Tenho dormido pouco e sonhado muito. São tantos sonhos que tudo se mistura na minha mente e quase não lembro de nada. É como se fosse uma descarga energética mental. Ultimamente os sonhos pareceram-me bastante diferentes: tenho sonhado com muitas pessoas, geralmente estou próxima da multidão, me vejo nos sonhos sendo uma pessoa mais simpática, especial, dada aos relacionamentos, literalmente pública e, ao mesmo tempo, sendo eu mesma, mas num meio completamente oposto da minha realidade ou dos sonhos passados. Vou tentar relatar os sonhos dessa noite. Vi-me analisando outras vidas minhas. Era como se eu não fosse apenas eu, mas uma mistura de muitas de mim divididas entre milhares de vivências. Era como se houvesse uma rede com uma infinitude de acontecimentos e fatos marcantes e moldantes de minha personalidade.
Além disso havia sobre mim uma influenciação externa, tanto material quanto espiritual, tanto de pessoas vivas quanto de espíritos desencarnados. E mais, havia uma regência do inconsciente coletivo de forma que eu era eu e ao mesmo tempo estava sendo como milhares de seres, agindo, sentindo e pensando em uníssono, ou seja, eu fazia parte de milhares de indivíduos e estes faziam parte de mim, mesmo que cada um fosse um ser criado individualmente. Senti-me ligada ao todo, ao cosmo, a amplitude universal. Isso foi estranho, senti-me muito, mas muito mais do que sou. Senti-me como se fosse unicamente eu e ao mesmo tempo fosse tudo o que existe. Eu era eu e me sentia fazendo parte das outras pessoas de uma forma que não sei explicar. Havia uma ligação indissolúvel, mais real do que afinidade ou amor. Existia uma integração mirabolante. Numa das visões do passado eu fui a um local donde há tempos atrás fora um precipício e algumas pessoas houveram se suicidado lá. Não lembro qual a história em si. Andei pelo local enquanto muitas cenas surgiam na minha mente. Era como se o local fizesse aflorar em mim tudo o que ali já existira, tudo o que as pessoas ali já haviam passado. Estranho que ali também havia um riacho e vi um esquilo nadando. Apenas o focinho dele ficava a vista.
Além de poder adentrar em vivência pretéritas, eu podia ver o mundo oculto aos olhos carnais. Outra vez sonhei que via espíritos. Foram muitas cenas que não lembro direito. Numa delas eu visualizava (e eu parecia estar ali apenas espiritualmente também) uma mesa redonda com várias mulheres de meia idade jogando cartas. Havia três espíritos de bruxas vestidas de preto com chapéu rendado (mas não pontudo), típico das pinturas dos mitos gregos ou talvez da Idade Média. Elas não pareciam más, mas entediadas. Uma delas quebrou uma taça que estava sobre a mesa como se quisesse chamar a atenção ou brincar causando medo, mas ninguém se importou achando que o fato ocorrera por mero acidente. Elas estavam ali não por vingança, mas por algo que não consegui perceber. Elas tinham consciência da união e influência que exerciam naquele ambiente, sempre seguindo uma ou outra daquelas mulheres que jogavam. Não sei ao certo, mas uma daquelas mulheres da mesa pareceu ser minha avó. Queria muito lembrar de mais coisas, pois embora não recorde, tenho acordado com sensações muito boas. Acho que os sonhos tem compensado a interação afetiva e religiosa que na vida real não consigo ter. Tenho sonhado que estou prestando auxílio ás pessoas de forma indireta e isso está ligado ao meu trabalho, mas realmente não tenho memória suficiente para relatar os detalhes. Também houve um sonho donde eu estava numa casa enorme e não podia ser vista por ninguém, apenas por um menino que estava me refugiando.
Tenho uma outra lembrança vaga: eu estava num local donde havia uma mesa cheia de frascos de perfume de amostra. Havia um rapaz que era supervisor e tínhamos um plano secreto de cumprir um ritual igual ao mito do perfume. Esse mito consistia dele derramar um vidro exato de perfume de modo que eu fosse atingida pelo líquido. Nisso ele se aproximou me mostrando um frasco e esbarrou noutro que caiu e espirou no meu pé direito molhando a barra da minha calça. Embora o estrago não houvesse sido grande e tivesse apenas espirrado no meu pé, eu senti-me naquele momento como se de algum modo invisível eu houvesse sido toda banhada de perfume. Ele recolheu o frasco rachado e disfarçou para ninguém notar que o mesmo estava vazando. Enquanto outro supervisor vinha para verificar o que acontecera, esse rapaz saiu mostrando o tal perfume para outras mulheres e com isso deu a entender que estava tudo normal. Passei do perfume que ele me mostrara para experimentar, pois cada fragrância era melhor que a outra. Pareceu-me que o intuito desse ritual estilo simpatia era fazer o dono daquela empresa de perfumes se apaixonar por mim. Notei que o perfume escolhido, o qual fora derrubado em mim, era de alfazema. Fiquei curiosa tentando entender por que tivera de ser exatamente o de alfazema. Depois do fato realizado fiz-lhe sinal e saí do local como se nada houvesse sucedido. Senti do sonho que tenho a tendência de querer tirar proveito das situações ou de querer me dar bem através dos outros. Essa foi a minha percepção pessoal tanto pelo que fiz no sonho quanto pela postura do supervisor que poderia ser uma projeção ou um arquétipo meu. Seria isso? O que podem significar esses sonhos?”
Além disso havia sobre mim uma influenciação externa, tanto material quanto espiritual, tanto de pessoas vivas quanto de espíritos desencarnados. E mais, havia uma regência do inconsciente coletivo de forma que eu era eu e ao mesmo tempo estava sendo como milhares de seres, agindo, sentindo e pensando em uníssono, ou seja, eu fazia parte de milhares de indivíduos e estes faziam parte de mim, mesmo que cada um fosse um ser criado individualmente. Senti-me ligada ao todo, ao cosmo, a amplitude universal. Isso foi estranho, senti-me muito, mas muito mais do que sou. Senti-me como se fosse unicamente eu e ao mesmo tempo fosse tudo o que existe. Eu era eu e me sentia fazendo parte das outras pessoas de uma forma que não sei explicar. Havia uma ligação indissolúvel, mais real do que afinidade ou amor. Existia uma integração mirabolante. Numa das visões do passado eu fui a um local donde há tempos atrás fora um precipício e algumas pessoas houveram se suicidado lá. Não lembro qual a história em si. Andei pelo local enquanto muitas cenas surgiam na minha mente. Era como se o local fizesse aflorar em mim tudo o que ali já existira, tudo o que as pessoas ali já haviam passado. Estranho que ali também havia um riacho e vi um esquilo nadando. Apenas o focinho dele ficava a vista.
Além de poder adentrar em vivência pretéritas, eu podia ver o mundo oculto aos olhos carnais. Outra vez sonhei que via espíritos. Foram muitas cenas que não lembro direito. Numa delas eu visualizava (e eu parecia estar ali apenas espiritualmente também) uma mesa redonda com várias mulheres de meia idade jogando cartas. Havia três espíritos de bruxas vestidas de preto com chapéu rendado (mas não pontudo), típico das pinturas dos mitos gregos ou talvez da Idade Média. Elas não pareciam más, mas entediadas. Uma delas quebrou uma taça que estava sobre a mesa como se quisesse chamar a atenção ou brincar causando medo, mas ninguém se importou achando que o fato ocorrera por mero acidente. Elas estavam ali não por vingança, mas por algo que não consegui perceber. Elas tinham consciência da união e influência que exerciam naquele ambiente, sempre seguindo uma ou outra daquelas mulheres que jogavam. Não sei ao certo, mas uma daquelas mulheres da mesa pareceu ser minha avó. Queria muito lembrar de mais coisas, pois embora não recorde, tenho acordado com sensações muito boas. Acho que os sonhos tem compensado a interação afetiva e religiosa que na vida real não consigo ter. Tenho sonhado que estou prestando auxílio ás pessoas de forma indireta e isso está ligado ao meu trabalho, mas realmente não tenho memória suficiente para relatar os detalhes. Também houve um sonho donde eu estava numa casa enorme e não podia ser vista por ninguém, apenas por um menino que estava me refugiando.
Tenho uma outra lembrança vaga: eu estava num local donde havia uma mesa cheia de frascos de perfume de amostra. Havia um rapaz que era supervisor e tínhamos um plano secreto de cumprir um ritual igual ao mito do perfume. Esse mito consistia dele derramar um vidro exato de perfume de modo que eu fosse atingida pelo líquido. Nisso ele se aproximou me mostrando um frasco e esbarrou noutro que caiu e espirou no meu pé direito molhando a barra da minha calça. Embora o estrago não houvesse sido grande e tivesse apenas espirrado no meu pé, eu senti-me naquele momento como se de algum modo invisível eu houvesse sido toda banhada de perfume. Ele recolheu o frasco rachado e disfarçou para ninguém notar que o mesmo estava vazando. Enquanto outro supervisor vinha para verificar o que acontecera, esse rapaz saiu mostrando o tal perfume para outras mulheres e com isso deu a entender que estava tudo normal. Passei do perfume que ele me mostrara para experimentar, pois cada fragrância era melhor que a outra. Pareceu-me que o intuito desse ritual estilo simpatia era fazer o dono daquela empresa de perfumes se apaixonar por mim. Notei que o perfume escolhido, o qual fora derrubado em mim, era de alfazema. Fiquei curiosa tentando entender por que tivera de ser exatamente o de alfazema. Depois do fato realizado fiz-lhe sinal e saí do local como se nada houvesse sucedido. Senti do sonho que tenho a tendência de querer tirar proveito das situações ou de querer me dar bem através dos outros. Essa foi a minha percepção pessoal tanto pelo que fiz no sonho quanto pela postura do supervisor que poderia ser uma projeção ou um arquétipo meu. Seria isso? O que podem significar esses sonhos?”
&&&&&&&&&&&&&&
Respondi-lhe que carregamos como memória genética não apenas o que nos constitui e nos diferencia, pois isso é pouco. Nós carregamos a história da espécie, de nossa evolução e de nossa estirpe, a memória da matéria que se transformou, perecível como plasma, em forma diferenciada de energia e luz. Necessariamente isso não precisa ter ligação com a reencarnação espiritual, pois também podemos ser a reencarnação de um projeto em dinâmica evolutiva, ou seja, podemos viver a reencarnação de memórias vivas provindas das histórias evolutivas dos nossos antepassados e contendo, consequentemente, toda a experiência e a vivência do passado, registrada na constituição a partir da matriz que nos originou. Reencarna-se assim conosco, a cada dia, as necessidades de melhoria, bem como as qualidades e vitórias já galgadas ao longo da evolução, seja pessoal e individual ou familiar e coletiva. O inconsciente coletivo é isso e carrega a memória da espécie humana. A experiência onírica de “Alra” pode ser apenas memória, ou pode ser uma vivência espiritual. Pode ser uma porta aberta de uma vivência numinosa, onde conteúdos de sua origem afloraram lhe permitindo o toque da visão, assim como também pode ser uma vivência extracorpórea. Suas sensações podem ser originadas desse contato com a memória registrada (do inconsciente), aquela que carrega e origina todas as experiências extra-dimensionais. A mente tende a nos proteger do impacto de realidades para as quais não estamos preparados para lidar. Assim possuímos filtros sensoriais que limitam a audição, a visão e até a consciência. Dessa forma, livre do impacto, a consciência é preservada, mas à medida que conquistamos resistência mental, blindamos o sistema nervoso, como se uma leve película de verniz envolvesse o sistema. Dessa forma aumentamos e fortalecemos a nossa resistência ao impacto devastador de certas realidades e ampliamos nossas possibilidades de compreensão do universo. Sua vivência holística pode ser um avanço na realização de seus desígnios, na reafirmação de seu destino. A sensibilidade não apenas permanece, mas se sofistica. Mesmo que mais sensível, mais fortalecida, agora, possivelmente mais resistente, “Alra” pode se perceber mais preparada para novas experiências em sua vida.
Para Jung o espírito se aplicava ao aspecto não material de uma pessoa viva, ou seja, pensamento, intenção, ideal, assim como a um Ser incorpóreo, não material: sombra, fantasma, espectro, alma ancestral. Como aspecto não material, não pode ser descrito nem definido, é indefinido, ilimitado, infinito, sem forma, sem imagem intemporal. É o outro que promove uma resposta emocional, de afeto, positiva ou negativa. Para ele o fenômeno dos espíritos é uma verificação da realidade de um mundo dos espíritos. Os sonhos são a maior evidência da existência do mundo diferenciado do reino corpóreo e mais significativo do que a questão da existência ou não dessa manifestação é a forma como nos relacionamos com essa dimensão. Do ponto de vista psicológico, para ele os espíritos são complexos autônomos inconscientes que aparecem como projeções, ou manifestações de complexos pertinentes ao coletivo que alteram ou substituem a atitude de todo um povo, possibilitando que se instale uma nova forma de resposta coletiva. As intervenções dos chamados espíritos parecem corresponder a necessidade de ampliação da consciência. A aparição de espíritos compõe o simbolismo de uma tensão elevada entre mundos materiais e imateriais. São fenômenos fronteiriços que parecem querer ganhar existência de alguma forma.
O triângulo (tríade) remete a um poderoso campo de força e de magia. Três mulheres reunidas pode representar poder. Já havia lhe alertado para a tríade familiar (você, a irmã, e a mãe). Este encontro pode indicar uma correlação interna e pessoal de poder na sua formação por base na frase “Elas tinham consciência da união e influência que exerciam...” A taça quebrada pode simbolizar a formação do elo dessa tríade feminina, como em um casamento consagrado donde se concretiza o ritual de quebra da taça em que se celebrou, em que se brindou o compromisso. A aparência de Avó indica essa possibilidade de formação de uma configuração triangular de poder interno com sinal de mudanças no comando arquetípico. Os sinais da transformação vêm ocorrendo há mais tempo e sinalizam a continuidade desse processo. Sem dúvida o sonho diz que é hora de crescer.
COLABORAÇÃO ESPECIAL: M. EDUARDO
APOIO: A_LINGUAGEM_DOS_SONHOS
Nenhum comentário:
Postar um comentário