Mulheres valentes[i]. O inicio do livro relata sobre Joana D’Arc: imaginemos o que deve ter sido para uma menina simples, filha de agricultores que viviam sob um ambiente totalmente místico, de fé, de religiosidade e de grande temores a Deus, ser chamada através da sua mediunidade para libertar a França, sua tão querida terra natal, do jugo dos ingleses. Por incrível que pareça, a missão que o arcanjo Miguel revelou a esta menina era de libertar a França e coroar o rei Carlos. Naquela época, as mulheres não tinham direito a nada, nem de opinar nas resoluções dos problemas familiares. A elas, competia apenas o simples serviço caseiro, a obediência total e irrestrita aos pais e, mais adiante, aos maridos. Aos doze anos ela começa a ver e escutar o arcanjo Miguel, santa Catarina e santa Margareth, aos quatorze anos coroa o rei Carlos, aos dezoito anos é presa, e quando ela precisa de ajuda, da força e da confiança de pelo menos uma das pessoas a quem ela ajudou, não encontrou nenhuma mão amiga que a amparasse ou defendesse. Foi covardemente abandonada na mão de seus inimigos. Nem o próprio rei para quem ela tinha feito tanto, não movimentou nem um dedo para salvar Joana, a virgem de Orleans, de seus terríveis inimigos. Ela foi entregue a inquisição, que forjando um falso julgamento, torturou o mais que pode aquela menina, para desonrá-la, desacreditá-la perante a França, perante os ingleses e perante o mundo. Mas, apesar de tudo, nada conseguiram, porque ela era uma menina especial, que trazia já no coração o verdadeiro Amor incondicional, numa missão sublime a favor da humanidade e, com certeza, os céus a protegiam. Joana foi queimada viva, em praça publica, simplesmente porque ela dizia que via e escutava as vozes do arcanjo Miguel e das suas santas queridas. Isto, para o poder religioso dominante na época, era uma grande heresia, pois o clero considerava que só eles que se denominavam os enviados do senhor tinham o direito e a capacidade de ver e conversar com os anjos e santos. Quanta ignorância e egoísmo. O grande ensinamento que a vida dessa guerreira nos mostra até hoje é a sua coragem e valentia em confiar tanto na espiritualidade a ponto de arriscar tudo, até a própria vida, a exemplo de Cristo, para assim cumprir a sua missão. Não houve um coração puro que ficasse sem sofrer na Terra: o amor exercido, verdadeiramente praticado, nunca foi (e ainda não é) desacompanhado de lágrimas.
[i] GODOY, Anita. (Júlio). Mulheres valentes. Uberlândia, MG: Portal da Luz, 1999.
[i] GODOY, Anita. (Júlio). Mulheres valentes. Uberlândia, MG: Portal da Luz, 1999.
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