"Ágape" estava levando sua vida com normalidade. Sua felicidade continuava sendo a mesma de sempre: acordar só quando o sono acabava, fazer suas leituras enobrecedoras, meditar, rezar no seu ambiente místico de vela e incenso, escrever sua biografia, lidar com as plantas, inventar coisas na cozinha de comer ou beber, tomar seus banhos de erva (em tal dia ela tomou de folhas de rosa branca com três punhados de açúcar), correr no Parque do Sabiá (de preferência acompanhada de "Mateus"), sair com sua mãe (a qual estava a cada dia ficando mais dependente dela para qualquer mísera coisa), lidar com as tarefas domésticas, distrair-se de vez em quando na televisão, fazer sua massagem energética com seu hidratante caseiro (o que parecia um ritual de complemente ao banho), remexer em alguma atividade manual como costura, bordado, pintura, desenho, crochê ou tricô e, de resto, se envolver nos sonhos esperançosos do porvir.
Em nossa ultima conversa "Ágape" revelou-me que continuava recebendo conselhos de “Ameth”. Ela não me detalhou suas intuições, mas disse firmemente as seguintes palavras: “Eu sei quem eu sou, conheço cada um dos meus defeitos e cada uma das minhas qualidades. Posso não ter sonhos astuciosos de progredir financeiramente, trabalhar, etc., mas não escondo meus nobres anseios de amar e continuar sendo feliz apenas com a companhia de uma coisa: minha fé. Eu sei da minha força de vontade e disciplina quando quero algo. Mas querer não é apenas desejar por ter vontade ou por julgar que assim tem de ser. Em se falando de garra pessoal, não consigo agir se não sentir as força de meu coração totalmente envolvidas nas decisões. Não me adianta achar que quero porque meus familiares querem por mim. Não me adianta ir contra minha vontade por achar que é o mais certo ou importante perante o conceito da atualidade moderna. Isso não funciona para mim e detesto me ver nadando contra a maré do meu coração. Sou flexível e entendo que não sou dona da verdade absoluta. Eu procuro escutar as opiniões alheias e até acato algumas coisas, mas estou aprendendo a me respeitar em primeiro lugar. Não importa o que os outros pensam de mim ou querem para minha vida. Estou aprendendo a assumir meu Eu, mesmo que o mundo me trucide. De um jeito ou de outro a responsabilidade de minha vida é minha e já que é assim, quero ter total consciência do motivo de tudo o que faço e não estou disposta a engolir uma justificativa do tipo ‘é à vontade de beltrano’ ou então ‘não tenho alternativa’ ou ainda ‘é o que parece melhor’. Mesmo que monte uma batalha a cada dia, pois é isso que sinto criar perante o mundo, eu quero defender quem eu sou e só agir por uma resposta límpida de duas palavras ‘eu quero’!
Sempre fui vitoriosa em tudo o que quis, mesmo não tendo atingindo muitos objetivos finais que obviamente não tinham de ter sido atingido. E mesmo assim, em questão de aprendizado, eu consigo me ver atingindo o alvo certeiro. Minha vida não tem nada de muito especial para ser enquadrada numa vida feliz, mas eu sou feliz porque a cada dia aprendo e reativo as energias para aceitar minha vida com gratidão, humildade, resignação e fé. A cada minuto sinto me aproximar mais de Papai do Céu e esse é o ingrediente máximo imprescindível para encher-me de total segurança e lucidez emocional. Eu tenho consciência de que os sonhos de conhecer o mundo todo, de ter uma união conjugal digna de duas almas iluminadas pelo amor puro, de trabalhar em casa ou em qualquer local que me faça sentir bem, de desenvolver minha capacidade de relacionar com o próximo abertamente sem timidez e/ou de gastar dinheiro sem sofrimento, nada disso me proporcionaria maior felicidade do que algo que já possuo: a capacidade de merecer o amor de Papai do Céu e lutar por fazer esse merecimento ser válido não pelo amor incondicional Dele, mas pelo meu crescimento constante, mesmo que lento. É muito difícil arraigar essa verdade na alma, pois entendo que os prazeres mundanos têm suas credenciais. É por isso que as dores emocionais têm suas importâncias homeopáticas: foi o sofrimento de vinte e tantos anos infeliz que me fez entender tudo isso. Digo sofrimento não no sentido de ter tido uma vida cruel, mas sim no sentido de ter tido uma boa vida e não reconhecê-la assim.
É preciso muita força para dizer aos próprios sonhos: ‘até poderia ser mais feliz se vocês realizassem, mas independente disso eu sou e serei sempre feliz, porque só preciso estar com Papai do Céu para sentir-me inteiramente completa e realizada’. Quando estamos com Papai do Céu temos a certeza de que todos os nossos sonhos estão sendo analisados com total carinho e podemos deixá-los ao curso do destino, porque em verdade, eles se tornam apenas um complemento e não um intento inerente e necessário à própria caminhada terrena. O fundamental para minha vida é estar em paz comigo mesma, mesmo que isso me faça não estar tão em paz com o mundo. O importante para mim é escutar meu coração, pois ele é a voz de Papai do Céu na minha trajetória. Em suma, dentro da relativa felicidade desse mundo transitório, eu sou feliz por um único motivo: Papai do Céu me quer feliz e eu também! Parabéns para todos os que sabem guiar a vida e parabéns também para todos aqueles que, como eu, deixam ser guiados pela vida e pelo próprio coração. Não existe uma formula certa para se viver, pois todos os caminhos nos levam a um único objetivo: o amor divino e o crescimento espiritual. Um caminho amargo seguido após uma porta larga só pode ser reconhecido depois de percorrido muitas vezes. Eu acredito nisso por experiência própria e pelas graças divinas aprendi a santificar cada espinho que me ferroou e cada lágrima que debulhei nos percalços da ignorância. Com certeza cada abatimento emocional me valeu por muitos sorrisos para fazer-me chegar até aqui e dizer com todas as letras: hoje sou melhor do que ontem. Que os anjos, santos e orixás acolham minha gratidão e transforme-a em luz para todo o mundo...”
"Ágape" não se sentia condizentemente digna do seu único querer que era desenvolver a capacidade de amar, mas ela não deixava de afirmar que não conseguia querer nada além disso. E embalada disso a sua vida ia seguindo-se. "Ágape" era a figura exata de quem vivia a mando do próprio destino e dos sentimentos interiores, porque acreditava integralmente nos desígnios da vida em si e no próprio coração.
Em nossa ultima conversa "Ágape" revelou-me que continuava recebendo conselhos de “Ameth”. Ela não me detalhou suas intuições, mas disse firmemente as seguintes palavras: “Eu sei quem eu sou, conheço cada um dos meus defeitos e cada uma das minhas qualidades. Posso não ter sonhos astuciosos de progredir financeiramente, trabalhar, etc., mas não escondo meus nobres anseios de amar e continuar sendo feliz apenas com a companhia de uma coisa: minha fé. Eu sei da minha força de vontade e disciplina quando quero algo. Mas querer não é apenas desejar por ter vontade ou por julgar que assim tem de ser. Em se falando de garra pessoal, não consigo agir se não sentir as força de meu coração totalmente envolvidas nas decisões. Não me adianta achar que quero porque meus familiares querem por mim. Não me adianta ir contra minha vontade por achar que é o mais certo ou importante perante o conceito da atualidade moderna. Isso não funciona para mim e detesto me ver nadando contra a maré do meu coração. Sou flexível e entendo que não sou dona da verdade absoluta. Eu procuro escutar as opiniões alheias e até acato algumas coisas, mas estou aprendendo a me respeitar em primeiro lugar. Não importa o que os outros pensam de mim ou querem para minha vida. Estou aprendendo a assumir meu Eu, mesmo que o mundo me trucide. De um jeito ou de outro a responsabilidade de minha vida é minha e já que é assim, quero ter total consciência do motivo de tudo o que faço e não estou disposta a engolir uma justificativa do tipo ‘é à vontade de beltrano’ ou então ‘não tenho alternativa’ ou ainda ‘é o que parece melhor’. Mesmo que monte uma batalha a cada dia, pois é isso que sinto criar perante o mundo, eu quero defender quem eu sou e só agir por uma resposta límpida de duas palavras ‘eu quero’!
Sempre fui vitoriosa em tudo o que quis, mesmo não tendo atingindo muitos objetivos finais que obviamente não tinham de ter sido atingido. E mesmo assim, em questão de aprendizado, eu consigo me ver atingindo o alvo certeiro. Minha vida não tem nada de muito especial para ser enquadrada numa vida feliz, mas eu sou feliz porque a cada dia aprendo e reativo as energias para aceitar minha vida com gratidão, humildade, resignação e fé. A cada minuto sinto me aproximar mais de Papai do Céu e esse é o ingrediente máximo imprescindível para encher-me de total segurança e lucidez emocional. Eu tenho consciência de que os sonhos de conhecer o mundo todo, de ter uma união conjugal digna de duas almas iluminadas pelo amor puro, de trabalhar em casa ou em qualquer local que me faça sentir bem, de desenvolver minha capacidade de relacionar com o próximo abertamente sem timidez e/ou de gastar dinheiro sem sofrimento, nada disso me proporcionaria maior felicidade do que algo que já possuo: a capacidade de merecer o amor de Papai do Céu e lutar por fazer esse merecimento ser válido não pelo amor incondicional Dele, mas pelo meu crescimento constante, mesmo que lento. É muito difícil arraigar essa verdade na alma, pois entendo que os prazeres mundanos têm suas credenciais. É por isso que as dores emocionais têm suas importâncias homeopáticas: foi o sofrimento de vinte e tantos anos infeliz que me fez entender tudo isso. Digo sofrimento não no sentido de ter tido uma vida cruel, mas sim no sentido de ter tido uma boa vida e não reconhecê-la assim.
É preciso muita força para dizer aos próprios sonhos: ‘até poderia ser mais feliz se vocês realizassem, mas independente disso eu sou e serei sempre feliz, porque só preciso estar com Papai do Céu para sentir-me inteiramente completa e realizada’. Quando estamos com Papai do Céu temos a certeza de que todos os nossos sonhos estão sendo analisados com total carinho e podemos deixá-los ao curso do destino, porque em verdade, eles se tornam apenas um complemento e não um intento inerente e necessário à própria caminhada terrena. O fundamental para minha vida é estar em paz comigo mesma, mesmo que isso me faça não estar tão em paz com o mundo. O importante para mim é escutar meu coração, pois ele é a voz de Papai do Céu na minha trajetória. Em suma, dentro da relativa felicidade desse mundo transitório, eu sou feliz por um único motivo: Papai do Céu me quer feliz e eu também! Parabéns para todos os que sabem guiar a vida e parabéns também para todos aqueles que, como eu, deixam ser guiados pela vida e pelo próprio coração. Não existe uma formula certa para se viver, pois todos os caminhos nos levam a um único objetivo: o amor divino e o crescimento espiritual. Um caminho amargo seguido após uma porta larga só pode ser reconhecido depois de percorrido muitas vezes. Eu acredito nisso por experiência própria e pelas graças divinas aprendi a santificar cada espinho que me ferroou e cada lágrima que debulhei nos percalços da ignorância. Com certeza cada abatimento emocional me valeu por muitos sorrisos para fazer-me chegar até aqui e dizer com todas as letras: hoje sou melhor do que ontem. Que os anjos, santos e orixás acolham minha gratidão e transforme-a em luz para todo o mundo...”
"Ágape" não se sentia condizentemente digna do seu único querer que era desenvolver a capacidade de amar, mas ela não deixava de afirmar que não conseguia querer nada além disso. E embalada disso a sua vida ia seguindo-se. "Ágape" era a figura exata de quem vivia a mando do próprio destino e dos sentimentos interiores, porque acreditava integralmente nos desígnios da vida em si e no próprio coração.
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