Obrigada pela visita!

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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

para ami - minha viagem em família

Olá ‘Ami’! Quanto tempo não lhe escrevo! Pois retornei para contar-te sobre minha viagem em família para Caldas Novas. O melhor da viagem em si para mim foi o percurso dentro do carro em seis pessoas. No dia 08 meu cunhado foi buscar sua filha do primeiro casamento, que chamarei de ‘Mary’. Isso já era por volta de nove horas da manhã. Mamãe tirou os pães de queijo do forno (a massa havia sido feita no dia anterior) e terminou de arrumar as coisas. Na ida nós passamos na casa de vovó para deixar-lhe alguns pães de queijo e seguimos viagem. A ‘Mary’ foi brincando de massinha com a ‘Wenda Hilar’ e não quis sair do colo dela a viagem inteira. Assim que chegamos fomos direto a um restaurante, pois já era passado de hora de almoçarmos. Demos algumas voltas até acharmos o endereço do apartamento da vizinha que alugamos: Residencial Thermas Rio Caldas. Como a ‘Wenda Hilar’ pegou no sono logo após comer, esperamos ela tirar seu cochilo e só depois que fomos para a piscina. Pude nadar e me divertir, mas as piscinas de lá são poucas e rasas, um tanto sem graça. O apartamento é pequeno, mas bem arrumado e razoavelmente novo. Eu e mamãe ficamos num quarto com duas camas de solteiro, a ‘Mary’ quis ficar na sala com o sofá-cama e minha irmã foi para a suíte. Depois da diversão de ficarmos na água até os dedos enrugarem, tomamos banho e saímos. O céu estava preto para chover, mas no final acabou não caindo uma gota d´água. Andamos por uma feirinha e passamos no supermercado para fazer compras. Que tormento ter de passar na fila de um caixa, mas eu disfarço, olho para os lados, vou saindo de manso e burlo meus sentimentos evitando ver o pagamento em si.
Com a presença de ‘Mary’ eu obtive alívio e sossego, uma vez que a ‘Wenda Hilar’ esqueceu-se de mim por completo. A ‘Mary’ é cem por cento no canto dela. Estive muito pensativa tentando formular uma opinião à respeito desse tipo de comportamento: eu sou um pouco parecida com ela, pois também gosto de estar na minha, ou seja, mais isolada. De toda forma, escutei comentários de meu cunhado, irmã e mãe dizendo que ela não se envolve com o grupo e eles desaprovam isso por completo. Ela não interage de forma alguma, nenhum comentário, conversa, opinião, atitude, nada. Na ida ela brincou com a ‘Wenda Hilar’ dentro do carro fazendo uns bichinhos de massinha e também a carregou no colo durante tal dia, mas depois ela não estava ligando a mínima para a irmã. Eu compreendo, pois minha sobrinha não para de foliar um só segundo e dá uma canseira que só mesmo deixando-a de lado. Eu também não estava nem aí para ela: sinceramente não pensei que uma criança pudesse ser tão desinquieta! No meu mundinho particular não tenho costume de lidar com crianças e daí dá para entender minha situação. Mas voltando a falar da ‘Mary’, acho que ela faz bem em estar na dela sem se autoconstranger de não pensar no coletivo, pois eu, diferente dela, já fico sem graça e acabo me contrariando para fazer os gostos da maioria. Nada mais chato do que não ter coragem de assumir o que se quer (ou não se quer) por achar que é feio sair fora da decisão do grupo. Eu me odeio quando faço isso, mas tenho nítida percepção de que seria muito mal vista pelos demais se assim não fosse.
Assim como a ‘Mary’ eu não abro a boca para nada, mas tento ser participativa de outras formas: sorrindo, comendo o mesmo que os demais decidem comer, seguindo a mesma programação de horários e atividades, etc. Já a ‘Mary’ parece que fez questão de fazer o roteiro dela à parte. Não admiro tal audácia, mas na minha forma de ver a situação, não creio que ela esteja errada. Ela não tem comprometimento de ser totalmente simpática com todos e fingir que está achando tudo lindo e maravilhoso. Também acho que ninguém é obrigado a ser participativo só porque está em grupo. O fato de ‘Mary’ não estar nem aí para ninguém me fez sentir a vontade no ambiente perto dela. Observei tal postura de agir com total liberdade como se estivesse em sua própria casa e não penso que isso seja negativo: não é por estar em grupo que devemos ficar constrangidos tentando fazer bonito, pois o conceito de beleza é pessoal. Eu fui à única a aprovar o comportamento dela e não acho que ela tenha de ser diferente só porque minha irmã e cunhado acham a postura dela errada, desagradável ou feia. Na minha opinião, antes uma postura feia e desagradável aos olhos alheios do que um comportamento falso de quem, como eu, fica moldada num faz de conta só para agradar e parecer que está junto com o grupo. Flexibilidade é bom, mas autenticidade é tudo! Eu sou muito flexível por covardia e estou tentando ao estremo ser mais autentica. Simpatia é ótimo, mas espontaneidade é vital! Nem sempre estou disposta a ser simpática, mas me disponho ao máximo para ser espontânea. Além do mais, somos mais ou menos simpáticos dependendo das afinidades que encontramos nos relacionamentos e, nesse caso, acho que simpatia forçada é o oposto da autenticidade que tanto valorizo. Gostei muito das reflexões que fiz ao analisar minha postura com o jeito característico de ‘Mary’.
De volta ao apartamento nós comemos algo, assistimos um pouco de televisão, eu li um livro que minha irmã me emprestou e fomos dormir. De madrugada eu acordei morta de sede, mas estava sem coragem de ir a cozinha beber água. Como sempre eu sou muito pusilânime e sem ação quando estou no meio de outras pessoas e fico acuada para fazer praticamente tudo. Revirei tentando dormir novamente, mas minha boca estava tão seca que não conseguia nem engolir a saliva. Já não agüentando mais eu resolvi pensar em ‘Mateus’ e senti quando seu perfume irradiou-se no ambiente. Pedi-o para buscar água para mim, mas obviamente isso era impossível, uma vez que ele estava presente ali apenas em espírito desprendido do corpo. Depois de um bom tempo com sede ele me encorajou dizendo que era totalmente normal ir até a cozinha beber água e oferecendo-se de ir comigo eu tomei atrevimento: agindo naturalmente fui beber água sem importar-me com a presença de ‘Mary’ na sala, a qual fica separada da cozinha apenas por uma mesinha de mármore. ‘Mateus’ disse-me que isso é falta de treino e eu concordo. Acho que preciso ver-me mais no meio das pessoas para esforçar-me a fim de ter iniciativa e coragem de agir sem acanhamento. É demais ficar sem conseguir dormir por sede e não ir beber água por ter vergonha de ir até a cozinha. A presença de ‘Mateus’ deu-me um ímpeto instantâneo e maravilhoso! Depois disso eu voltei para a cama e acabei dormindo sem saber se continuei junto a ele ou não. Em se falando de encontro espiritual com ambos dormindo, ou seja, estilo sonho, tanto eu quanto ele somos uma negação para lembrar. Será que em situação inversa, ou seja, ele acordado e eu dormindo, ele teria a sensibilidade de me sentir igual eu o sinto? Até agora nenhum sinal desse tipo de acontecimento foi notado. Que benção! Eu adoro quando estou com ‘Mateus’ e nessa simples presença perco toda a sensação de estar intimidada com algo. Tenho muito para agradecê-lo, pois mesmo em espírito desprendido do corpo, ele é a minha luz na escuridão! Não consigo me lembrar de nenhum sonho das ultimas noites, mas acho sim que tenho encontrado-o em vários deles. Ele já confidenciou que parece ter sonhado comigo, mas permanece incerto disso.
No dia 09 nós acordamos, tomamos café da manhã e fomos para a piscina. Nadei, fiquei de molho e tomei banho de sol lendo um pouco. Logo deu meio-dia e subimos novamente para almoçar. Até aí tudo tranqüilo. Depois de um bom descanso (donde fiquei lendo enquanto os demais dormiam) até quase cinco horas da tarde, lanchamos e fomos dar uma volta nas ruas. Daí iniciou meu tormento e não demorou muito para eu passar mal com as visitas de mamãe de loja em loja a procura de qualquer coisa para comprar. Fui sendo acometida de uma imensa vontade de chorar, pois me dói profundamente perceber que uma situação alegre e divertida para todos é sinônima de agonia para mim. Quanto mais eu segurava o choro, mais aumentava meu pânico e minha aflição interior com relação aos gastos financeiros. Comecei a me sentir sufocada, tremula e com uma vontade doida de sair correndo desembestada até perder as restantes forças que me mantinham em pé. Assim eu me torturei agüentando e segurando tal sofrimento até as oito horas da noite quando finalmente retornamos para o apartamento. Foi um dia muito sofrido para mim, pois tive pesadas reações físicas de um mal provocado pelas atitudes (compras) alheias, as quais não foram poucas. Não agüento mais sofrer por causas que não estão no comando de meu próprio ser, ou seja, situações que não tem nada a ver comigo. Algumas vezes, mesmo que não seja eu a gastar dinheiro, sinto-me péssima perto de pessoas que esbanjam numa boa como se dinheiro caísse do céu igual chuva. Tem momentos que chego a ser preconceituosa com relação aos gastos financeiros alheios e fico acabada emocionalmente com isso. Fico me sentindo pior do que o diabo amarrado numa cruz com um cordão de alho. Para finalizar tal dia, fomos mais um pouco à piscina, comemos algo (cada um por si com sua preferência alimentar), assistimos televisão e caí no sono.
No dia 10 acordamos também por volta das nove horas da manhã. Até que comemos algo e fomos para a piscina já eram quase onze horas. Ficamos um pouco por lá e nesse pouco tempo eu entrei numa piscina que estava com água muito quente e não deu outra reação: queda de pressão arterial. Mas eu já havia saído da piscina quando minhas vistas começaram a ficar escura e rapidamente procurei sentar-me numa cadeira já perdendo as força nas pernas. Pareceu uma eternidade o tempo que fiquei com as vistas chuviscando preto igual uma televisão quando sai fora do ar. Minha mãe me disse que fiquei amarelo-branca igual folha envelhecida e mal consegui engolir uma mordida de pão de queijo, pois minha linha ficou totalmente amortecida como se houvesse recebido uma anestesia. Só melhorei depois que pedi para minha mãe pegar um pouco de água gelada para mim no bebedouro, a qual tomei vagarosamente (quase não conseguia levar o copo à boca) e engolir o resto do pão de queijo. Custei a voltar ao normal, mas enfim tudo deu certo. De todo modo fiquei com uma leve dor de cabeça. Subimos outra vez para o apartamento já eram quase duas horas da tarde.
Enquanto eu e mamãe comíamos algo, minha irmã deu banho na filha que não tardou em cair no sono. Em seguida minha irmã levou eu e mamãe ao nosso terreno no bairro Jardim Serrano. Na volta eu e mamãe ficamos nas lojas enquanto ‘Soberana’ foi ao apartamento buscar o resto do pessoal para irem almoçar. Já eram quase cinco horas da tarde quando retornamos para o apartamento a fim de colocar o biquíni e ir para as piscinas. Ficamos cerca de uma hora de molho brincando com ‘Wenda Hilar’ e depois subimos outra vez para tomar banho e lanchar. Por volta das oito e meia da noite saímos para jantar (pizza) e nisso minha cabeça começou a latejar mais forte. Foi com custo que esperei até a hora de ir dormir para tentar remediar tal dor com o sono, mas a tentativa ficou em vão e já era tarde quando não suportando mais a dor eu tive de ir à cozinha a caça de uma cartela que Neusadina que já houvera visto na prateleira sobre a mesinha de mármore. Acontece que meu cunhado também sentira dor de cabeça no dia em que lá chegamos e por conta disso tive a sorte de encontrar tão facilmente aquele remédio a minha disposição. Odeio ter que tomar remédio e foi embalada de raiva e alívio que eu engoli o grande comprimido marrom (aparenta-se com uma bala de chocolate). Finalmente consegui dormir assim que a dor foi dissipando. Sou tão teimosa que enquanto a dor não faz o meu estomago embrulhar de tão forte eu não atino para tomar um medicamento. Num repente o dia amanheceu. Embora tenha dormido poucas horas, foi um sono pesado com sonhos que de nada lembro.
Hoje, dia 11, acordamos por volta das nove horas da manhã e já decidimos que o melhor era vir embora, uma vez que minha irmã estava com preguiça de ir para a piscina (com ‘Wenda Hilar’ tudo fica mais difícil e trabalhoso). Foi o tempo de tomarmos café da manhã, recolhermos todas as coisas e iniciarmos a viagem de volta. Já eram quase duas horas quando paramos em Araguari para almoçarmos. Lá foi eu ter que sofrer novamente com os gastos financeiros. Pouco depois das quatro horas da tarde estávamos chegando em casa. Ufa, viagem e missão cumprida! Depois de desfazer as malas e colocar algumas roupas para lavar, fui ao Parque do Sabiá exercitar-me, afinal de contas, estava com saudade de correr e necessitada disso para extravasar as intempéries negativas dos últimos dias. Logo depois de chegar minha mãe decidiu ir a feira e lá fomos todos nós fazer algumas comprinhas. Eu fico com vontade ir junto, mas sei que o desfecho de ‘sofrimento econômico’ sempre me acomete e acabei vindo embora antes do pessoal com duas sacolas carregadas de verduras. Será até quando minha vida estará envolvida nesse tido de pavor e agonia que ninguém compreende? De resto nenhuma novidade sobra. Essa foi minha viagem em família e deixou-me na alma um gostinho de sonho: fiquei a pensar quando terei a oportunidade de fazer uma viagem com meu futuro marido e os possíveis filhos que talvez um dia eu tenha. Ah destino, eis que vós me aguardais! Por hoje é isso. Beijos e até breve!”

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