depressão, angústia, medo, entre outras, proliferam no campo carnal. As razões de tanto progressos materiais e tantas dores espirituais se encontra no fato do homem dominar, cada vez mais, a paisagem exterior que lhe constitui moradia, embora não conheça a si mesmo. Atendido, porém, o corpo revelará as necessidades da alma. Além dos assoberbados problemas graves causados pelas deficiências morais de cada ser, ainda tem a questão da aproximação psíquica com a esfera vibratória de milhões de desencarnados, que se agarram à Crosta planetária, sequiosos de renovar a existência que menosprezaram, sem maior consideração aos desígnios do Eterno. Na esfera carnal, o maior interesse da alma é a realização de algo útil para o bem de todos, com vistas ao Infinito e à Eternidade. Nesse mister, é indispensável contar com o assédio de todos os elementos contrários. Ironias da ignorância, ataques da insensatez, sugestões inferiores da nossa própria animalidade surgirão, com certeza, no caminho de todo trabalhador fiel. São circunstâncias lógicas e fatais do serviço, porque não viemos ao mundo físico para descanso injustificável, mas para lutar pela nossa melhoria, a despeito de todo impedimento fortuito.
Assim verificamos os seguintes casos - Otávio: após trinta anos de preparação, reencarnou saudável e com mediunidade voltada para consolar criaturas. Deveria manter-se solteiro e amparar seis amigos que o ajudaram em Nosso Lar, nos trinta anos que antecederam à sua reencarnação. Já reencarnado, aos dezenove anos iniciou desvairados abusos das suas faculdades. Ficando órfão de pai, desamparou aqueles seis amigos (ainda crianças), órfãos como ele. Casou-se por violência e teve um filho. Esposa e filho passaram a atormentá-lo. Alcoólatra, morreu com sífilis, aos quarenta anos, sem construir coisa alguma no terreno do bem. – Acelino: outro médium (vidente, audiente e psicógrafo) que, egresso de Nosso Lar, descumpriu todas as realizações que prometera, antes da reencarnação. Usou as faculdades mediúnicas para ganhar dinheiro, ‘resolvendo’ todo tipo de problemas de consulentes. Ao desencarnar permaneceu onze anos em zonas de grande tormento, pela ronda dos ex-consulentes criminosos que desencarnaram antes dele e que exigiam notícias e soluções atinentes a ligações clandestinas. – Joel: médium que fez mau uso das percepções que lhe foram dilatadas antes de reencarnar, a fim de que, então, as utilizasse a benefício do próximo. Há muito tempo vem sofrendo grandes perturbações, como conseqüência. – Belarmino: citado em profunda conceituação de missão educativa. A doutrinação, no campo do Espiritismo evangélico, é aqui exposta com clareza. Mostra como o médium doutrinador exigente, propenso ao mando, vaidoso do saber, desconfiado dos companheiros de reunião mediúnica, logo adentrará no negativismo. Estará sujeito a múltiplas enfermidades, além de sentir um deserto no coração.
André Luiz e Vicente, antes de se dirigirem à Crosta, onde permanecerão por uma semana, recebem melhoramento da visão no Gabinete de Auxílio Magnético às Percepções. É sugerida a prece, sem o fanatismo inconsciente. A prece é fidelidade do coração, jamais viciação do sentimento. A ida à Crosta, no caso, assemelhou-se a uma peregrinação, não feita em estrada ampla e bem cuidada, mas sim, em caminhos difíceis. Diz o livro que a crença na vida superior é atividade incessante da alma. O entorpecimento invade o Espírito vazio de ideal criador. A fé sincera é ginástica do Espírito. Quem não a exercitar de algum modo, na Terra, preferindo deliberadamente a negação injustificável, encontrar-se-á mais tarde sem movimento. Não há prece sem resposta, toda prece impessoal dirigida às Forças Supremas do Bem, delas recebe resposta imediata, em nome de Deus. Apenas deve-se salientar que as respostas de Deus vão sendo maiores e mais diretas, à medida que se intensificam o nosso merecimento, competindo-nos reconhecer que, para semelhantes respostas, são utilizados todos quantos trazem consigo a luz da bondade, ou já possuem mérito e confiança para auxiliar em nome de Deus. A caminho, a equipe faz pausa no Posto de Socorro situado entre Nosso Lar e a Crosta, a grande distância desta. AndréLuiz e Vicente, sob orientação de Aniceto, vêem-se banhados de luz, pela primeira vez. Nas trilhas deparam com frio, ausência de luz solar, paisagens misteriosas, aves horripilantes, rijas ventanias. Aniceto explica aos dois auxiliares que aquela é uma região sob influência astral da Terra. A seguir cita interessantes dados astronômicos. Informa sobre a ‘existência de outros mundos sutis, dentro dos mundos grosseiros’. Chegam em seguida os três ao castelo-educandário soberbo, resguardado por pesados muros. No interior, pomares e jardins maravilhosos. AndréLuiz vê um quadro, pintura em tela, que já havia visto em Paris, quando encarnado. Fica sabendo que o pintor da tela de Paris copiou-a desse original, após vê-lo, em sonho.
A equipe alimenta-se de frutos diversos. O Posto, com quinhentos auxiliares, produz alimentos e remédios para famintos e doentes. O dirigente do Posto relata a história da sua união com a esposa, cuja companhia ele ainda não pode usufruir, pois quando encarnados, ele desfez o casamento, por ouvir calúnias contra ela, que era inocente e que pelo abandono desencarnou, com tuberculose. No Posto chegam sinais de batalhas sangrentas na Terra (o ano era 1944), provocando grande tempestade magnética. Grandes massas de desencarnados (pela Segunda Guerra Mundial) superlotam os Postos de Socorro de várias colônias espirituais. É citada a Colônia Alvorada Nova, situada em zonas mais altas, com intercâmbio com avançados núcleos de espiritualidade superior, de planetas vizinhos. São citados sistemas espirituais de transporte, com base no eletromagnetismo. Há esclarecimentos sobre o passe de sopro curador, cujos passistas exercitaram-se longamente, adquirindo experiências a preço alto. Imprescindível, no caso, a pureza da boca e a santidade das intenções. Passistas encarnados deverão ter estômago sadio, boca habituada a falar o bem, com abstenção do mal e a mente reta, interessada em auxiliar. Além disso, o livro ainda fala sobre o Posto de Socorro e suas defesas múltiplas, mantendo à distância irmãos consagrados ao mal, perversos e criminosos, entidades verdadeiramente diabólicas. O Posto está equipado com armas que não exterminam, apenas defendem, disparando projéteis elétricos que causam impressão da morte, isso porque na esfera espiritual a matéria mental pode modificar o corpo denso todos os dias. Visitando os albergues do Posto, André Luiz e Vicente acompanham os encarregados da assistência. O chefe do Posto atende e conforta vários Espíritos necessitados que o procuram, presos a problemas inferiores, pois se julgam ainda encarnados. A equipe chega a um pavilhão escuro, situado em área com três quilômetros de extensão, mais ou menos. No interior, espaçosas enfermarias. Silêncio absoluto. Cerca de dois mil Espíritos ali estão adormecidos. Têm semblante horrendo, quase todos estampando pavor, em cadavérica palidez. São oitenta os atendentes em atividade. Cada um só pode cuidar de cinco enfermos, perfazendo quatrocentos atendimentos. A imagem é a da morte, naqueles Espíritos entorpecidos no vazio, que quando encarnados eram crentes no nada após a desencarnação. São os ‘embriões da vida’ ou ‘fetos da espiritualidade’, paralíticos do bem.
AndréLuiz, concentrando todas as possibilidades mentais ao seu alcance, focaliza o sofrido Espírito de uma mulher, passando a vislumbrar o pesadelo em que se prendia, em conseqüência de haver assassinado o amante, que era casado. Toda a cena, com o local, personagens e diálogos, desenrolam-se à sua percepção (estilo psicometria espiritual). Naquele pavilhão dos adormecidos, os efeitos da prece de um Espírito elevado, prece esta acompanhada com amor por numerosos Espíritos dedicados à fraternidade, produz benéficos e múltiplos efeitos, alcançando numerosos pacientes em sono profundo. Mas, apenas dois se ergueram e mesmo assim, saíram correndo, espavoridos. Luzes irradiantes, em flocos de várias colorações, partiam de cada Espírito da equipe, indo cair sobre os corpos inanimados. Há um primeiro alerta, ligeiro, aos doutrinadores, quanto à impropriedade de se dizer ao Espírito desencarnado (que desconheça tal estado) que ele já não possui mais o corpo físico. Alfredo, o chefe do Posto, demonstra a inconveniência do Espírito desencarnado prender-se aos rogos e lamentações da família encarnada. Por extensão, fica a lição aos encarnados que perderam entes queridos. Também fica de ensinamento que a reconciliação inicia-se pela atitude caridosa, vai do entendimento à piedade, desta à simpatia, depois à verdadeira fraternidade e culmina com o amor sublime. O livro conta que o posto recebe visita de amigos vindos do Campo da Paz, em belo carro tirado por dois soberbos cavalos brancos. São expostos ensinamentos referentes aos doentes do Espírito, rebeldes ao tratamento. Os atendentes sentem-se obrigados a semear pensamentos novos e aguardar que a obra do tempo os faça germinar nesses doentes. É citado o ‘desculpismo’ (pretextos de encarnados, principalmente médiuns, compromissados com a tarefa de auxílio ao próximo, para fugirem à tarefa e ao dever sagrado). Campo da Paz é uma colônia de socorros urgentes, qual avançado centro de enfermagem. Atende ainda aos recém-encarnados, na base de quinze a vinte reencarnações diárias, dos tutelados que serão assistidos até os primeiros sete anos da existência carnal. Em reunião musical festiva há execução, ao órgão, da Tocata e Fuga em Ré Menor, de Bach, com acompanhamento coral de crianças. Ismália, Espírito elevado, executa melodia ao órgão, que faz brotar na mente de todos os ouvintes uma sublime oração de louvor ao Criador.
Os aprendizados de André Luiz são longos e em dado momento ele é designado para aplicar passes em espíritos necessitados. Atende uma mulher cega, em conseqüência da impressão deixada no perispírito dela pelo tracoma. Quando seu passe dissipa a cegueira, ele e a mulher se emocionam. O Instrutor então o adverte quanto à vaidade: ‘não olvides que todo bem procede de Deus’. Vários espíritos são atendidos pelos benfeitores espirituais, mas alguns permanecem impermeáveis a esse auxílio. O desligamento perispiritual de um agonizante é detalhado de forma impressionante, mostrando como todos os movimentos do corpo são administrados pela mente. Sem mais, André Luiz retorna com seus companheiros para Nosso Lar.
André Luiz conhece Vicente, médico, calmo, bondoso e sensato. Tornam-se amigos. Conversam sobre suas existências terrenas, semelhantes. Vicente casou-se e teve dois filhos. Um irmão seu, advogado, foi residir em sua casa e não tardou, traiu-o com a esposa, de quem se apaixonou, sendo correspondido. A esposa e o irmão tramaram sua morte e a executaram, ardilosamente. Vicente não cogita vingar-se e diz: ‘o mal é simples resultado da ignorância e nada mais’. O instrutor Telésforo discorre para todos os aprendizes do trabalho de intercâmbio entre os trabalhadores desencarnados e encarnados. Adverte sobre os companheiros fracassados. Cita empecilhos até nas religiões, além de tristes quadros humanos no mundo todo. Como ajudar a tanto desespero e incompreensão? Só com Jesus, no trabalho, sacrifício e renúncia. Muitos trabalhadores partem de ‘Nosso Lar’ em turmas de trabalho educativo, mas poucos alcançam resultados, parciais, nos misteres da mediunidade e da doutrinação. É relatado que muitos, quando encarnados, preferem desvios sexuais, tirania doméstica, preguiça e vaidade, além de exercitarem a ‘doutrinação para exportação e não para uso próprio’. André Luis relata que muitos médiuns, doutrinadores e estudiosos abandonam o Espiritismo. Raros triunfam, porque quase todos estamos ainda ligados a extenso pretérito de erros criminosos, que nos deformaram a personalidade. Em cada novo ciclo de empreendimentos carnais, acreditamos muito mais em nossas tendências inferiores do passado, que nas possibilidades divinas do presente, complicando sempre o futuro. É desse modo que prosseguimos agarrados ao mal e esquecidos do bem, chegando, por vezes, ao disparate de interpretar dificuldades como punições, quando todo obstáculo traduz oportunidade verdadeiramente preciosa aos que já tenham ‘olhos de ver’. O mundo hoje conta com inúmeros progressos na área cientifica, mas os problemas da alma como depressão, angústia, medo, entre outras, proliferam no campo carnal. As razões de tanto progressos materiais e tantas dores espirituais se encontra no fato do homem dominar, cada vez mais, a paisagem exterior que lhe constitui moradia, embora não conheça a si mesmo. Atendido, porém, o corpo revelará as necessidades da alma. Além dos assoberbados problemas graves causados pelas deficiências morais de cada ser, ainda tem a questão da aproximação psíquica com a esfera vibratória de milhões de desencarnados, que se agarram à Crosta planetária, sequiosos de renovar a existência que menosprezaram, sem maior consideração aos desígnios do Eterno. Na esfera carnal, o maior interesse da alma é a realização de algo útil para o bem de todos, com vistas ao Infinito e à Eternidade. Nesse mister, é indispensável contar com o assédio de todos os elementos contrários. Ironias da ignorância, ataques da insensatez, sugestões inferiores da nossa própria animalidade surgirão, com certeza, no caminho de todo trabalhador fiel. São circunstâncias lógicas e fatais do serviço, porque não viemos ao mundo físico para descanso injustificável, mas para lutar pela nossa melhoria, a despeito de todo impedimento fortuito.
Assim verificamos os seguintes casos - Otávio: após trinta anos de preparação, reencarnou saudável e com mediunidade voltada para consolar criaturas. Deveria manter-se solteiro e amparar seis amigos que o ajudaram em Nosso Lar, nos trinta anos que antecederam à sua reencarnação. Já reencarnado, aos dezenove anos iniciou desvairados abusos das suas faculdades. Ficando órfão de pai, desamparou aqueles seis amigos (ainda crianças), órfãos como ele. Casou-se por violência e teve um filho. Esposa e filho passaram a atormentá-lo. Alcoólatra, morreu com sífilis, aos quarenta anos, sem construir coisa alguma no terreno do bem. – Acelino: outro médium (vidente, audiente e psicógrafo) que, egresso de Nosso Lar, descumpriu todas as realizações que prometera, antes da reencarnação. Usou as faculdades mediúnicas para ganhar dinheiro, ‘resolvendo’ todo tipo de problemas de consulentes. Ao desencarnar permaneceu onze anos em zonas de grande tormento, pela ronda dos ex-consulentes criminosos que desencarnaram antes dele e que exigiam notícias e soluções atinentes a ligações clandestinas. – Joel: médium que fez mau uso das percepções que lhe foram dilatadas antes de reencarnar, a fim de que, então, as utilizasse a benefício do próximo. Há muito tempo vem sofrendo grandes perturbações, como conseqüência. – Belarmino: citado em profunda conceituação de missão educativa. A doutrinação, no campo do Espiritismo evangélico, é aqui exposta com clareza. Mostra como o médium doutrinador exigente, propenso ao mando, vaidoso do saber, desconfiado dos companheiros de reunião mediúnica, logo adentrará no negativismo. Estará sujeito a múltiplas enfermidades, além de sentir um deserto no coração.
André Luiz e Vicente, antes de se dirigirem à Crosta, onde permanecerão por uma semana, recebem melhoramento da visão no Gabinete de Auxílio Magnético às Percepções. É sugerida a prece, sem o fanatismo inconsciente. A prece é fidelidade do coração, jamais viciação do sentimento. A ida à Crosta, no caso, assemelhou-se a uma peregrinação, não feita em estrada ampla e bem cuidada, mas sim, em caminhos difíceis. Diz o livro que a crença na vida superior é atividade incessante da alma. O entorpecimento invade o Espírito vazio de ideal criador. A fé sincera é ginástica do Espírito. Quem não a exercitar de algum modo, na Terra, preferindo deliberadamente a negação injustificável, encontrar-se-á mais tarde sem movimento. Não há prece sem resposta, toda prece impessoal dirigida às Forças Supremas do Bem, delas recebe resposta imediata, em nome de Deus. Apenas deve-se salientar que as respostas de Deus vão sendo maiores e mais diretas, à medida que se intensificam o nosso merecimento, competindo-nos reconhecer que, para semelhantes respostas, são utilizados todos quantos trazem consigo a luz da bondade, ou já possuem mérito e confiança para auxiliar em nome de Deus. A caminho, a equipe faz pausa no Posto de Socorro situado entre Nosso Lar e a Crosta, a grande distância desta. AndréLuiz e Vicente, sob orientação de Aniceto, vêem-se banhados de luz, pela primeira vez. Nas trilhas deparam com frio, ausência de luz solar, paisagens misteriosas, aves horripilantes, rijas ventanias. Aniceto explica aos dois auxiliares que aquela é uma região sob influência astral da Terra. A seguir cita interessantes dados astronômicos. Informa sobre a ‘existência de outros mundos sutis, dentro dos mundos grosseiros’. Chegam em seguida os três ao castelo-educandário soberbo, resguardado por pesados muros. No interior, pomares e jardins maravilhosos. AndréLuiz vê um quadro, pintura em tela, que já havia visto em Paris, quando encarnado. Fica sabendo que o pintor da tela de Paris copiou-a desse original, após vê-lo, em sonho.
A equipe alimenta-se de frutos diversos. O Posto, com quinhentos auxiliares, produz alimentos e remédios para famintos e doentes. O dirigente do Posto relata a história da sua união com a esposa, cuja companhia ele ainda não pode usufruir, pois quando encarnados, ele desfez o casamento, por ouvir calúnias contra ela, que era inocente e que pelo abandono desencarnou, com tuberculose. No Posto chegam sinais de batalhas sangrentas na Terra (o ano era 1944), provocando grande tempestade magnética. Grandes massas de desencarnados (pela Segunda Guerra Mundial) superlotam os Postos de Socorro de várias colônias espirituais. É citada a Colônia Alvorada Nova, situada em zonas mais altas, com intercâmbio com avançados núcleos de espiritualidade superior, de planetas vizinhos. São citados sistemas espirituais de transporte, com base no eletromagnetismo. Há esclarecimentos sobre o passe de sopro curador, cujos passistas exercitaram-se longamente, adquirindo experiências a preço alto. Imprescindível, no caso, a pureza da boca e a santidade das intenções. Passistas encarnados deverão ter estômago sadio, boca habituada a falar o bem, com abstenção do mal e a mente reta, interessada em auxiliar. Além disso, o livro ainda fala sobre o Posto de Socorro e suas defesas múltiplas, mantendo à distância irmãos consagrados ao mal, perversos e criminosos, entidades verdadeiramente diabólicas. O Posto está equipado com armas que não exterminam, apenas defendem, disparando projéteis elétricos que causam impressão da morte, isso porque na esfera espiritual a matéria mental pode modificar o corpo denso todos os dias. Visitando os albergues do Posto, André Luiz e Vicente acompanham os encarregados da assistência. O chefe do Posto atende e conforta vários Espíritos necessitados que o procuram, presos a problemas inferiores, pois se julgam ainda encarnados. A equipe chega a um pavilhão escuro, situado em área com três quilômetros de extensão, mais ou menos. No interior, espaçosas enfermarias. Silêncio absoluto. Cerca de dois mil Espíritos ali estão adormecidos. Têm semblante horrendo, quase todos estampando pavor, em cadavérica palidez. São oitenta os atendentes em atividade. Cada um só pode cuidar de cinco enfermos, perfazendo quatrocentos atendimentos. A imagem é a da morte, naqueles Espíritos entorpecidos no vazio, que quando encarnados eram crentes no nada após a desencarnação. São os ‘embriões da vida’ ou ‘fetos da espiritualidade’, paralíticos do bem.
AndréLuiz, concentrando todas as possibilidades mentais ao seu alcance, focaliza o sofrido Espírito de uma mulher, passando a vislumbrar o pesadelo em que se prendia, em conseqüência de haver assassinado o amante, que era casado. Toda a cena, com o local, personagens e diálogos, desenrolam-se à sua percepção (estilo psicometria espiritual). Naquele pavilhão dos adormecidos, os efeitos da prece de um Espírito elevado, prece esta acompanhada com amor por numerosos Espíritos dedicados à fraternidade, produz benéficos e múltiplos efeitos, alcançando numerosos pacientes em sono profundo. Mas, apenas dois se ergueram e mesmo assim, saíram correndo, espavoridos. Luzes irradiantes, em flocos de várias colorações, partiam de cada Espírito da equipe, indo cair sobre os corpos inanimados. Há um primeiro alerta, ligeiro, aos doutrinadores, quanto à impropriedade de se dizer ao Espírito desencarnado (que desconheça tal estado) que ele já não possui mais o corpo físico. Alfredo, o chefe do Posto, demonstra a inconveniência do Espírito desencarnado prender-se aos rogos e lamentações da família encarnada. Por extensão, fica a lição aos encarnados que perderam entes queridos. Também fica de ensinamento que a reconciliação inicia-se pela atitude caridosa, vai do entendimento à piedade, desta à simpatia, depois à verdadeira fraternidade e culmina com o amor sublime. O livro conta que o posto recebe visita de amigos vindos do Campo da Paz, em belo carro tirado por dois soberbos cavalos brancos. São expostos ensinamentos referentes aos doentes do Espírito, rebeldes ao tratamento. Os atendentes sentem-se obrigados a semear pensamentos novos e aguardar que a obra do tempo os faça germinar nesses doentes. É citado o ‘desculpismo’ (pretextos de encarnados, principalmente médiuns, compromissados com a tarefa de auxílio ao próximo, para fugirem à tarefa e ao dever sagrado). Campo da Paz é uma colônia de socorros urgentes, qual avançado centro de enfermagem. Atende ainda aos recém-encarnados, na base de quinze a vinte reencarnações diárias, dos tutelados que serão assistidos até os primeiros sete anos da existência carnal. Em reunião musical festiva há execução, ao órgão, da Tocata e Fuga em Ré Menor, de Bach, com acompanhamento coral de crianças. Ismália, Espírito elevado, executa melodia ao órgão, que faz brotar na mente de todos os ouvintes uma sublime oração de louvor ao Criador.
Os aprendizados de André Luiz são longos e em dado momento ele é designado para aplicar passes em espíritos necessitados. Atende uma mulher cega, em conseqüência da impressão deixada no perispírito dela pelo tracoma. Quando seu passe dissipa a cegueira, ele e a mulher se emocionam. O Instrutor então o adverte quanto à vaidade: ‘não olvides que todo bem procede de Deus’. Vários espíritos são atendidos pelos benfeitores espirituais, mas alguns permanecem impermeáveis a esse auxílio. O desligamento perispiritual de um agonizante é detalhado de forma impressionante, mostrando como todos os movimentos do corpo são administrados pela mente. Sem mais, André Luiz retorna com seus companheiros para Nosso Lar.
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