O livro chama-se Luar Peregrino[i]. O nome do livro também é o nome adotado pelo personagem principal da historia (Lélis), que depois de sofrer um acidente (atentado), fica desmemoriado e faz amizade com um mendigo de nome Raul, o qual lhe dá esse nome ao contrário do seu. O sobrenome Peregrino é uma alusão feita à sua situação de peregrinação. É uma leitura comprida, mas bastante envolvente e fala bastante sobre os sonhos enquanto sinônimo de desprendimento entre espírito e corpo. Acho que o livro veio a calhar com algumas situações do meu presente e creio que isso não deva ser mera coincidência. Assim como o personagem Luar, eu também desejo ser e me sentir como os pássaros do céu, que não semeiam e não colhem, ou como os lírios do campo, que não trabalham e não fiam, mas que Deus provê em sua infinita misericórdia. Espero que Papai do Céu me lance sim toda sua misericórdia nos momentos difíceis e me ensine preparando-me a cada dia para ter condições de, como todos os homens de Bem mais evoluídos, trabalhar em beneficio da coletividade. Pela leitura fica extremamente evidente que o bem opera maravilha em todos os sentidos, muitas vezes até de forma imperceptível pela nossa desatenção. E como isso me comove! Mas parece tão distante de minha vida que rogo a Papai do Céu todos os dias para que assim não seja, pois desejo o bem e o amor intrínseco na minha jornada evolutiva dia após dia, hoje, agora. Compreendo que, muitas vezes, um pequenino sofrimento representa uma bênção, uma dádiva. E sei que são realmente pequeninos se comparado o tempo de duração desses sofrimentos com a vida que é eterna. Perto dela os nossos males não passam de um simples estalar de dedos. Acho que isso nos dá mais força e resignação, algo tão necessário durante os embates do cotidiano.
Também concordo que as pessoas precisam aprender que o amor ao próximo é o maior remédio para os próprios males, porque os emissários de Jesus dele necessitam para operar ‘milagres’ entre nós. Adorei ler a explicação de que o espírito caridoso exercita a caridade como se fosse algo comum em sua vida e o faz tão naturalmente que nem fica sabendo do resultado desses seus atos de desprendimento e amor. Sinto intensamente que precisamos encontrar a felicidade naquilo que podemos carregar conosco, por todo o sempre em nossos corações. Além disso, compreendo que precisamos evoluir muito para ter condições de entender muitas coisas que os espíritos ainda não têm meios para nos explicar pela nossa falta de receptividade cognitiva. São tantas dúvidas e, ao mesmo tempo, tanta incapacidade moral, emocional e intelectual para um entendimento mais amplo! Chego até a pensar que o conhecimento é infinito. Teve outra parte do livro que achei importante de ressaltar: fala das obsessões. Confirmando o que já sabia, os obsessores podem ser classificados em cinco categorias: 1- Agem pelo prazer de fazer o mal; 2- Agem em troca de favores, geralmente ligados às viciações que possuem; 3- Agem obrigados, simplesmente por medo das conseqüências punitivas se não cumprirem o que lhes ordenam; 4- São atraídos por afinidades aos encarnados despreparados que valorizam e se tornam dependentes dos próprios problemas; 5- São espíritos inimigos do passado que querem, a todo custo, vingar-se de seus desafetos e aproximar-se deles tentando prejudicar-lhes. Um belo ensinamento segue-se depois: ninguém melhor do que nós mesmos para ensinar o perdão aos nossos próprios obsessores através de influencias positivas baseadas na nossa reforma intima. Ah, e não poderia esquecer a frase mais bela do livro: “O evangelho é a bússola do espírito”. Bem, isso foi o que de melhor pude retirar do livro nesse momento.
[i] FRUNGILO JÚNIOR, Wilson. Luar Peregrino. 2ª Ed. Araras, SP, IDE, 2007.
Atualização
Há 4 anos
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