Obrigada pela visita!

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domingo, 19 de julho de 2009

um encontro secreto...

Exatamente às dez horas da noite "Ágape" deitou para dormir e sem conseguir fugir de seus próprios pensamentos, lembrou-se de "Mateus". Num torpor de leve cochilo sentiu a presença de seu amado e sem saber se estava sonhando ou desprendida de espírito, observou o quanto "Mateus" estava bonito numa calça jeans justa e uma camisa pólo de manga comprida num tom vermelho claro. Ele continuava atlético e cheio de encanto. Além de seus contornos brilhava uma esfumaçada luz esverdeada claro com nuances de um dourado quase amarelo. Naquele instante "Ágape" sentiu que aquilo era mais do que um sonho e ousando lidar com a situação perguntou se "Mateus" não queria acompanhá-la até o Nelore para dançarem um pouco. Num terno abraço de quem estava com muita saudade, "Mateus" respondeu que sim, desde que depois "Ágape" o acompanhasse para conhecer o local donde ele estava residindo. Olhando para si mesma no espelho da penteadeira de sua avó, "Ágape" sorriu e debochou de seu reflexo dizendo que não podia sair de pijama. "Mateus" fez cara de confuso e opinou para ambos passarem na casa de "Ágape". Assim como num passe de mágica, "Ágape" se viu vestida com outra roupa apenas ao imaginar-se vestida com tal. Divertindo-se com isso, ela ousou imaginar um vestido bem elegante que nem fazia parte de seu guarda-roupa e parecendo uma princesa deixou "Mateus" brincar também de modelá-la. Por minutos "Ágape" sentiu como se estivesse num salão de alfaiataria e "Mateus" fosse seu estilista profissional. Era fenomenal a capacidade do pensamento ser tão real e instantâneo.
Uma vez perce
bendo que o pensamento a tudo comandava, "Ágape" e "Mateus" fecharam os olhos e de mãos dadas transportaram-se para o local de dança chamado Nelore. "Ágape" visualizou sua amiga cigana Marlene, mas era impossível falar com ela uma vez que somente seu espírito ali se encontrava. Podendo ver o ambiente e senti-lo além dos sentidos carnais, ambos perceberam que era melhor não demorarem muito e, além disso, tinham medo de que aquele tempo de união pudesse se esvair rapidamente. "Ágape" não detalhou o relato sobre o ambiente, pois disse ter se esquecido dos pormenores após o despertar e se lembrava como se nele houvesse estado fisicamente e não apenas em espírito desprendido. Depois de dançarem algumas músicas ambos se retiraram e dessa vez apenas "Mateus" imaginou o local para donde queriam se transportar. Magicamente ambos apareceram dentro do quarto de "Mateus". "Ágape" visualizou o cordão de prata que ligava "Mateus" ao seu corpo que sereno repousava na cama. Incrivelmente ela não conseguia visualizar sua aura ou seu próprio cordão fluídico. Aquilo era estranho, mas antes que pudesse conversar com "Mateus" a respeito do assunto, eis que algo um tanto imprevisto aconteceu: o corpo de "Mateus" remexeu-se na cama e imediatamente seu espírito foi sugado pela matéria. Entre assustada e entristecida, "Ágape" observou "Mateus" acordar e sentar na cama com cara de sono. Depois de um longo suspiro ele levantou-se e observou o relógio. Escutando os pensamentos de seu amado como se estes estivessem dentro de sua própria mente, "Ágape" verificou ele ir ao banheiro enquanto resmungava mentalmente consigo mesmo: “estava tão cansado que dormi sem perceber e nem banho tomei”. Enquanto "Mateus" tomava banho, "Ágape" sentiu-se livre para observar o local. Era divertido constatar que conseguia enxergar como se houvesse uma luz embutida dentro de seus olhos, parecendo um farol, e isso dispensava a luz artificial das lâmpadas.
Tent
ando não se demorar na observação de tudo, "Ágape" encantou-se ao ver um peludo gato persa deitado nos pés da cama de "Mateus". Como era bom passar suas mãos naquela enorme bolota de pelos macios. "Ágape" percebeu como seus sentidos pareciam mais precisos. Nem era preciso tocar no bichano para senti-lo. Tudo em desprendimento parecia mais vivo e rápido. As cores eram mais fortes e vibrantes, o som parecia entrar e sair de si mesmo, as vozes se intercalavam todas as mesmo tempo como se ocupassem o mesmo compasso, os cheiros intensificavam tomando conta do ambiente como se fosse uma fumaça. E falando em cheiro, "Ágape" respirou profundamente ao notar que "Mateus" abria a porta do banheiro e deixava espalhar seu perfume por todo o quarto. Há quanto tempo ela vinha sentindo falta daquele bálsamo que agora se fazia imensamente forte como se ela houvesse mergulhado numa piscina cheia do liquido. Por breve segundo sua cabeça pesou como se fosse desmaiar. Ela pensou que fosse o excesso de sensibilidade ao perfume, mas imediatamente identificou que sua mente estava ficando confusa e uma pergunta medonha gritou dentro de si: “será que ele vai sair? Perfumando-se dessa maneira e saindo há essa hora só pode estar se envolvendo com alguém”. Um desespero profundo tomou conta de "Ágape", mas ao mesmo tempo ela dizia para si mesma que ele era livre, assim como ela, para fazer o que bem quisesse. Ficara bem claro que ambos só deviam fidelidade à própria moral e consciência. Sentindo-se tranqüila outra vez, "Ágape" percebeu que o pensamento era uma fagulha para explodir qualquer tipo de sentimento e de forma alguma ela queria sentir algo negativo naquele momento. Voltando a realidade do que acontecia ao seu redor, "Ágape" observou "Mateus" ligando o computador ainda enrolado na toalha. Que vontade "Ágape" sentiu de estar fisicamente junto de seu amado! Mas será que o corpo ali faria diferença?
Enquanto o computador iniciava "Ágape" observou "Mateus" se vestindo com uma camiseta e um short curto. Aliviada ela respirou ao perceber que ele não ia sair. No plano do fundo da tela do computador apareceu a foto dos dois abraçados numa das piscinas de Caldas Novas. "Ágape" sentiu seus olhos marejarem e sem controlar seus sentimentos ela aproximou-se de "Mateus" abraçando-o da maneira como conseguiu. "Mateus" estava abrindo alguns arquivos com seus documentos de mestrado quando suspirou fundo e levantando da frente do computador disse em voz alta: “Desse jeito não dá, será que não consigo ficar sem pensar em você?” "Ágape" ficou constrangida pensando que sua presença estava atrapalhando seu amado nos est
udos e já estava pensando em retira-se do local quando observou "Mateus" retornando para o computador com um copo de água pela metade. Verificando-o a certa distância "Ágape" pensou em “Ameth” e indagou o motivo de não conseguir visualizar seu anjo-de-guarda e também o de "Mateus". Antes que várias dúvidas revirassem sua cabeça, "Ágape" notou que "Mateus" estava vendo as fotos dos dois no computador e lembrando dos agradáveis momentos vividos juntos. Bocejando e verificando que as horas avançavam no relógio, "Mateus" desligou o computador pensando que aquele horário não era positivo para estudar e, embora estivesse um pouco atribulado para fazer algumas leituras, o melhor seria dormir e acordar mais cedo no dia seguinte. Embora fosse domingo ele ia ter de permanecer mergulhado nos estudos.Depois de meia hora "Ágape" verificou seu amado desprendendo-se novamente. Como ele não pudera guardar em mente que houvera estado com "Ágape"? Porque ele acordara? Seriam as preocupações com seus estudos? "Ágape" verificando tais dúvidas beijou-o na demonstração de que não seria bom perderem nenhum minuto daquele precioso momento de união com questionamentos que não encontrariam respostas. Sentindo o calor e o perfume do corpo de seu amado, "Ágape" fechou os olhos e para sua total admiração, percebeu que desprendida do corpo também podia ter relação sexual com seu amado. Isso não era algo proibido, desprezível ou sujo como tantas vezes concebera. Não apareceram cortes de espíritos baixos para lhes sugarem as energias vitais como "Ágape" por vezes supunha acontecer em momentos de relações sexuais. Ao contrário disso, "Ágape" percebeu que ambos não estavam mais no quarto de "Mateus" e sim num agradável local que depois de acordar ela não soube descrever. Embora as lembranças tenham desaparecido de sua mente, "Ágape" relatou-me que se sentia muito leve como se ambos estivessem sobre as nuvens. Além disso as sensações espirituais continuavam sendo muito mais vivas e fortes do que as físicas e, conforme descreveu "Ágape", o prazer não era sentido na intensidade de um orgasmo final, mas sim durante todo o ato sexual, o qual se fez longo na proporção da saudade e do amor de ambos. "Ágape" rindo me disse que para ela mesma era muito esquisito dizer que pareciam ter ficado mais de uma hora em ato sexual, mas dentro do seu desprendimento físico era essa a sensação que tivera. Logicamente ela não tinha parâmetros para medir o tempo estando fora do mundo real e físico, mas ela podia jurar que nunca imaginara algo do gênero nem mesmo em sonho. Depois disso "Ágape" não se lembra de mais nada. Assim, mais um pouco de sua vida acabava de ser vivida.

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